Foi analisada a existência da interação genótipo × ambiente para o peso à desmama nas populações da raça Angus do Brasil e do Uruguai usando os registros de 73.205 animais (10.257 do Uruguai e 62948 do Brasil) provenientes de 33 e 161 fazendas e 13 e 34 localidades do Uruguai e do Brasil, respectivamente. Utilizou-se modelo animal em análises, uni e bicaráter, considerando o peso à desmama de cada país como caracteres diferentes. Como indicadores da interação, foram utilizados os coeficientes de correlação genético-aditiva diretos e maternos estimados mediante dois modelos estatísticos (incluindo ou não efeito touro × país). Os modelos incluíram os efeitos fixos de grupo de contemporâneos (rodeio, ano e mês de nascimento), sexo do bezerro; as covariáveis idade da mãe ao parto (anos) e do bezerro à desmama (dias); e os efeitos aleatórios genético-aditivos direto e materno, de ambiente permanente da mãe e residual. As herdabilidades (dos efeitos diretos) foram semelhantes em ambos os países e de magnitudes moderadas (0,33 e 0,15, respectivamente). Os coeficientes de correlação entre os efeitos genéticos diretos e maternos entre Brasil e Uruguai foram de 0,77 e 0,13, respectivamente, e a comparação dos modelos (com e sem efeito touro × país) apresentou diferenças significativas. As correlações entre as classificações (rankings dos valores genéticos) dos touros com progênie em ambos os países variaram entre 0,35 e 0,41 para as estimações em modelos uni e bi caráter, respectivamente. Os resultados sugerem a existência de interação genótipo × ambiente para o peso à desmama das populações Angus entre Brasil e Uruguai. Há necessidade de se considerar a interação nas futuras avaliações genéticas internacionais da raça.
avaliação internacional; correlação genética; gado de corte; interação genótipo × ambiente
