RESUMO
Objetivo
O estudo objetivou avaliar a associação entre o controle glicêmico em diferentes percepções emocionais e a adesão à contagem de carboidratos por adultos com diabetes tipo 1 durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 4.147.663), realizado em julho de 2020 por meio de formulário Google Forms®. Foram coletados dados socioeconômicos e demográficos; monitoramento glicêmico de acordo com as emoções do indivíduo no momento da mensuração (feliz, motivado ou esperançoso; estressado ou ansioso; triste, angustiado ou com sintomas depressivos); dados sobre adesão à contagem de carboidratos e distanciamento social. Aplicou-se o teste qui-quadrado de Pearson com análise residual ajustada (p<0,05).
Resultados
Dos 472 participantes, 64,62% apresentavam hiperglicemia quando estressados/ansiosos, e 52,97%, quando se sentiam tristes/angustiados/depressivos (p<0,000). Foram observadas associações entre ter normoglicemia em qualquer situação emocional e realizar a contagem de carboidratos (p<0,000), perceber-se feliz/motivado/esperançoso e ter hiperglicemia, assim como não medir a glicemia foi associado a não ter a contagem de carboidratos (p<0,000). Estar estressado ou ansioso foi associado a não medir a glicemia e não ter a contagem de carboidratos (p<0,000).
Conclusão
Destaca-se a necessidade de atendimento multidisciplinar para potencializar a saúde mental e a adesão ao tratamento de pessoas com diabetes tipo 1.
Palavras-chave
Comportamento; Diabetes Mellitus tipo 1; Saúde mental; Isolamento social