Breve comentário sobre a patogenia da cisticercose espinhal

Sperlescu, A.; Balbo, R. J.; Rossitti, S. L.

doi:10.1590/S0004-282X1989000100016

Resumos

A hipótese de que embriões cisticercóticos possam alcançar os espaços suba-racnóideos espinhais por migração descendente a partir de espaços intracranianos previamente infestados não é compatível ao acometimento leptomeníngeo espinhal primário, que observamos em duas pacientes. É sugerido que nesses casos os embriões invadem o sistema nervoso central através do fluxo sangüíneo retrógrado pelo plexo venoso vertebral interno e veias intervertebrais, e que o compartimento intracraniano do liqüido cefalorraqueano possa ser secundariamente invadido pelos cisticercos.

The spinal forms of neurocysticercosis are rather rare. The more common presentation is the leptomeningeal form. We have reported two patients with an exclusively spinal involvement verified through surgery. The current theory of downward migration of the parasites from the cerebral to the spinal subarachnoid space cannot explain primary spinal forms, and it is suggested that retrograde flow through the epidural vertebral veins provides an alternative route.

Breve comentário sobre a patogenia da cisticercose espinhal

Brief comments on the pathogenesis of spinal cysticercosis

A. Sperlescu^I; R. J. Balbo^II; S. L. Rossitti^III

^IDepartamento de Neuro-Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) e do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Vera Cruz, Campinas: Professor Assistente

^IINeuro-Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) e do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Vera Cruz, Campinas: Professor Adjunto

^IIIDepartamento de Neuro-Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) e do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Vera Cruz, Campinas: Médico Residente

RESUMO

A hipótese de que embriões cisticercóticos possam alcançar os espaços suba-racnóideos espinhais por migração descendente a partir de espaços intracranianos previamente infestados não é compatível ao acometimento leptomeníngeo espinhal primário, que observamos em duas pacientes. É sugerido que nesses casos os embriões invadem o sistema nervoso central através do fluxo sangüíneo retrógrado pelo plexo venoso vertebral interno e veias intervertebrais, e que o compartimento intracraniano do liqüido cefalorraqueano possa ser secundariamente invadido pelos cisticercos.

SUMMARY

The spinal forms of neurocysticercosis are rather rare. The more common presentation is the leptomeningeal form. We have reported two patients with an exclusively spinal involvement verified through surgery. The current theory of downward migration of the parasites from the cerebral to the spinal subarachnoid space cannot explain primary spinal forms, and it is suggested that retrograde flow through the epidural vertebral veins provides an alternative route.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Hospital Vera Cruz, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia - Av. Andrade Neves 402 -13100 Campinas SP - Brasil

Referências bibliográficas

1. Batson OV - The function of the vertebral veins and their role in the spread of metastases. Ann Surg 112:138, 1940.
2. Batson OV - The role of the vertebral veins in metastatic processes. Ann Intern Med 16:38, 1942.
3. Bussone G, La Mantia L, Frediani F, Lamperti E, Salmaggi A, Campi A, Sinatra MG, Boiardi A - Neurocysticercosis : clinical and therapeutic considerations. Review of italian literature. Ital J Neurol Sci 7:525, 1986.
4. Canelas HM, Ricciardi-Cruz O, Escalante OAD - Cysticercosis of the nervous system: less frequent clinical forms. III. Spinal cord forms. Arq Neuro-Psiquiat (São Paulo) 21:77, 1963.
5. Carydakis C, Baulac M, Laplane D, Schuller E, Philippon J - Cysticercose spinale pure: note sur le liquide céphalo-rachidien. Rev Neurol 140:590, 1984.
6. Isamat de la Riva F - Cisticercosis Cerebral. Vergara, Barcelona, 1957, pg 29.
7. Livramento JA, Machado LR, Spina-França A - Sinalização do líqüido cefalorraqueano em doenças inflamatórias crônicas do sistema nervoso central. Arq Neuro-Psiquiat (São Paulo) 44:351, 1986.
8. Monteiro-Salles FJ - Cisticercose Cerebral. Tese. São Paulo, 1934.
9. Parke WW - Applied anatomy of the spine. In Rothman RH, Simeone FA (eds): The Spine. Saunders, Philadelphia, 1975, vol 1, pg 19.
10. Queiroz LS, Pellegrini A Filho, Callegaro D, Faria LL - Intramedullary cysticercosis: case report, literature review and comments on pathogenesis. J Neurol Sci 26:61, 1975.
11. Rocca ED, Neira B - Cisticercosis del raquis. Rev Neuro-Psiquiat (Lima) 42:96, 1979.
12. Sperlescu A, Balbo RJ, Rossitti SL - Cisticercose espinhal: a propósito de três casos. Simpósio Neurocisticercose '88: Controvérsias e Perspectivas. São Paulo, março de 1988.
13. Trelles JO, Trelles L - Cysticercosis of the nervous system. In Vinken PJ, Bruyn GW (eds) : Handbook of Clinical Neurology. North-Holland, Amsterdam, 1978, vol 35, pg 291.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
07 Jun 2011
Data do Fascículo
Mar 1989

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

[1] 1. Batson OV - The function of the vertebral veins and their role in the spread of metastases. Ann Surg 112:138, 1940.

[2] 2. Batson OV - The role of the vertebral veins in metastatic processes. Ann Intern Med 16:38, 1942.

[3] 3. Bussone G, La Mantia L, Frediani F, Lamperti E, Salmaggi A, Campi A, Sinatra MG, Boiardi A - Neurocysticercosis : clinical and therapeutic considerations. Review of italian literature. Ital J Neurol Sci 7:525, 1986.

[4] 4. Canelas HM, Ricciardi-Cruz O, Escalante OAD - Cysticercosis of the nervous system: less frequent clinical forms. III. Spinal cord forms. Arq Neuro-Psiquiat (São Paulo) 21:77, 1963.

[5] 5. Carydakis C, Baulac M, Laplane D, Schuller E, Philippon J - Cysticercose spinale pure: note sur le liquide céphalo-rachidien. Rev Neurol 140:590, 1984.

[6] 6. Isamat de la Riva F - Cisticercosis Cerebral. Vergara, Barcelona, 1957, pg 29.

[7] 7. Livramento JA, Machado LR, Spina-França A - Sinalização do líqüido cefalorraqueano em doenças inflamatórias crônicas do sistema nervoso central. Arq Neuro-Psiquiat (São Paulo) 44:351, 1986.

[8] 8. Monteiro-Salles FJ - Cisticercose Cerebral. Tese. São Paulo, 1934.

[9] 9. Parke WW - Applied anatomy of the spine. In Rothman RH, Simeone FA (eds): The Spine. Saunders, Philadelphia, 1975, vol 1, pg 19.

[10] 10. Queiroz LS, Pellegrini A Filho, Callegaro D, Faria LL - Intramedullary cysticercosis: case report, literature review and comments on pathogenesis. J Neurol Sci 26:61, 1975.

[11] 11. Rocca ED, Neira B - Cisticercosis del raquis. Rev Neuro-Psiquiat (Lima) 42:96, 1979.

[12] 12. Sperlescu A, Balbo RJ, Rossitti SL - Cisticercose espinhal: a propósito de três casos. Simpósio Neurocisticercose '88: Controvérsias e Perspectivas. São Paulo, março de 1988.

[13] 13. Trelles JO, Trelles L - Cysticercosis of the nervous system. In Vinken PJ, Bruyn GW (eds) : Handbook of Clinical Neurology. North-Holland, Amsterdam, 1978, vol 35, pg 291.