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Observação antropológica e psicanalítica: diálogos teórico-metodológicos num programa de doutorado em saúde materno infantil

A observação participante pode variar consideravelmente dependendo da inspiração teórica, natureza/desenho do estudo e da relação pesquisador-sujeitos. Num estudo etnográfico desenvolvido no Brasil (Julho 2009 - Agosto 2010), dentre outras técnicas utilizadas, a observação Bick (ancorada na psicanálise) foi introduzida e adaptada. O objetivo foi compreender os processos envolvidos na comunicação profissionais da Estratégia de Saúde da Família e mãe/díades (mãe-bebê) sobre amamentação. Com base neste, um projeto sanduíche foi concebido visando: desenvolver compreensão aprofundada da abordagem teórico-prática do método Bick, sua relevância para a pesquisa e aplicações abrangentes; promover diálogo transdisciplinar entre observação antropológica e psicanalítica. Como estudante na Tavistock (Reino Unido) participei de seminários e desenvolvi observações noutra variação do setting Bick. Ciente da ética do método, a Tavistock tem abrangido seu escopo, não tomando o Bick como um modelo único a ser seguido, mas um modo abrangente de abordar a singularidade humana, promovendo a capacidade auto-analítica do pesquisador e uma diversidade de aplicações. Apesar das reflexões ainda serem preliminares, o potencial do Bick para inovar métodos de pesquisa não pode ser ignorado. No campo atual da saúde materno infantil não lidamos com um conceito único de ciência, porém paradigmas de pensamento novos/renovados e uma diversidade de métodos.

Etnografia; Psicanálise; Relações mãe-filho; Aleitamento materno; Assistência integral à saúde


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