Open-access Physical Cultural Studies e os desafios para a construção de seus tons brasileiros/latino-americanos

Physical Cultural Studies and the challenges for the construction of its Brazilian/Latin American tones

Los Estudios Físicos Culturales y los desafíos para la construcción de sus tonos brasileños/latinoamericanos

Resumo

Este artigo explora o Physical Cultural Studies (PCS) como potente campo de investigação relacionado ao corpo e à cultura física, desenvolvido no Brasil por pesquisadores/as em contextos locais. O texto aborda o surgimento do PCS como desdobramento do Cultural Studies, as lutas disciplinares nos departamentos de cinesiologia norte-americanos e a virada para a cultura física no interior da sociologia do esporte. Ao mesmo tempo, o estudo discute o PCS a partir das dimensões empírica, contextual, transdisciplinar, teórica, política, qualitativa, autorreflexiva e pedagógica, articulando-as a práticas locais de pesquisa e de intervenção de pesquisadores/as brasileiros/as. Por fim, o estudo lança desafios à construção de um PCS com tons brasileiros, quiçá, latino-americanos.

Palavras-chave:  Educação Física; Physical Cultural Studies; Corpo; Cultura física

Abstract

This paper addresses Physical Cultural Studies (PCS) as a powerful field of research related to the body and physical culture, developed in Brazil by researchers in local contexts. The manuscript explore the emergence of PCS as an development of Cultural Studies, the disciplinary struggles in North American kinesiology departments and the turn towards physical culture within the sociology of sport. At the same time, the study discusses PCS from the empirical, contextual, transdisciplinary, theoretical, political, qualitative, self-reflexive and pedagogical dimensions, linking them to local research and intervention practices by Brazilian researchers. Finally, the study challenges the construction of a PCS with Brazilian, and perhaps Latin American, tones.

Keywords:  Physical Education; Physical Cultural Studies; Body; Physical culture

Resumen

Este artículo explora los Estudios de Cultura Física (PCS) como un poderoso campo de investigación relacionado con el cuerpo y la cultura física, desarrollado en Brasil por investigadores locales. El texto analiza el surgimiento de PCS como una rama de los Estudios Culturales, las luchas disciplinarias en los departamentos de kinesiología norteamericanos y el giro hacia la cultura física dentro de la sociología del deporte. El estudio discute los PCS desde las dimensiones empírica, contextual, transdisciplinar, teórica, política, cualitativa, autorreflexiva y pedagógica, vinculándolas a las prácticas locales de investigación e intervención de investigadores brasileños. Finalmente, el estudio desafía la construcción de un PCS con tintes brasileños y quizás latinoamericanos.

Palabras-clave:  Educación Física; Estudios Culturales Físicos; Cuerpo; Cultura física

INTRODUÇÃO

O interesse pelo campo de investigação nominado Physical Cultural Studies (PCS) constrói-se não como dependência epistêmica de autores/as anglófonos comumente situados no norte global, mas como modo profícuo de pensar a cultura física a partir de escritos potentes que fazem a crítica ao avanço dos modelos neoliberais e do pensamento conservador (na vida e na ciência), à desigualdade social e à mercadorização da educação, para citar algumas preocupações. O acionamento de produções de conhecimento que advogam a busca por justiça social e pelo acesso democrático à cultura física constitui caminho interesse que coloca em tensionamento modos constitutivos das sociedades de opressão e de privilégio, assim como convoca para a mudança social todos/as que anseiam um mundo humanizador. Nesse percurso, tem-se o acionamento de dimensões empírica, contextual, transdisciplinar, teórica, política, qualitativa, autorreflexiva e pedagógica a serem consideradas, o que procuramos desenvolver neste texto.

A terminologia Physical Cultural Studies surgiu em meados da década de 1990, em países de língua inglesa, e faz referência a um campo emergente de estudos que tem sua origem no interior da sociologia do esporte, embora a transcenda a partir de outras áreas de conhecimento (Ingham, 1997; Andrews, 2008; Silk e Andrews, 2011; Andrews e Silk, 2015). O PCS é reconhecido como um projeto em desenvolvimento que visa compreender os efeitos do poder e suas relações no âmbito da cultura física, a partir de desigualdades e injustiças sociais atravessadas por classe, etnia, gênero, capacidade, geração, nacionalidade, raças e/ou sexualidade (Thorpe e Marfell, 2019). Reside aí o compromisso com a progressiva mudança social e com a crítica à cultura física, considerando-a como o local onde divisões são “[...] impostas, experimentadas e, às vezes, contestadas” (Silk et al., 2010, p. 112, tradução nossa).

O projeto PCS tem suas demarcações nos estudos culturais – campo de investigação voltado ao entendimento e à valorização de identidades culturais e culturas marginalizadas – bem como nos embates ocorridos em departamentos de cinesiologia norteamericanos como resposta a uma série de ameaças intelectuais/institucionais permeadas pela supervalorização das ciências biológicas em detrimento das ciências sociais (Silk e Andrews, 2011; Andrews e Silk, 2015). Além disso, a insatisfação com o reducionismo empírico da Sociologia do Esporte teria gerado inquietações que interrogaram o foco esportivo e a apropriação do conceito ‘cultura física’ para ampliar o acesso a diferentes expressões, as quais incluíam o esporte, mas não se limitavam a ele.

O PCS é compreendido como um projeto em construção no qual figuram lutas internas e externas, as quais, ao mesmo tempo que dificultam seu avanço, ajudam a delinear seu projeto (Silk et al., 2017). Alguns aspectos foram determinantes para sua revisão, a exemplo das críticas feministas (Adams et al., 2016) em relação à apresentação do PCS como algo ‘novo’ e do uso do temo cultura física para abranger pesquisas com focos não esportivos (Andrews e Silk, 2015). Como efeito, esse projeto passou a avançar em investigações críticas, empiricamente fundamentadas, teoricamente informadas e politicamente incisivas acerca da cultura física, localizadas e analisadas em contextos político, econômico e tecnológico socialmente situados (Silk e Andrews, 2011).

Como campo de estudos em processo de reconhecimento e consolidação, o PCS passou a ser foco de estudos sistemáticos realizados pelo Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade (GPCCL) na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Brasil. Na medida em que nos aproximamos do PCS observamos aspectos convergentes no tocante à busca de uma prática engajada e de experiências embodied que tenham ressonância em realidades sociais diversas no âmbito da cultura física. Logo, numa perspectiva dialógica, a interlocução com o PCS, em distintas localidades, tem se materializado com o envolvimento de pesquisadores/as e discentes da graduação e da pós-graduação em atividades como: projetos de pesquisa institucional1, disciplinas na pós-graduação2, palestras3, artigos em periódicos, capítulos de livro, apresentação de trabalhos em eventos científicos4, resumos em anais, além de teses de doutorado e dissertações de mestrado.

Nesse texto, propomo-nos a refletir acerca de como a incursão pelo PCS tem motivado e tocado nossas identidades, levando-nos à (re)construção de nossas ações de ensino, de pesquisa e de intervenção na educação física, considerando diferenças contextuais e especificidades locais. Apoiados na pesquisa qualitativa e nos pressupostos de Markula e Silk (2011), procuramos situar nossas narrativas pessoais como formas de organização de pensamentos e interpretações relacionadas a determinados acontecimentos, especificamente, no diálogo com o PCS – instaurados por meio de nossa inserção em grupos de pesquisa (no Brasil e no exterior). Assim, exploramos o PCS como um campo de interlocução para uma investigação colaborativa e teoricamente informada que se desenha, nesse estudo, pela pesquisa autoetnográfica (Spry, 2001, 2010). Tal motivação é impulsionada pelo entendimento de que embora nossos grupos de estudo no Brasil (notadamente um deles, com quase 20 anos) já realizassem pesquisas voltadas ao corpo e à cultura física em suas dimensões contextual, política e social, a sensibilidade da abordagem PCS tem potencializado e radicalizado nosso modo de investigar e intervir de modo a acionar um PCS com tons brasileiros e, quiçá, latino-americanos.

DESENHOS INICIAIS DE UM PCS COM TONS BRASILEIROS, QUIÇÁ, LATINO-AMERICANOS

A interlocução com o PCS começou a ser desenhada na Universidade Estadual de Maringá, há quase seis anos, com o retorno da primeira autora desse manuscrito de seu estágio sênior pós-doutoral na Universidade de Bath/Reino Unido5. Das ações de pesquisas desenvolvidas com o PCS decorreu o interesse de graduandos e pós-graduandos/as por investigarem esse campo. Lembramos, aqui, a aproximação de membros do Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade com o Grupo PCS, na Universidade de Maryland (norte-americana), entre 2019 e 20216, com colaboração dos Professores David L. Andrews e Shannon Jette. O (re)conhecimento do PCS em um dos seus ‘núcleos geradores’ – a Universidade de Maryland – intensificou rotas qualitativas que já pulsavam no ‘fazer’ investigativo do Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade, o que direcionava seus membros, cada vez mais e de modo sistemático, à radicalidade de formas de análise crítica da cultura física.

Para além desse primeiro desenho, outros/as pesquisadores/as vêm sendo despertados/as para o PCS a partir do contato com os Grupos de Pesquisa GPCCL e CODEF, o que acena para possibilidades de interlocução nesse campo investigativo e para o desdobramento de contribuições singulares à educação física brasileira. Mas, que pontos de interseção podem ser percebidos entre produções de conhecimento relacionadas ao PCS e aquelas desenvolvidas pelos Grupos de Pesquisa na Universidade de Bath e na Universidade de Bath? Por que pensar em um PCS com tons brasileiros, quiçá, latino-americanos?

Um primeiro ponto de intersecção que nos aproxima do PCS está na diversidade de abordagens temáticas problematizadas em contextos distintos e mediadas por relações de poder. No grupo de pesquisa da Universidade de Bath que, até 2017, denominava-se Physical Cultural Studies Research Group7, a diversidade de temas explorados em artigos científicos, publicados no período de 2009 a 2016 (recorte temporal que marca o surgimento do grupo ao ano de realização de pesquisa naquela universidade), pôde ser percebida, basicamente, em cinco eixos: educação, políticas neoliberais e papel social do pesquisador; esporte, meio-ambiente, consumo e regulação do corpo; tecnologias digitais aplicadas à saúde e/ou ao lazer; corpo, doença, imperativos de saúde e subjetividade feminina; métodos criativos e práticas pedagógicas inovadoras (Lara e Rich, 2017). Tais eixos não são estanques, haja vista que uma determinada pesquisa comumente é atravessada por outros eixos, fato recorrente em modos de fazer PCS.

Produções oriundas de pesquisas desenvolvidas no Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Ludicidade têm sido, ao longo de seus 19 anos de existência, organizadas nos seguintes eixos: corpo e práticas corporais; políticas públicas de esporte e lazer; produção de conhecimento em educação física e cultura, as quais se organizam na forma de artigos (Lara e Rich, 2017; Lara et al., 2019a; Marani et al., 2021; Marques et al., 2020, 2021; Sá e Sá, 2020; Sá et al., 2021, entre outros), coletâneas (Lara, 2010; Lara e Pimentel, 2013; Lara et al., 2019b), teses e dissertações (Lacerda, 2017; Santos, 2017; Tortola, 2011, 2018; Seron, 2014; Lopes, 2013; Gonçalves, 2012, entre outras) e também livros (Miranda, 2016; Marani, 2019). Em linhas gerais, os eixos são atravessados por uma diversidade temática que integra preocupações do grupo, como: comunidades quilombolas, cultura, cultura popular, festa, dança, gênero/sexualidade, raça/etnia, políticas de pós-graduação e políticas culturais. Isso porque, para nós, a liberdade na abordagem de temas e autores/as que nos possibilitem a leitura crítica da realidade no trato com o corpo e com a cultura física (esporte, jogo, dança, ginástica), assim como o reconhecimento da diversidade étnico-racial, de gênero, de orientação sexual, de nação, de habilidade, para citar alguns, são basilares ao fazer pedagógico e científico.

A abordagem potente, crítica e criativa do PCS, com capacidade de deslocar diferentes sujeitos sociais e revelar experiências embodied (corporificadas, incorporadas) constitui aspecto de que nos aproxima desse campo de estudos. Sua orientação metodológica ampara-se no método multiperspectívico, o qual se distancia de abordagens preditivas, meramente quantitativas e centradas em esquemas padrão de coleta e tratamento de dados (Silk et al., 2017). Nas produções do PCS e naquelas relacionadas aos grupos GPCCL e CODEF expressam-se o reconhecimento da diversidade metodológica como algo construtivo e salutar, possibilitando a escolha dos caminhos investigativos de maneira consciente, a exemplo de metodologias criativas e potentes, como as narrativas corporais/body-narratives (Francombe-Webb et al., 2014), a pedagogia física performativa (Francombe, 2013) e a história inacabada (Bush et al., 2013).

Outro aspecto que aproxima interesses investigativos próprios do PCS e dos Grupos de Pesquisa GPCCL e CODEF diz respeito à variedade de autores/as que são convidados/as para o diálogo acadêmico, como Henry Giroux, Stuart Hall, Zygmunt Baumann, Michael Foucault, Pierre Bourdieu, Eduard Said, Homi K. Bhabha, Félix Guatarri, Guilles Deleuze, Lawrence Grossberg, alguns dos quais temos trabalhado em nossos grupos. Pesquisadores/as relacionados/as ao PCS, como David Andrews, Holly Thorpe, Patrícia Vertinsky, Adele Pavlidis, Emma Rich, Simone Fullagar, Michael Silk, Shannon Jette, Jennifer Roberts, têm se empenhado em consolidar um PCS com sensibilidade, engajamento e justiça social. Esses/as pesquisadores/as constroem um PCS que vai ao encontro de interesses investigativos dos grupos aqui elencados e nos possibilitam (re)imaginar a cultura física em nossa realidade local.

O caráter inovador do PCS, no nosso entendimento, está na ampliação de objetos desenvolvidos pelos estudos culturais de modo a inserir o corpo e a questionar o entendimento restrito de esporte na sociologia do esporte, ampliando, gradativamente, sua interlocução com outros estudos, como os de gênero, de mídia, étnico-raciais, queer, urbanos e os voltados à sociologia do corpo. Tem-se, assim, a formação de uma assembleia de pesquisadores/as que buscam o engajamento coletivo e o compromisso com a cultura física como espaço de mudança social, haja vista que, em vários países, o esporte ainda continua hegemônico, como prática e como campo teórico, invisibilizando outras performances do corpo. Em que pese essas diferenças, o fato é que se observa, ainda, uma sociologia do esporte focada na problematização de esportes tradicionais, algo que demarca modos excludentes no tocante a outras práticas de cultura física que também precisam ser reconhecidas, investigadas e potencializadas, sobretudo no contexto da intervenção e da ampliação do acesso a diferentes formas de estudar o corpo (in)ativo8.

A crítica que pesquisadores/as na linha do PCS fazem à hegemonia esportiva no contexto da sociologia do esporte (Silk et al., 2014; Silk e Andrews, 2011; Giardina e Newman, 2011; Andrews, 2008; Andrews e Giardina, 2008) e que os levam a visualizar o conceito de cultura física assemelha-se à crítica realizada por pesquisadores/as brasileiros à hegemonia esportiva e à necessidade de investimento em práticas corporais diversas, representadas em conceitos como cultura corporal, cultura corporal de movimento, cultura esportiva, cultura do corpo, cultura física (Lara et al., 2019b). Tais conceitos aparecem com mais ou menos força a depender das relações de poder e da aceitação de dado termo no campo científico-acadêmico. Conservadas as devidas especificidades contextuais, o fato é que tanto pesquisadores/as ligados ao PCS, quanto pesquisadores/as que militam nas subáreas sociocultural e pedagógica da educação física brasileira defendem a ampliação do acesso a diferentes práticas do corpo, de modo democrático e justo.

Ao sustentarmos a ideia de um PCS com tons brasileiros, quiçá, latino-americanos, o fazemos com a finalidade de registrar o impacto da interlocução com o PCS em nossos modos de fazer pesquisa e em nossas ações de docência e intervenção social. Contudo, essa relação não se constrói de modo subserviente. Percebemo-nos no PCS e nos identificamos com ele justamente naquilo que nos aproxima, reconhecendo, também, nossas singularidades. Assim, ao dialogarmos com o PCS e ao sermos afetados por ele, visualizamos aproximações, especialmente pelo estudo do corpo (in)ativo atravessado por marcadores sociais como gênero, etnia, raça, classe social, assim como em suas dimensões contextuais (políticas, econômicas, sociais, culturais). Ao mesmo tempo, reconhecemos nossas singularidades na escolha dos objetos nas nossas intervenções, o que resulta, de modo gradativo, no desenho do PCS com seus tons brasileiros/latino-americanos, lançando-nos aos desafios que essa experiência acadêmica tem a nos ensinar.

ACIONANDO INVESTIGAÇÕES/INTERVENÇÕES EM CORPO, CULTURA FÍSICA E RELAÇÕES DE PODER NA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA

A partir do PCS buscamos, de modo dialógico e não impositivo, potencializar formas de intervir e de pesquisar no contexto brasileiro, sobretudo no que diz respeito à sensibilidade epistemológica ao identificar, analisar e desafiar as relações de poder que são materializadas no/pelo corpo, na miríade de práticas da cultura física (Silk et al., 2017). Diferente de dizer que essa sensibilidade não fazia parte de nossas pesquisas e de nossas intervenções no contexto brasileiro, constatamos que, embora já incorporássemos o senso de justiça social em nossas práticas e produções, foi a partir do diálogo com o PCS que essas reflexões foram sistematizadas por meio de distintas materialidades pedagógicas produzidas por pesquisadores/as dessa assembleia para compreender a cultura física em sua complexidade social.

Da condição de expectadores do PCS, passamos a nos sentir parte desse projeto à medida que nos identificávamos nele e acionávamos nossos próprios modos de olhar a partir de realidades peculiares que nos são constitutivas. Reconhecemos no PCS aportes para que o desejo de mudança social seja demarcado em nossa atuação docente e investigativa, com base na complexidade empírica das relações de poder a serem desafiadas na cultura física (Silk e Andrews, 2011; Silk et al., 2017), com orientações de oito dimensões que integram o ‘fazer PCS’ (Andrews e Silk, 2015; Silk et al., 2017; Marani et al., 2021): empírica, contextual, transdisciplinar, teórica, qualitativa, autorreflexiva, política e pedagógica.

Entre as potencialidades do diálogo entre educação física brasileira e Physical Cultural Studies destacamos o modo como essa abordagem chamou nossa atenção para investigações/intervenções que não se restringissem ao fenômeno esportivo (Andrews e Silk, 2015), especialmente pelas dimensões empírica e contextual. A ampliação do objeto empírico no PCS foi fundamental para que nos sentíssemos acolhidos no interior da sociologia do esporte, dados os nossos objetos de estudo/intervenção no Brasil serem bastante diversos, a exemplo da dança, da ginástica, dos jogos, das brincadeiras e do lazer. Com isso, intensificamos nossos olhares para compreensões acerca dessas manifestações, com destaque para o modo contextual em que essas expressões da cultura física eram atravessadas por questões políticas, econômicas, tecnológicas, midiáticas, entre outras. Em complemento, essa sensibilidade nos aproximou de análises de marcadores de gênero, de sexualidade, de raça e de etnia que atravessam o corpo nessas expressões da cultura física. Como resultado, passamos a (re)interpretar corpos que dançam, que se exercitam, que brincam e que lutam a partir de relações de poder que os atravessam. Essa apropriação empírica potencializou nossos olhares para diferentes escalas de análise de modo a transcender o que Silk et al. (2017) denominam de ‘reducionismos acerca do corpo’.

No que diz respeito às dimensões pedagógica e política presentes no PCS, inspirados/as por uma “[...] pedagogia pública projetada para impactar comunidades de aprendizagem na academia, na sala de aula e em públicos mais amplos” (Silk et al., 2017, p. 7, tradução nossa), ampliamos e revisamos nossas ações docentes. Pelas lentes do PCS, fomos movidos/as “[...] pelo objetivo de capacitar indivíduos e grupos a discernirem, a desafiarem e a transformarem potencialmente as estruturas e relações de poder existentes, conforme elas se manifestam e são vivenciadas por meio do complexo campo da cultura física” (Silk et al., 2017, p. 8, tradução nossa). Reforçamos nossas práticas intelectuais como atos políticos e intensificamos pesquisas e intervenções associadas a um compromisso com a mudança social que reconheça as operações e os efeitos do poder (Giroux, 2003, 2004).

Como docentes em cursos de graduação e pós-graduação em Educação Física, atuantes em duas diferentes instituições de ensino (Universidade Estadual de Maringá e Universidade Federal de Mato Grosso), buscamos estabelecer intervenções pedagógicas alicerçadas pelo reconhecimento e valorização de lutas sociais por equidade e por um mundo humanizador. Das nossas performances em disciplinas teórico-práticas na graduação, relacionadas à cultura física (como fundamentos da dança, ginástica para todos e educação física e cultura), direcionamos esforços para uma compreensão crítica – teórica e empírica – voltada a expressões da fisicalidade (para além do físico), estimulando alunos/as a refletirem acerca das relações de poder que atravessam o corpo que brinca, dança e se exercita na educação física, com base nos pressupostos de um ‘currículo crítico-corporal’ (Silk et al., 2017).

Como projeto teórico, o PCS nos incitou ao compromisso crítico com posições teóricas amplas e flexíveis que possibilitassem a criação de interpretações relacionadas a diversos fenômenos da cultura física (Andrews e Silk, 2015). Isso gerou a necessidade de lidar com um vocabulário complexo e multifacetado, responsável por atender às extensas formas analíticas do campo empírico (Silk et al., 2017). Ao compreender posições teóricas amplas e flexíveis, o PCS pode ter falhado em sua preocupação conceitual com os termos básicos que fundamentam esse projeto, como corpo (in)ativo e embodiment. Embora entendamos que a manutenção de fronteiras fluidas e permeáveis esteja presente no programa de pesquisadores/as do PCS, o tratamento de dados conceituais, mesmo que provisórios, poderia superar algumas dificuldades em contextos nos quais o PCS é ainda pouco explorado. Em particular, buscamos enfrentar os desafios que nos são colocados – dada a nossa condição de falantes nativos da língua portuguesa – especialmente aqueles relacionados a expressões da língua inglesa, por meio de esforços que se concretizaram em alguns momentos, como na tradução da introdução da obra Handbook of Physical Cultural Studies (Marani, Sá e Lara, 2021) e em outras publicações, a exemplo de Sá, Marani e Lara (2021) e Sá, Marani e Lara (2023).

A transdisciplinaridade, como dimensão do PCS, aciona métodos e teorias plurais de modo a responder aos anseios de entender a cultura física de maneira contextual em meio às relações de poder (Silk et al., 2017). Daí o modo fluido do PCS em se engajar, como explica Andrews (2008), a teorias que pertencem aos estudos culturais, à economia, aos estudos de gênero e de sexualidade, aos estudos de mídia, aos estudos urbanos, à filosofia, à sociologia, entre outras, com vistas à produção de análises profundas acerca da interpretação da cultura física. A amplitude das possibilidades teóricas no PCS, desde que acionadas coerentemente, vai ao encontro do que pesquisadores/as em nossos grupos têm feito em suas práticas de pesquisa, nas quais teóricos como Stuart Hall, Henry Giroux, Michael Foucault, Judith Butler, bell hooks, Nestor Garcia Canclini e Paulo Freire são acionados para o avanço em estudos de cultura popular, programas de formação de professores, produção de conhecimento em educação física, políticas culturais e de esporte e lazer, estudos de gênero e sexualidade e estudos étnico-raciais na cultura física. Porém, embora almejemos a transdisciplinaridade em nossas ações e trilhemos caminhos para alcançá-la, é difícil dimensionar até que ponto ela é (ou não) alcançada.

Como abordagem predominantemente qualitativa – embora aspectos quantitativos possam ser utilizados – o PCS ofertou alternativas ao cientificismo positivista que, assim como tem dominado a vida acadêmica norte-americana, também é recorrente no cenário brasileiro. Em oposição à predição e ao controle de expressões, reiteramos nossos investimentos em pesquisas radicalmente qualitativas e orientadas pelas ciências humanas. Aproximamo-nos de pesquisas autoetnográficas realizadas no interior do PCS, notadamente em artigos de pesquisadoras feministas (Thorpe et al., 2011; Thorpe e Marfell, 2019), os quais subsidiaram maneiras inovadoras de acesso às nossas experiências corporais. Logo, essa ação nos fez (re)memorar acontecimentos que materializavam relações de poder em inúmeras direções, seja na lógica da reprodução e/ou da constatação. Dessa perspectiva, fomos impulsionados/as a questionar experiências inexploradas na cultura física – especificamente na dança e no esporte – de modo a desafiar discursos antes não questionados, em especial, relacionados aos marcadores sociais de gênero, de sexualidade, de raça, entre outros.

Os membros dos Grupos de Pesquisa GPCCL e CODEF, no Brasil, foram estimulados/as a (re)pensarem seus corpos em diferentes expressões da cultura física e a desenvolveram pesquisas com foco no corpo negro e suas relações com a dança clássica em uma perspectiva decolonial, no corpo masculino homossexual que ensina dança e seus desafios heteronormativos, no corpo feminino lésbico em experiências esportivas e nas discussões de gênero que atravessam o corpo na capoeira. A essa fusão epistemológica junta-se a dimensão autorreflexiva, constituída pelo compromisso moral e político desse projeto (Andrews e Silk, 2015). Ao colocar o PCS em ação, explicitamos escolhas investigativas que vão se desenhando a partir da interlocução com modos investigativos próprios e realidades peculiares (Marani, 2021). Como exemplo, destacamos a pesquisa em desenvolvimento e que envolve uma rede de colaboradores (nacionais e internacionais) engajados/as em refletir acerca de processos decoloniais em cultura física.

Em síntese, entendemos que o diálogo com o PCS proporcionou tensões necessárias à medida que nos sensibilizava, como pesquisadores/as do corpo, a desafiar radicalmente as estruturas de poder que são impostas, experienciadas e, por vezes, como lembram Andrews e Silk (2015), contestadas na cultura física. Ao investirmos numa relação dialógica, como informou Freire (1997), somos movidos/as pela curiosidade, pela inquietação e pela disposição em desafiar determinadas estruturas no contexto em que atuamos como professores/as e pesquisadores/as, o que viabiliza modos peculiares de intervir no e pelo corpo. Como efeito, buscamos construir intervenções capazes de fomentar engajamentos entre nós e comunidades locais, entre nós e pesquisadores/as do sul e do norte global, entre teoria e prática e entre discurso e instituição. Talvez possamos, coletivamente, contribuir para a estruturação de espaços e conhecimentos que desafiem injustiças no acesso à cultura física e para que constantes revisões epistemológicas, ontológicas e metodológicas sejam acionadas no ensejo de um projeto de sociedade humanizador .

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao desenvolvermos reflexões acerca do Physical Cultural Studies procuramos abordar características latentes desse campo de estudos, bem como dialogar com as pesquisas e intervenções realizadas por membros dos grupos GPCCL e CODEF, no Brasil. Em síntese, como sensibilidade investigativa, a abordagem PCS preocupa-se em identificar, interpretar e intervir em diferentes estruturas hierárquicas de gênero, de classe, de etnia, e de raça (para citar algumas) de modo a desafiar tais estruturas manifestas no universo da cultura física. Nessa direção, o PCS fornece subsídios para o engajamento crítico de pesquisadores/as com o intuito de intervir nesses contextos de injustiça social, notadamente, a partir de contribuições que atravessam as dimensões empírica, contextual, transdisciplinar, teórica, política, qualitativa, autorreflexiva e pedagógica para a análise das relações entre corpo, cultura e poder.

Apesar do empenho acadêmico de Silk et al. (2017) em acionar pesquisadores/as de países não anglófonos (como Suécia, Japão, China, Itália e Brasil) para refletirem e produzirem conhecimento na esteira do PCS, há predominância de vozes do PCS nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Austrália, no Canadá e na Nova Zelândia. Isso requer o posicionamento de novas vozes para a construção do diálogo com países cuja história é marcada por processos bastante distintos, em que o colonizador impôs suas marcas e seu processo de dominação. Isso implica pensar a emergência da decolonialidade como projeto que prevê formas de ruptura com o epistemicídio (Santos, 2014) que silencia e oculta diferentes formas de se construir no mundo.

Finalmente, ao fazermos leituras e estudos sistemáticos de trabalhos imersos no universo do PCS e ao produzirmos conhecimento nesse campo a partir de nossas experiências como grupo de pesquisadores/as e professores/as que estudam o corpo sujeito às operações de poder econômico, político e social, realizamos os primeiros traçados de uma epistemologia e uma prática engajadas. Os anos de interlocução com o PCS (mais de seis) nos levam a nomear esse campo, hoje, de Estudos Culturais Físicos (ECF) − na nossa língua – e com seus tons brasileiros, quiçá, latino-americanos, destacado por sua preocupação com uma educação decolonial e pelas interfaces resultantes do diálogo com pesquisadores/as compromissados/as com formas de produzir conhecimento e práticas que sejam democratizadas e que tenham ressonância na vida das pessoas. Esperamos, com isso, somar esforços para a estruturação de uma produção de conhecimento que possa contribuir com as subáreas sociocultural e pedagógica da educação física brasileira com vistas a ampliar debates, refinar olhares e intensificar ações de engajamento e intervenção social, atentas às relações de poder que atravessam a cultura física em distintos contextos sociais.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Emma Rich, Shannon Jette e David L. Andrews pela possibilidade de diálogo e pelo acolhimento na University of Bath (Reino Unido) e na University of Maryland (Estados Unidos).

  • 1
    Projeto intitulado “Physical Cultural Studies na Sociologia do Esporte e para além dela: aportes para as subáreas sociocultural e pedagógica da educação física brasileira”. Integraram esse projeto pesquisadores da UEM e de outras Instituições de Ensino Superior Brasileiras, bem como discentes da pós-graduação e graduação.
  • 2
    Disciplina intitulada “Physical Cultural Studies: questões contemporâneas em saúde, corpo e esporte”, ofertada anualmente, desde 2018, pela primeira autora, junto ao Programa de Pós-graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
  • 3
    Citamos, como exemplo, a palestra ‘Physical Cultural Studies como aporte para as subáreas sociocultural e pedagógica da educação física brasileira’, proferida pela primeira autora no 38º Simpósio Nacional de Educação Física (SNEF), na Universidade Federal de Pelotas, em 2019, bem como a palestra ‘O (re)conhecimento do corpo nos estudos culturais físicos: a pesquisa (in)corporada como meio para a visibilidade social’, realizada por Vitor Hugo Marani no I Simpósio de Estudos Culturais na Educação Física: 15 anos de pesquisa em corpo, cultura e Ludicidade, na Universidade Estadual de Maringá, em 2019.
  • 4
    Vitor Hugo Marani apresentou, em 2019, nos Estados Unidos, o trabalho “Body and culture in Brazilian physical education: epistemic and methodological perspectives”, no 12th Annual Physical Cultural Studies Graduate Student Conference, na University of Maryland, bem como o trabalho escrito em parceria com Larissa Michelle Lara, nomeado ‘Regulation, disinvestments in education and challenges for embodied practices’, na 40th Annual Conference − The North American Society for the Sociology of Sport, na cidade de Virginia Beach (VA). Larissa Michelle Lara apresentou, em 2018, a pesquisa ‘Physical culture in Physical Cultural Studies theory and in Brazilian Physical Education: theoretical-conceptual equivalences and differences in the thematization of sport, body and its practices’, no ISSA World Congress of Sociology of Sport, em Lausanne/Suíça. Em 2017, apresentou o trabalho ‘The ethical-aesthetic sense of the body in sport based on Physical Cultural Studies’, escrito em coautoria com Emma Rich (University of Bath) na 14a EASS European Association for Sociology of Sport Conference, Praga/Czech Republica. Lara apresentou, ainda, os trabalhos ‘A cultura física na teoria dos Estudos Culturais Físicos: aportes de um campo em ascensão’, no XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII Congresso Internacional de Ciências do Esporte, em Natal/Brasil, bem como ‘O corpo em sua experiência de embodiment na teoria Physical Cultural Studies’, no V Encontro Nacional de Grupos de Pesquisa em Dança, na cidade de São Paulo/Brasil.
  • 5
    O estágio sênior pós-doutoral contou com a especial colaboração acadêmica da pesquisadora Emma Rich, na Universidade de Bath/UK e teve apoio da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
  • 6
    As experiências no exterior foram materializadas com bolsas concedidas pelo Programa de Doutorado Sanduíche (PDSE/CAPES).
  • 7
    Atualmente, o Grupo chama-se Physical Culture, Sport and Health.
  • 8
    A menção a corpo ativo ou (in)ativo é frequente na literatura relacionada ao PCS, embora não se observe uma preocupação conceitual com o termo. Contudo, entendemos que esse conceito se refere tanto a um corpo que se move a partir das diversas formas de expressão da cultura física, portanto, ativo, quanto ao corpo que, por distintas razões (doença, trabalho, falta de tempo disponível, desinteresse, falta de recursos materiais e financeiros) não se conecta com a prática regular da cultura física (exercício físico, esporte, dança, ginástica, caminhada, outra), mantendo-se, portanto, inativo.
  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho contou com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES-Programas Estratégicos) — Código de Financiamento 001 (Estágio Pós-Doutoral), bem como auxílio por meio da concessão de bolsas do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE/CAPES).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    29 Ago 2023
  • Aceito
    18 Out 2023
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