A comunicação científica tem experimentado transformações profundas, desde a emergência da Internet. Como fomento à questão da evolução na comunicação científica, este artigo apresenta uma perspectiva histórica dos avanços na comunicação científica ao longo dos últimos vinte anos, por meio de um modelo de três fases para a evolução do jornal eletrônico e serviços de preprints, e fornece elementos que descrevem o panorama atual para a comunicação científica no Brasil. O modelo trifásico apresentado neste trabalho é uma adaptação daquele proposto por Tenopir et al. (2003) para descrever os padrões de uso de jornais pelos cientistas desde 1990. A fase evolucionária inicial seguiu a emergência dos primeiros jornais digitais e a criação de repositórios na Web para publicação de versões preliminares de trabalhos científicos por iniciativa do autor; àquele tempo, acadêmicos tradicionais reprovavam iniciativas de publicação eletrônica. De 1996 em diante, na fase de consolidação, os jornais eletrônicos comumente consistiam em cópias idênticas de suas versões impressas; a aceitação do formato eletrônico começou a aumentar, e os serviços de preprints disseminaram- se em várias disciplinas. A fase evolucionária avançada iniciou-se com a discussão mundial sobre o acesso livre à informação científica. A comparação do jornal eletrônico corrente com aquele imaginado pelos entusiastas nos primeiros anos da década de 1990 mostra alguns aspectos que podem, ainda, ser melhorados na comunicação formal e informal, visando a efetiva disseminação da informação científica.
comunicação científica; jornal eletrônico; publicação eletrônica; acesso livre; disseminação da informação