Open-access IMAGINAÇÃO E AFETIVIDADE NO USO DE DESENHOS E METÁFORAS COMO RECURSOS METODOLÓGICOS EM UMA PERSPECTIVA SÓCIO-HISTÓRICO-CULTURAL

IMAGINATION AND AFFECTIVITY IN THE USE OF DRAWINGS AND METAPHORS AS METHODOLOGICAL RESOURCES IN A SOCIO-HISTORICAL-CULTURAL PERSPECTIVE

RESUMO

Neste artigo, discutimos a afetividade e a imaginação como funções psicológicas superiores a partir do uso de mapas afetivos na pesquisa e intervenção em psicologia como uma abordagem que pode utilizar os desenhos e metáforas como recursos. Como exemplo, apresentamos resultados de seu uso junto a usuários de políticas de educação, de saúde e de assistência social, moradores de uma comunidade na região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Concluímos que a psicologia deve considerar também, em sua atuação em políticas públicas, as capacidades criativas e emancipatórias para a superação das vulnerabilidades e desigualdades sociais.

Palavras-chave Psicologia histórico-cultural; Imaginação; Afetividade; Mapas afetivos; Políticas públicas

ABSTRACT

In this article, we discuss affectivity and imagination as higher psychological functions based on the use of affective maps in research and intervention in psychology as an approach that can use drawings and metaphors as resources. As an example, we present results of their use in education, health and social assistance policies in a community in the metropolitan region of Fortaleza, Ceará. We conclude that psychology must also consider creative and emancipatory capabilities in its public policy actions to overcome social vulnerabilities and inequalities.

Keywords Historic-cultural psychology; Imagination; Affectivity; Affective maps; Public policies

Introdução

A psicologia sócio-histórico-cultural1, também conhecida no Brasil como psicologia sócio-histórica ou histórico-cultural (Gomes et al., 2016), é uma corrente teórico-epistemológica e prática que se desenvolveu majoritariamente a partir dos estudos de seu principal representante, Lev Vygotsky, os quais destacam a importância da mediação dos fatores sociais e culturais no desenvolvimento humano, argumentando que a cultura e a história desempenham um papel fundamental na formação das funções psicológicas superiores (Vygotsky, 1998).

De seus primórdios aos dias atuais, os estudos em psicologia sócio-histórico-cultural abordam a interação social, a linguagem e a mediação simbólica na construção do conhecimento e no desenvolvimento, concluindo que as atividades humanas, como o trabalho e a comunicação, são mediadas por instrumentos e símbolos culturais que moldam a forma como as pessoas pensam e se comportam.

Vygotsky (1998) interpreta os processos mentais mais avançados sob a perspectiva do materialismo histórico-dialético. Isso sugere que o princípio essencial de sua abordagem é perceber os fenômenos analisados como eventos em fluxo e transformação. Para o autor, as funções psicológicas operam em duas linhas distintas. Uma delas, de origem filogenética (relacionada às condições biológicas da espécie humana), dá origem às funções elementares e, ao mesmo tempo, estabelece as bases para as funções psíquicas superiores, que são de natureza sociocultural. Não apenas as funções elementares servem como base para as superiores, mas também passam por um processo contínuo de transformação entre o que é biologicamente determinado e o que é adquirido culturalmente.

Em relação à psicologia, isso implica que analisar o comportamento envolve explorar sua história, investigando-o com base em alterações qualitativas (mudanças na forma, estrutura e nas características essenciais) e quantitativas (Vygotsky, 1998). Estudar o comportamento, para Vygotsky, é estudar a história do comportamento, ou seja, sua gênese, e como essas transformações acontecem ao longo do tempo. Uma história que remete ao passado no presente, apontando para o futuro, graças à capacidade humana de representar o mundo, simbolizar, imaginar e criar.

A partir disso, destacamos o dever da psicologia de focar não apenas nos fatores determinantes e limitantes das habilidades humanas, mas nas capacidades humanas de reinvenção criativa, de superação de vulnerabilidades, considerando que, na leitura vygotskyana – sustentada pela filosofia espinosana –, “o homem é um grau de potência, uma força interior para se conservar, perseverar na própria existência, um esforço de resistência” (Sawaia, 2009, p. 266).

Nos interessa, especialmente neste artigo, discutir a função da atividade criadora do ser humano como parte das funções psicológicas superiores, traçando caminhos rumo a uma projeção no futuro ao contribuir para criar e modificar o presente (Vygotsky, 2012) por intermédio do seu autorreconhecimento como sujeito de direitos e pela materialização desses direitos por meio de políticas sociais.

Para tanto, exploramos os mapas afetivos como uma base teórico-metodológica para pesquisa e intervenção em psicologia social, em diálogo com a psicologia ambiental, apresentando-os como uma abordagem que pode utilizar recursos como desenhos e metáforas que alcançam a afetividade – sentimentos e emoções – como base para o pensar e o agir, destacando também a imaginação e criatividade enquanto processos psicológicos. Defendemos que os mapas afetivos podem oferecer pistas para o aprimoramento das políticas públicas na promoção de direitos sociais – saúde, educação, assistência social etc. – tendo como base os afetos, a imaginação e a criatividade de seus usuários em suas vivências cotidianas.

Trazemos, neste artigo, as bases epistemológicas da psicologia social na vertente sócio-histórica-cultural ao destacarmos algumas categorias psicológicas advindas de autores da psicologia soviética e posteriormente incorporadas como epistemologias na psicologia social brasileira e latino-americana (Bomfim; Petrola; Pacheco, 2022). Ressaltamos a base afetivo-volitiva do comportamento humano como mediação para a compreensão das funções psicológicas superiores na arte e na criatividade.

Utilizamos, ainda, a psicologia ambiental como um campo interdisciplinar – que abrange arquitetura, urbanismo, antropologia, geografia e sociologia – cujo objetivo é compreender as relações humano-ambientais em várias dimensões, não somente físicas, mas também simbólicas e de construção de significados. Este aspecto é ressaltado por Pol (1996) quando analisa as percepções e interpretações em relação aos espaços urbanos, criando identificação e ação-transformação; e quando Moser (1998) propõe processos de percepção e de avaliação dos ambientes, tanto micro como macrossociais, em reciprocidade das pessoas com os lugares.

Como metodologia de pesquisa e de intervenção em psicologia social e ambiental nas políticas públicas, apresentamos alguns resultados a partir da construção dos mapas afetivos feitos por usuários de políticas de educação, de saúde e de assistência social – moradores de uma comunidade na região metropolitana de Fortaleza, capital do estado do Ceará (Lima, 2019). Por meio desta, os participantes versaram sobre as suas relações humano-ambientais com o seu bairro de moradia/vizinhança, demonstrando como a afetividade e a imaginação fazem-se presentes na produção de desenhos e metáforas e suas respectivas descrições.

Para o desenvolvimento do presente artigo, abordamos 1) como se organizam tais categorias – afetividade e imaginação – enquanto processos psíquicos inerentes ao desenvolvimento humano; 2) os mapas afetivos enquanto teoria e método para apreensão dos afetos humanos pelo estímulo à imaginação e; 3) a experiência de investigação das relações humano-ambientais em políticas públicas sociais de um território em vulnerabilidade social.

Noções sobre imaginação e afetividade na psicologia sócio-histórico-cultural

Lev Vygotsky (1896-1934), psicólogo bielorrusso do início do século XX, contribuiu significativamente para a compreensão do desenvolvimento cognitivo e social das crianças. O autor propôs em seus escritos uma abordagem sociocultural do desenvolvimento humano, na qual ele destacou a interação entre as dimensões social e individual como algo fundamental (Pino, 2000; Gomes et al., 2016).

O destaque da dimensão social-cultural no desenvolvimento humano toma lugar em toda a obra do autor. O desenvolvimento humano, na concepção histórico-cultural, conta como parte de seu processo a categoria internalização, que descreve “como os processos externos são transformados para criar os processos internos” (Rossi; Rossi, 2012, p. 5). Em outras palavras, a internalização versa sobre como as experiências sociais moldam e influenciam o desenvolvimento.

É válido ressaltar que a internalização ocorre a partir do processo de mediação. A relação entre estímulo e resposta em seres humanos é, ao longo do seu desenvolvimento, mediada por fatores como o contato com outros e com a cultura. Exemplificando tal construção, Vygotsky introduziu o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, que se refere à diferença entre o que uma pessoa pode fazer sozinha e o que pode fazer com ajuda do outro. A criatividade muitas vezes floresce nessa zona, na qual a interação social e o suporte de outros indivíduos desempenham um papel crucial:

Se tomarmos em atenção a existência da criatividade coletiva, que reúne todos estes contributos por si só insignificantes da criatividade individual, compreende-se melhor como grande parte de tudo o que foi criado pela humanidade pertence precisamente ao trabalho criativo e coletivo anónimo de inventores desconhecidos

(Vygotsky, 2012, p. 26).

Assim, Vygotsky destacou a importância das interações sociais no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Tal movimento norteia o processo de aprendizagem e exerce um papel de destaque na infância. Nesse contexto, a imaginação é estimulada pela troca de ideias, colaboração e observação de outras pessoas. A cultura e o ambiente social oferecem condições para a expressão da criatividade.

Ainda que Vygotsky não tenha abordado profundamente a criatividade e a imaginação como categorias, suas ideias sobre o desenvolvimento e o papel da interação social e da cultura podem ser aplicadas para entender como a criatividade se desenvolve em um contexto social e cultural. Em seu ensaio “Imaginação e criatividade na infância” (Vygotsky, 2012), torna-se evidente que:

[...] para Vigotski (1932/1987), o processo de criação ocorre quando o sujeito imagina, combina e modifica a realidade. Portanto, não se restringe às grandes invenções da humanidade ou às obras de arte, mas refere-se à capacidade do homem de imaginar, descobrir, combinar e ultrapassar a experiência imediata. Para ele, quanto mais ricas forem as experiências que as crianças vivenciam, mais possibilidades têm de desenvolver a imaginação e a criatividade em suas ações, especialmente através de suas brincadeiras. E, quanto mais possibilidades tiverem de desenvolver sua imaginação, mais criativas serão nas suas ações/interações com a realidade

(BORGES; MOZZER, 2008, p. 11).

Como síntese, conforme defendido por Los et al. (2015), entendemos que a imaginação é um processo interno que combina imagens percebidas externamente e sentimentos provenientes de lembranças previamente vivenciadas pelo sujeito, enquanto a criatividade surge como o resultado da interpretação atribuída à leitura dessas imagens, combinando aspectos experimentados pelo sujeito. A integração desses elementos culmina na geração da criação, que é produzida pela colaboração entre criatividade e imaginação.

Vygotsky (2012) reconhece a importância das emoções e dos sentimentos no processo criativo, embora sua concepção se diferencie dos princípios psicológicos predominantes na época – que defendiam a imaginação como um dom, uma predisposição inata, e a criatividade como a possibilidade de criar algo completamente novo por meio de um processo exclusivamente interno. Ele enfatiza a natureza qualitativa dos sentimentos e da fantasia como componentes essenciais do psiquismo, constituindo assim o processo psicológico da imaginação. O autor sugere que o conhecimento pode ser adquirido de forma indireta, sem consciência imediata, como expresso por ele: “[...] conhecemos e estudamos muito do que não temos consciência imediata, do que sabemos apenas através de analogia, hipóteses, conjeturas, conclusões, deduções, etc., em suma, muito do que conhecemos apenas por via indireta” (Vygotsky, 1999, p. 25).

Assim, vemos que sua abordagem ampla do conhecimento humano vai além da cognição, incorporando a afetividade nos processos de aprendizagem. No entanto, as ideias inovadoras de Vygotsky relacionadas ao simbólico e ao emocional não foram adiante entre os psicólogos da época. Isso levou Vygotsky a retomar o tema apenas em um momento posterior de sua obra, quando abordou a imaginação e a arte na infância, ainda que no início de sua carreira tenha feito uma contribuição significativa para a defectologia (Vygotsky, 1997), originada a partir de suas ideias em “Psicologia da Arte” (Vygotsky, 1999).

É nesse contexto que se torna importante abordar a afetividade como parte da composição do psiquismo humano. A afetividade – conforme proposto por Sawaia (2001), inspirada em Vygotsky (1999) e seu monismo de Espinosa (1996) – é utilizada como ferramenta analítica para abordar diferentes aspectos das relações humano-ambientais. Valorizada na psicologia social de orientação sócio-histórica (Lane; Sawaia, 1994), a afetividade é definida por Sawaia (2001) como a tonalidade emocional presente na existência humana, manifestada através de sensações moderadas de prazer e desprazer, assim como emoções intensas, breves e focalizadas em eventos disruptivos.

Sawaia (2001) desafia a visão histórica que considerava os sentimentos e as emoções obstáculos à razão, resgatando sua importância. Para ela, as emoções não são apenas reações fisiológicas, mas desempenham um papel crucial na razão e cognição, integrando o psiquismo humano de forma sócio-histórica e contribuindo para as funções psicológicas superiores.

Conforme sugerido por Sawaia (2001), a afetividade transcende as dicotomias, representando a síntese entre objetividade e subjetividade, necessidade e ética. A compreensão dos afetos não se limita à subjetividade individual, abrangendo também os processos psicossociais que influenciam a formação dos sentimentos e emoções.

Além disso, a compreensão dos afetos vai além das necessidades imediatas, incluindo aspectos éticos e valores individuais. Heller (1979) argumenta que sentir implica engajamento em algo, destacando a capacidade orientadora dos sentimentos. Reconhecendo que as afecções podem promover tanto o sofrimento quanto a ação, a afetividade destaca as potencialidades dos sujeitos (Espinosa, 1996). Isso é importante, pois a afetividade – unidade de análise dos sentimentos e das emoções –, segundo este método, está intimamente ligada à participação, ao comportamento e à ética em relação aos lugares. “Toda emoção é um chamamento à ação ou uma renúncia a ela. Nenhum sentimento pode permanecer indiferente e infrutífero no comportamento” (Vygotsky, 2001, p. 139).

É válido enfatizar novamente que a afetividade não é rival da razão e apresenta relação intrínseca com o pensamento e com a linguagem. Luria (1987) explana a relevância do aspecto afetivo-volitivo na interpretação da comunicação complexa, delineando a distinção entre texto e subtexto, com este último revelando o significado interno e, por consequência, os motivos subjacentes à comunicação.

Nesse sentido, faz-se necessário buscar a construção de significados e de sentidos a partir da identificação do sentido do texto e subtexto, bem como dos motivos que guiam a conduta. Esse processo é descrito por Luria com base no método de Vygotsky, destacando dois procedimentos: 1) as influências dos sentidos e 2) a influência dos núcleos semânticos. A compreensão das frases como uma sequência unificada e a análise ativa dos elementos do texto são fundamentais para decodificar a comunicação verbal, conforme Luria (1987). Esses processos permitem a compreensão do subtexto, não restrita ao significado superficial, mas sensível às nuances emocionais subjacentes.

Devido à complexidade dos motivos e afetos dos sujeitos, a descrição e observação direta são limitadas, exigindo métodos dialéticos e qualitativos para acessar os processos das funções psicológicas superiores (Rey, 1997). É nesse contexto que surgem os mapas afetivos enquanto teoria e método para alcançar a base afetivo-volitiva do comportamento, tradicionalmente compreendida como intangível, oposta à razão e desorientadora da cognição.

Desenhos e metáforas como recursos para a pesquisa e para a intervenção: o uso dos mapas afetivos

Os mapas afetivos, definidos como construção de sentidos movidos pelos afetos (Bomfim, 2023), são um método que procura externalizar os sentimentos de uma pessoa em relação ao ambiente em seus diversos níveis, desde os macrossociais, como a comunidade, vizinhança, cidade ou o bairro, em uma maior escala, até os microssociais como a casa/moradia. Eles são consequência do uso de imagens e representações que desvendam as emoções e os sentimentos das pessoas em relação aos diferentes ambientes. Os mapas são oriundos de investigações que partiram de reflexões sobre qual seria o melhor caminho para conhecer os sentimentos e as emoções dos habitantes acerca de sua cidade , pois algumas limitações são encontradas para acessá-los. “Poderíamos dizer que as sensações, emoções e sentimentos, como parte de uma linguagem interior, podem ser muitas vezes intangíveis como expressão exterior.” (Bomfim, 2023, p. 136)

A intangibilidade dos afetos fez com que se buscasse uma forma de acessá-los, de torná-los tangíveis, o que aparentemente seria impossível devido à complexidade de sua nomeação (Silvestri; Blanck, 1993). Encontramos nas imagens, palavras, metáforas e desenhos a síntese necessária para a tradução dos sentimentos, de maneira que a base afetivo-volitiva estivesse presente na unidade mais do que na análise e cognição – a afetividade emerge como principal categoria no método dos mapas afetivos.

Conforme apresentamos anteriormente, os mapas afetivos – uma metodologia de apreensão dos afetos – referenciam-se na perspectiva sócio-histórico-cultural de Vygotsky, trazendo os afetos como constitutivos do subtexto da linguagem sobre o objeto de estudo, que no caso é a afetividade da cidade e/ou bairro, baseada em imagens, desenhos e metáforas.

Os desenhos e metáforas são recursos imagéticos reveladores dos afetos, que juntamente com a linguagem escrita dos indivíduos pesquisados, nos dão o movimento de síntese dos sentimentos. O desenho é a criação de uma situação de aquecimento para a expressão de emoções e sentimentos e a escrita traduz a dimensão afetiva do desenho. As metáforas são recursos de síntese, aglutinadoras da relação entre significados, qualidades e sentimentos atribuídos aos desenhos

(Bomfim, 2010, p. 137)

Como parte da construção dos mapas afetivos a partir das dimensões apontadas, destacamos, além da afetividade, a criatividade e imaginação para a elaboração de uma categoria que integra de forma processual e dialética o conhecimento, a orientação e a ética na cidade: a estima de lugar, definida por Bomfim (2010, p. 218) como:

[...] uma forma específica de conhecimento, relativa ao aspecto de significado ambiental na dimensão de emoções e sentimentos sobre o ambiente [...]. Como categoria social, a estima pode ser compreendida como uma forma de pensamento social que caminha em paralelo a outros de simbolismo do espaço, derivado da categoria de identidade social urbana ou de uma afetividade do lugar.

Por sua visão processual e dialética, a estima de lugar busca romper com as dicotomias próprias decorrentes das ciências humanas, sociais e ambientais, enfatizando a dimensão social na mediação das funções psicológicas superiores.

Para a construção dos mapas afetivos e aferição da estima de lugar, utiliza-se o Instrumento Gerador dos Mapas Afetivos (IGMA) – proposto por Bomfim (2023). O IGMA é composto por uma primeira parte qualitativa, que inclui 1) um desenho; 2) um inquérito sobre ele e 3) uma segunda parte complementar formada por uma bateria de escalas do tipo Likert contendo 41 itens que dizem respeito à relação dos participantes da pesquisa com o ambiente em questão. Como parte do inquérito realizado sobre o desenho, o participante é convidado a estabelecer uma metáfora entre o ambiente pesquisado e algo. Destacamos, neste artigo, os desenhos e as metáforas como partes primordiais para o exercício da imaginação e da criatividade durante a aplicação do IGMA. O Quadro 1 abaixo apresenta esses componentes do IGMA com suas respectivas descrições:

Quadro 1
Descrição do desenho e da metáfora na composição do IGMA.

Trazemos o desenho como uma imagem deflagradora de um processo ou um aquecimento que permite representação e imaginação acerca do local vivido e imaginado pelo respondente. Na compreensão de Bomfim (2023, p. 88), “desenhos, fotos, maquete, estimação de distância, uma lista, uma representação do espaço da cidade podem gerar sentimentos e emoções e apontam para a construção de afetos coletivos”.

Assim como os desenhos são um início de um processo imaginativo, de associação livre, as metáforas são geradas a partir de uma comparação com algo, objetos, pessoas, lugares, estados de ânimo, que correspondem a uma síntese pela linguagem escrita, por analogia. A afetividade, os sentimentos e as emoções dos indivíduos são revelados mais pela síntese do que pela análise. Os desenhos abrem as portas da imaginação para que os afetos possam ser ancorados, enquanto a escrita (significados, qualidades, sentimentos e metáforas) nomeiam esses afetos traduzindo a dimensão afetiva na forma de imagens e sentidos.

O desenho, disparador de representação ou imagem, permite a construção do mapa afetivo na interação do investigador com o respondente.

O desenho, por exemplo, não é dado, mas sim arquitetado pelo sujeito. O desenho deflagra um sentimento, uma forma do sujeito estar implicado na experiência. Em nossa compreensão, qualquer recurso imagético pode gerar um mapa afetivo; e quando este recurso é buscado, o mapa afetivo é construído em consonância com as outras dimensões

(Bomfim, 2023, p. 228).

Quanto às metáforas, essas condensam significados, qualidades e sentimentos atribuídos aos desenhos. Esses recursos são importantes para compreender a implicação humana nos ambientes, facilitando a compreensão do significado dos lugares para as pessoas.

É válido ressaltarmos que, conforme argumenta Bomfim (2023), tradicionalmente, as metáforas são consideradas, do ponto de vista científico, como inconsequentes e desviantes por não transmitirem conhecimento de forma direta e por negarem qualquer conexão imediata com os fatos. Dessa forma, assim como a arte, que pode ser respeitada como veículo de informação, a credibilidade da metáfora reside na sua interpretação como uma linguagem literal dentro do contexto formal da semântica.

Faz-se necessário questionar a tendência científica de suprimir a metáfora e a linguagem imagética em prol do conhecimento puramente racional. Nesse sentido, propomos evitar a transformação da imagem em conceito, da metáfora em ideia e da alegoria em símbolo (Bomfim, 2023), dando espaço ao seu potencial criativo para desbravar novos horizontes, visto que os processos mentais e os sentimentos humanos são, em grande parte, metafóricos (Cohen, 1992).

Sabemos que o uso figurado da metáfora pode ser complexo, exigindo o mesmo conhecimento e as mesmas crenças, intenções e atitudes que o uso literal, apesar de ser menos acessível. Além disso, a metáfora desempenha um papel importante ao revelar sentimentos de maneira intraduzível e proporcionar uma compreensão mais profunda da realidade (Ricoeur, 2000). Como afirma Ricoeur (2000, p. 339), “a metáfora é um poema em miniatura”.

É importante ressaltar que o IGMA não orienta a construção de um mapa geográfico, ou de uma representação física, mas uma articulação de sentidos e afetos que mostram a implicação do indivíduo com o lugar, ou, em outras palavras, avalia sua estima de lugar que pode ser potencializadora ou não de sua ação, de seu engajamento no ambiente/espaço vivido. No Quadro 2, disponibilizamos o formato de avaliação das categorias de análise e forma final de apresentação dos mapas afetivos:

Quadro 2
Modelo de quadro categórico dos mapas afetivos.

Por fim, os mapas afetivos capturam a “imageabilidade” dos lugares (Lynch, 1998), gerando imagens que sintetizam a experiência das pessoas com os ambientes. As imagens afetivas (Bomfim et al., 2014) são descritas pelos estudos prévios como (Lima, 2019, p. 28): Pertencimento (“manifesto por meio de sentimentos de pertença, de orgulho e de forte relação de identidade”), Agradabilidade (“imagem de lugar agradável, valorado positivamente, ainda que sem forte relação de identidade ou desejo de permanência”), Contrastes (“confluência de fatores potencializadores e despotencializadores na relação com o ambiente”), Destruição (“imagem afetiva surgida da percepção do ambiente como abandonado/[destruído]”) e Insegurança (que “emerge do sentimento de insegurança do indivíduo, que se sente ameaçado [...] por riscos [...]”).

Atualmente, os mapas afetivos e a avaliação da estima dos lugares são utilizados nas pesquisas e intervenções realizadas em psicologia social e ambiental nas políticas de assistência social (Lima, 2023), de desenvolvimento rural (Martins, 2020) e de habitação (Pacheco, 2022), buscando superar as dicotomias: social e individual; interno e externo; pessoa e ambiente; afetividade e racionalidade, dentre outras.

O método de construção dos mapas afetivos tem sido utilizado nos últimos anos como uma forma de avaliação das necessidades de populações em situação de vulnerabilidade e desigualdades sociais em políticas públicas. A seguir, para ilustrar o emprego dos mapas afetivos em políticas públicas, apresentamos parcialmente alguns achados de um estudo desenvolvido em Maracanaú, município do Ceará, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

O emprego de mapas afetivos em políticas públicas

O estudo de Lima (2019) teve como principal objetivo investigar as dinâmicas afetivas dos residentes do bairro Timbó, localizado em Maracanaú-CE, visando contribuir para a formulação de uma nova abordagem de territorialização na Política de Assistência Social do município. Essa abordagem buscava transcender os aspectos meramente físicos e estruturais do ambiente, considerando também os aspectos simbólicos da relação dos moradores com o local onde vivem e conhecendo, assim, as vulnerabilidades, os riscos, as potencialidades e as aquisições do território para a garantia dos mínimos sociais.

Partiu-se da premissa de Bomfim (2023) de que os ambientes não são apenas estruturas físicas, mas também espaços onde ocorrem trocas simbólicas que envolvem os sentimentos, as emoções e representações dos indivíduos sobre o lugar. Para construir tais representações, utilizou-se o IGMA. Considerando a intersetorialidade da Política de Assistência Social, o instrumento foi aplicado em escolas municipais e estaduais de ensino fundamental e médio, em Unidades Básicas de Saúde (UBS/Postos de Saúde) e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) junto a 104 participantes de diversas identidades de gênero e étnico-raciais, bem como em diferentes faixas etárias (crianças, adolescentes, adultos e pessoas idosas).

O bairro do Timbó, também conhecido como Conjunto Timbó, é um dos bairros mais urbanos de Maracanaú, com limites internos e fronteiras com outros municípios. Composto por conjuntos habitacionais populares, o bairro recebeu um grande contingente de migrantes em busca de melhores oportunidades, principalmente devido a programas de habitação popular como o Minha Casa Minha Vida. Historicamente carente de políticas públicas básicas e com infraestrutura urbana precária, o Timbó enfrenta problemas como falta de calçamento, saneamento básico inadequado e lamaceiros. Apesar dos avanços na prestação de serviços públicos, a desigualdade social persiste no território, evidenciada pela alta demanda por serviços socioassistenciais – como a busca por programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e de benefícios eventuais, como o Auxílio Natalidade (Lima, 2019).

Tais considerações sobre o bairro materializam-se nos mapas afetivos construídos pelos participantes da pesquisa, produzindo uma construção de significados e sentidos, a partir do fluxo estabelecido com as experiências particulares vividas por cada um, nas imagens de contrastes, que são por excelência a dialética e contradição da tese e antítese do cotidiano.

Alguns exemplos podem ser observados na forma como o participante de n.º 111 utiliza de uma estrutura metafórica de desenho – ou seja, vai para além da reprodução isomórfica do ambiente –, representando rostos com diferentes expressões (triste, feliz e apaixonado) circundando um coração. Quando perguntado sobre o significado de seu desenho, o respondente declara que se trata de “um lugar feliz, divertido”, mas que em “algumas situações” ele fica “[...] triste de choro” (Quadro 3).

Quadro 3
Mapa afetivo n.º 111.

O desenho mostra-se como um recurso capaz de promover a combinação de elementos tradicionalmente tratados como inconciliáveis no campo simbólico socialmente partilhado: felicidade e tristeza, diversão e choro, carinho e sofrimento. O participante demonstra, assim, superar a linguagem formal, denotativa, dando vazão a figuras de linguagem como o paradoxo (Carel; Ducrot, 2001), em um processo imaginativo de recombinação de elementos de suas experiências em uma dialética para a manutenção de sua argumentação.

O mesmo processo ocorre com a metáfora estabelecida pelo participante: o Timbó é comparado a chocolate e kiwi. Ambos são destacados como bons alimentos, mas enquanto o chocolate é doce, o kiwi é azedo. A combinação atípica promovida pelo processo imaginativo destaca novamente o caráter sintético dos elementos do mapa afetivo, o que possibilita a emergência da imagem afetiva de Contrastes.

Por fim, o referido mapa afetivo permite a confluência de distintos juízos de valor acerca de diferentes elementos do ambiente investigado, colaborando com o rigor metodológico para explorar os processos a serem levantados e rompendo com as posturas extremas referentes à participação em pesquisas – de ora acreditar que deve participar apenas para falar bem de algo e ora aderir apenas para ressaltar seus atributos negativos.

Um outro exemplo pode ser demonstrado pelo participante de n.º 76 (Quadro 4), que se vale da imaginação para representar o Timbó: em seu desenho – de caráter metafórico –, o respondente compõe um cacto. Como significado, é feita a combinação da experiência com o cacto com a experiência com o bairro: ambos são retratados como detentores de defeitos (como o cacto, que possui espinhos), mas também possuem qualidades (como o cacto, que floresce).

Quadro 4
Mapa afetivo n.º 76.

Outra combinação inusitada surge em sua metáfora: o respondente compara o bairro Timbó a lixo. Usualmente entendido como algo despotencializador, o lixo teve características potencializadoras listadas na metáfora, como a possibilidade de ser reciclado. A imaginação mostra-se eminentemente presente ao recombinar elementos e atributos socialmente tratados como distintos, evidenciando não só a valoração do bairro, mas também seus ideais de transformação (demonstrados também pelos sentimentos de crítica e esperança). Mais uma vez, a imagem afetiva predominante são os Contrastes, que sustentam as teses e antíteses do mapa afetivo.

A partir do exposto, vemos que a imaginação – a partir da combinação de afetos e da reflexão sobre experiências passadas – tem desdobramentos sobre a compreensão do presente (Smolka, 2022). O desenho e a metáfora como forma de conhecimento também transformam emoções e imaginação na atividade criativa humana, contribuindo para a construção da própria existência do ser humano.

A atividade criativa mostra-se como uma estratégia para ir além do passado, combinando elementos da realidade concreta, senso estético e reflexão crítica para criar algo novo, impulsionado pela imaginação na projeção de um futuro diferente. Assim, a atividade criativa envolve conectar o tempo presente com o objetivo de transformar a realidade (Maheirie et al., 2015).

Tal noção é valiosa para o planejamento, para a execução, para o monitoramento e, principalmente, para a avaliação de políticas públicas. No contexto contemporâneo, a análise das políticas governamentais está focada em dados estatísticos, negligenciando os aspectos psicossociais de seus impactos. Dar destaque aos aspectos emocionais e às experiências vividas nas interações entre a população atendida e as iniciativas de promoção de direitos sociais ressalta a eficácia das políticas públicas e sua contribuição para a garantia duradoura e significativa dos direitos. Como aponta Lima (2019, p. 73),

[...] o alcance e bom funcionamento [...] dependem de outras estratégias que [...] superem os dados oficiais e aproximem-se das pessoas em seu território vivido, dando conta dos seus cotidianos, suas aspirações, suas dificuldades, suas fortalezas, suas histórias e seus sonhos.

Assim, processos psicológicos como a imaginação, a criatividade e a afetividade podem ser profícuos para a avaliação das políticas públicas ex ante (Brasil, 2018) – do latim, “antes do fato”, ou seja, antes de concluir-se a política (durante sua execução) –, tendo como base as vivências experimentadas pelos seus usuários como motor não só para diagnosticar problemas, mas também para desenhar possíveis soluções e desenvolver melhorias. Supervisionar e avaliar os serviços oferecidos pelas políticas públicas de forma antecipada, utilizando abordagens que, ainda que reúnam experiências de um conjunto restrito de usuários, podem permitir que a avaliação produza informações para a análise global da política (Brasil, 2018).

Considerações finais

O presente artigo intentou ressaltar o papel da psicologia, em sua perspectiva sócio-histórico-cultural, em examinar não apenas os fatores que atravessam e de forma limitante a existência humana, mas também as habilidades de adaptação e superação das suas fragilidades. Nas palavras de Vygotsky (2012, pp. 23-24):

Se a atividade do homem se reduzisse apenas à reprodução do passado, então seria uma criatura orientada somente para o passado e incapaz de se adaptar ao futuro. É precisamente a atividade criadora do homem que desperta a sua essência que está orientada para o futuro, tornando-o criativo e modificando o seu presente.

A atividade criativa, ao combinar afetos e imaginação, desempenha um papel essencial na mudança do presente e na projeção de um futuro distinto. Apresentamos, assim, os mapas afetivos como uma ferramenta útil para pesquisa e intervenção em políticas públicas, evidenciando a importância dos sentimentos, da imaginação e da criatividade nas iniciativas de promoção de direitos sociais – como a assistência social no estudo de Lima (2019).

Nos profissionais em políticas públicas, intentamos instigar, a partir de uma abordagem ilustrativa/demonstrativa, o reconhecimento da necessidade de construção de leituras da realidade que fujam do status quo, dando destaque a elementos tradicionalmente relegados ao plano do informal, do ilícito, do bobo: os sentimentos; as emoções; a imaginação; a criatividade; a linguagem conotativa e suas figuras, possibilitando a abertura para a expressão imaginativa e afetiva, com desenhos e metáforas que facilitam o não engessamento do sujeito a possíveis respostas já estabelecidas na avaliação das políticas públicas e das intervenções em contextos de vulnerabilidades e desigualdades sociais.

E por último, destacamos a importância da estética e da poética na pesquisa e intervenção em ciências humanas de maneira que se rompam os possíveis distanciamentos e as dicotomias entre o rigor metodológico e o “viés” subjetivo.

Agradecimentos

À equipe técnica de referência do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Timbó, equipamento de Proteção Social Básica da Prefeitura Municipal de Maracanaú (PMM), no estado do Ceará, pela disponibilidade e empenho na execução da pesquisa com os mapas afetivos.

Disponibilidade de dados de pesquisa

Não se aplica.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Nov 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    06 Fev 2024
  • Aceito
    03 Set 2024
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