Com o objetivo de avaliar a aderência ao tratamento medicamentoso em hospital voltado para o atendimento cardiológico, foram estudados 485 doentes, 230 (47.4%) homens e 255 (52.6%) mulheres. As idades variaram de 17 a 86 (54+15) anos. Foram analisados a cardiopatia, fatores socioeconômicos (residência, meio de transporte, nível educacional, condição profissional), drogas prescritas, dificuldade em tomar a medicação, obtenção do medicamento, e conhecimento sobre o medicamento. A aderência se fundamentou na reposta do paciente, que era comparada com a receita e com as notas da evolução clínica. Foi considerado erro quando o paciente usava a medicação de modo diferente do prescrito. Foi considerada aderência quando o paciente informava tomar a medicação corretamento, sem interrupção e sem erro. As variáveis com distribuição diferente na análise univariada foram examinadas com análise multivariada (regressão log-linear). A falta de aderência ao tratamento ocorreu em 286 (59%) pacientes. Os fatores preditores de não aderência foram informação de dificuldade em tomar a medicação (p < 0.001) e desconhecimento do nome da medicação (p < 0.001). Portanto, a falta de aderência ao tratamento medicamentoso foi frequente. Os principais preditores, informação de dificuldade em tomar a medicação, e desconhecimento do nome da medicação, podem ser obtidos com facilidade na prática médica.