O fato de a velhice ser considerada a última etapa da vida faz com que ocorra um aumento na frequência em pensar a vida e a morte. No decorrer do processo de envelhecimento, são utilizados recursos cognitivos, emocionais e sociais para enfrentar situações inusitadas, originados do sistema de crenças e valores socialmente construídos e compartilhados. A espiritualidade pode ser contemplada na velhice como um dos recursos de enfrentamento para situações adversas, constituindo-se de aspectos emocionais e motivacionais na busca de um significado para a vida. A presente pesquisa objetivou estudar as representações sociais de idosos com 80 anos de idade ou mais sobre espiritualidade. Foram realizadas entrevistas com 30 idosos pareados por sexo (idade entre 80 e 102 anos), residentes na região da Grande Florianópolis, SC. Para caracterização dos participantes, foi utilizado um questionário para a coleta dos dados socioculturais e de saúde. As entrevistas foram analisadas por meio da classificação hierárquica descendente (CHD) e análise por contraste com o auxílio do software ALCESTE. Os resultados apontam para duas representações sociais da espiritualidade, uma masculina ancorada na ideia de conexão com uma força superior, poder divino ou Deus desvinculado da religião, e outra feminina, ancorada na ideia de transcendência da matéria, parte integrante da vida e religiosidade.
Espiritualidade; Idoso; Psicologia Social; Grupo Social; Representação Social