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Os transtornos mentais dos cuidadores podem estar associados a comportamentos alimentares obesogênicos na infância?

Resumo

Objetivos:

avaliar associação entre transtornos mentais do cuidador e comportamento alimentar obesogênico de escolares.

Métodos:

estudo transversal com amostra de crianças da rede pública de ensino e seu cuidador principal. Episódio depressivo atual e transtorno de ansiedade generalizada (TAG) do cuidador foi avaliado pela Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI). Comportamentos alimentares obesogênicos das crianças foi avaliado pelas subescalas resposta à comida (FR) e sobreingestão emocional (EOE) Children’s Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ). Análise bivariada foi realizada por meio de teste-T, ANOVA e correlação de Pearson. Modelo de regressão linear ajustado (incluiu variáveis cuidadores: sexo, idade, indicador econômico e escolaridade; escolares: sexo e estado nutricional).

Resultados:

foram avaliadas 596 díades crianças-cuidadores (309 meninos e 287 meninas). Entre os cuidadores, 24,7% apresentaram episódio depressivo atual, 38,7% episódio depressivo passado e 17,2% TAG. Observamos, após análise ajustada, que ter um cuidador em episódio depressivo atual aumenta o comportamento obesogênico dos escolares, em 0,235 pontos para FR (β=0,235; IC95%=0,022-0,449) e em 0,337 pontos para EOE (β=0,337; IC95%=0,162-0,512).

Conclusão:

episódio depressivo atual do cuidador foi associado a maiores médias de comportamentos alimentares obesogênicos dos escolares, tanto no consumo de alimentos palatáveis mesmo sem fome (FR) quanto aumento da ingestão alimentar em resposta a emoções negativas (EOE).

Palavras-chave
Transtornos mentais; Comportamentos obesogênicos; Alunos; Cuidadores; Comportamento alimentar

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