RESUMO
Objetivo:
O baixo peso ao nascer (BPN) é um problema de saúde pública e está fortemente associado à mortalidade infantil. Este estudo teve como objetivo identificar a distribuição espacial da mortalidade infantil em recém-nascidos com BPN (750–2.500 g) a termo (≥37 semanas de gestação), por serem pequenos para a idade gestacional, analisando sua associação com determinantes relacionados à mãe, bem como identificar áreas prioritárias de mortalidade no Estado de São Paulo, 2010–2019.
Métodos:
A taxa de mortalidade infantil foi analisada na divisão da mortalidade neonatal e mortalidade pós-neonatal de recém-nascidos com BPN a termo. O método bayesiano empírico alisou as taxas, o índice de Moran univariado foi utilizado para medir o grau de associação espacial entre os municípios e o índice de Moran bivariado foi empregado para identificar a existência de associação espacial entre as taxas e os determinantes selecionados. Mapas temáticos de excesso de risco e Moran local foram elaborados para identificar aglomerados espaciais, adotando-se 5% como nível de significância.
Resultados:
O mapa de excesso de risco mostrou que mais de 30% dos municípios apresentaram taxas acima da taxa estadual. Aglomerados de alto risco foram identificados nas regiões sudoeste, sudeste e leste, principalmente entre os municípios mais desenvolvidos. Os determinantes mães adolescentes, mães acima de 34 anos, baixa escolaridade, índice de desenvolvimento humano, índice de vulnerabilidade social, produto interno bruto, médicos e leitos pediátricos apresentaram associação significativa com as taxas avaliadas.
Conclusões:
Foram identificadas áreas prioritárias e determinantes significativos associados à redução da mortalidade em recém-nascidos com BPN, sugerindo a necessidade de medidas de intervenção para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável.
Palavras-chave:
Baixo peso ao nascer; Mortalidade infantil; Análise espacial; Políticas de Saúde Pública; Sistemas de informação geográfica; Mapeamento geográfico