Resumos
INTRODUÇÃO: Nas Américas, Lutzomyia longipalpis tem sido incriminada como vetora da leishmaniose visceral em, praticamente, todas as áreas de ocorrência dessa parasitose. A notificação de casos humanos a partir de 1980 e a presença de cães com aspecto sugestivo de leishmaniose visceral no Município de Corumbá, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, levaram a investigações entomológicas na área, com o objetivo de identificar a população de flebotomíneo vetora. MATERIAL E MÉTODO: A pesquisa foi realizada no peri e intradomicílio de três residências urbanas e em ecótopo natural, representado por uma gruta, situado fora do perímetro urbano. As capturas, semanais em sua maioria, foram realizadas com armadilhas automáticas luminosas, no período de 1984 a 1986. Os dados metereológicos desse período foram obtidos junto à Estação Metereológica da cidade e os de 1925 a 1982, de bibliografia. RESULTADOS: A fauna flebotomínea urbana, composta de oito espécies, mostrou-se semelhante à da gruta, porém nesta, a abundância das espécies foi maior. Na área urbana, Lu. cruzi predominou tanto no intra como no peridomicílio: no bairro central, representou 90,3% dos espécimens e nos dois bairros periféricos, os seus percentuais foram menores. Lu. forattinii, também, teve freqüência expressiva em um dos bairros periféricos (39,0 %). Na gruta, Lu. corumbaensis foi a espécie predominante. Comenta-se o impacto das condições climáticas e do inseticida aplicado na área urbana na freqüência das espécies, e da utilização da gruta como criadouro pelos flebotomíneos, com base na evolução da razão entre os sexos ao longo do período. Foram adicionadas informações sobre antropofilia e de coleta com isca canina de Lu. forattinii. CONCLUSÃO: O predomínio de Lu. cruzi na área urbana; a expressiva freqüência de Lu. forattinii na periferia da cidade, bem como a sua antropofilia e o estreito grau de parentesco destas espécies com Lu. longipalpis, a principal vetora da leishmaniose visceral em outras áreas da América, são aspectos que sugerem a participação de ambas na transmissão da doença, em Corumbá.
Phychodidae; Ecologia de vetores
INTRODUCTION: In the Americas, Lutzomyia longipalpis has been incriminated as the vector of visceral leishmaniasis in almost all the areas in which this disease has been reported. The notification of human cases of visceral leishmaniasis and the presence of dogs with an appearance suggestive of the disease in the county of Corumbá, Mato Grosso do Sul State, Brazil, led us to undertake an entomological investigation in this area, for the purpose of identifying the phlebotomine vector. MATERIAL AND METHOD: The county of Corumbá is located in the Pantanal region and its urban area is situated at 18° 59’ 44" South and 57° 39’ 16" West. The research project was carried out in peri and intradomiciliary environments, in three urban districts, one of which was central and the other two on the outskirts, and in a cave situated outside the urban perimeter. Most of the captures were made weekly with light automatic traps, in the period from February 1984 to December 1986. Meteorological data for this period were obtained from the city,s meteorological station and those for the period from 1925 to 1982 from the literature. RESULTS: The urban phlebotomine fauna consisted of eight species and was similar to that of the cave, except that in the latter the species were more abundant. Lutzomyia cruzi was predominant in the peri and intradomiciliary environments. Its prevalence in the central district was of 90.3% and lower in the outskirts. Lu. forattinii presented considerable prevalence (39.0%) in one of the outlying districts too. In the cave, Lu. corumbaensis was the predominant species, followed by Lu. sordellii, Lu. forattinii, Lu. peresi and Lu. cruzi. The impact of the climatic condition and the action of insecticides in the urban area on the frequence of the species, as well as the use of the cave as a breeding ground by the phlebotomines, in view of the changes in the sex rate, are commented. Data on anthropophily and captures of Lu. forattinii using dog bait have been added. CONCLUSION: The predominance of Lu. cruzi in the urban area; the great prevalence of Lu. forattinii in most of the outlying areas studied and the anthropophily of this latter species, as well as the strong affinity of these species with Lu. longipalpis, the main vector of visceral leishmaniais in other areas of the Americas, suggest the participation of both in the transmission of the disease in Corumbá.
Phychodidae; Ecology, vectors
Estudo de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em foco de leishmaniose visceral no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil
Study of phlebotomines (Diptera: Psychodidae) in focus of visceral leishmaniasis in Brazil
Eunice A. B. Galati, Vânia L. B. Nunes, Frederico de Almeida Rego Jr., Elisa T. Oshiro, Marilene Rodrigues Chang
Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP - Brasil (E.A.B.G.); Departamento de Patologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CCBS/UFMS). Campo Grande, MS - Brasil (V.L.B.N., E.T.O); Departamento de Farmácia e Bioquímica do CCBS/UFMS (M.R.C.); Clínica Veterinária Pantanal. Rio de Janeiro, RJ-Brasil.(F.A.R.Jr.)
INTRODUÇÃO
A transmissão da leishmaniose visceral nas Américas, exceto em um foco ao norte da Colômbia, onde Lutzomyia evansi (Nuñez-Tóvar, 1924) foi incriminada como vetora (Travi e col.37, 38, 1990,1996), tem sido atribuída, quase que exclusivamente, à Lutzomyia longipalpis (Lutz e Neiva, 1912) (Grimaldi e col.22, 1989; Dedet10, 1993). Essa espécie tem sido associada às zonas áridas e semi-áridas de ambiente rural e urbano e, embora, mais freqüente nos abrigos de animais domésticos, é numerosa no interior das habitações (Corredor e col.7, 1989; Deane e Deane8, 9, 1957, 1962; Lainson24, 1985; Le Pont e Desjeux25, 1985; Navin e col.30, 1985; Sherlock e Guitton36, 1969; Zelédon e col.39, 1984). Também, é encontrada em abundância, nos ecótopos naturais, tais como: grutas, fendas de rochas, troncos e ocos de árvores (Corredor e col.7, 1989; Deane e Deane8, 1957; Mangabeira26, 1969; Martins e col.27, 1956; Sherlock e Guitton36, 1969).
Em foco de calazar no Estado de Minas Gerais, Martins e col.27 (1956) encontraram Lu. cortelezzii (Brèthes,1923), em número expressivo, junto com Lu. longipalpis, e comentam sobre a necessidade de estudos mais aclaradores do significado epidemiológico desse evento, para o ciclo da doença.
Casos humanos de leishmaniose visceral notificados ao Sistema de Saúde Local do Município de Corumbá, a partir de 1980, e a ocorrência de cães com aspecto sugestivo de calazar, levaram a estudos na área, para esclarecer componentes epidemiológicos da parasitose. A infecção canina encontrava-se disseminada na região urbana, com prevalência de 8,7%, dentre 481 animais examinados e o parasita isolado foi caracterizado bioquimicamente como Leishmania (Leishmania) chagasi Cunha e Chagas, 1937 (Nunes e col.31, 1988).
Pesquisas preliminares da fauna flebotomínea em Corumbá (Galati e col.20, 1985) não constataram a presença de Lu longipalpis. Todavia, foram encontradas, entre outras espécies, Lu. cortelezzii, Lu. cruzi (Mangabeira, 1938) e uma outra não conhecida até época, Lu. forattinii Galati, Nunes, Rego Jr. e Teruya, 1985; estas duas últimas, dotadas de estreito grau de parentesco com Lu. longipalpis. Diante desse quadro, decidiu-se estender o período de estudo, com o objetivo de observar aspectos do comportamento dos flebotomíneos da área, que possibilitassem associá-los à transmissão da parasitose. Posteriormente, evidenciou-se que a espécie identificada como Lu. cortelezzii, embora muito parecida com esta, compreendia uma outra, até então desconhecida, a Lu. corumbaensis Galati, Nunes, Oshiro e Rego Jr., 1989.
MATERIAL E MÉTODO
Área de Estudo. Características Gerais
Inserido no Pantanal sul-matogrossense, o Município de Corumbá é formado por vários distritos. O denominado de Corumbá, onde se localiza a sede municipal, apresenta a área urbana situada à direita do rio Paraguai, nos paralelos 18o 59 44" LS e 57o 39 16" LW e altitude de 116 m (IBGE16, 1983). Seus solos são calcimórficos, pH 7,5-7,9 e, comumente, ocorrem afloramentos de rocha calcárea, bem como modificações por deposição de horizonte antrópico - lixo, entulho ou aterro de minério de ferro, utilizado para base de asfaltamento (Pott e Pott32, 1985). Na periferia da cidade encontram-se morros revestidos por mata caducifolia baixa, com a altura das copas variando entre 6 - 15 m. A vegetação assemelha-se muito à das caatingas do Nordeste brasileiro, principalmente, pela presença de colunas de cactáceas do gênero Cereus ("mandacaru"), da bromeliácea Bromelia balansae ("gravatá") e arbustos altos, com multi troncos (Ferri, 198012; Ratter e col.33, 1988).
O regime pluviométrico é de verão, com concentração de 77,0% nos meses de outubro a março e a altura pluvial média anual de 1.022 mm (Cadavid3, 1984). A temperatura média anual é de 26oC, com a média das máximas de 31 oC (Pott e Pott32, 1985).
A população humana do Município de Corumbá, em 1980, constituía-se de 81.145 habitantes. Destes, 67.812 residentes no Distrito de Corumbá, com 66.077 na área urbana e 1.735 na rural (IBGE17, 1983). Em 1985, a população do município foi estimada em 80.666 habitantes (IBGE18, 1986).
Características Locais
Dos bairros urbanos do Distrito de Corumbá (Figura 1) foram eleitos para o estudo: Centro, onde se concentram as atividades comerciais e a população de nível socioeconômico mais elevado. Cristo Redentor, localizado na periferia, junto a morros revestidos por vegetação nativa, constitui-se em zona de transição entre a urbana e a rural. Sua população é de baixa renda, freqüentemente, residindo em pequenas casas, algumas de pau-a-pique. É comum a presença de terrenos baldios e a maioria das ruas não é asfaltada. Dom Bosco, embora periférico, tem maior densidade de residências e estas, geralmente, são de alvenaria.
A - Localização geográfica do Município de Corumbá, MS (área pontilhada). B - Área urbana do Município de Corumbá e os pontos de coletas: 1. Centro; 2. Cristo Redentor; 3. Dom Bosco.
Optou-se, ainda, por fazer obeservações em um ambiente natural, representado por uma gruta, denominada Gruta da Santa, que dista cerca de 10 km do centro urbano e encontra-se às margens da Lagoa do Tamengo. Constitui-se de formação rochosa, em forma semi-lunar. Seu comprimento máximo mede cerca de 8 m, a largura, 5 m e a altura, na entrada, 2 m, diminuindo gradativamente para as laterais e para o fundo, onde é cerca de 1 m. Seu acesso dá-se através de uma abertura, com cerca de 2 m de comprimento por 1 m de altura, localizada no centro de sua parte mais longa. No seu interior, encontram-se muitas pedras soltas, algumas raízes infiltradas, um altar com uma imagem sagrada e dois bancos construídos de concreto. Nas épocas mais chuvosas, a água fica represada logo após a sua entrada. É freqüentada por devotos e pescadores, sendo comum encontrar restos de velas, latas e garrafas vazias e outros resíduos antrópicos.
MÉTODO
As coletas foram realizadas com armadilha automática luminosa, em miniatura (Natal e col.29, 1991), sem isca animal, das 18 às 6 horas, no interior da gruta e no peri e intradomicílio de residência situada em cada um dos três bairros citados. As armadilhas no intradomicílio do Centro foram instaladas no interior de casa com teto totalmente forrado e com portas e janelas bem ajustadas, enquanto que no Cristo Redentor e Dom Bosco, as mesmas ficavam na varanda.
As capturas domiciliares, na maior parte do período, foram semanais (exceto para dezembro/85 e em parte de janeiro/86, quando houve interrupção das coletas). Algumas vezes surgiram problemas com o funcionamento das armadilhas. Nestes casos as coletas não foram consideradas.
Na gruta, embora as coletas tenham ocorrido em período concomitante com o da área urbana, a regularidade não pode ser a mesma, por circunstâncias diversas.
Dados meteorológicos de 1984 a 1986 foram obtidos junto à Estação Meteorológica, no Aeroporto da Cidade. Os referentes ao período de 1925-1982, de Cadavid e Rodrigues4 (1986).
Utilizou-se a média aritmética e média de Williams (Haddow23, 1960) para a quantificação das freqüências dos flebotomíneos.
RESULTADOS
O total de coletas na gruta foi de 88. No peri e intradomicílio dos três bairros, foi, respectivamente: Centro: 125 e 122; Cristo Redentor: 127 e 126; e Dom Bosco: 127 e 127.
A fauna flebotomínea de Corumbá constituiu-se de 8 espécies: Brumptomyia brumpti (Larrousse, 1920), Lu. corumbaensis, Lu. cruzi, Lu. forattinii, Lu. oliveirai Martins, Silva & Falcão, 1970, Lu. peresi (Mangabeira, 1942), Lu. sallesi (Galvão & Coutinho, 1940) e Lu. sordellii (Shannon & Del Pont, 1927) (Tabela 1).
Encontram-se na Tabela 2 as médias mensais para fêmeas e machos das espécies mais freqüentes da gruta, bem como o número de coletas, uma vez que estas não foram constantes ao longo do período.
A sazonalidade das espécies mais freqüentes da gruta, para o período de maior regularidade das capturas (setembro/84 a novembro/85), está representada na Figura 2.
Média de Williams (Xw) mensal das espécies de flebotomíneos mais freqüentes na gruta, para o período de maior regularidade das coletas, setembro/1984 a novembro/1985. Município de Corumbá, MS.
Figure 2 - Monthly Williams's averages (Xw) of the more frequent species in the cave, during the more regular period of capture, September 1984 to November 1985. Corumbá county, MS, Brazil.
Na Tabela 3, apresenta-se a média mensal dos flebotomíneos coletados no peridomicílio e, na Tabela 4, apenas a das espécies mais freqüentes do intradomicílio: Lu. cruzi e Lu. forattinii.
Estão plotados na Figura 3, o número de espécimens de flebotomíneos em cada coleta semanal, durante o ano de 1984, no peridomicílio do Centro e Cristo Redentor; a precipitação semanal e temperatura mínima diária de Corumbá.
- Temperatura mínima diária e precipitação semanal no período de janeiro a dezembro de 1984. Número de flebotomíneos obtidos nas coletas semanais, nos peridomicílios dos bairros Centro (linha contínua) e Cristo Redentor (linha interrompida), no período de fevereiro a dezembro de 1984. A seta, indica a época de aplicação de inseticida. Município de Corumbá, MS.
Figure 3 - Minimal daily temperature and weekly rainfall from January to December 1984. Weekly number of phlebotomines captured in the peridomiciliary environments of the Centro (continuous line) and Cristo Redentor (broken line) districts, during the period from February to December 1984. The arrow shows the date of insecticide application. Corumbá county, MS, Brazil.
Destaca-se que o rendimento das coletas de flebotomíneos, na área urbana, a partir do final de maio de 1984, esteve sob efeito da ação de inseticidas, aplicados por órgão público, no intra e peridomicílios (DDT - pó molhável e pasta - e Malathion - UBV) e, em setembro/85, (DDT 75% e 80%).
Podem ser observadas na Figura 4 a precipitação mensal dos anos de 1984 a 1986, e a precipitação mensal média e máxima do período de 1925 a 1982.
- Precipitação mensal em Corumbá, MS.
Linha contínua: máxima do período 1925-1982; linha interrompida: média do período 1925-1982; retângulos: 1984-1986.
COMENTÁRIOS
As armadilhas em miniatura, baseadas nos princípios de atração luminosa e captura, têm sido muito empregadas para se estudar aspectos do comportamento de pequenos dípteros, dentre estes, os dos flebotomíneos, em áreas florestais (Aguiar e col.1, 1985, Arias e Freitas2, 1982, Chaniotis e col.6, 1971) ou no peri e intradomicílio de ambiente rural (Dourado e col.11, 1989, Ryan e Brasil34, 1984). No ambiente urbano, em virtude da interferência luminosa, pesquisas entomológicas utilizando as mencionadas armadilhas são pouco freqüentes. Forattini e col.14 (1973) e Gomes e col.21 (1986) estudando, respectivamente, culicídeos e flebotomíneos, fizeram uso da armadilha New Jersey. Na presente investigação, provavelmente, essa poderia ser a mais apropriada, dado que sua atração luminosa seria tão competitiva quanto à fornecida pela iluminação do meio ambiente; todavia, no intradomicílio, a New Jersey seria mais incômoda aos moradores, devido ao barulho da ventoinha, luminosidade e maior porte. Acresce ainda, que o seu uso poderia implicar em gastos extras de energia.
Com o emprego apenas de armadilhas luminosas não é possível de se obter a verdadeira abundância das espécies (Shaw e Lainson35, 1972); todavia, os dados obtidos nas coletas urbanas, em grande parte semanais, por quase três anos, e pouco mais que um ano, na gruta, podem dar uma idéia aproximada da mesma.
O rendimento menor das coletas na área urbana, em média 1,7 flebotomíneos/coleta, quando comparado ao da gruta, 26,3 flebotomíneos/coleta (Tabela 1), entre outros fatores, pode ser explicado pela maior luminosidade ambiental e presença de inseticida de poder residual, na primeira. No intradomicílio, o baixo rendimento no Centro, em relação aos outros dois bairros, pode ser explicado pelo local onde as armadilhas foram instaladas, pois nestes a mesma ficava em local com livre acesso para os flebotomíneos.
Na gruta, apesar das interrupções que ocorreram, é possível identificar aspectos interessantes sobre o comportamento das espécies. Dentre os 2.318 flebotomíneos capturados (Tabela 1), Lu. corumbaensis predominou, seguida por Lu. sordellii, Lu. forattinii, Lu. peresi e Lu. cruzi. As espécies Lu. sallesi, Lu. oliveirai e B. brumpti ocorreram de modo esporádico, o que sugere utilização apenas como abrigo. Por outro lado, a freqüência quase que constante das demais espécies, ao longo do período, leva a pensar que estejam se criando nesse ecótopo. Tais espécies apresentaram sazonalidade parecida: ocorreram o ano todo, mas tiveram na primavera e início de verão as suas maiores densidades. Contudo, mostraram picos isolados em pleno outono/inverno, Lu. peresi e Lu. sordellii em junho/86 e, Lu. forattinii, em julho/86 (Tabela 2). À presença desses picos pode-se associar a elevação da umidade na gruta, graças às altas precipitações (Figura 4). Todavia, a precipitação elevada, ainda que necessária para o aumento na densidade dos flebotomíneos, por si só não é suficiente, pois não explica a ausência do pico para Lu. corumbaensis e Lu. cruzi no outono-inverno/86, quando a média mensal de precipitação, em maio/86, ultrapassou em muito a do período de referência, 1925-1982. Além de outros fatores, os endógenos, provavelmente, exercem grandes influências, ao lado do suprimento alimentar das formas imaturas e aladas, bem como os inimigos naturais. Quando essas condições passam a atuar em sinergismo, pode-se resultar em uma explosão da população alada, tal como ocorreu no período de setembro a dezembro de 1984 (Figura 2).
A razão machos/fêmeas (Tabela 1) das espécies mais freqüentes da gruta encontra-se muito próxima de 1/1, com exceção da de Lu. corumbaensis, 1/2. Se de fato o método de coleta estiver refletindo a dinâmica das populações, pode-se pensar que haja atração diferenciada para ambos os sexos desta espécie, tal como ocorre com Phlebotomus longipes Parrot & Martin, 1939, no Velho Mundo (Foster15, 1972). Ou então, fêmeas que se criam fora da gruta procuram-na como abrigo ou, ainda, a saída dos machos, para busca de parceiras, fora deste ecótopo.
Um outro aspecto, que parece configurar a gruta como um criadouro de flebotomíneos, pode ser evidenciado por meio da evolução da razão de sexos, no período de maior densidade (Tabela 2). Tomando-se como exemplos, as populações de Lu. forattinii e de Lu. sordellii, nota-se que, quando se iniciou a elevação das densidades (setembro/1984) os machos foram bem mais freqüentes, nos dois meses subseqüentes, ocorreu equilíbrio entre os sexos e, a partir de dezembro, os machos foram capturados em número reduzido ou mesmo desapareceram. Estes resultados vão ao encontro das observações de laboratório que demonstram os machos eclodindo antes das fêmeas (Chaniotis5, 1967; Forattini13, 1973).
A inundação da entrada da gruta foi precedida de encharcamento de suas áreas mais baixas. A ausência de Lu. cruzi, no período de fevereiro-maio/85, sugere que esse evento tenha afetado os seus criadouros mais que os das outras espécies.
No peridomicílio, foram capturadas as mesmas espécies da gruta, totalizando 993 exemplares (Tabela 1). Lu. cruzi mostrou-se a espécie predominante nos três bairros. No Centro, contribuiu com 90,3% dos flebotomíneos capturados, no Cristo Redentor com 63,5%, e no Dom Bosco, com 29,8%. No Cristo Redentor surgiram ainda com freqüências expressivas, Lu. forattinii (15,1%) e Lu. corumbaensis (12,0%). No Dom Bosco, compareceram com freqüências elevadas Lu. corumbaensis (22,1%), Lu. sordellii (19,1%), Lu. forattinii (16,0%) e Lu. peresi (10,7%). Para Lu. cruzi, destaca-se a elevação de sua freqüência, abruptamente, em duas oportunidades: em março/1984, no Cristo Redentor e, em janeiro/86, no Centro, quando foram coletados, respectivamente, 41,0% e 32,3% dos espécimens desses locais ao longo do período.
No intradomicílio (Tabela 1) foram 297 os flebotomíneos capturados, distribuídos nas proporções: Centro (11,8%), Cristo Redentor (50,2%) e Dom Bosco (38,0%). No Centro, Lu. cruzi representou 94,3% dos espécimens coletados. No Cristo Redentor, praticamente, divide a predominância com Lu. forattinii, respectivamente, 46,3% e 38,9% e, no Dom Bosco, Lu. cruzi compareceu com 37,2%. Apenas uma explosão de Lu. forattinii foi detectada em outubro/1984, no Cristo Redentor, quando foram capturados 79,3% dos espécimens ao longo do estudo. Tal como no peri, os machos foram os mais atraídos.
Da fauna urbana, embora semelhante à da gruta, merece atenção especial, Lu. cruzi, pela sua predominância, tanto no peri como no intradomicílio, principalmente na área central de Corumbá, onde representou cerca de 90,0% dos espécimens coletados. No Cristo Redentor, destacou-se ainda Lu. forattinii por apresentar a segunda maior densidade, tanto no intra como no peridomicílio. No bairro Dom Bosco, com exceção de Lu. cruzi, a predominância entre as espécies foi a mesma da gruta, o que pode ser explicado pela presença de afloramento das rochas nos arredores das casas.
A sazonalidade de Lu. cruzi na área urbana não se mostrou constante ao longo do período de estudo e nem entre os bairros. Todavia, nos peridomicílios, onde a sua freqüência foi mais regular, mostrou tendência trimodal, com picos no verão, outono e primavera. Os picos mais expressivos, geralmente, surgem de modo explosivo e, parece que, além das precipitações moderadas e regulares, nas semanas que antecederam as explosões, estas foram estimuladas pela elevação das temperaturas mínimas, na época de eclosão dos alados (Figura 3); pois maior proporção de machos em relação às fêmeas (Tabela 3) pode ser indicativo de que esse evento seja recente. Na Figura 3, embora a representação dos espécimens não seja exclusiva de Lu. cruzi, o seu evidente predomínio influencia na tendência da curva.
A densidade de Lu. cruzi na área urbana, além da ação do inseticida, parece ter sido influenciada pelo regime de chuvas, que se mostrou com grande oscilação, nos anos de 1984 - 1986 (Figura 4). Lu forattinii mostrou tendência semelhante à de Lu. cruzi. Para as demais espécies, o aumento de suas freqüências, apenas na primavera/86, é sugestiva de que o inseticida e as chuvas anormais, também, tenham causado impacto negativo nos seus criadouros, pois os alados estiveram ausentes ou com densidades muito reduzidas, nessa estação, dos dois anos anteriores e, em 1984, foram registradas as suas maiores freqüências na gruta.
O predomínio de Lu. cruzi na área urbana, associado ao fato de não ter sido encontrado macho de Lu. longipalpis, já que suas fêmeas são, morfologicamente, indistinguíveis (Martins e col.28, 1984), levam a crer que cabe à primeira, importância na veiculação da leishmaniose visceral em Corumbá. Todavia, merece atenção a Lu. forattinii, devido ao estreito grau de parentesco com as duas anteriores (Galati19, 1995) e, também, pela ocorrência no ambiente domiciliar, pois apesar de menos freqüente no Centro e Dom Bosco, ocorreu com densidades expressivas no Cristo Redentor graças às duas pequenas explosões simultâneas com às de Lu. cruzi. Na primeira, em 7/8 de março-84, restringiu-se ao peridomicílio, porém, na segunda, 13/14 de outubro - 84, 90% dos espécimens foram capturados no intradomicílio.
Dois outros fatos, que dizem respeito a Lu. forattinii, são dignos de nota. Durante o período de junho a outubro de 1984, no bairro Cristo Redentor, foi colocado em prática um projeto-piloto para identificar a atração dos flebotomíneos por iscas animais: cão, ave, roedor e lacertídeo. Para tanto, foram construídas gaiolas de madeira que abrigavam as iscas e nas suas laterais internas e teto prendiam-se placas untadas com óleo. No período foram coletados 4 machos, um de Lu. peresi, na gaiola, cuja isca era um lacertídeo, e três de Lu. forattinii, na do cão. Em maio/1991, a equipe realizou coletas com isca humana, uma diurna, na gruta, quando foram capturados apenas um macho e uma fêmea de Lu. forattinii e duas outras noturnas, no peridomicílio de dois bairros periféricos, que resultaram em 4 machos de Lu. cruzi e 9 machos e 8 fêmeas de Lu. forattinii. Essas picavam com avidez.
Embora, numericamente, esses achados não sejam significantes, merecem ser analisados à luz de demais informações: o encontro de Lu. peresi, na gaiola com a isca representada por um lacertídeo (lagartixa) faz sentido, pois esse flebotomíneo pertence a um grupo, cujas fêmeas de algumas das espécies alimentam-se em animais de sangue frio (Young e Duncan40, 1994) e, entre os flebotomíneos, é comum os machos acompanharem as fêmeas aos locais de repasto (Chaniotis e col.6, 1971; Shaw e Lainson35, 1972; Zelédon e col.39, 1984; Navin e col.30, 1985; Gomes e col.21, 1986). Mantida esta lógica, pode-se supor que as fêmeas de Lu. forattinii alimentem-se em cães. Por outro lado, as coletas com isca humana demonstraram a sua antropofilia. Em sendo assim, e se constatada a competência vetorial desta espécie, ela surge como potencialmente importante na transmissão do calazar, pelo menos nas áreas urbanas mais periféricas e em ecótopos naturais em Corumbá.
Em relação às duas espécies predominantes da gruta, não foi possível identificar aspectos do seu comportamento que as associem à transmissão da doença na área. Lu. sordellii, dotada de labroepifaringe muito curta, tal como a de Lu. peresi, provavelmente se alimente de animal de sangue frio. Lu. corumbaensis talvez se alimente em quirópteros, pois ambos são abundantes na gruta. Em resumo, as coletas com armadilhas automáticas luminosas, por quase três anos consecutivos, não revelaram a presença de machos de Lu. longipalpis em Corumbá, à qual se atribui, quase que exclusivamente, o papel de vetora da leishmaniose visceral nas Américas. Face a esta ausência, o predomínio de Lu. cruzi na área urbana e o estreito grau de parentesco entre ambas, suspeita-se de que esta seja a vetora dessa parasitose, em Corumbá. Alerta-se, também, para o fato de que Lu. forattinii possa estar atuando no ciclo da doença, pelo menos, nas áreas urbanas mais periféricas e, talvez, rurais; tendo-se em vista, a sua densidade expressiva na gruta e a ocorrência em explosões simultâneas com as de Lu. cruzi, com invasão do domicílio. Acresce-se, o fato de ser antropofílica e pertencer ao mesmo grupo monofilético de Lu. longipalpis e de Lu. cruzi.
A gruta parece atuar como um criadouro de várias espécies de flebotomíneos e dentre elas, de Lu. cruzi e de Lu. forattinii. Se comprovada a capacidade vetorial dessas espécies, esse ecótopo pode oferecer riscos à transmissão da leishmaniose visceral aos seus freqüentadores, que a procuram em atividades religiosas e de lazer.
Edição subvencionada pela FAPESP. Processo 96/5999-9.
Correspondência para/Correspondence to: Eunice A. B. Galati - Av. Dr. Arnaldo, 715 - 01246-904 São Paulo, SP - Brasil. E-mail: egalati@usp.br
Recebido em 29.10.1996. Aprovado em 28.1.1997.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
16 Ago 2001 -
Data do Fascículo
Ago 1997
Histórico
-
Aceito
28 Jan 1997 -
Recebido
29 Out 1996