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Defasagem temporal de resposta do sistema hidrológico sob mudanças meteorológicas

RESUMO

A sensibilidade de um sistema hidrológico e sua capacidade de recuperação após períodos de estiagem são questões determinantes para estimar o impacto potencial de secas. A quantificação dos tempos de resposta (TR) de componentes desse sistema em relação às secas possibilita antecipar futuros impactos. Neste contexto, o presente trabalho propõe a utilização de métodos estatísticos não-paramétricos para estimar TR entre mudanças meteorológicas, medidas por meio do índice de precipitação padronizado (SPI), e respectivas alterações no sistema hidrológico, medidas por meio de séries de vazão (Q) e de armazenamento em reservatórios. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram estimados os pontos de mudanças das séries temporais de (i) SPI e volume de armazenamento mensal equivalente de 32 reservatórios da bacia do Rio Paraná; e de (ii) SPI, vazão e volume de armazenamento no reservatório da usina hidrelétrica de Furnas. Com base nas respostas dos métodos empregados, o TR para o caso (i) varia de 0 a 6 meses, enquanto que, para o caso (ii), os resultados indicam que mudanças significativas na vazão devido a mudanças na precipitação ocorrem em menos de 1 mês. Os resultados também mostram que os fatores antropogênicos (operação dos reservatórios) contribuíram menos para depleção dos reservatórios na seca de 2014 do que em 2000/2001. Este trabalho reforça a importância da otimização na operação de reservatórios visando o melhor equilíbrio entre fatores naturais e antropogênicos como estratégia de combate aos efeitos das secas.

Palavras-chave:
Seca meteorológica; SPI; Ponto de mudança; Séries temporais

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