Resumo
Objetivo:
Avaliar a prevalência de halitose e fatores associados em idosos institucionalizados.
Método:
Estudo seccional com 268 idosos de 11 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) de Natal, RN, Brasil. A coleta de dados incluiu exame epidemiológico bucal dos idosos e questões sobre autopercepção bucal aos mesmos, além de consulta aos prontuários e aplicação de questionário aos dirigentes institucionais. A halitose foi aferida por meio do teste organoléptico. As variáveis independentes foram condições bucais, sociodemográficas, institucionais, de saúde geral e funcionais. Foi realizada análise bivariada através do teste do qui-quadrado de Pearson e do teste exato de Fisher e verificada a magnitude do efeito pela razão de prevalência para as variáveis independentes em relação ao desfecho com nível de confiança de 95%.
Resultado:
a prevalência de halitose foi de 26,1%, dos quais 98,57% percebidos via bucal e 10% via nasal, sendo 43% maior para os indivíduos de raça/cor não branca (p=0,006); 65% maior naqueles residentes em ILPI sem fins lucrativos (p=0,039); 52% maior nos idosos com estado cognitivo orientado (p=0,047); 41% maior nos idosos com cárie radicular (p=0,029); 62% maior em quem não usava próteses dentárias (p=0,046); 57% menor nos edêntulos (p<0,001); e 73% menor nos idosos sem biofilme lingual (p=0,001).
Conclusão:
A ocorrência de halitose nos idosos institucionalizados foi semelhante à de estudos com outros grupos etários, porém com uma participação expressiva dos casos de origem extrabucal e demonstrou associação com problemas bucais, bem como fatores sociodemográficos, institucionais e funcionais.
Palavras-chave:
Geriatria; Idoso; Instituição de Longa Permanência para Idosos; Saúde Bucal; Halitose