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MODERNIDADE COM FEITIÇARIA: CANDOMBLÉ E UMBANDA NO BRASIL DO SÉCULO XX* * Este artigo apresenta, de forma pouco modificada, três dos dezesseis capítulos da tese de livre docência em Sociologia, Os Candomblés de São Paulo, que o autor defendeu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em novembro de 1989, tese baseada em pesquisa realizada em 60 terreiros de candomblé situados na região metropolitana de São Paulo.

A umbanda é considerada a mais genuína religião brasileira de origem africana. Neste artigo procura-se mostrar como a formação da umbanda no Rio de Janeiro dos anos 30 deste século está estreitamente ligada ao processo de mudança social em curso. Por volta de 1950, a umbanda já se encontrava difundida por todo o país como uma religião para todos, a despeito de cor, classe social e origem geográfica, enquanto o candomblé, religião da qual a umbanda se formou, mantinha-se limitado a grupos negros, sobretudo no Nordeste. A partir dos anos 60, entretanto, parcelas significativas de umbandistas passaram a professar o candomblé, sobretudo nas cidades grandes e desenvolvidas do Sudeste. Encontrar sentido para esses movimentos, como elementos das próprias mudanças que se dão na sociedade brasileira, é objetivo do presente trabalho.

Brasil; religiões africanas; umbanda; candomblé; mudanças sociais


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