RESUMO
Objetivo Realizar uma revisão de escopo a respeito dos efeitos adversos cardiovasculares e metabólicos associados ao uso de antipsicóticos em pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia.
Métodos Foi realizada uma revisão de escopo utilizando-se da base de dados PubMed, com descritores MeSH relacionados às doenças cardiovasculares e antipsicóticos. Foram encontrados 976 artigos, os quais foram filtrados por títulos, seguidos dos resumos e, na sequência, lidos na íntegra. Ao final, foram selecionados 71 artigos para a análise.
Resultados O uso de antipsicóticos típicos e atípicos para tratamento da esquizofrenia associa-se a alterações glicêmicas e lipídicas, síndrome metabólica, hipertensão, ganho de peso e morbidade cardiovascular. Os estudos evidenciaram a existência de subdiagnóstico e subtratamento de doenças crônicas nessa população. A mortalidade por doença cardiovascular demonstrou aumento considerável nos pacientes em tratamento com agentes antipsicóticos, em comparação com a população geral.
Conclusão Alguns fatores dos antipsicóticos, ainda não completamente determinados na psicofarmacologia, vêm se mostrando relacionados a maior risco de distúrbios metabólicos, comportamentais e intrínsecos às pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, os quais podem agravar o curso clínico de tais doenças. Reconhece-se a necessidade de aprimorar o acompanhamento e o diagnóstico de doenças cardiovasculares e metabólicas entre pessoas com diagnóstico de esquizofrenia em tratamento com antipsicóticos típicos e atípicos.
Doenças cardiovasculares; esquizofrenia; antipsicóticos
ABSTRACT
Objective To perform a scoping review of cardiovascular and metabolic adverse effects associated with the use of antipsychotics in people diagnosed with schizophrenia.
Methods A scoping review was conducted based on the PubMed database containing MeSH descriptors related to cardiovascular diseases and antipsychotics. At first moment, 976 articles were found, which were filtered by titles, followed by abstracts, and then fully read. In the end 71 articles were selected for the analysis.
Results The use of typical and atypical antipsychotics for the treatment of schizophrenia is associated with glycemic and lipid abnormalities, metabolic syndrome, hypertension, obesity/weight gain, and cardiovascular morbidities. The literature showed underdiagnosis and undertreatment of chronic diseases in this population. Mortality from cardiovascular disease showed a considerable increase in patients under treatment with antipsychotic agents, compared to the general population.
Conclusion Factors, still not entirely determined, in the psychopharmacology of antipsychotics have been shown to be related to an increased risk of metabolic, behavioral and intrinsic disorders in people diagnosed with schizophrenia, which may worsen the clinical course of such illnesses. It is recognized that there is a need to improve the monitoring and diagnosis of cardiovascular and metabolic diseases among people diagnosed with schizophrenia on treatment with typical and atypical antipsychotics.
Cardiovascular diseases; schizophrenia; antipsychotics agents
INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a esquizofrenia é um transtorno mental grave, a qual afeta cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo. Está entre 1 das 10 doenças mais incapacitantes e é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos, considerando-se todas as enfermidades1. Em recente revisão do Global Burden of Disease Study sobre o impacto mundial da doença, a taxa de prevalência padronizada por idade foi de 0,28%, sem diferenças significativas entre os sexos2. Homens e mulheres apresentam, no entanto, diferentes idades de início, expressão dos sintomas, curso da doença e resposta ao tratamento3. A incidência está próxima de 1,5 novo caso para cada 10.000 pessoas anualmente4. O início normalmente ocorre durante a adolescência; início na infância e na idade avançada, acima de 45 anos, é raro.
De acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10)5, trata- se de uma psicopatologia complexa caracterizada por distorções de pensamento, autopercepção e realidade externa, incluindo eco, imposição, disseminação ou roubo do pensamento, com percepções delirantes de controle e influência, alucinações auditivas, distúrbios do pensamento e sintomas negativos. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), para o diagnóstico, o paciente deve relatar a presença de pelo menos dois sintomas, como delírios, alucinações, fala ou comportamento desorganizado e sintomas negativos, por um espaço significativo de tempo durante o período de um mês6.
Segundo a teoria dopaminérgica da esquizofrenia, os sintomas positivos da psicose – delírios, alucinações, incoerência do pensamento, alterações afetivas e psicomotoras – partem de hiperestimulação da atividade de dopamina em receptores D2. Por outro lado, os sintomas negativos, definidos como embotamento afetivo, alogia, abulia-apatia e anedonia, seriam decorrentes de redução na ativação de receptores dopaminérgicos no córtex pré-frontal7. Assim, a função dos medicamentos antipsicóticos seria reduzir a atividade dopaminérgica no núcleo accumbens, para atenuar os sintomas positivos, ao passo em que deve intensificá-la no córtex pré-frontal, a fim de atenuar os sintomas negativos7.
Contudo, são observados efeitos colaterais importantes com o uso crônico da medicação, incluindo alterações motoras, tais como bradicinesia e acatisia8. Os antipsicóticos também são conhecidos por favorecerem anormalidades metabólicas, com destaque para obesidade, diabetes e dislipidemia, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca coronariana e doença cerebrovascular, associadas ao aumento da morbimortalidade9.
Os distúrbios metabólicos são prevalentes em pessoas com esquizofrenia tratadas com antipsicóticos, principalmente com os atípicos, e são subdiagnosticados e subtratados10. Diante desse cenário, indivíduos com esquizofrenia morrem 10 a 25 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente de doença cardiovascular (DCV) prematura11. A razão para esse aumento da mortalidade pode envolver vulnerabilidade intrínseca, fatores de estilo de vida e efeitos iatrogênicos de medicamentos antipsicóticos12.
O ganho de peso clinicamente relevante ocorre com frequência com o uso de antipsicóticos e estabilizadores de humor. Antipsicóticos atípicos como a clozapina e a olanzapina também estão associados a maior incidência de diabetes mellitus e dislipidemia, seja pelo ganho de peso, seja pela ação deletéria direta no metabolismo da glicose13.
Como agravante, pacientes com doenças mentais graves tendem a ter acesso reduzido a cuidados de saúde e tratamento para comorbidades, em comparação com a população em geral. Assim, pessoas com esquizofrenia demandam rastreamento e monitoramento cuidadoso acerca dos efeitos colaterais cardiometabólicos ou mesmo de outros fatores de risco relacionados à medicação e à doença14. Em face do acima exposto, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão de escopo a respeito dos efeitos adversos cardiovasculares e metabólicos associados a terapia antipsicótica nos pacientes diagnosticados com esquizofrenia.
MÉTODOS
Realizou-se uma revisão da literatura acadêmica indexada em bases de dados internacionais, de acordo com a metodologia scoping review. O estudo de escopo objetiva mapear os principais conceitos que apoiam determinada área de conhecimento, examinar a extensão, alcance e natureza da investigação, sumarizar e divulgar os dados da investigação e identificar as lacunas de pesquisas existentes15.
Para construção da pergunta de pesquisa, utilizou-se a estratégia Population, Concept and Context (PCC) para uma revisão de escopo16. A população de estudo é constituída por pessoas diagnosticadas com esquizofrenia; o conceito, tratamento com antipsicóticos e o contexto, a saúde cardiovascular. Assim, a revisão partiu da seguinte pergunta de pesquisa: Qual é a relação entre o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e o uso de antipsicóticos nas pessoas diagnosticadas com esquizofrenia?
A partir da pergunta de pesquisa, foram definidos os descritores em saúde no DECS e MeSH, sendo realizada a busca na base de dados internacional, a leitura de títulos, a leitura de resumos e a leitura na íntegra, a análise crítica dos resultados e a discussão.
As informações foram coletadas na base de dados PubMed, da base de dados MEDLINE, da National Library of Medicine, e incorporadas no software Mendeley. Utilizaram-se as palavras-chave “arrhythmias, cardiac”, “ischaemia”, “heart diseases”, “cardiac disorders”, “cardiovascular diseases”, “schizophrenia”, “schizophrenia spectrum and other psychotic disorders”, “paranoid schizophrenia”, “schizophrenia, disorganized”, “dementia praecox”, “risk factors” e suas derivações.
Os critérios de inclusão dos artigos foram: idioma de publicação em português, inglês ou espanhol; envolvimento de participantes diagnosticados com esquizofrenia sob tratamento ou não com fármaco antipsicótico; contextualização e interesse em repercussão cardiovascular e saúde metabólica do paciente.
A busca foi realizada com artigos até o dia 12 de agosto de 2020 e retornou 976 artigos. Na sequência, após leitura dos títulos e resumos, 678 foram excluídos por não apresentarem elementos que atendessem ao objetivo desta revisão. Os 297 que permaneceram na seleção foram lidos na íntegra; desses, 226 foram excluídos e 71 foram selecionados.
Os critérios de exclusão foram: título e/ou resumo com pouca ou nenhuma associação com o objetivo e a população do estudo; texto completo que não abordou de forma substancial os efeitos cardiovasculares e/ou metabólicos associados ao uso de antipsicóticos ou que não adequou o desfecho à população com diagnóstico de esquizofrenia, especificamente; comparação com terapias farmacológicas diferentes de antipsicótico típico ou atípico; textos classificados como revisões literárias ou publicações não acadêmicas; texto completo indisponível. A figura 1 apresenta, como base na recomendação Prisma, o fluxograma do processo de seleção das publicações desta revisão.
A revisão seguiu o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist17.
RESULTADOS
No presente estudo, todos os artigos analisados foram publicados no idioma inglês e em periódicos da área médica e da epidemiologia. A maioria dos estudos é originária dos Estados Unidos18-38, da China39-46, da Espanha47-54, da Austrália55-58 e da Inglaterra59-64. Os principais achados são em relação a alterações glicêmicas e lipídicas, síndrome metabólica, hipertensão, obesidade/ganho de peso e morbidade cardiovascular e serão detalhados em tópicos.
Alterações glicêmicas
Os distúrbios glicêmicos associados ao tratamento foram relatados em três estudos, e as prevalências variaram de 27% a 31%, sem diferenças marcantes nas frequências entre os grupos de antipsicóticos típicos e atípicos12,58,65. Dois estudos encontraram que pessoas tratadas por esquizofrenia apresentaram taxas mais altas de diabetes de início recente que a população em geral27,66.
Estudo envolvendo 689 indivíduos em tratamento com antipsicóticos encontrou que o diabetes foi diagnosticado em 16% das mulheres e 11% dos homens com esquizofrenia, e apenas em 3% dos controles67. Da mesma forma, em comparação com a população em geral e com homens com esquizofrenia, as mulheres com esquizofrenia apresentaram taxas mais altas de obesidade, que favorece o desenvolvimento de diabetes58,65.
Indivíduos em uso de clozapina tiveram maior percentual de diagnóstico de diabetes58,68. Em um dos estudos, 42% dos pacientes foram diagnosticados com diabetes, em comparação com a prevalência nacional de 13,7% em uma faixa etária semelhante58. Por outro lado, dois estudos relacionam o uso de olanzapina com maior deterioração no estado metabólico e desenvolvimento de diabetes depois de seis meses58,69. A incidência pode ser associada a maior frequência e posologia27,52.
Um estudo dos Estados Unidos comparou os riscos de morbidade e mortalidade cardiovascular em 1.920 pessoas com esquizofrenia que usam medicamentos antipsicóticos típicos e atípicos com os riscos em 9.600 indivíduos sem esquizofrenia. Aqueles em uso regular dos antipsicóticos – seja típicos, atípicos ou ambos – tiveram três vezes mais chance de desenvolver diabetes, em comparação com aqueles em uso menos frequente 27.
Em um estudo realizado em unidades de internação psiquiátrica de curta permanência na Espanha, 5% dos pacientes apresentavam diabetes, mas apenas 60% deles estavam diagnosticados e sob tratamento. As evidências disponíveis indicam que fatores de risco cardiovascular, como diabetes, podem resultar em altos índices de morbimortalidade48.
Dislipidemia
Cinco estudos relacionaram o uso de antipsicóticos para tratamento de esquizofrenia com alterações lipídicas38,42,45,70,71. O uso de antipsicóticos atípicos foi identificado como principal responsável por alterações lipídicas em três estudos38,42,70. Em menor proporção, dois estudos apontam que antipsicóticos típicos também estão associados a alterações lipídicas45,71. Um estudo abordou a fisiopatologia da doença como colaborativa ao risco aumentado de doenças cardiovasculares, tendo em vista as taxas reduzidas de lipoproteínas de alta densidade (high density lipoproteins ou HDL) e aumentadas de lipoproteínas de baixa densidade (low density lipoproteins ou LDL) nesse grupo, em comparação aos não esquizofrênicos42.
Quanto ao uso de antipsicóticos para o tratamento, quatro estudos relacionaram a ingestão do medicamento com maior incidência de distúrbios metabólicos sanguíneo-lipídicos12,37,45,72, e um relacionou essa condição ao uso crônico de antipsicóticos fenotiazínicos – classificados como típicos45. Outra pesquisa apontou o uso de antipsicótico atípico associado ao aumento dos distúrbios metabólicos com apenas dois meses de uso70.
Outros pontos abordados foram as reduzidas intervenções que visam diminuir os riscos cardiovasculares por meio de mudanças de estilo de vida, apesar do conhecimento de tais condições por parte dos psiquiatras38,71. Isso sugere que os pacientes com esquizofrenia têm morbimortalidade cardiovascular acentuada, mas podem receber tratamento mais precário para suas doenças somáticas71.
Síndrome metabólica
Em nove estudos, a síndrome metabólica foi associada ao uso de antipsicóticos em indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia26,49,51,56,57,63,68,73,74. Dois estudos abordaram os antipsicóticos injetáveis de longa ação com maior prevalência49, e aqueles com menos de 35 anos apresentaram 2,5 vezes maior chance57. O tratamento com antipsicóticos típicos e atípicos por mais de 12 semanas foi fator de risco para maior prevalência, com íntima relação de piora de saúde cardiovascular51.
Entre os antipsicóticos atípicos ou de segunda geração utilizados para o tratamento, a olanzapina apresentou perfil metabólico mais deteriorado, em comparação à risperidona74, enquanto o sertindol apresentou taxas de incidência e prevalência de síndrome metabólica ligeiramente inferiores à apresentadas pela risperidona73. Já a clozapina foi associada tanto a maiores fatores de risco cardiovascular – como tabagismo, sedentarismo, sobrepeso e hipertensão – quanto a maiores taxas de polifarmácia ou doses dos fármacos56,68.
Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
Oito artigos associaram a HAS com os fármacos utilizados para o tratamento da esquizofrenia32,37,48,50,65,67,69,75. A maior prevalência de HAS foi evidenciada por um estudo, assim como os menores índices de HDL-colesterol – fator protetivo às doenças cardiometabólicas67. Também foi apontada maior prevalência da doença com o uso dos antipsicóticos típicos ou de primeira geração65
Entre os fármacos disponíveis, as piores taxas de incidência de pressão arterial elevada e HAS diagnosticada foram encontradas na prescrição de ziprasidona, quando comparada a outros antipsicóticos típicos bloqueadores de receptores de dopamina D2, a exemplo do haloperidol37,69. A clozapina foi citada com maior associação ao aumento da pressão arterial, quando comparada à olanzapina68.
Contudo, apesar dos índices aumentados de HAS em pacientes sob uso de fármacos antipsicóticos, um estudo apontou efeitos mínimos do medicamento sobre a pressão sanguínea, quando comparado a outros parâmetros metabólicos e fatores de risco intrínsecos32.
Obesidade/ganho de peso
A obesidade e o ganho de peso foram abordados em oito estudos26,55,64,65,73,76-78. Foi apontada a associação com resposta inflamatória específica relacionada a ganho de peso e hiperglicemia induzida pelo uso de antipsicóticos atípicos78. Os fármacos pertencentes a essa classificação foram relacionados a maior ganho de peso médio, índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura55,76, especialmente em mulheres65.
Os medicamentos atípicos mais citados para repercussões em excesso de peso foram: sertindol, risperidona, clozapina e olanzapina64,73,76,77. Esses dois últimos com maior ganho de peso envolvido. Entre os antipsicóticos típicos citados com similar repercussão, estavam o haloperidol e a clorpromazina64,77.
Um estudo apontou a indicação de substituição do antipsicótico atípico prévio por medicamento com baixo potencial de ganho de peso, denominado aripiprazol, para os pacientes que apresentaram ganho excessivo, contudo essa substituição, além de menos efetiva para o controle dos sintomas psicóticos, não altera as anormalidades metabólicas resultantes do ganho de peso anterior26.
Morbidade cerebrovascular
É relatada maior morbidade cerebrovascular entre pacientes com esquizofrenia31,36,53,71,79. Houve aumento de quatro vezes o risco de desenvolver acidente vascular encefálico (AVE) em pacientes com esquizofrenia em relação ao grupo controle, pareado por idade e sexo53. Mulheres têm riscos de mortalidade e hospitalização por AVE aumentados, enquanto para os homens há aumento de mortalidade por doença coronariana71.
Três estudos encontraram que os antipsicóticos atípicos apresentaram maiores relações com AVE do que os típicos36,53,79. Embora os sintomas neuromusculares apareçam com menos frequência com antipsicóticos atípicos, em comparação com os típicos, as taxas relativamente maiores de depressão do sistema nervoso central associadas à sobredosagem de antipsicóticos atípicos podem ser mais perigosas36.
Outro estudo de coorte, com 31.976 pacientes de Taiwan, encontrou que qualquer uso agudo em todos os antipsicóticos atípicos foi associado a um aumento de 45% do risco de AVE (depois de ajustados fatores de confusão), especialmente em pacientes em uso de quetiapina ou zotepina79. O mesmo estudo também encontrou que o uso de qualquer antipsicótico de segunda geração foi associado ao AVE isquêmico, mas não ao hemorrágico79.
Repercussões cardíacas
A respeito das repercussões cardíacas, têm-se, primeiramente, as alterações eletrocardiográficas decorrentes do uso de antipsicóticos. Dois estudos apontaram a dispersão QTc significativamente aumentada nos pacientes em uso de antipsicóticos típicos e atípicos, quando comparado ao grupo controle29,80. No entanto, um dos estudos relaciona a dispersão à obesidade induzida pelo antipsicótico29. Não foi apontada maior incidência de taquiarritmias ventriculares29,80.
Outro estudo considerou o uso de fenotiazídicos de baixa potência – clorpromazina, decanoato de flupentixol e decanoato de flufenazina – como risco para maior incidência de torsades de pointes81. Entre os fármacos abordados, a olanzapina não foi relacionada com impacto adicional em relação à variabilidade QT82. Contudo, esse medicamento foi relacionado à diminuição da função vagal cardíaca, o que pode ter influência no aumento da mortalidade cardíaca82.
Tangente às repercussões cardíacas fora do intervalo QT, tem-se os antipsicóticos não atípicos como principais responsáveis por aumento de mortalidade cardiovascular e hospitalização em decorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmias ventriculares, parada cardíaca e morte súbita27,28,33,46,72,83,84. Além disso, doses mais altas dos antipsicóticos também são responsáveis por maiores taxas dos achados anteriores34,72. Entre os fármacos levantados, a clozapina apresentou maior taxa de miocardite induzida no primeiro mês de tratamento dos internados85 e maior risco de morte súbita com os medicamentos à base de butirofenona, sendo o haloperidol o seu representante mais conhecido33.
Além dos efeitos unicamente cardíacos, estudos também correlacionaram o uso do antipsicótico com maior incidência de doença arterial coronariana (DAC), responsável por grande número de hospitalizações, morbidade e mortalidade, em especial nas mulheres71. Essa relação envolve intimamente o medicamento de escolha; a olanzapina e a quetiapina foram associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de doença cardíaca coronariana em 10 anos, ao passo que perfenazina, risperidona e ziprasidona apresentaram importante redução desse mesmo risco30,43.
Repercussões vasculares
Em relação às alterações vasculares decorrentes do estado pró-coagulante e pró-inflamatório que promovem o tromboembolismo venoso (TEV), três estudos apontaram os fármacos antipsicóticos como predisponentes à TEV, principalmente os atípicos44,86,87. Outro estudo apontou que, embora não se tenha identificado um perfil de alta inflamação e fatores pró-coagulantes em pacientes tratados com antipsicóticos típicos e atípicos, alterações vasculares que favorecem repercussões vasculares podem estar relacionadas a hábitos de vida inadequados, elevado IMC e sedentarismo88.
DISCUSSÃO
Está estabelecido na literatura que os antipsicóticos de primeira e segunda geração são eficazes no tratamento da esquizofrenia. Contudo, é de extrema relevância avaliar os dados disponíveis referentes à segurança em seu uso. Os riscos cardiometabólicos associados aos antipsicóticos no tratamento da esquizofrenia foram investigados no presente estudo de revisão. Nos 71 artigos selecionados acerca das repercussões cardiovasculares em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia, foram encontradas importantes diferenças entre antipsicóticos típicos e atípicos.
Referente aos possíveis efeitos colaterais do uso crônico de neurolépticos, destaca-se, primeiramente, a classe dos antipsicóticos típicos, com seus conhecidos efeitos extrapiramidais, tais quais transtornos do movimento e discinesia tardia89,90. Essas manifestações motoras ocorrem devido à alta afinidade do fármaco por receptores D2 de dopamina no sistema nervoso central, principalmente quando ocupam majoritariamente os receptores da via nigroestriatal. Também são citados efeitos neuroendócrinos decorrentes do bloqueio de receptores dopaminérgicos na via tuberoinfundibular, como hiperprolactinemia, galactorreia, ginecomastia e amenorreia. Apesar da proeminente afinidade dopaminérgica, os antipsicóticos típicos também apresentam menores efeitos cardiometabólicos relacionados aos receptores serotoninérgicos, assim como os atípicos91.
Já no que tange aos antipsicóticos atípicos, esses efeitos extrapiramidais estão significativamente reduzidos por conta da menor afinidade com os receptores dopaminérgicos. No entanto, decorrente da maior afinidade para receptores serotoninérgicos e noradrenérgicos, suas repercussões cardiometabólicas estão mais evidenciadas91,92, a exemplo de miocardite, ganho de peso e indução de diabetes mellitus93,94. Todas essas condições de aumento de peso, resistência insulínica e hiperlipidemia podem ser associadas, em parte, ao aumento do apetite desencadeado pela farmacodinâmica desses antipsicóticos91.
Os achados dessa pesquisa corroboram e convalidam os elevados índices de distúrbios metabólicos encontrados em outros estudos10,95-96entre usuários de antipsicóticos típicos e atípicos. Na literatura recente, a obesidade é descrita em aproximadamente 50% dos pacientes, a síndrome metabólica é relatada em até 40%, a intolerância à glicose, em 25% e o diabetes, em 15% dos indivíduos com esquizofrenia97.
Em consonância com outros estudos, as manifestações cardíacas associadas aos antipsicóticos apontam aumento do risco de eventos adversos como arritmia, IAM e mortalidade em pacientes esquizofrênicos98. Tem-se o prolongamento do intervalo QT como importante alteração decorrente do uso de antipsicótico, tanto atípico quanto típico. Apesar do desconhecimento quanto à fisiopatologia, sabe-se que essa alteração está relacionada ao bloqueio dos canais de potássio no miocárdio, o que resulta no prolongamento da repolarização ventricular. Tal mecanismo também pode ser responsável pela deflagração de torsades de pointes, arritmias e morte súbita99,100. A literatura evidencia risco aumentado para torsades de pointes na prescrição de antipsicóticos típicos, a qual associa maior deflagração ao uso de haloperidol, principalmente100. Contudo, o maior risco de torsades de pointes não se relaciona diretamente ao maior risco de prolongamento QT, portanto tem-se que os antipsicóticos atípicos provocam prolongamentos com maior frequência, em especial a ziprasidona e a risperidona99,100. Ademais, a morte súbita pode se relacionar a níveis séricos reduzidos de magnésio (Mg), favorecendo disfunções morfológicas e funcionais do coração. Considerando que esse é um distúrbio frequente entre pessoas com esquizofrenia e que antipsicóticos potencialmente afetam a frequência cardíaca, esses fatores associados podem contribuir para a mortalidade nesse grupo101.
Em relação aos pacientes em tratamento com antipsicóticos atípicos, quando comparado aos típicos, o presente estudo observou risco aumentado de eventos cardiovasculares e morte secundária a maior incidência de doenças56. Entretanto, a mortalidade geral foi menor durante o uso de antipsicóticos atípicos do que durante os períodos de não uso, especialmente em esquizofrênicos graves, ao diminuir as taxas de suicídio25. Esse dado ganha relevância, uma vez que, de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, cerca de 4% a 10% das pessoas com esquizofrenia morrem por suicídio, com taxas mais altas entre os homens no curso inicial do transtorno96.
Em linhas gerais, repercussões metabólicas, como dislipidemia, são achados frequentes entre pacientes em tratamento com antipsicóticos atípicos102. Ao comparar dois desses medicamentos, o risco de mortalidade por DCV em adultos com esquizofrenia não difere entre a clozapina e a risperidona, mas esses fármacos apresentam diferenças nos perfis de risco para ganho de peso e efeitos colaterais metabólicos, maior com a clozapina35,103. Além disso, a quetiapina revelou menor relação de causa de prolongamento do intervalo QTc, seguida de olanzapina e risperidona. No entanto, a risperidona tem apresentado maior risco de ocorrência de eventos adversos cerebrovasculares em pacientes idosos, principalmente naqueles com comorbidade demencial do tipo vascular ou doença de Alzheimer. Portanto, esse medicamento deve ser evitado nesses grupos104.
Ademais, a partir dos estudos analisados, é possível inferir que pessoas com esquizofrenia apresentam prevalência duas a três vezes maior de diabetes, de síndrome metabólica e de morbidade cardiovascular. Muitos estudos também estabeleceram uma relação positiva entre o desenvolvimento de hipertensão em indivíduos com IMC mais elevado. A razão para esse aumento da prevalência pode envolver vulnerabilidade intrínseca, fatores de estilo de vida e efeitos iatrogênicos de medicamentos antipsicóticos65. Além disso, as taxas de obesidade e desregulação glicêmica apresentam maiores crescimentos nos primeiros 12 meses do diagnóstico, constituindo-se em um ponto crucial de prevenção de risco cardiovascular. Nesse sentido, a Associação Americana de Psiquiatria preconiza a aferição da glicemia de jejum ou hemoglobina glicada quatro meses após o início de novo tratamento e pelo menos anualmente para rastreamento96.
Também foram identificados fatores alimentares relacionados aos distúrbios metabólicos: ingestão deficiente de frutas e leguminosas, excesso de sódio e alimentação rica em lipídeos88,105. Esses achados vão ao encontro daqueles apontados pelo National Institute of Health and Care Excellence (NICE)95, o qual atesta que pessoas com psicose ou esquizofrenia, especialmente em uso de antipsicóticos, devem receber um programa combinado de alimentação saudável e atividade física, uma vez que tais indivíduos apresentam predisposição aos comportamentos de risco. Assim, há a recomendação de monitoramento rotineiro do peso e dos indicadores cardiovasculares e metabólicos de morbidade, tais como glicemia em jejum, circunferência da cintura, pressão arterial, hemoglobina glicada e perfil lipídico. O acompanhamento acurado do perfil lipídico se justifica, uma vez que pessoas em tratamento para esquizofrenia apresentam taxas aproximadamente duas vezes maiores em relação às da população geral. Essa taxa elevada resulta em uma redução próxima a 20% na expectativa de vida de pessoas com esquizofrenia106.
Além disso, destaca-se a alta prevalência de tabagismo nessa população, cuja média encontrada é de 60%, a qual varia de 13% a 83%107. Acredita-se que a nicotina amenize os sintomas negativos por aumento da atividade dopaminérgica no córtex frontal107,108. Contudo, o tabagismo representa fator de risco para o desenvolvimento e piora de diversas manifestações cardiovasculares e metabólicas. Ademais, há indícios de que o tabagismo interfira na farmacodinâmica dos antipsicóticos, principalmente da olanzapina e da clozapina, exigindo maiores doses e concentrações para o controle sintomático do paciente95,107,108. Assim, os efeitos colaterais se intensificam à medida que a dose é aumentada.
Os estudos analisados mostram que as alterações metabólicas são prevalentes em pessoas com esquizofrenia tratadas com antipsicóticos, sejam típicos ou atípicos. Entretanto, tais comorbidades apresentam-se subdiagnosticadas e subtratadas nessa população. Esses achados sugerem que pessoas com esquizofrenia têm morbimortalidade exacerbada, contudo recebem tratamento precarizado para suas doenças somáticas54,63, apesar das recomendações internacionais, que preconizam ao menos uma monitorização ao ano, com anamnese detalhada para agravos cardiovasculares, diabetes, ganho de peso e doenças respiratórias, comuns no paciente esquizofrênico95.
Tal condição pode ser analisada por diversos vieses; entre eles, encontram-se resquícios do modelo biomédico de Claude Bernard, cujo adoecimento seria resultado de um agente etiopatogênico apenas, ou seja, ao transpor para o médico psiquiatra, este poderia estar focado, unicamente, no transtorno mental do paciente, sem atentar às individualidades dele109. O profissional especializado tende a se restringir aos cuidados referentes à sua área de atuação. Assim, a pessoa é reduzida e simplificada a um portador de uma doença e sua abordagem é direcionada a essa patologia. Isso se deve à deficiência na formação dos profissionais para manejar a subjetividade dos pacientes e, também, ao sentimento de impossibilidade de intervenção concreta mediante o enfrentamento de adversidades biopsicossociais110.
Além disso, está bem estabelecido que o antipsicótico é o fármaco de escolha para tratamento da esquizofrenia, mas o seu uso contínuo pode levar a repercussões indesejadas na saúde do paciente. O cuidado ampliado pode minimizar essas repercussões, pois, na medicina centrada na pessoa, a estratégia de assistência não foca exclusivamente no controle dos sintomas da doença esquizofrenia111. Assim, reforça-se a importância das tecnologias leves, que abarcam a escuta, o vínculo e o acolhimento, visando não apenas à adesão ao tratamento, mas também ao desenvolvimento de autonomia e inclusão social112.
Nesse sentido, ressalta-se a importância dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para o acompanhamento de pessoas diagnosticadas com esquizofrenia. Tais unidades surgem na década de 1970, com o advento da Reforma Psiquiátrica no Brasil, quando há mudança de paradigma do modelo asilar, com o foco na psicopatologia e no manicômio, para o modo psicossocial, com o olhar para o sujeito em sofrimento113. Os CAPS realizam o acolhimento universal e diário a pacientes psiquiátricos, promovendo o desenvolvimento da autonomia dos usuários, reintegrando-os à vida social e à convivência familiar114. Nesse sentido, os usuários do CAPS são incentivados a se envolver com o seu tratamento para sentirem-se corresponsabilizados com o plano terapêutico, o que promove maior adesão e autonomia dos pacientes113. Além disso, o serviço realiza o agenciamento e encaminhamento de casos, visitas domiciliares e atividades comunitárias114. Assim, os CAPS funcionam como um complexo de produção de ações de cuidado feitas em rede, com abrangência além dos seus limites físicos, interagindo com outras instituições e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), funcionando como um dos principais dispositivos de desinstitucionalização114.
Por outro lado, também pode ser levantado o desafio da fisiopatologia da doença e sua repercussão na qualidade de vida do paciente. A manifestação dos sintomas negativos e positivos tende a interferir na motivação diária da pessoa, tornando-a indisposta ou incapaz de seguir recomendações gerais e inespecíficas, como prática de exercício físico mínimo para a saúde cardiovascular ou alimentação equilibrada.
Por fim, cabe ressaltar a crescente preocupação com o uso por tempo indeterminado dos antipsicóticos. A exposição contínua e cumulativa dos neurolépticos nesses indivíduos tem revelado não somente alterações cardiovasculares e metabólicas, mas também aumento da mortalidade e perda da substância cinzenta do córtex cerebral. Assim, o guideline95 britânico de esquizofrenia e psicose ressalta a importância de estimular novas pesquisas, a fim de identificar protocolos de descontinuação e redução escalonada do medicamento antipsicótico quando necessário a longo prazo e, assim, evitar efeitos colaterais ou agravantes do medicamento em questão, porém sem possibilitar retorno sintomático da psicopatologia que estava em remissão95.
À luz do exposto, nota-se, portanto, a alta prevalência de comorbidades cardiovasculares e metabólicas do indivíduo com esquizofrenia em terapia antipsicótica. Percebe-se, ainda, a elevada prevalência de comportamentos e hábitos de vida que se classificam como fator de risco para as comorbidades, agravando o estado de saúde já debilitado pela doença e pelos aspectos farmacológicos da terapêutica medicamentosa.
Os achados deste estudo respondem à pergunta científica proposta, a qual diz respeito à relação da saúde cardiovascular do grupo de estudo em questão em uso de antipsicóticos. Assim, verifica-se a urgência no desenvolvimento de psicofármacos com eficácia comprovada e um perfil de segurança mais aceitável no tratamento da esquizofrenia. Além disso, é fundamental implementar um protocolo de atendimento multiprofissional minucioso, de acompanhamento rotineiro e seguindo a lógica da medicina centrada na pessoa, a fim de rastrear e tratar morbidades correlacionadas ao medicamento escolhido ou a fisiopatologia da doença em questão e, assim, otimizar a sobrevida e reduzir os índices de morbimortalidade desse grupo.
Entre as limitações do estudo, encontram-se a grande quantidade de artigos incluídos em primeira busca, o que resultou em inúmeras exclusões e pode ter ocasionado perda de material relevante no final da seleção. Além disso, a temática referente à farmacodinâmica dos antipsicóticos e seus respectivos receptores envolvidos está consolidada na literatura, porém os mecanismos envolvidos nas repercussões cardiometabólicas adversas não estão completamente elucidados. Isso acarreta conhecimento do possível desfecho, contudo sem compreender os meios que levam a ele.
CONCLUSÃO
A partir da revisão, constatou-se que o uso de agentes antipsicóticos foi associado a um risco aumentado de eventos adversos cardiovasculares e metabólicos (ganho de peso, diabetes, dislipidemia, síndrome metabólica e eventos cardíacos) em pessoas diagnosticadas com esquizofrenia. No entanto, questiona-se sobre a relação dos eventos intrínsecos a fisiopatologia da doença e hábitos de vida dos pacientes com o desenvolvimento de tais distúrbios. Assim, a questão permanece até que novos estudos com desenho de pesquisa apropriado e amostra suficiente lancem luz sobre o assunto, para que se possa compreender, de fato, todos os entremeios e, assim, amenizar as repercussões patológicas.
Ademais, cabe ressaltar que os profissionais de saúde que cuidam de pessoas com esquizofrenia devem estar atentos à saúde física delas, não apenas aos sinais e sintomas relacionados à doença. Acompanhar marcadores antropométricos e sanguíneos relacionados à doença cardíaca e metabólica é uma estratégia que pode reduzir ou diagnosticar precocemente essas alterações. A abordagem da subjetividade do paciente deve ser realizada concomitantemente, vislumbrando compreender a vivência do indivíduo com sua doença. Assim, os profissionais devem adotar uma postura de receber, escutar e tratar de forma qualificada e humanizada o paciente e suas demandas. Dessa forma, será possível abordar o cuidado às pessoas com esquizofrenia em sua integralidade.
AGRADECIMENTOS
Sabrina Leal Pscheidt agradece à Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (PROEX/UFSC) pela bolsa concedida por meio do Programa de Bolsas de Extensão – PROBOLSAS 2020 (Edital 5/2019/PROEX).
Heloísa Nunes Zardeto agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – Brasil) pela bolsa recebida por meio do Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica da UFSC (PIICT) (Edital PROPESQ 01/2020).
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
04 Jul 2022 -
Data do Fascículo
Jul-Sep 2022
Histórico
-
Recebido
21 Jun 2021 -
Aceito
14 Fev 2022