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Análise hierarquizada dos determinantes da transmissão vertical do HIV: um estudo de caso-controle

Resumo

Objetivos:

analisar a associação dos fatores socioeconómicos, obstétricos, pediátricos e medidas profiláticas à transmissão vertical do HIV em crianças acompanhadas em um serviço de referência no Recife, entre 2010 e 2015.

Métodos:

caso-controle aninhado a coorte de crianças expostas à transmissão vertical do HIV. Realizou-se análise estatística uni e multivariada da associação das características socioeconômicas, obstétricas, pediátricas e das medidas profiláticas com o desfecho. Considerou-se duas abordagens multivariadas, convencional e hierarquizada, esta última possibilita considerar diferentes níveis de determinação.

Resultados:

observou-se 46,5% de mães com baixa escolaridade, 69,6% sem remuneração advinda do trabalho e 35,7% recebendo bolsa família. Mulheres com diagnóstico pós-parto e menos de 6 consultas de pré-natal apresentaram maior chance de transmissão vertical. As medidas profiláticas estiveram estatisticamente associadas à prevenção da transmissão (p<0,1%).

Conclusões:

identificaram-se como fatores de risco para a transmissão vertical do HIV: não possuir rede coletora de esgoto, não ter realizado no mínimo seis consultas de pré-natal, primeiro atendimento da criança com mais de dois meses e não ter realizado as profilaxias na gestação e no parto. Fatores determinantes para os quais existem políticas e programas específicos e o seu não acesso evidencia a determinação social da transmissão vertical do HIV.

Palavras-chave:
Transmissão vertical de doença infecciosa; HIV; Fatores de risco; Análise multivariada.

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