A função discriminante baseada na distribuição do tamanho dos eritrócitos (RDW) e outra função discriminante incorporando o RDW (MCV² x RDW/Hgb x 100) foram determinadas em um grupo de 30 pacientes com anemia ferropriva, 30 pacientes com beta talassemia menor e 30 indivíduos normais. Os valores médios do RDW e do (MCV² x RDW/ Hgb x 100) foram significativamente maiores em pacientes com anemia ferropriva quando comparados aos obtidos em pacientes com beta talassemia menor (p<0.001). Considerando os valores de RDW iguais ou superiores a 21.0% entre os pacientes com anemia microcítica, nós identificamos corretamente 90% dos pacientes com anemia ferropriva, sendo que a sensibilidade e a especificidade do teste foram 90.0% (IC 95%: 0.75 - 0.96) e 77.0% (IC 95%: 0.60 - 0.88), respectivamente. Valores de RDW menores do que 21.0% identificaram corretamente 77.0% dos pacientes com beta talassemia menor, com sensibilidade e especificidade de 77.0% (IC 95%: 0.60 - 0.88) e 90.0% (IC 95%: 0.75 - 0.96), respectivamente. Considerando valores de (MCV² x RDW/Hgb x 100) maiores e menores do que 80.0% como indicativos de anemia ferropriva e beta talassemia menor, respectivamente, nós identificamos corretamente 97.0% dos pacientes de cada grupo, com sensibilidade e especificidade de 97.0 (IC 95%: 0.84 - 0.99). Estes resultados indicaram que a função discriminante (MCV² x RDW/Hgb x 100) é um método altamente sensível e específico para a triagem inicial de pacientes com anemia microcítica e é superior ao RDW para a diferenciação de pacientes com anemia ferropriva daqueles com beta talassemia menor.
