NOVAS FORMAS DE RELACIONAR AUTORIDADE E SOLIDARIEDADE: QUESTÕES TEÓRICAS E EMPÍRICAS

Reis, Elisa P.

doi:10.1590/2238-38752011v115

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Sociologia & Antropologia

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Sumário

Articles • Sociol. Antropol. 1 (1) • Jan-Jun 2011 • https://doi.org/10.1590/2238-38752011v115 copiar

NOVAS FORMAS DE RELACIONAR AUTORIDADE E SOLIDARIEDADE: QUESTÕES TEÓRICAS E EMPÍRICAS^* * A pesquisa para este estudo foi possível graças ao apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Uma versão deste artigo foi publicada em Kalekin-Fishman, Devorah & Denis, Ann B. (orgs.). The ISA Handbook in Contemporary Sociology. Londres: Sage, 2009, p. 74 - 90.

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo:

O artigo combina discussão teórica com análise empírica, em um esforço para discutir mudanças em curso na teoria e na prática. Tomando ideias e ações como componentes entrelaçados dos processos sociais, focaliza-se uma mudança intelectual ampla e uma inovação institucional empírica como fenômenos que se espelham. No nível teórico, aborda-se a tendência a conceber a sociedade de uma forma que difere do cânone vigente até há bem pouco, argumentando que o ressurgimento da sociedade civil no discurso público, a ascensão de novos movimentos sociais e a difusão de ideais cosmopolitas são alguns dos indícios de transformação que exigem dos cientistas sociais novas lentes teóricas. No nível empírico, considera-se o mundo das organizações não governamentais ilustrativo da nova imagem da sociedade. Sugere-se que a elevação de tais organizações à condição de parceiro ou de alternativa para os mecanismos de autoridade sinaliza uma nova forma de enquadrar as relações entre Estado e sociedade.

Palavras-chave:
Solidariedade e autoridade; Estado; Mercado; Sociedade; Organizações não governamentais

		Mudanças nos objetivos ou no público das ONGs
		Sim	Não	Total
Data de fundação	Até 1984	21	27	48
	Até 1984	43,8%	56,2%	100%
	1985 - 1994	40	80	120
	1985 - 1994	33,3%	66,7%	100%
	1995 - 2004	36	96	132
	1995 - 2004	27,3%	72,7%	100%
Total		97	203	300
Total		32,3%	67,7%	100%

		Mudanças nos objetivos ou no público das ONGs
		Sim	Não	Total
Área principal de atividade	Saúde (HIV, deficiências físicas e câncer)	4	15	19
	Saúde (HIV, deficiências físicas e câncer)	21,1%	78,9%	100%
	Pobreza e desemprego	9	8	17
	Pobreza e desemprego	52,9%	47,1%	100%
	Grupos de jovens em situação de risco	32	68	100
	Grupos de jovens em situação de risco	32%	68%	100%
	Comunidades urbanas excluídas	12	21	33
	Comunidades urbanas excluídas	36,4%	63,6%	100%
	Mulheres, negros e outras minorias	11	23	34
	Mulheres, negros e outras minorias	32,4%	67,6%	100%
	Comunidades rurais e grupos indígenas	4	14	18
	Comunidades rurais e grupos indígenas	22,2%	77,8%	100%
	Organização do terceiro setor e da sociedade civil	14	28	42
	Organização do terceiro setor e da sociedade civil	33,3%	66,7%	100%
	Outros	11	17	28
		39,3%	60,7%	100%
Total		97	194	291
		33,3%	66,7%	100%

		Fonte principal de apoio financeiro					Total
		Fontes governamentais	Fontes domésticas não governamentais	Fontes estrangeiras	Autossuporte	Fontes diversas (sem dependência única)	Total
Data de fundação	Até 1984	4	9	12	10	7	42
Data de fundação	Até 1984	9,5%	21,4%	28,6%	23,8%	16,7%	100%
	1985- 1994	24	19	36	12	16	107
	1985- 1994	22,4%	17,8%	33,6%	11,2%	15%	100%
	1985- 2004	26	39	14	26	18	123
	1985- 2004	21,1%	31,7%	11,4%	21,1%	14,7%	100%
Total		54	67	62	48	41	272
Total		19,9%	24,6%	22,8%	17,6%	15,1%	100%

	Frequência	Percentual
Fontes governamentais	43	19,4%
Fontes domésticas não governamentais	57	25,7%
Fontes estrangeiras	61	27,5%
Autossuporte	33	14,9%
Fontes diversas (sem dependência única)	28	12,5%
Total	222	100%

		Número de funcionários estáveis pagos das ONGs
		Sem funcionários pagos	de 1 a 9	de 10 a 49	50 ou mais	Total
Data de fundação	Até 1984	3	15	19	11	48
Data de fundação	Até 1984	6,3%	31,3%	39,6%	22,8%	100%
	1985-1994	16	40	48	15	119
	1985-1994	13,4%	33,6%	40,3%	12,7%	100%
	1995-2004	30	48	48	6	132
	1995-2004	22,7%	36,4%	36,4%	4,5%	100%
Total		49	103	115	32	299
Total		16,4%	34,4%	38,5%	10,7%	100%

	Frequência	Porcentagem válida
Nunca	43	14,4%
Quase nunca	26	8,7%
Às vezes	100	33,4%
Sempre	130	43,5%
Total	299	100%

	Frequência	Porcentagemválida
Diariamente	32	13,5%
Duas vezes por semana	14	5,9%
Semanalmente	47	19,8%
Mensalmente	54	22,8%
Menos que uma vez por mês	90	38%
Total	237	100%

	Frequência	Porcentagemválida
Para promover suas atividades	212	86,9%
Para providenciar informações de interesse geral	18	7,4%
Para cultivo de contatos	14	5,7%
Total	244	100%

		Trabalha com o governo federal
		Sim	Não	Total
Características da ONG	Comunitária	73	79	152
Características da ONG	Comunitária	48%	52%	100%
	Profissional/técnica	88	58	146
	Profissional/técnica	60,3%	39,7%	100%
Total		161	137	298
Total		54%	46%	100%

		Trabalha com o governo local
		Sim	Não	Total
Características da ONG	Comunitária	84	68	152
	Comunitária	55,3%	44,7%	100%
	Profissional/técnica	73	73	146
	Profissional/técnica	50%	50%	100%
Total		157	141	298
Total		52,7%	47,3%	100%

		Trabalha com o governo regional
		Sim	Não	Total
Características da ONG	Comunitária	66	86	152
	Comunitária	43,4%	56,6%	100%
	Profissional/técnica	68	78	146
	Profissional/técnica	46,6%	53,4%	100%
Total		134	164	298
Total		45%	55%	100%

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[1] Elisa Reis é professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), membro do colegiado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdade. Doutora em Ciência Política pelo Massachusetts Institute of Technology, é pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Suas publicações no Brasil e no exterior contemplam temas clássicos de sociologia política e teoria sociológica, com ênfase em questões que envolvem aspectos políticos da cultura, percepções de desigualdade e diferença, e transformações histórico-conceituais.