Open-access A necessidade de reinventar as empresas

Resumos

Para algumas empresas a adaptação aos novos tempos é inevitável, uma questão de vida e morte. Para outras, a adaptação é uma recomendação, uma medida preliminar de segurança. As empresas contemporâneas estão precisando mudar em função de pressões externas e internas inéditas tanto na variedade como na intensiÂdade e alguns eventos estão sinalizando a chegada da nova empresa. Elas carregam dentro de si as sementes da sua própria destruição. Seus empregados hoje são mais educados e reivindicadores do que nunca, muitas deciÂsões estão dispersas no meio de um corpo enorme e diversificado de especialistas e gerentes, as forças políticas internas estão mais intensas e competem com a própria empresa pela energia vital de seus empregados. A tecnoÂlogia relacionada com a gestão das empresas está provocando mudanças até mais intensas que as causadas pela tecnologia de processo de fabricação no final do século passado. Novas premissas, adequadas a novos fatores, devem orientar o projeto das empresas destinadas a sobreviver e prosperar nos novos tempos.

transformação organizacional; tecnologia; desenho organizacional; estratégia empresarial


To some companies, adapting to new times is inevitable, a lífe or death decision. To otners, adaptation ls recommended as a precaution. Contemporary companies have to change because of externai and internai pressures that are novel both in intensity and variety and we have seen signs of the arrival of the new enterprise. They carry the seeds of their destruction inside themselves. Their employees are more educated and demanding than ever, many decisions are dispersed in a huge and diversified body of specialísts and managers, the internai política I powers are intense and compete with the company itself for the vital energy of employees. Management related technologies are leading to even deeper changes than those caused by process technologies in the end of the last century. New premises, more adequa te to these new factors, shall guide th~ design ot companies that are to survive and row in these new times.

business transformation; technology; organizational design; business strategy


ORGANIZAÇÃO, RECURSOS HUMANOS E PLANEJAMENTO

A necessidade de reinventar as empresas

José Ernesto Lima Gonçalves

Professor do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da EAESP/FGV e Consultor

RESUMO

Para algumas empresas a adaptação aos novos tempos é inevitável, uma questão de vida e morte. Para outras, a adaptação é uma recomendação, uma medida preliminar de segurança. As empresas contemporâneas estão precisando mudar em função de pressões externas e internas inéditas tanto na variedade como na intensi­dade e alguns eventos estão sinalizando a chegada da nova empresa. Elas carregam dentro de si as sementes da sua própria destruição. Seus empregados hoje são mais educados e reivindicadores do que nunca, muitas deci­sões estão dispersas no meio de um corpo enorme e diversificado de especialistas e gerentes, as forças políticas internas estão mais intensas e competem com a própria empresa pela energia vital de seus empregados. A tecno­logia relacionada com a gestão das empresas está provocando mudanças até mais intensas que as causadas pela tecnologia de processo de fabricação no final do século passado. Novas premissas, adequadas a novos fatores, devem orientar o projeto das empresas destinadas a sobreviver e prosperar nos novos tempos.

Palavras-chave: transformação organizacional, tecnologia, desenho organizacional, estratégia empresarial.

ABSTRACT

To some companies, adapting to new times is inevitable, a lífe or death decision. To otners, adaptation ls recommended as a precaution. Contemporary companies have to change because of externai and internai pressures that are novel both in intensity and variety and we have seen signs of the arrival of the new enterprise. They carry the seeds of their destruction inside themselves. Their employees are more educated and demanding than ever, many decisions are dispersed in a huge and diversified body of specialísts and managers, the internai política I powers are intense and compete with the company itself for the vital energy of employees. Management related technologies are leading to even deeper changes than those caused by process technologies in the end of the last century. New premises, more adequa te to these new factors, shall guide the design ot companies that are to survive and row in these new times.

Key words: business transformation, technology, organizational design, business strategy.

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1. MITROFF, Ian, LINSTONE, Harold, The unbounded mind. London: Oxford, 1993.

2. DAVENPORT, Thomas. Reengenharia de processos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

3. MORRIS, Daniel, BRANDON, Joel. Reengenharia: reestruturando a sua empresa. São Paulo: Makron, 1994.

4. PRITCHETI, Price. New work habits for a radical/y changing world. Dallas: Pritchett & Associates, 1994.

5. LOOMIS, Carol. Dinosaurs?, Fortune, 03/05/93, p.36-42.

6. NAISBITI, John, ABURDENE, Patricia. Re-inventing lhe cotporstion. New York: Warner, 1985.

7. KANTER, Rosabeth Moss. World ctees. New York: Simon & Schuster, 1995.

8. BARDWICK, Judith. Danger in lhe comfort zone. New York: Amacon, 1995.

9. A palavra inglesa "entitlement", utilizada por Judith Bardwick, foi traduzida por nós pela expressão "direito adquirido".

10. Referência ao fato de a estratégia básica para recuperar os níveis de resultados se basear na redução dos custos e não no aumento de receitas, cf. HAMEL, Gary, PRAHALAD, C. K. Competing for lhe tuture. Boston, MA: Harvard Business School Press, 1994.

11. Sigla correspondente a "just-in-time".

12. HAMMER, Michael. Reengineering lhe corporation. New York: HarperBusiness, 1994.

13. WATERMAN JR., Robert. O fator renovação. Rio de Janeiro: Harbra, 1989.

14. O mesmo raciocínio pode ser encontrado em MITROFF, lan, L1NSTONE, Harold. Op. cit.

15. WOMACK, James et aI. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

16. BARDWICK, Judilh. Op. cit.

17. PETERS, Tom. Rompendo as barreiras da administração. Rio de Janeiro: Harbra, 1993.

18. RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos: o declínio inevitávei dos niveis dos empregos e a redução da força global de trabalho.São Paulo: Makron Books, 1996.

19. HANOY, Charles. The age ot paradoxo Boston, MA: Harvard Business School Press, 1994.

20. The wall Street Journal, citado em RIFKIN, Jeremy. Op. cit.

21. BAILYN, Lotte. Changing the conditions of work: responding to increasing work force diversily and new family patterns. In: KOCHAM, Thomas et al, Transforming organizations. London: Oxford, 1992.

22. Entrevistas do autor com professores universitários japoneses em Tóquio e Osaka, em 1982 e 1985.

23. Chama-se de baby boom o período de 1946 a 1960, em que nasceram 76 milhões de americanos, numa taxa de crescimento populacional sem paralelo na história do país.

24. BARDWICK, Judith. Op. cit.

25. MILLS, D. Quinn. o renascimento da empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1993.

26. Utilizamos a palavra "indústria" para nos referirmos ao conjunto das empresas que atuam num determinado setor da atividade econômica. Não deve ser confundida com a conotação de empresa industrial.

27. Business Week, 19/06/95, p.36.

28. FREEDMAN, David. Is management stlll a science?, Boston, MA: Harvard Business Review, Nov.lDec. 1992, p.26­38.

29. DAVENPORT, Thomas. Op. clt.

30. LAND, George, JARMAN, Beth. Ponto de ruptura e transformação. São Paulo: Cultrix, 1990.

31. Ver ACKOFF, Russel L. Redesigning the future. New York: Wiley, 1973; HAMEL, Gary, PRAHALAD, C. K. Op. cit.

32. DRUCKER, Peter. lhe new society of organizations, Boston, MA: Harvard Business Review, Sep./Oct. 1992, p.95­104.

33. HAMEL, Gary, PRAHALAD, C. K. Op. cit.

34. McFEELY, Wilbur. Organization change. lhe Conference Board, 1972.

35. CARLZON, Jan. Moments ot truth. New York: HarperCollins, 1987.

36. Idem, ibidem.

37. NOLAN, Richard, CROSON, David. Creative destruction. Boston, MA: Harvard Business School Press, 1995.

38. Business week, 19/02/96, p.21.

39. HAMEL, Gary, PRAHALAD, C. K. Op. cit.

40. CLARKE, Thornas, MONKHOUSE, Elaine. Repensando a empresa. São Paulo: Pioneira, 1995.

41. Mark Goyder parafraseando Ashby em CLARKE, lhamas e MONKHOUSE, Elaine. Idem, ibidem.

42. DAVIS, Stan, DAVIDSON, Bill. Management 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1993.

43. MORRIS, Daniel, BRANDON, Joel. Op. cit.

44. NOLAN, Richard, CROSON, David. Op. cit.

45. WANT, Jerome. Managing radical change. New York: Wiley, 1995.

46. DREYFUSS, Cassio. A organização do ano 2000: a reengenharia, a tecnologia e o resultado dos negócios. In: GONÇALVES, José Ernesto Lima Gonçalves, DREYFUSS, Cassio. Reengenharia das empresas: passando a limpo. Atlas, 1995; TAPSCOn, Don, CASTON, Art. Mudança de paradigma. São Paulo: Makron, 1995.

47. HAMEL, Gary, PRAHALAD, C. K. Op. cit.

48. NOLAN, Richard, CROSON, David. Op. cit.

49. PRITCHETI, Price. Op. cit.

50. BRIDGES, William. Job shift. Addison­Wesley, 1994.

51. DRUCKER, Peter. The new socíetv of organizations, Boston, MA: Harvard Business Review, Sep./Oct. 1992, p.95­104.

52. MARSHALL, Edward. Transforming the way we work. New York: Amacon, 1995.

53. GALBRAITH, Jay, LAWLER 111, Edward. Organizando para competirno futuro. São Paulo: Makron, 1995.

54. DRUCKER, Peter. The post-capitalist society. New York: HarperCollins, 1993.

55. MILES, R., SNOW, C. Organizations: new concepts for new forms, California Management Review, 1986,28, p.62-73.

56. HAMMER, Michael. Op. cit.

57. MORRIS, Daniel, BRANDON, Joel. Op. cit.

58. GONÇALVES, José Ernesto Lima. O papel transformador da tecnologia. In: GONÇALVES, José Ernesto Lima Gonçalves, DREYFUSS, Cassio. Op. cit.

59. "Workplace" tem signficado mais rico do que "local de trabalho". Refere-se tanto ao posto de trabalho de cada pessoa como ao local coletivo onde o trabalho é realizado, incluindo suas dimensões sociais, ambientais e tecnológicas.

60. RIFKIN, Jeremy. Op. cit.

61. TAPSCOn, Don, CASTON, Art. Op. cit.

62. NOLAN, Richard, CROSON, David. Op. cit.

63. TAPSCOn, Don, CASTON, Art. Op, cit.

64. GONÇALVES, José Ernesto Lima, OREYFUSS, Cassio. Op. cit.

65. GOUILLART, Francis, KELLY, James N. Transforming the organization. New York: McGraw-Hill, 1995.

66. MORRIS, Daniel, BRANDON, Joel. Op. cit.

67. CONNER, Oaryl. Managing at the speed ot change. New York: Villard, 1995.

68. RIFKIN, Jeremy. Op. cit.

69. Por exemplo, ver The Tom Peters seminar. Vintage, 1994.

70. GOUILLART, Francis, KELLY, James N. Op. cit.

71. MILLS, D. Quinn. Op. cit.

72. WANT, Jerome. Op. cit.

73. WHITELEY, Richard. The customer driven company. MA: Addison-Wesley, 1991.

74. BRIDGES, William. Op. cit.

75. GOUILLART, Francis, KELLY, James N. Op. cit.

76. DRUCKER, Peter. The new society of organizations, Boston, MA: Harvard Business Review, Sep./Oct. 1992, p.95­104.

77. GALUPPO, Ricardo. A destruição criadora, Exame, 02 outubro 1995, p.60-62.

Referências bibliográficas

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  • 2. DAVENPORT, Thomas. Reengenharia de processos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
  • 3. MORRIS, Daniel, BRANDON, Joel. Reengenharia: reestruturando a sua empresa. São Paulo: Makron, 1994.
  • 6. NAISBITI, John, ABURDENE, Patricia. Re-inventing lhe cotporstion. New York: Warner, 1985.
  • 7. KANTER, Rosabeth Moss. World ctees. New York: Simon & Schuster, 1995.
  • 8. BARDWICK, Judith. Danger in lhe comfort zone. New York: Amacon, 1995.
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  • 25. MILLS, D. Quinn. o renascimento da empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
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  • 77. GALUPPO, Ricardo. A destruição criadora, Exame, 02 outubro 1995, p.60-62.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Dez 2011
  • Data do Fascículo
    Jun 1998
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