Resumo
Objetivo:
elaborar a escala de ageísmo no contexto organizacional (EACO), buscando evidências de validade da sua estrutura e investigando possíveis diferenças nos preconceitos contra trabalhadores mais velhos. Este artigo destaca ainda diferenças observadas entre o sexo, idade e nível de escolaridade dos participantes.
Método:
O trabalho foi dividido em dois estudos: o primeiro voltou-se para a construção da EACO, testando a compreensão do instrumento inicial com 82 trabalhadores. Uma nova versão foi enviada e analisada por 10 juízes, resultando em uma escala de 28 itens com seis dimensões. O segundo estudo apresentou evidências de validade da EACO, utilizando uma amostra mais robusta e nacional. O instrumento modificado foi enviado eletronicamente para 2.400 trabalhadores de diversas idades e regiões brasileiras, obtendo-se o retorno de 600 participantes.
Resultados:
Análises fatoriais exploratórias (AFE) resultaram na EACO com 14 itens, eigenvalues, cargas fatoriais e comunalidades satisfatórios, agrupados em duas dimensões: D1 - atitudes negativas, composta por aspectos cognitivos e de saúde (α=0,83) e D2 - atitudes positivas, composta por aspectos afetivos (α=0,77). Os trabalhadores mais jovens apresentaram atitudes mais negativas contra o envelhecimento que os mais velhos; estes apresentaram atitudes mais positivas do que os mais jovens.
Conclusão:
A EACO é um instrumento que testou o ageísmo nas organizações demonstrando evidencias de validade. Contudo, é recomendado que a escala seja utilizada também em sua versão mais longa em futuras pesquisas com grupos nacionais e transnacionais, com participantes de diferentes níveis educacionais.
Palavras-chave:
Ageísmo; Envelhecimento; Preconceito; Avaliação; Organizações