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Produção de farinha de mandioca, COVID-19 e Segurança Alimentar: as repercussões para agricultores familiares do Recôncavo Baiano

Resumo

A pandemia gerou uma das maiores crises mundiais, com redução do poder aquisitivo da população e dificuldades no acesso aos alimentos. Neste contexto, este estudo objetivou analisar as condições de produção da farinha e a relação desta com a segurança alimentar de agricultores familiares da cadeia da mandioca, do Recôncavo Baiano, durante a pandemia da COVID-19. Realizou-se estudo transversal, com coleta de dados por meio de questionário, tratamento por estatística descritiva e testes de associação. Do total de participantes (n=86), 64% indicaram alterações no volume de produção de farinha e na renda. Registrou-se redução na produção mensal, no número de trabalhadores e nas horas trabalhadas nas casas de farinha, além da redução na diversidade de compradores. O aumento na renda advinda da farinha foi associado a um pequeno número de produtores, mais experientes (p=0,047). Apesar da manutenção das feiras dos municípios estudados, houve alterações no comportamento dos clientes. O comércio online e por delivery foram pouco representativos. Dos entrevistados, 50% relataram preocupação de que os alimentos acabassem. As medidas governamentais de apoio aos agricultores familiares não tiveram alcance satisfatório junto aos participantes. A maior parte recebeu auxílio emergencial, sendo também beneficiários de programas sociais, o que evidencia vulnerabilidades no setor.

Palavras-chave:
Agricultura familiar; Pandemia de COVID-19; Políticas Públicas; Segurança Alimentar

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