Objetivo:
examinar o olhar da equipe de enfermagem quanto às repercussões da movimentação de pacientes (admissões, transferências e altas) na organização do trabalho e na entrega do cuidado.
Método:
estudo qualitativo utilizando técnica de grupo focal conduzido junto a vinte e três profissionais sendo doze enfermeiros, oito técnicos e três auxiliares de enfermagem lotados em três unidades de internação de um hospital de ensino do interior de São Paulo. Ocorreram quatro encontros, entre novembro de 2021 e março de 2022. Os relatos foram analisados na modalidade temática com o auxílio do software MAXQDA.
Resultados:
emergiram duas categorias temáticas: a influência de fatores estruturais e da organização do trabalho na movimentação intra-hospitalar de pacientes; e a movimentação de pacientes demanda tempo, gera sobrecarga de trabalho e interfere na entrega do cuidado.
Conclusão:
o volume de movimentações de pacientes associado às demandas imprevistas, complexidade assistencial e insuficiência de pessoal e de recursos repercutem negativamente na entrega do cuidar com riscos clínicos e sobrecarga laboral. Os achados possibilitam aprimorar a regulação das entradas e saídas de pacientes nas unidades, organização do trabalho e gestão do cuidado evitando-se riscos clínicos, atrasos, omissões e sobrecarga laboral.
Descritores:
Transferência de Pacientes; Fluxo de Trabalho; Recursos Humanos de Enfermagem; Carga de Trabalho; Avaliação de Processos em Cuidados de Saúde; Gerenciamento da Prática Profissional
Destaques:
(1) Movimentações de pacientes no hospital demandam estrutura e organização do trabalho.
(2) Enfermagem estima dedicar 10-15 minutos a 2-3 horas de trabalho nessas intervenções.
(3) Frequência, imprevisão e complexidade assistencial repercutem negativamente no cuidar.
(4) Condições desfavoráveis às movimentações geram riscos assistenciais e ocupacionais.