Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar os atributos morfofuncionais das espécies da Floresta Ombrófila Mista, pertencentes a diferentes categorias sucessoriais. Frutos foram coletados de remanescentes florestais em Curitiba, Paraná. Foi realizada a biometria das sementes e plântulas e estimados os seguintes índices: comprimento da parte aérea/plântula; massa da parte aérea/plântula; massa dos cotilédones/plântula; massa dos eofilos/plântula e massa da plântula/semente. Diferenças estatísticas entre os grupos foram observadas em muitas das características avaliadas. A variabilidade entre as espécies é explicada pelo tamanho das plântulas, investimento em tecidos para interceptação da luz e alocação de recursos na parte aérea. As secundárias tardias têm plântulas maiores com características que indicam um desenvolvimento inicial mais lento, dependente das reservas da semente. As pioneiras têm plântulas menores, desenvolvimento mais rápido e são dependentes da fotossíntese. Essas diferenças morfofuncionais resultam em diferentes estratégias de estabelecimento das plântulas no processo sucessional. A análise de agrupamento resultou na formação de dois grupos principais: o primeiro composto pelas espécies secundárias tardias e o segundo formado por dois subgrupos distintos, que separam as pioneiras e a maioria das secundárias iniciais. Estes resultados indicam que o número e a qualidade dos dados disponíveis devem ser considerados na definição de categorias sucessoriais adotadas em estudos ecológicos.
Palavras-chave:
dinâmica de regeneração; ecologia de plântulas; ecologia florestal; floresta com araucária
