RESUMO
Introdução:
A pandemia da Covid-19 produziu um grande volume de dados científicos e fomentou práticas abertas de ciência em função do compartilhamento de dados para o controle do vírus Sars-CoV-2. Tal cenário gerou oportunidades para o movimento da ciência aberta (CA).
Objetivo:
O intuito deste artigo é mapear as narrativas circulantes sobre práticas de CA durante a pandemia - com destaque aos debates sobre acesso público ao conhecimento e a práticas e valores característicos de Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI).
Metodologia:
Realizou-se análise documental e temática de 30 artigos científicos, notícias na imprensa, posts de blogs e materiais institucionais publicados em português obtidos mediante busca por palavras-chave no SciELO, Google e bibliotecas da Câmara e do Senado.
Resultados:
Observou-se que 36,6% (11) dos documentos mencionaram valores de EDI, enquanto 70% (21) incluíram discussões sobre acesso público e universal ao conhecimento. Os textos poderiam apresentar ambas as temáticas, sendo contabilizados tanto na categoria de EDI quanto de acesso público. Da amostra, 23% (7) não mencionaram nenhuma dessas duas categorias e 77% apresentaram ao menos uma delas.
Conclusão:
De modo geral, o uso da ciência aberta foi associado à rápida produção de respostas para a pandemia, o que levanta questões sobre a continuidade de práticas abertas em períodos em que essa urgência não esteja presente. Quanto ao debate sobre EDI, embora ainda incipiente, a pandemia apresenta oportunidades de coprodução do conhecimento e práticas mais inclusivas - com experiências de debates públicos em tempo real da construção de evidências.
PALAVRAS-CHAVE:
Acesso aberto; Acesso à informação; Pandemia; Covid-19