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Avaliação naturalística do tratamento da mania em um hospital psiquiátrico particular

OBJETIVO: Descrever as práticas clínicas no tratamento da mania em um hospital brasileiro e compará-las com aquelas descritas e recomendadas nas publicações internacionais. MÉTODOS: Revisão dos prontuários de 425 internações consecutivas (269 pacientes) para episódios maníacos ou mistos (CID-10) em um hospital psiquiátrico privado de Belo Horizonte (MG), de 1996 a 2000. As freqüências de utilização dos diversos medicamentos e de ECT foram comparadas com as descritas em estudos observacionais estrangeiros (X², bicaudado, alfa =0,05). RESULTADOS: As freqüências observadas de uso de cada tratamento foram: lítio (71,5%); carbamazepina (34,8%); valproato (9,4%); antipsicóticos (83,3%); benzodiazepínicos (62,4%); antidepressivos (7,5%) e ECT (33,2%). As divergências encontradas entre as práticas no tratamento da mania observadas neste estudo e aquelas descritas e recomendadas pelas publicações e diretrizes internacionais foram: o uso menos freqüente de valproato e mais freqüente de carbamazepina; o uso de aparelho de ondas sinusoidais para a ECT; e o elevado uso concomitante de ECT com lítio (72,3%), anticonvulsivantes (31,2%) e/ou benzodiazepínicos (46,8%). CONCLUSÕES: Estes achados sugerem a necessidade do desenvolvimento de diretrizes nacionais para o tratamento da mania e uso de ECT e de sua divulgação em programas específicos de educação médica, de forma a uniformizar as condutas fundamentadas na evidência científica disponível.

Mania; Transtorno bipolar; Tratamento em internados; Brasil


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