Open-access Notas sobre Coelidiana Oman (Hemiptera, Cicadellidae, Neocoelidiinae) e descrição de três novas espécies do Brasil

Notes on Coelidiana Oman (Hemiptera, Cicadellidae, Neocoelidiinae) and description of three new species from Brazil

Resumos

Três novas espécies de Coelidiana Oman, 1936 são descritas e ilustradas: Coelidiana bella sp. nov. (Mato Grosso, Sinop), C. stricta sp. nov. (Rondônia, Ariquemes) e C. diminuta sp. nov. (São Paulo, Bebedouro). Uma nova combinação é proposta: Coelidiana sinopensis (Chiamolera & Cavichioli, 2000) comb. nov. (Biza Walker) e novas ocorrências são registradas. Novos dados de distribuição geográfica são registrados para: Coelidiana croceata Osborn, 1923; C. brasiliensis Linnavuori, 1965 e C. ferruginea Chiamolera & Cavichioli, 2000. Uma chave para as espécies é apresentada.

Chave para machos; nova combinação; novos registros


Three new species of Coelidiana Oman, 1936 are described and illustrated: Coelidina bella sp.nov. (Sinop, Mato Grosso); C. stricta sp.nov. (Ariquemes, Rondônia) and C. diminuta sp.nov. (Bebedouro, São Paulo). Coelidiana sinopensis (Chiamolera & Cavichioli, 2000) comb. nov. (formely in Biza Walker). New geographical distribution data are also recorded for Coelidiana croceata Osborn, 1923; C. brasiliensis Linnavouri, 1965 and C. ferruginea Chiamolera & Cavichioli, 2000. A key to species is provided.

Key to males; new combination; new records


Notas sobre Coelidiana Oman (Hemiptera, Cicadellidae, Neocoelidiinae) e descrição de três novas espécies do Brasil1

Notes on Coelidiana Oman (Hemiptera, Cicadellidae, Neocoelidiinae) and description of three new species from Brazil

Larissa De B. ChiamoleraI; Rodney R. CavichioliII

IE-mail: laridbc@hotmail.com IIDepartamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 19020, 81531-980 Curitiba, Paraná, Brasil. E-mail: cavich@ufpr.br. Bolsista do CNPq (Proc. 303451/2002-5)

RESUMO

Três novas espécies de Coelidiana Oman, 1936 são descritas e ilustradas: Coelidiana bella sp. nov. (Mato Grosso, Sinop), C. stricta sp. nov. (Rondônia, Ariquemes) e C. diminuta sp. nov. (São Paulo, Bebedouro). Uma nova combinação é proposta: Coelidiana sinopensis (Chiamolera & Cavichioli, 2000) comb. nov. (Biza Walker) e novas ocorrências são registradas. Novos dados de distribuição geográfica são registrados para: Coelidiana croceata Osborn, 1923; C. brasiliensis Linnavuori, 1965 e C. ferruginea Chiamolera & Cavichioli, 2000. Uma chave para as espécies é apresentada.

Palavras chaves: Chave para machos, nova combinação, novos registros.

ABSTRACT

Three new species of Coelidiana Oman, 1936 are described and illustrated: Coelidina bella sp.nov. (Sinop, Mato Grosso); C. stricta sp.nov. (Ariquemes, Rondônia) and C. diminuta sp.nov. (Bebedouro, São Paulo). Coelidiana sinopensis (Chiamolera & Cavichioli, 2000) comb. nov. (formely in Biza Walker). New geographical distribution data are also recorded for Coelidiana croceata Osborn, 1923; C. brasiliensis Linnavouri, 1965 and C. ferruginea Chiamolera & Cavichioli, 2000. A key to species is provided.

Key words: Key to males, new combination, new records.

OMAN (1936) descreveu Coelidiana, incluindo-o em Jassinae. Designou como espécie-tipo, Neocoelidia rubrolineata Baker, 1898 do Brasil e transferiu para este gênero as seguintes espécies da América do Sul: Neocoelidia bimaculata Baker, 1898; N. modesta Baker, 1898; N. inflata Osborn, 1923; N. croceata Osborn, 1923. Diferenciou Coelidiana de Neocoelidia Gillete & Baker, 1895 por ter o aspecto geral mais alongado, possuir carena na transição entre a coroa e a face e as asas estenderem bem além da extremidade do abdômen. Difere também de Chinaia Brunner & Metcalf, 1934 pela presença de carena entre a coroa e a face e por ter apenas três células apicais na asa posterior.

OMAN (1949) ao propor Neocoelidiinae, transferiu Coelidiana para esta subfamília. DELONG (1953) descreveu três novas espécies de Coelidiana: C. spina, C. bidentata e C. (Nelidina) defila, bem como propôs um gênero novo: Acocoelidia, relacionando-o com Coelidiana.

KRAMER (1959) transferiu Chinaia undata Linnavuori, 1956 para Coelidiana., LINNAVUORI & HELLER (1961) descreveram duas novas espécies: C.(Stenocoelidia) flavida e C. (Coelidiana) rotundiceps.

KRAMER (1964), ao revisar Neocoelidiinae, sinonimizou Acocoelidia DeLong, 1953 (espécie-tipo: Acocoelidia unipunctata DeLong) com Coelidiana e incluiu, também, as seguintes espécies: C. coronata (Ball, 1916) e C. croceata (Osborn, 1923), esta última já tendo sido incluída por OMAN (1936). Além de inclui-las, apresentou uma diagnose, já que essas espécies não tinham sido estudadas desde a sua descrição original. Afirmou que as espécies de Coelidiana distribuem-se desde o sul do México até o Brasil. Nesse mesmo trabalho transferiu C. inflata (Osbron, 1923) para Xenocoelidia Kramer, 1959 e C. modesta (Baker, 1898) para Coelana DeLong, 1953.

LINNAVUORI (1965) descreveu quatro novas espécies de Coelidiana: C. brasiliensis, C. signaticeps, C. distinctissima e C. lurida, as duas últimas baseadas apenas em fêmeas.

KRAMER (1967) revisou Coelidiana propondo quatro novas espécies: C. colens, C. ancora, C. durata e C. patrator e registra 15 espécies para o gênero. Colocou as espécies C. coronata (Ball, 1916), C. distinctissima Linnavuori, 1965 e C. lurida Linnavuori, 1965 em "incertae sedis" por terem sido descritas com base em um único espécime fêmea. No entanto, omitiu C. rotundiceps Linnavuori & Heller, 1961.

DELONG & KOLBE (1975) descreveram Coelidiana plaga.

CHIAMOLERA & CAVICHIOLI (2000b) descreveram C. ferruginea, do Brasil e FREYTAG (2000) descreveu uma espécie das Ilhas Galápagos: C. krameri.

As técnicas para o preparo de genitália de macho seguem OMAN (1949), com pequenas alterações; a terminologia adotada na descrição das espécies é a de KRAMER (1964) e YOUNG (1968), exceto para as estruturas da cabeça, que segue HAMILTON (1981) e MEJDALANI (1998). As medidas são fornecidas em milímetros.

Estudando os espécimes depositados na "Coleção de Entomologia Pe. Jesus Santiago Moure" do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (DZUP) e da Coleção do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), são propostas três novas espécies, cujas descrições são fornecidas adiante, bem como uma chave para as espécies, com base da genitália dos machos.

Coelidiana Oman, 1936

Neocoelidia rubrolineata Baker, 1898. Por designação original.

Kramer (1964), caracterizou Coelidiana da seguinte forma: com carena separando a coroa da face. Coroa, em vista dorsal, variável com comprimento e largura quase iguais ou comprimento excedendo a largura e angulada apicalmente. Ocelo na margem anterior da coroa. Cabeça, incluindo os olhos, mais estreita que o pronoto. Margem posterior do pronoto geralmente denteada. Venação das asas anteriores altamente obscura exceto apicalmente. Coloração de palha a amarelo, no geral. Cabeça, pronoto e escutelo sem máculas, estas quando presentes distintas ou inconspícuas, podendo ser amarelas a vermelho em forma de faixas laterais e/ou longitudinais. Asas anteriores variando de uma cor uniforme até marcadas com marrom escuro ou preto. Genitália masculina: placas subgenitais fusionadas basalmente e freqüentemente por quase toda a sua extensão. Pigóforo, em vista lateral, de forma variável, sem processos dorsais, mas terminando com uma saliência aguda simples ou desenvolvida de comprimento variável; margem ventral com ganchos, espinhos apicais longos ou simples. Tubo anal com ganchos ventrais pareados ou nenhum. Conetivo em forma de "Y". Estilo em vista lateral fortemente enganchado apicalmente. Edeago simples, delgado, ou moderadamente robusto e curvado para cima no ápice.

Chave para machos das espécies de Coelidiana

A chave apresentada é uma adaptação à de KRAMER (1967: 31) A espécie C. rotundiceps Linnavuori & Heller, 1961, C. lurida Linnavuori, 1965, C. coronata (Ball, 1916) e C. distinctissima Linnavuori, 1965 não foram incluídas na chave, a primeira por se acreditar que não pertença ao gênero e as outras três por não termos espécimes machos.

1. Edeago com processos ............................................................................. 2
1'. Edeago sem processos ............................................................................. 6
2. Edeago com um par de processos basais ou apicais ....................................... 3
2'. Edeago com um processo basal ................................................................. 4
3. Edeago com um par de processos basais ........................................ C. patrator
3'. Edeago com um par de processos apicais .................................... C. sinopensis
4. Pigóforo com dente na margem ventro-apical; edeago com um pequeno processo ventral, digitiforme ...................................................................... C. flavida
4'. Pigóforo não com acima; edeago com processo ventral relativamente grande e com ápice agudo ........................................................................................... 5
5. Pigóforo com dente no terço apical da margem ventral; edeago curvado apenas no terço apical ........................................................................... C. brasiliensis
5'. Pigóforo com ápice dorsal projetado e terminando pontiagudo; edeago curvado no terço basal e no terço apical ......................................... C. diminuta sp. nov.
6. Pigóforo terminando, dorsalmente, em uma ponta aguda de comprimento variável e com dente na margem ventral ................................................................... 7
6'. Pigóforo não como acima ........................................................................ 12
7. Edeago com margem ventral irregular ............................................ C. croceata
7'. Edeago com margem ventral lisa ................................................................ 8
8. Pigóforo com apenas um dente margem ventral ............................................. 9
8'. Pigóforo com dois dentes na margem ventral ........................................ C.plaga
9. Edeago com curvatura branda, mais acentuada no terço apical; ápice do edeago arredondado ........................................................................ C. rubrolineata
9'. Edeago não como acima ......................................................................... 10
10. Edeago com curvatura abrupta no terço basal e ápice retilíneo ............ C. durata
10'. Edeago não curvado, mais ou menos retilíneo ............................................ 11
11. Edeago não robusto, com curvatura ventral apenas no ápice; tubo anal sem processos ............................................................................ C. ferruginea
11'. Edeago robusto com curvatura mais ou menos no terço apical e ápice em vista dorsal com duas projeções laterais; com pequeno processo no tubo anal .......... ........................................................................................ C. signaticeps
12. Tubo anal com processos ...................................................................... 13
12'. Tubo anal sem processos ...................................................................... 16
13. Processos do tubo anal conspícuos .......................................................... 14
13'. Processos do tubo anal inconspícuos ....................................................... 15
14. Pigóforo com projeção delgada, voltada para baixo, com o ápice mais alargado e obtuso .................................................................................... C. ancora
14'. Pigóforo não como acima ............................................................. C. colens
15. Tubo anal com processos na base .............................................. C. bidentata
15'. Tubo anal com processos, porém, não na base ...................... C. bella sp. nov.
16. Ápice do pigóforo com duas projeções agudas, uma dorsal e outra ventral .......... .............................................................................................................. 17
16'. Margem posterior do pigóforo não como acima .......................................... 18
17. Projeções agudas do ápice do pigóforo semelhantes em tamanho ...................... ............................................................................................... C. bimaculata
17'. Projeção dorsal do ápice do pigóforo mais de duas vezes o tamanho da projeção ventral ...................................................................................... C. spina
18. Margem posterior do pigóforo truncada ....................................... C. unipuncta
18'. Margem posterior do pigóforo nunca truncada ........................................... 19
19. Pigóforo longo, margem dorsal no seu terço apical, irregular (crenulada); margem ventral com um dente ventral no terço apical ........................... C. stricta sp. nov.
19'. Pigóforo não como acima ...................................................................... 20
20. Placa subgenital mais longa do que o pigóforo .................................. C. undata
20'. Placa subgenital tão longa quanto ou mais curta do que o pigóforo ............... 21
21. Pigóforo arredondado apicalmente ............................................... C. anomala
21'. Pigóforo afilado apicalmente ....................................................... C. krameri

Coelidiana bella sp. nov.

Figs 1-7




Holótipo macho. BRASIL, Mato Grosso: Sinop, X/1975, M. Alvarenga leg. [DZUP].

Diagnose. Pigóforo com a margem posterior truncada e com dentes, um voltado dorsalmente e outro dirigido para baixo; Edeago sem processos e fortemente curvado dorsalmente.

Holótipo macho. Medidas: comprimento total 8,00; comprimento mediano da cabeça 0,68; distância transocular 1,52; distância interocular 0,72; comprimento mediano do pronoto 0,72; distância entre os úmeros 1,92; largura máxima do escutelo 1,52; comprimento mediano do escutelo 1,36; comprimento das asas anteriores 6,40; largura máxima das asas anteriores 2,00.

Cabeça, em vista dorsal (Fig. 1), pronunciada, comprimento mediano levemente maior que 4/10 da largura transocular, margem anterior levemente arredondada e com carena na transição entre a coroa e a face; superfície lisa. Ocelos pouco diferenciados, localizados na face, logo abaixo da carena, acima dos lóbulos supra-antenais. Lóbulos supra-antenais não protuberantes dorsalmente, lateralmente carenados e oblíquos. Fronte, em vista lateral, não arqueada; superfície pontuada. Clípeo contínuo com a fronte, de aspecto retangular, em vista lateral, levemente arqueado.

Tórax. Pronoto (Fig. 1) mais largo que a cabeça, com a superfície levemente enrugada; margem anterior arredondada; carena notopleural completa; margem posterior com ligeira reentrância mediana. Escutelo (Fig. 1) com superfície pontuada. Asas anteriores com venação obscura, exceto apicalmente; com quatro células apicais.

Genitália. Pigóforo (Fig. 2) aproximadamente retangular, com dois dentes apicais, um dorsal e outro ventral; margem dorsal, apicalmente com pequenas ondulações. Placa subgenital (Fig. 3) inteira com uma reentrância mediana no ápice. Estilos (Fig. 6) curvos apicalmente. Conetivo (Fig. 5) em forma de "Y" invertido e fortemente unido com o edeago. Edeago (Fig. 4) com a base alargada e bífida, formando um ramo dorsal e um ventral; haste afilada para o ápice e fortemente curvada dorsalmente.

Tubo anal com um par de processos, em forma de ganchos, ventrais.

Coloração geral amarela, com marcas de diferentes tons de laranja na coroa, pronoto e escutelo. Asas anteriores (Fig. 7) hialinas, com duas manchas marrons, uma mais ou menos retangular no terço apical do clavo, junto à margem anal e outra, oblíqua no terço apical na altura das células anteapicais.

Comentários. Coelidiana bella sp. nov. é similar a C. croceata (Osborn, 1923) diferindo desta por apresentar a haste do edeago fortemente curvada; tubo anal com ganchos e asas anteriores com manchas marrons.

Coelidiana stricta sp. nov.

Figs 8-14




Holótipo macho. BRASIL, Rondônia: Ariquemes, Fazenda Rancho Grande, Cacaulandia, 10/X/1991, Mielke leg. [DZUP]. Parátipo macho. Brasil, Mato Grosso, Sinop, X/1975, M. Alvarenga leg. [DZUP].

Diagnose. Pigóforo, apicalmente unciforme e com a margem ventral, no seu terço apical com um dente voltado para baixo; Edeago simples, sem processos, retilíneo, expandido basalmente formando dois ramos divergentes anteriormente.

Holótipo macho. Medidas: comprimento total 7,80; comprimento mediano da cabeça 0,68; distância transocular 1,56; distância interocular 0,92; comprimento mediano do pronoto 0,76; distância entre os úmeros 2,16; largura máxima do escutelo 1,60; comprimento mediano do escutelo 1,40; comprimento das asas anteriores 6,20; largura máxima das asas anteriores 2,16.

Morfologia externa como em C. bella sp. nov.

Genitália. Pigóforo (Fig. 9) mais ou menos triangular, alongado, com dois dentes, um no terço apical da margem ventral e outro unciforme, apical e voltado para baixo; margem dorsal, no terço apical, crenulada; com uma esclerotinização mais acentuada basalmente e no terço anterior da margem ventral. Placa subgenital (Fig. 10) inteira, com uma pequena reentrância mediana no ápice e um forte estreitamento no seu terço apical. Estilos (Fig. 12 e 13) delgados, longos, curvados apicalmente. Conetivo (Fig. 13) em forma de "V" invertido. Edeago (Fig. 11) curto, sem processos, expandido basalmente formando dois ramos divergentes, do terço basal até o ápice retilíneo, obtuso apicalmente.

Tubo anal sem processos.

Coloração geral amarelo-pálida, com três manchas alaranjadas na coroa, sendo a mediana a mais longa, as outras duas, no terço anterior e localizadas paralelas à mediana. Asas anteriores amarelo-hialinas, com veias amareladas.

Comentários. Coelidiana stricta sp. nov. é semelhante a Coelidiana plaga DeLong & Kolbe, 1975 diferindo, principalmente, pela presença de manchas alaranjadas na coroa e a ausência de processos no pigóforo.

Coelidiana diminuta sp. nov.

Figs 15-21




Holótipo macho. BRASIL, São Paulo: Bebedouro, 15/V/1998, Giustoli, T. A. col., Café-Malaise [DZUP]. Parátipos 18 machos, mesmos dados do holótipo [DZUP].

Diagnose. Pigóforo truncado apicalmente, com uma forte projeção pontiaguada apico-dorsal. Edeago curvo, com processo ventro-basal, longo e sinuoso.

Holótipo macho. Medidas: comprimento total 5,50; comprimento mediano da cabeça 0,52; distância transocular 1,14; distância interocular 0,66; comprimento mediano do pronoto 0,42; distância entre os úmeros 1,28; largura máxima do escutelo 0,94; comprimento mediano do escutelo 0,70; comprimento das asas anteriores 4,30; largura máxima das asas anteriores 1,12.

Cabeça, em vista dorsal, (Fig. 15) pronunciada, comprimento mediano levemente maior que 4/10 da largura transocular, margem anterior arredondada e com carena na transição da coroa com a face; superfície pontuada. Ocelos não evidentes. Lóbulos supra-antenais não protuberantes dorsalmente e lateralmente carenados e oblíquos. Fronte, em vista lateral, não arqueada; superfície pontuada; clípeo contínuo com a fronte, de forma retangular e, em vista lateral, não arqueado. Asas anteriores com venação obscura. Demais características como em Coelidiana bella sp. nov.

Genitália do macho. Pigóforo (Fig. 16) truncado apicalmente, com uma forte projeção pontiaguda dorsalmente, ventralmente, com um pequeno dente; na base da projeção dorsal há um pequeno dente. Placa subgenital (Fig. 17) inteira com uma pequena reentrância mediana no seu ápice. Estilos (Fig. 20) mais longos do que o conetivo, ápice pontiagudo e, em vista lateral, curvado apicalmente. Conetivo (Fig. 20) em forma de "Y" invertido, com ramo apical muito mais curto do que os ramos laterais. Edeago (Fig. 18) curvo, voltado para trás, apicalmente com leve expansões laterais (Fig. 19), com processo ventro-basal longo e sinuoso.

Tubo anal sem processos.

Coloração geral amarelo-palha. Asas anteriores hialinas.

Comentários. Coelidiana diminuta sp. nov. é semelhante à Coelidiana brasiliensis Linnavuori, 1965, diferindo no formato do pigóforo, que apresenta um dente abaixo da forte projeção da margem dorso-posterior, e do edeago, este último sendo curvado e voltado para trás, processo ventro-basal, longo e sinuoso.

A seguir lista-se a inclusão de uma espécie e novas ocorrências para as espécies do gênero.

Coelidiana sinopensis (Chiamolera & Cavichioli, 2000a) comb. nov. Esta espécie foi descrita no gênero Biza, Walker, é aqui transferida para Coelidiana principalmente pela forma da genitália do macho. – Brasil: Amazonas, Rio Solimões, Lago do José (proximidades de Manaus); 9-VIII-1979, J. Adis et al. leg. (INPA) – um macho; Amazonas, Rio Janauaca (40 Km SW Manaus), 10-03-1979 (INPA) – um macho.

Coelidiana croceata (Osborn, 1923) – São Paulo, Bebedouro, 22/II/1999, malaise (café) (DZUP) – doze machos.

Coelidiana brasiliensis Linnavuori, 1965 – Estado do Rio de Janeiro, Itatiaia, 5/II/1957 (DZUP) – dois machos; Brasil: Paraná, Foz do Iguaçu, 3/XII/1966 (DZUP) – um macho.

Coelidiana ferruginea Chiamolera & Cavichioli, 2000b – Roraima, Rio Uraricoera, Ilha de Maracá, 02-13/V/1987 (INPA) – um macho; Amazonas. Coari, Rio Urucu, Petrobrás, RUC-30, 07-14/IX/1992, P.F. Buhrnheim & N.O. Aguiar leg. (INPA) – um macho; Amazonas, Coari, Rio Urucu, LUC-09, 4º51'56"S/65º04'56"W, 25/I-10/II/1995, P. Bührnheim et al. leg. (INPA) – um macho.

Recebido em 12.IV.2004; aceito em 23.V.2005.

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  • 1
    Contribuição número 1486 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Ago 2005
    • Data do Fascículo
      Jun 2005

    Histórico

    • Aceito
      23 Maio 2005
    • Recebido
      12 Abr 2004
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