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Desempenho de fundos de previdência: uma análise focada em seguradoras puras* * Artigo apresentado no XIX Encontro Brasileiro de Finanças, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, julho de 2019. ,** ** Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), à Escola Nacional de Seguros (ENS), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) por seu apoio financeiro para a realização desta pesquisa.

RESUMO

Este artigo analisa o desempenho dos fundos de Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) no mercado brasileiro. Este artigo é único na medida em que discrimina entre fundos administrados por seguradoras puras (SEPs) e aqueles administrados por grandes bancos de varejo. Também discutimos o impacto de características como taxa de administração e tamanho sobre o desempenho dos fundos. A literatura acadêmica não considera a diferenciação entre as características dos fundos nem o tipo de instituição que os administra. Além disso, os estudos disponíveis nesse mercado são geralmente simples e, por exemplo, não utilizam modelos multifatoriais para medir desempenhos ajustados ao risco. Os desempenhos dos fundos PGBL e VGBL são objeto de grande interesse, pois seu mercado cresce de forma sustentável e rápida. Os fundos com desempenho abaixo do mercado devem melhorar suas estratégias e diminuir os custos administrativos para proporcionar melhores desempenhos líquidos. O presente trabalho visa a melhorar a concorrência no mercado, de modo que os produtos de previdência permaneçam atraentes para os investidores. Desenvolvemos dois modelos multifatoriais representando as fontes de risco para cada classe de fundos analisados ​​(fundos conservadores e agressivos). O desempenho é assim medido pelo Alfa de Jensen, embora também analisemos retornos e volatilidades realizados. Também desenvolvemos um modelo multifatorial com base na taxa administrativa e no tamanho do fundo para capturar o efeito SEP. Nossos resultados sugerem que os fundos PGBL e VGBL gerenciados por SEPs apresentam melhor desempenho em termos de retornos médios mais elevados, sem volatilidade extra, quando comparados a fundos semelhantes gerenciados por empresas vinculadas a grandes bancos de varejo. Descobrimos que taxas administrativas mais elevadas não compensam e podem até destruir o valor, no caso de fundos que investem em ações. Os fundos maiores apresentaram retornos líquidos mais altos, sem volatilidade extra. Por fim, a análise confirmou, com evidências estatísticas, os maiores retornos líquidos dos fundos controlados pelas SEPs em duas situações: (i) após controlar para taxa administrativa e tamanho de fundo - de 0,8 a 1% a mais por ano; e (ii) após controlar para fontes de risco de mercado - de 0,64 a 1,18% a mais por ano.

Palavras-chave:
desempenho de investimentos; fundos de previdência; fundos PGBL/VGBL; seguradoras; mercado financeiro brasileiro

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