Acessibilidade / Reportar erro

O islã e o sistema escolar no Marrocos pré-colonial

Resumos

No Marrocos, como no resto do mundo muçulmano, o Islã foi o grande promotor de atividades educativas regulamentadas. Durante o período pré-colonial, as escolas não eram interessantes para Makhzen. Para além de questões específicas, tais como auxílio à Universidade Quaraouiyine, a grande maioria das escolas vivia da generosidade dos muçulmanos ricos e da administração pública. Os alunos foram ensinados a ler e escrever o Corão. Toda a ciência girava em torno de uma espécie de teologia do Corão. Enquanto isso, as escolas judaicas e europeias foram desenvolvidas, enquanto os colonizadores franceses e espanhóis exploraram as riquezas marroquinas com o consentimento do Makhzen.

Islã; Marrocos; escola; pré-colonial; Corão


In Morocco, as elsewhere in the Muslim world, Islam was the great promoter of educational activities in schools. During the precolonial period, the school issue was not interesant for the Makhzen (political power). Apart from specific issues such as aids to the Quaraouiyine University, the majority of schools lived off the generosity of Muslims with fortune and Public Administration. It was taught to read and write the Koran and the other sciences had also its origin in the Koran. Meanwhile, Jewish and European schools were developed, while French and Spanish colonizers exploited Moroccan resources with the consent of Makhzen.

Islam; Morocco; school; precolonial; Koran


  • 5 Para aprofundar a temática: William Marçais, "Comment l'Afrique du Nord a été arabisée I. L'arabisation des ville", Annales de l'institut d'Etudes Orientales d'Alger, n. 4 (1938), pp. 1-21;
  • William Marçais, "Comment l'Afrique du Nord a été arabisée. II. L'arabisation des campagnes, Annales de l'institut d'Etudes Orientales d'Alger", n. 14 (1956), pp. 5-17.
  • 10 Helen Nolan, "Quranic Schools in Morocco: Agents of Preservation and Change" (Tese de Doutorado, Universidade de Pittsburgh, 2000), p. 118.
  • 11 Al-Hadrami Ibn Khaldun, Taij Ibn Khaldun, Beirut: Dar Al-Kitab Al Lubnani, 1981, v. XIV, pp. 1038-39.
  • 14 O significado do vocábulo Makhzen, que tem caráter polissêmico, entendemos como o poder político e socioeconômico que imperava no conglomerado de coletivos tribais que povoavam o Marrocos, que certamente poderíamos qualificar como poder fático. No período pré-colonial, designava a "casa real" do Estado do Império Cherifiano. Rachidia Cherifi, Le Makhzen politique au Maroc. Hier et aujourd'hui, Casablanca: Afrique-Orient, 1988.
  • 15 Al Jattab, Al-Madaris Al-Ilmia Al-Atika Mohammedia: Asociación Adu, Tomo I, p.36.
  • 16 Kilito Abdelfatah, "Révolte au Msid", Lettre International, n. 3 (1991), pp. 32-4.
  • 18 Ahmed Moatassime, "Éducation et itinérance: entre le passé et l'actualité", Revue Tiers-Monde, n. 135 (1993), p. 586.
  • 20 Abdallah Laroui, Les origenes sociales et culturelles du nationalisme marocain (1830-1920), Casablanca: Centre Culturel Arabe, 1977, pp. 191-201.
  • 21 Michaux Bellaire, "L'enseignement indigéne au Maroc", Revue du Monde Musulman, v. XV (1911), pp. 440-1.
  • 22 Jeanne René Pottier, Histoire du Sahara Paris: Nouvelles Editions Latines, 1974, pp. 215-16.
  • 25 Mohamed Al-Mannuni, Hadarit Al-Muwahhidin Casablanca: Sebou, 1989, pp. 16-24.
  • 26 Para aprofundar o tema: Abdelatif Agnouche, Histoire politique du Maroc. Pouvoir-Légitimités-Institutions, Casablanca: Afrique Orient, 1987.
  • 28 Em 1924, a Universidade Quaraouiyine contava com 172 ulemas (teólogos muçulmanos), sendo 141 ulemas propriamente ditos e 31 assimilados. Paul Marty, Le Maroc de demain, Paris: Publications du Comité de l'Afrique Française, 1925, pp. 15-6.
  • 30 Neste período, a Universidade Quaraouiyine e seus anexos contavam com uns mil alunos (400 em Fez e 600 em outras cidades. Marty, Le Maroc de demain, p. 317.
  • 31 Haim Zafrani, Deux mille ans de vie juive au Maroc. Histoire, religion et magie, Casablanca: Editions EDDIF, 1998, p. 289.
  • 33 Simone Levy, Essais d'histoire et de civilisation judeo-marocaines, Rabat: Centre Tarik Ibn Ziad, 2001, p. 12, 34.
  • 34 Zafrani, Deux mille ans de vie juive au Maroc, pp. 124-5, 163-165.
  • 36 Sarah Leibovici, "Aproximación hispano-judía en el Marruecos ochocentista (Tetuán, 18621896)", http://digitum.um.es/xmlui/bitstream/10201/6969/1/Aproximacion%20hispanojudia%20en%20el%20Marruecos%20ochocentista%20(Tetuan,%2018621896).pdf?sequence=1, consultado em 28/01/2010.
  • 37 René Leclerc, L'enseignement au Maroc Étude d'ensemble sur l'instruction française et étrangère au Maroc (Année 1907-1908), Argélia: Impr. S. Léon, pp. 50-72,
  • apud Abdelkader Baina, Le système de l´enseignement au Maroc, Casablanca: Editions Maghrébines, 1981, p. 102.
  • 39 Jose María Cordero Torres, Organización del protectorado español en Marruecos, Madrid: Editora Nacional, 1943, p. 25.
  • 40 Muhammad Ibn Azzu Hakim: "Un caso insólito en la historia de las relaciones entre el islam y el cristianismo: un Amir-al-muminin que tuvo relaciones afectuosas con un obispo católico". Centro Cultural Islámico de Valencia. 2005, http://www.webcciv.org/Actividades/Conferencias/benazzouz.html
  • 41 Lucien Paye, Introduction et evolution de l´enseignement moderne au Maroc (Des origines jusqu´à 1956), Rabat: Arrissala, 1992, pp. 96-100.
  • 42 Larbi Ibaaquil, "Mobilité sociale et passage par l'école au Maroc" (Tese de Doutorado, Universidade de Paris V, 1987), p. 244,
  • apud Ali Bulhacem, Sociologie de l'education, Casablanca: Afrique-Orient, 2000, p. 16.
  • 46 Manuel Fernández Rodríguez, España y Marruecos en los primeros años de la Restauración (1875-1894), Madrid: C.S.I.C., Centro de Estudios Históricos, 1985, p. 191.
  • 47 Ibn Khaldun, Muqaddimah, Paris: Imprimerie Impériale (1863-1868), v. I, p. 37.
  • 50 Abdellatif Felk, "Contribution à une analyse des rapports entre le champ socio-culturel et le système d'enseignement dans le Maroc précolonial", Attadris, n. 7 (1984), p. 18.
  • 52 Tendo em conta que, já em 1674, os missionários franciscanos espanhóis tinham criado uma escola em Fez onde ministravam uma educação elementar compatibilizando-a com uma ação católica. José María López, "Tradición hispano-escolar en Marruecos", Revista Progreso, n. 1 (1934), p. 5.
  • 54 Abdallah Laroui, Les origines sociales et culturelles du nationalisme marocain (1830-1912), Paris: Edit François Máspero, 1977, pp. 191-2.
  • 55 Emile Durkheim, Education et sociologie, Paris: PUF, 1966, p. 190.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    2012

Histórico

  • Recebido
    20 Ago 2010
  • Aceito
    13 Dez 2010
Universidade Federal da Bahia Praça Inocêncio Galvão, 42 Largo 2 de Julho, Centro, 40060-055 - Salvador - BA, Tel: 5571 3283-5501 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: ceao@ufba.br