Resumo
O campo de Teyú Cuaré no departamento de San Ignacio, na província de Misiones, Argentina, tem se destacado pela sua flora e fisionomia, o que levou a pesquisadores a indicar que poderia ser um relicto do bioma Cerrado. Analisou-se a florística e a fitossociologia do componente arbóreo-arbustivo de uma comunidade savânica, discutindo-se os processos que a originaram e contribuem para a permanência desta fitofisionomia. Em 12 parcelas quadradas de 400 m2 foram mensurados o perímetro e a altura de todos os indivíduos lenhosos com perímetro ≥ 10 cm ao nível do solo. Avaliamos a similaridade florística entre a área estudada e outras áreas de Cerrado do Brasil e do Paraguai. No total foram detectadas 15 famílias e 17 espécies, onde Leptolobium elegans foi a de maior importância estrutural. A flora lenhosa da área é mais fortemente associada com as áreas de Cerrado do Paraná e Canindeyú e Amambay no Paraguai. A vegetação do local possivelmente é um reflexo da expansão das fisionomias abertas do Pleistoceno tardio e Holoceno médio, dominantes em parte da província e do Sul do Brasil. A permanência desta unidade campestre provavelmente está relacionada à atuação de mecanismos de natureza geológica, pedológica, antrópica e por perturbações pelo fogo.
Palavras-chave:
Leptolobium; Cerrado; fogo; fitossociologia; relictos
