Resumos
O transporte e a transmissão de bactérias do complexo Xanthomonas vesicatoria pelas sementes de tomate é um dos principais mecanismos de sobrevivência e disseminação do patógeno para novas áreas. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de elucidar o processo de infecção e colonização das sementes, plântulas e mudas de tomate. Foram realizados experimentos utilizando o isolado ENA 4463 de X. vesicatoria e a cultivar Santa Clara Miss Brasil, cujas sementes foram inoculadas a vácuo ou por injeção de suspensão bacteriana na região da placenta de frutos verdes. O semeio foi feito em caixas Gerbox, contendo papel germitest, bandejas de alumínio contendo areia ou bandejas de isopor (128 células), contendo substrato comercial para produção de mudas. As avaliações nos testes em Gerbox foram feitas ao longo de seis dias por isolamentos diretos e indiretos em meio NA para quantificação da população bacteriana associada aos diferentes órgãos das plântulas. Nos testes de emergência em areia e em substrato, foram realizadas avaliações ao longo de 30 dias utilizando os mesmos procedimentos. A fitobactéria foi facilmente reisolada do tegumento ao longo dos primeiros seis dias e da radícula, do hipocótilo e folhas cotiledonares logo após a sua emissão aos dois e três dias do semeio, respectivamente. A máxima população de X. vesicatoria foi observada às 48 h após o semeio por ocasião da emissão da radícula. Nos experimentos em areia e em substrato comercial, observou-se que a bactéria, a partir do tegumento, coloniza todos os órgãos da planta à medida que estes são emitidos. A bactéria pode sobreviver como residente na raiz, hipocótilo, folhas cotiledonares e definitivas até pelo menos 30 dias após o semeio, sem necessariamente causar sintomas.
Solanum lycopersicum; mancha bacteriana; patologia de sementes; germinação; epidemiologia
Transmission of Xanthomonas vesicatoria by seeds is one of the major sources of inoculum for development of epidemic bacterial spot. The aim in this work was elucidating the process of infection and colonization of tomato seeds and seedlings by these bacteria. Three experiments were carried out using X. vesicatoria, ENA 4463 isolate, and tomato seeds from Santa Clara Miss Brasil cultivar. Seeds were inoculated using vacuum or by injection of bacterial suspension in the region of the placenta of green fruits. Sowing was done in Gerbox boxes, aluminum or Styrofoam trays (128 cells) containing germitest paper, sand or commercial substrate for seedlings, respectively. Seedlings in Gerbox were assessed along six days by the quantification of bacterial population associated to different organs, through direct and indirect isolation on NA medium. In sand and commercial substrate, assessments were carried out until 30 days using the same procedures. Bacteria was easily isolated from the coat along the first six days, and from radicles, hypocotyls and cotyledon leaves just after the organs appearance, at two or three days after sowing, respectively. Maximum population of Xanthomonas vesicatoria was observed at 48 hours after sowing at the time of radicle protrusion. In sand and commercial substrate experiments, the bacteria colonized all plant organs and this process occurred as they arose. These bacteria can survive as resident at roots, epicotyls, cotyledon and definitive leaves until, at least, 30 days after sowing, not necessarily causing symptoms.
Solanum lycopersicum; bacterial spot; seed pathology; germination; epidemiology
PESQUISA RESEARCH
Transporte de Xanthomonas vesicatoria de sementes para plântulas e mudas de tomate
Transport of Xanthomonas vesicatoria from seeds to seedlings and to plants of tomato
Débora AG da SilvaI; Aldir de O de CarvalhoI; Maurício B PereiraII; Fábio L OlivaresIII; Margarida Goréte F do CarmoI
IUFRRJ-IA, Depto. Fitotecnia, BR-467 km 07, 23890-000 Seropédica-RJ; deb.gon@globo.com (autor correspondente); gorete@ufrrj.br
IIUFRRJ-IB, Depto. Genética; balleste@ufrrj.br
IIIUENF-CBB, Lab. Biol. Celular e Tecidual, 28013-602 Campos dos Goytacazes-RJ; fabioliv@uenf.br
RESUMO
O transporte e a transmissão de bactérias do complexo Xanthomonas vesicatoria pelas sementes de tomate é um dos principais mecanismos de sobrevivência e disseminação do patógeno para novas áreas. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de elucidar o processo de infecção e colonização das sementes, plântulas e mudas de tomate. Foram realizados experimentos utilizando o isolado ENA 4463 de X. vesicatoria e a cultivar Santa Clara Miss Brasil, cujas sementes foram inoculadas a vácuo ou por injeção de suspensão bacteriana na região da placenta de frutos verdes. O semeio foi feito em caixas Gerbox, contendo papel germitest, bandejas de alumínio contendo areia ou bandejas de isopor (128 células), contendo substrato comercial para produção de mudas. As avaliações nos testes em Gerbox foram feitas ao longo de seis dias por isolamentos diretos e indiretos em meio NA para quantificação da população bacteriana associada aos diferentes órgãos das plântulas. Nos testes de emergência em areia e em substrato, foram realizadas avaliações ao longo de 30 dias utilizando os mesmos procedimentos. A fitobactéria foi facilmente reisolada do tegumento ao longo dos primeiros seis dias e da radícula, do hipocótilo e folhas cotiledonares logo após a sua emissão aos dois e três dias do semeio, respectivamente. A máxima população de X. vesicatoria foi observada às 48 h após o semeio por ocasião da emissão da radícula. Nos experimentos em areia e em substrato comercial, observou-se que a bactéria, a partir do tegumento, coloniza todos os órgãos da planta à medida que estes são emitidos. A bactéria pode sobreviver como residente na raiz, hipocótilo, folhas cotiledonares e definitivas até pelo menos 30 dias após o semeio, sem necessariamente causar sintomas.
Palavras-chave: Solanum lycopersicum, mancha bacteriana, patologia de sementes, germinação, epidemiologia.
ABSTRACT
Transmission of Xanthomonas vesicatoria by seeds is one of the major sources of inoculum for development of epidemic bacterial spot. The aim in this work was elucidating the process of infection and colonization of tomato seeds and seedlings by these bacteria. Three experiments were carried out using X. vesicatoria, ENA 4463 isolate, and tomato seeds from Santa Clara Miss Brasil cultivar. Seeds were inoculated using vacuum or by injection of bacterial suspension in the region of the placenta of green fruits. Sowing was done in Gerbox boxes, aluminum or Styrofoam trays (128 cells) containing germitest paper, sand or commercial substrate for seedlings, respectively. Seedlings in Gerbox were assessed along six days by the quantification of bacterial population associated to different organs, through direct and indirect isolation on NA medium. In sand and commercial substrate, assessments were carried out until 30 days using the same procedures. Bacteria was easily isolated from the coat along the first six days, and from radicles, hypocotyls and cotyledon leaves just after the organs appearance, at two or three days after sowing, respectively. Maximum population of Xanthomonas vesicatoria was observed at 48 hours after sowing at the time of radicle protrusion. In sand and commercial substrate experiments, the bacteria colonized all plant organs and this process occurred as they arose. These bacteria can survive as resident at roots, epicotyls, cotyledon and definitive leaves until, at least, 30 days after sowing, not necessarily causing symptoms.
Keywords: Solanum lycopersicum, bacterial spot, seed pathology, germination, epidemiology.
A mancha bacteriana do tomateiro pode ser causada por um complexo de espécies pertencentes ao gênero Xanthomonas: X. vesicatoria, X. euvesicatoria, X. perforans e X. gardneri (Jones et al., 2004), todas elas já relatadas no Brasil (Costa et al., 2012); Quezado-Duval et al., 2005). A diferenciação destas, porém, depende de testes específicos, incluindo técnicas moleculares rep-PCR ou PCR com iniciadores específicos (Pereira et al., 2011).
O transporte e a transmissão de bactérias do complexo Xanthomonas vesicatoria (Vauterin et al., 1995; Jones et al., 2004) pelas sementes de tomate (Solanum lycopersicum) é um dos principais mecanismos de sobrevivência e disseminação do patógeno para novas áreas de cultivo (Carmo et al., 2004). Bactérias fitopatogênicas, em geral, podem estar associadas às sementes de diferentes formas, aderidas aos tricomas, ao tegumento ou embrião e, ou sob o tegumento e serem eficientemente transmitidas para as plantas em condições de viveiro ou campo (Schaad, 1982; Goto, 1992; Silva et al., 2002; Romeiro, 2005). Para a associação entre X. vesicatoria e sementes de tomate tem sido relatado apenas o transporte superficial, aderida ao tegumento e tricomas, sem que isto implique em danos à qualidade fisiológica das sementes e nem sempre resultando em plantas infectadas. (Silva et al., 2002; Corrêa et al., 2008). A taxa de transmissão de X. vesicatoria pelas sementes, assim como de várias outras fitobactérias, é baixa (Schaad, 1989; Carmo et al., 2004), contudo, a utilização de sementes contaminadas pode resultar em plantas infectadas e introdução precoce da doença em viveiros e campos de produção e, sob condições favoráveis de temperatura e umidade, ocorrer rápida disseminação e sérios prejuízos às lavouras (Carmo et al., 1996; Carmo et al., 2004).
Entre as variáveis que mais interferem na eficiência da transmissão no desenvolvimento das fitobacterioses pelas sementes podem-se citar as condições de ambiente como temperatura, umidade e pH, além da flora microbiana presente na semente e no substrato (Romeiro, 2005). Vários estudos têm fornecido evidências de que as sementes abrigam diversificada flora microbiana, tanto em sua superfície como associada aos tecidos internos (Normander & Prosser, 2000; Bacilio-Jimenez et al., 2001), cuja multiplicação é estimulada durante a embebição, no início do processo de germinação (Buyer et al., 1999; Simon et al., 2001; Nelson, 2004). Minutos após o início da embebição, e nas 12 até 24 horas subseqüentes, grandes quantidades de exsudados são liberados através do tegumento rompido (Nelson, 2004) servindo como fonte de nutrientes para a flora microbiana associada à semente, ou presente no substrato ao seu redor, estimulando o seu rápido crescimento e a colonização da semente e da região da espermosfera (Hadar et al., 1983; Nelson, 2004).
A elucidação dos eventos iniciais e da interação entre flora microbiana e semente em processo de germinação e, conseqüentemente, da infecção e transmissão de fitobactérias, é muito importante para uma série de estudos na área de patologia de sementes. O seu entendimento poderá vir a auxiliar no desenvolvimento de técnicas de detecção e de métodos mais eficientes de tratamento das sementes e controle das doenças de etiologia bacteriana. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de elucidar o mecanismo de transporte e sobrevivência de X. vesicatoria em sementes de tomate incluindo a colonização do tegumento e órgãos de plântulas e mudas de tomate durante o processo de embebição, germinação e desenvolvimento inicial das plantas.
MATERIAL E MÉTODOS
Três experimentos (EXP1, EXP2 e EXP3) foram realizados em laboratório da UFRRJ, entre os meses de junho de 2007 e fevereiro de 2008, utilizando-se sementes, sem tratamento prévio com fungicidas, da cultivar Santa Clara Miss Brasil, doadas pela empresa Agristar do Brasil. A sanidade das sementes, inclusive em relação a infecções bacterianas, foi confirmada por isolamentos indiretos em meio Nutriente Ágar (NA), a partir de amostras contendo cerca de 1500 sementes.
A inoculação das sementes foi efetuada utilizando-se o isolado ENA 4463 de Xanthomonas obtido de plantas de tomate colhidas em 1997 em Campo Grande-RJ, preservada em água e mantidas na coleção do Departamento de Fitotecnia da UFRRJ. Este isolado foi escolhido após testes de patogenicidade em plantas de tomate seguido de re-isolamento em cultura pura (Fahy & Hayward, 1983). O isolado foi caracterizado conforme Jones et al. (2004). Além disso, foi feito o seqüenciamento da subunidade 16S do RNA ribossomal, a partir do PCR de colônia utilizando-se o par de primers For (GGAACCGTGAGACAGGTGCT) e Rev (CCGGGTTTCCCCATTCGGAT). Com a seqüência efetuou-se o alinhamento e o agrupamento por similaridade no banco internacional das seqüências de DNA. A indicação da espécie mais próxima foi feita por similaridade de seqüências utilizando o BLASTn contra a base de dados do NCBI (National Center for Biotechnology Information, website http://www.ncbi.nlm.nih.gov). A análise constatou uma similaridade de 99% para Xanthomonas vesicatoria.
Nos três experimentos foram utilizadas suspensões de células do referido isolado com 36 a 48 h de crescimento em meio NA a 28ºC, em solução salina (NaCl a 0,85%) (Fahy & Hayward, 1983). A concentração das suspensões foi ajustada para 108 UFC mL-1 com auxílio de espectrofotômetro (Micronal - B442) com leituras de 85% de transmitância, calibradas previamente pela contagem do número de células viáveis em diluições e riscagens em placas de Petri contendo o meio NA.
Dois métodos foram testados para a obtenção de sementes infectadas: inoculação a vácuo de amostras de sementes (Bashan & Assouline, 1983), inoculação de frutos verdes previamente marcados (18 a 25 dias após antese). A inoculação a vácuo foi feita pela imersão das sementes em frasco Erlenmeyer contendo 20 mL de suspensão bacteriana seguido da aplicação de vácuo (680 mm de Hg) utilizando dessecador acoplado a uma bomba de vácuo em três ciclos de cinco minutos, com liberação lenta do vácuo, vedando-se a passagem do ar antes do desligamento da bomba e após, abertura da válvula de escape lentamente, com repouso de três minutos. A inoculação, via injeção de frutos verdes, previamente desinfestados com hipoclorito de sódio (NaClO 0,5%), foi feita com a injeção da suspensão de células, utilizando seringa hipodérmica esterilizada de 1,0 mL diretamente na região da placenta. A colheita dos frutos foi feita quando esses estavam completamente maduros, correspondendo ao período de 38 a 45 dias após a antese. A extração das sementes foi feita de frutos íntegros, com e sem sintomas aparentes de mancha bacteriana, após a sua lavagem com detergente e desinfestação com NaClO a 0,5%.
EXP 1: Efeito da inoculação a vácuo de sementes na infecção por X. vesicatoria em diferentes órgãos de plântulas de tomate
Três amostras de sementes de 'Santa Clara Miss Brasil', do mesmo lote comercial e originalmente sem a fitobactéria, foram utilizadas considerando os seguintes tratamentos: a) sementes inoculadas à vácuo com suspensão de células de X. vesicatoria em solução salina; b) sementes inoculadas à vácuo somente com solução salina, e c) sementes originais, não tratadas. Após esse procedimento as sementes oriundas dos diferentes tratamentos foram semeadas em caixas gerbox contendo três folhas de papel germitest umedecidos com água esterilizada (2,5 x peso do papel) (Brasil, 2009). As caixas foram acondicionadas em germinadores regulados para 25ºC, 90% de umidade relativa e 12 h de fotoperíodo. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três tratamentos e 30 repetições sendo a parcela constituída por uma caixa gerbox contendo 25 sementes cada.
As avaliações iniciaram-se no momento do semeio (zero hora) e foram conduzidas nos intervalos de 12, 24, 30, 36, 48, 72 e 96 h após o semeio, por meio de isolamentos diretos e indiretos em meio NA a partir das sementes e de diferentes órgãos das plântulas (tegumento, radícula, hipocótilo e folhas cotiledonares), à medida que estes eram emitidos.
Os isolamentos diretos foram realizados de duas formas: a) deposição de 15 sementes, ou 15 órgãos das plântulas, diretamente sobre o meio de cultura, sem tratamento prévio de assepsia; b) tratamento prévio das sementes ou órgãos das plântulas em álcool 70% (30 segundos), hipoclorito de sódio (NaClO) a 0,5% (1 minuto) e três lavagens em água esterilizada seguido de deposição sobre o meio de cultura.
Nos isolamentos indiretos, utilizaram-se extratos obtidos de cinco sementes e, ou, cinco órgãos das plântulas. As amostras foram previamente desinfestadas, ou não, seguindo o procedimento descrito anteriormente, e em seguida transferidas para tubos de ensaio contendo 5 mL de solução salina (NaCl a 0,85%) esterilizada. Após repouso de 20 minutos, os tubos foram agitados e alíquotas de 0,1 mL foram retiradas e distribuídas em três placas de Petri contendo meio NA (Mariano, 2000).
As placas contendo os isolamentos diretos e indiretos foram acondicionadas em câmara de crescimento, regulada para temperatura de 28±2ºC, por 48 h quando foram feitas as avaliações. Nos isolamentos diretos, quantificou-se o número de sementes ou órgãos das plântulas que apresentavam crescimento da fitobactéria e os dados expressos em porcentagem de sementes ou órgão infectados. Nos isolamentos indiretos, procedeu-se à contagem do número de unidades formadoras de colônia da fitobactéria (UFC) por placa e os dados transformados para log (UFC+1), por unidade amostral, semente ou órgão da plântula.
EXP 2: Efeito da inoculação de frutos verdes na infecção por X. vesicatoria em sementes e plântulas de tomate
Para quantificar a eficiência da infecção de X. vesicatoria em sementes extraídas de frutos infectados foram realizados dois ensaios. Em ambos utilizaram-se sementes extraídas de frutos verdes inoculados (aos 18 a 25 dias após a antese) por meio de injeção de suspensão bacteriana na região da placenta e as sementes extraídas aos 20 dias após a inoculação. A eficiência da inoculação e a presença da fitobactéria foram determinadas em isolamentos diretos a partir do líquido placentário e de amostras de sementes de todos os frutos, logo após a extração.
No primeiro ensaio, quantificou-se através de isolamentos indiretos a população de X. vesicatoria associada ao tegumento das sementes, desde o semeio em caixas gerbox, e às 36, 48 e 72 horas subseqüentes. Para tanto, amostras de cerca de 60 sementes de seis frutos foram distribuídas em caixas tipo gerbox contendo quatro folhas de papel germitest esterilizado e umedecido com água esterilizada (2,5 x o peso do papel) (Brasil 2009). As caixas foram acondicionadas em câmara de crescimento a 25ºC, 70% de umidade relativa e 12 h de fotoperíodo. Os isolamentos indiretos foram feitos conforme descrito no EXP 1. Para cada fruto foram avaliadas oito sementes em isolamentos indiretos e 20 sementes em isolamentos diretos.
No segundo ensaio, quantificou-se a população da fitobactéria no tegumento desde o semeio (zero hora) e às 24, 48, 96, 120, 144 e 168 horas subseqüentes, e nos órgãos da plântula, radícula, hipocótilo e folhas cotiledonares, desde a sua emissão, às 96 horas, e às 120 e 144 horas após o semeio. Para tanto, foram utilizadas amostras de sementes de seis frutos e os mesmos procedimentos descritos acima.
Os dados do primeiro ensaio foram transformados para log (UFC+1) e os do segundo ensaio para log (UFC+2) e submetidos à análise de variância, com aplicação do teste F e as médias dos órgãos ao longo dos tempos comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
EXP 3: Recuperação de X. vesicatoria em sementes inoculadas de tomate em testes de emergência em areia e em substrato para mudas
O terceiro experimento foi realizado com o objetivo de estudar o transporte de X. vesicatoria e a colonização epífita em sementes e mudas de tomateiro. Para isto foram realizados dois ensaios, sendo um de emergência em areia, em condições de câmara de crescimento, e outro em substrato próprio para produção de mudas de hortaliças, em condições de casa de vegetação.
No ensaio de emergência em areia, foram avaliados três tratamentos: 1) sementes extraídas de frutos inoculados por injeção na placenta, conforme descrito para o EXP2; 2) sementes extraídas de frutos não inoculados seguido de inoculação pelo método à vácuo, conforme descrito para o EXP1; 3) testemunha composta por sementes extraídas dos frutos não inoculados. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com três tratamentos e quatro repetições. Cada parcela era composta por 50 sementes semeadas em bandeja de alumínio (28 x 18 x 3,5 cm) contendo areia autoclavada e umedecida até 70% da capacidade de campo (Tebaldi et al., 2007). As bandejas foram acondicionadas em câmara de crescimento regulada para temperatura diurna de 23±2ºC e temperatura noturna de 20±2ºC, 90% de umidade relativa e 12 h de fotoperíodo, seguindo metodologia descrita por Ji et al. (2006).
As plantas foram conduzidas até 30 dias após o semeio (DAS) e as avaliações qualitativas para a presença da fitobactéria foram realizadas no momento do semeio (zero hora) e às 72, 96 e 144 horas após o semeio. Para tanto, foram realizados isolamentos indiretos a partir do tegumento, raiz, hipocótilo, folhas cotiledonares em meio NA. A identificação de X vesicatoria foi feita tendo como base características morfológicas das colônias e das células, teste de Gram e movimento em água, além de testes bioquímicos e de patogenicidade em tomate (Schaad et al., 2001). Posteriormente, aos 14 dias após o semeio, efetuaram-se isolamentos indiretos a partir da raiz, hipocótilo e folhas cotiledonares de cinco mudas por parcela. Para isso, fragmentos destes órgãos foram colocados em tubos de ensaio contendo 5 mL de solução salina (NaCl 0,85%) e mantidos em repouso por 20 min. Em seguida, os tubos foram agitados e alíquotas de 0,1 mL foram distribuídas em três placas de Petri contendo o meio nutriente agar e incubadas a 28ºC por 48 h quando foram feitas as observações e contagem do número de UFC de X. vesicatoria por placa. Os dados foram transformados para log (UFC+2) e submetidos à análise da variância, com aplicação do teste F e as médias dos órgãos comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
Aos 30 dias, foram coletadas amostras de folhas definitivas apresentando sintomas típicos de mancha bacteriana que foram submetidas a testes de exsudação, movimento em água e coloração de Gram. Para a coloração, tomaram-se as lâminas contendo o exsudado bacteriano. Em seguida efetuou-se o isolamento em cultura pura para confirmação da identidade do agente causal. Os dados foram expressos de forma qualitativa para a presença ou ausência da bactéria em cada muda coletada.
No segundo ensaio, foram utilizadas sementes comerciais, inoculadas ou não com suspensão de células da fitobactéria (108 UFC mL-1) pelo método a vácuo, em um total de dois tratamentos com quatro repetições por tratamento. Utilizaram-se bandejas de isopor e o substrato comercial Plantmax® e um total de 50 células por parcela e três sementes por célula. As bandejas foram acondicionadas em casa de vegetação, com nebulização durante 8 h por noite.
As avaliações foram feitas por meio de isolamentos indiretos a partir de fragmentos dos diferentes órgãos de duas plântulas ou mudas de cada parcela, raiz, hipocótilo, folhas cotiledonares e folhas definitivas. Os valores médios do número de UFC contabilizados a partir dos isolamentos de cada órgão, realizados aos sete, 14 e 21 dias após o semeio, foram transformados para log (UFC+2) e submetidos à análise de variância com aplicação do teste F e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
EXP 1: Efeito da inoculação a vácuo de sementes na infecção por X. vesicatoria em diferentes órgãos de plântulas de tomate
A recuperação de X. vesicatoria nos isolamentos diretos e indiretos ocorreu apenas a partir das amostras de sementes inoculadas confirmando a ausência da fitobactéria nas demais amostras, sementes comerciais não inoculadas e sementes extraídas de frutos não inoculados. A assepsia prévia das sementes eliminou a flora microbiana associada ao tegumento e aos órgãos das plântulas, porém, interferiu nos resultados e reduziu a porcentagem de recuperação de X. vesicatoria nos isolamentos diretos (Figura 1A e 1B). O tratamento das sementes e dos órgãos das plântulas com NaClO antes dos isolamentos reduziu drasticamente a população da fitobactéria no tegumento e somente permitiu a sua detecção a partir de 24 h do semeio no tegumento e de 48 horas na radícula (Figura 1A). Nas amostras não submetidas à assepsia prévia com NaClO, pôde-se reisolar a fitobactéria de praticamente 100% das amostras de tegumento, desde o semeio até 96 horas após, e da radícula, hipocótilo e folhas cotiledonares desde a sua emissão, às 48, 72 e 96 horas após o semeio, respectivamente (Figura 1B). A baixa recuperação de X. vesicatoria nas amostras previamente tratadas com NaClO deve-se à ação deste sobre a fitobactéria e indica que, provavelmente, esta localizava-se predominantemente na superfície dos tecidos. Outros autores relatam detecção de fitobactérias em sementes por isolamentos sem o uso prévio de assepsia, mas com o uso de meios semi-seletivos. No entanto, relatam diferenças nas taxas de recuperação em função do meio (Silva et al., 2002; Tebaldi et al., 2007) devido à sensibilidade diferencial das bactérias aos antibióticos adicionados aos meios e da flora microbiana associada às sementes (Silva et al., 2002).
Nos isolamentos indiretos, recuperou-se a fitobactéria a partir do tegumento somente às 36 horas após o semeio, observando-se um aumento da população até cerca de 48 horas, quando se estabilizou e se manteve alta até as 96 horas (Figura 1C). Esses resultados indicam que a população de X. vesicatoria, inicialmente localizada no tegumento da semente, apresenta população baixa não detectável nos isolamentos iniciais (zero, 12, 24 e 30 horas após o semeio) e se multiplica tão logo se inicia o processo de embebição das sementes, quando ocorre a liberação de exsudados (Nelson, 2004). Este período, em geral, coincide com o de emissão da radícula, quando também ocorre a multiplicação da fitobactéria (Figura 1D) acompanhando o seu crescimento. Este resultado deve-se ao fato de na região da radícula, principalmente na sua zona de elongação, também ocorrer intenso processo de exsudação. Às 96 h após o semeio, a fitobactéria pôde ser facilmente isolada de todos os órgãos da plântula já formados confirmando a sua presença nos mesmos (Figura 1D). Ou seja, a fitobactéria multiplica e se estabelece na superfície do tegumento de onde pode ser dispersa para os diferentes órgãos da plântula à medida que estes são emitidos, colonizando-os apenas superficialmente, conforme comentado anteriormente.
O reisolamento de X. vesicatoria de todas as amostras avaliadas, especialmente das folhas cotiledonares, confirma a presença da fitobactéria na parte aérea e a sua fácil dispersão para as plântulas. A ocorrência de infecções e o desenvolvimento de sintomas dependerão, no entanto, das condições de ambiente, da virulência do isolado e da suscetibilidade da cultivar (Goto, 1992). No presente caso, as avaliações foram realizadas durante período muito curto e, provavelmente, não houve tempo para o desenvolvimento de sintomas.
Uma das formas de passagem da fitobactéria da região do tegumento para as folhas cotiledonares pode estar associada ao fato de o tegumento ficar temporariamente aderido às mesmas, por 24 a 48 h, após a sua emissão e à freqüente condensação de umidade na região. No entanto, acredita-se que este processo de disseminação seja tão mais eficiente à medida que predominarem maiores períodos de acúmulo de água livre nesta região, facilitando a sobrevivência das células e o processo de penetração e posterior infecção das folhas.
EXP 2: Efeito da inoculação de frutos verdes na infecção por X. vesicatoria em sementes e plântulas de tomate
A presença da fitobactéria foi confirmada nos isolamentos a partir do líquido placentário de todos os frutos inoculados utilizados nas duas séries de avaliações. A fitobactéria foi também detectada em 100% das sementes avaliadas por isolamentos diretos tanto no momento do semeio quanto nas avaliações seguintes, no primeiro e no segundo ensaio.
A população da fitobactéria associada às sementes foi maior no EXP 2, com inoculação via injeção de suspensão bacteriana nos frutos, que no EXP 1, cujas sementes foram inoculadas artificialmente pelo método à vácuo. Houve fácil recuperação da fitobactéria a partir do tegumento em todos os isolamentos, desde o realizado no momento do semeio (zero hora) até o realizado às 72 horas após, diferente do observado no EXP 1, onde somente houve recuperação da fitobactéria nos isolamentos indiretos a partir de 36 h do semeio (Figura 1C, 2A e 2B). Este resultado deve-se, provavelmente, às características das sementes e do tempo de contato da bactéria com as mesmas. No EXP 1 foram utilizadas sementes comerciais cujos tricomas são reduzidos no processo de beneficiamento e o método de inoculação a vácuo, que apesar de ser feito com suspensão concentrada de células bacterianas (108 UFC/ml), é rápido e não favorece a multiplicação e colonização das sementes durante o procedimento. No EXP 2, foram utilizadas sementes frescas, com seus tricomas íntegros, e extraídas de frutos inoculados cerca de 20 dias antes da colheita, o que pode ter favorecido a multiplicação bacteriana na superfície das sementes, semelhante aos relatos de Corrêa et al. (2008), e a formação de biofilmes (Gonzaga da Silva, 2008) que favorecem a sobrevivência da bactéria (Morris & Monier, 2003). A profusão de tricomas presentes na superfície das sementes não beneficiadas (Silva et al., 2002; Gonzaga da Silva, 2008) aumenta a superfície de adesão das células bacterianas e, conseqüentemente, a população inicial. A população de X. vesicatoria no tegumento atingiu o seu valor máximo às 48 h após o início da embebição (p<0,01) seguido de estabilização ou leve decréscimo (Figura 2A), confirmando os resultados observados no EXP 1 e de acordo com os relatos de Nelson (2004).
No EXP 2, observou-se variação significativa (p<0,01) na população de X. vesicatoria residente no tegumento ao longo das sete avaliações realizadas com níveis mais baixos a zero e 24 h, e máximo às 48 h após o semeio, similar ao observado em todos os ensaios anteriores. A partir de 48 h, ocorreu leve decréscimo na população, porém, sempre com médias superiores ao observado nas duas primeiras avaliações, zero e 24 h. A partir de 96 h do semeio, foi detectada a presença de X. vesicatoria tanto na radícula, quanto no hipocótilo e folhas cotiledonares. De forma geral, porém, não foram observadas variações significativas na população da fitobactéria, expressa pelo log (UFC+2) em cada órgão, às 96, 120, 144 e 168 h após o semeio (Figura 2B).
Estes resultados revelam um padrão para a colonização das sementes em fase de embebição e das plântulas por X. vesicatoria que se caracteriza pelo aumento acentuado da população da fitobactéria no tegumento nas primeiras 48 h, quando atinge o máximo, seguido de decréscimo. Porém, a partir deste momento, com a emissão da radícula, e em seguida do hipocótilo e folhas cotiledonares, ocorre o transporte da fitobactéria até estes e a colonização superficial dos mesmos (Figura 2B). O desenvolvimento dos órgãos da plântula caracteriza-se pela intensa multiplicação celular e alongamento dos tecidos. Durante este processo, sucede-se o rompimento dos tecidos e o extravasamento de substâncias (Nelson, 2004) que são utilizadas pela população residente associada superficialmente aos tecidos formados. Provavelmente, ao final do desenvolvimento de cada órgão, a liberação dessas substâncias cessa, limitando-se a alguns pontos chamados nichos de liberação de exsudados onde a população da fitobactéria tenderia a se concentrar. Esses resultados indicam, ainda, que o transporte de X. vesicatoria da semente para a plântula ocorre de forma eficiente e que infecções e o desenvolvimento de sintomas poderão ocorrer, dependendo das condições de ambiente predominantes nas fases seguintes. A não observação de sintomas nas folhas cotiledonares, provavelmente, deve-se ao curto período avaliado, 72 horas contadas desde a sua emissão, inferior ao período de incubação médio relatado para fitobacterioses que causam manchas foliares (Goto, 1992) e para a mancha bacteriana do tomate causada por X. vesicatoria (Araújo, 2010), cerca de cinco a oito dias.
EXP 3: Recuperação de X. vesicatoria em sementes inoculadas de tomate em testes de emergência em areia e em substrato para mudas
Observou-se, no teste de emergência em areia, o crescimento de outras bactérias nos isolamentos indiretos efetuados em amostras de sementes no momento do semeio e nas avaliações subseqüentes. Esta flora dificultou a quantificação da população de X. vesicatoria. Conseguiu-se, porém, isolar e confirmar a presença da fitobactéria no tegumento e na radícula nos intervalos de 72 e 96 h após o semeio nos tratamentos de inoculação por injeção nos frutos e a vácuo, respectivamente. Após 96 e 144 horas pôde-se reisolar a fitobactéria do hipocótilo e das folhas cotiledonares, respectivamente, de plântulas dos dois tratamentos de inoculação (Tabela 1). Neste mesmo teste, aos 14 dias após o semeio, apesar da não observação de sintomas, pôde-se recuperar a fitobactéria tanto da raiz, como do hipocótilo e folhas cotiledonares. A população de X. vesicatoria (em valores transformados log (x+2)) nas folhas (0,969711) não diferiu significativamente do hipocótilo (0,551436) e ambas, diferiram significativamente da raiz (0,313608). Aos 30 dias, algumas mudas apresentavam sintomas de mancha bacteriana nas folhas definitivas, confirmado em observações ao microscópio, isolamentos e testes bioquímicos e de patogenicidade (Fahy & Hayward, 1983).
Estes resultados confirmam aqueles observados nos testes in vitro, que evidenciam que X. vesicatoria é capaz de se estabelecer como residente nos órgãos da parte aérea assim que estes são emitidos e, sobreviver sem causar sintomas aparentes até que ocorram condições favoráveis. Confirmam, ainda, que as raízes também podem atuar como sítios de sobrevivência de X. vesicatoria, pelo menos até 14 dias após o semeio, devido à capacidade da bactéria se fixar na epiderme e colonizar o rizoplano como residente sem, aparentemente, causar danos às raízes.
No segundo ensaio, conduzido em casa de vegetação, em condições similares às de produção de mudas, pode-se confirmar os resultados observados nos testes de emergência em areia. A fitobactéria não afetou a emergência das plântulas, o que está de acordo com os relatos de Silva et al. (2002) e Corrêa et al. (2008) de que a bactéria não reduz a qualidade fisiológica das sementes, e mostrou-se hábil em colonizar os diferentes órgãos formados ao longo do processo de desenvolvimento das plântulas e mudas. Aos sete dias, a fitobactéria pôde ser facilmente reisolada tanto da radícula, como do hipocótilo e folhas cotiledonares e, aos 14 dias, também das folhas definitivas. Em ambas as datas não se observaram a presença de sintomas o que permite concluir que X. vesicatoria estava associada aos diferentes órgãos apenas como residente ou epífita. Nesta mesma data constatou-se maior população de X. vesicatoria na região do hipocótilo, seguido das folhas cotiledonares, raízes e folhas definitivas (Figura 3). O aumento da população na região do hipocótilo, provavelmente, deve-se à liberação de exsudatos pelos tricomas, abundantes nesta região (Gonzaga da Silva, 2008). No entanto, de 14 para 21 dias, observou-se como tendência a queda da população bacteriana tanto na região do hipocótilo como nas raízes e folhas cotiledonares, já senescentes (Figura 3) e leve crescimento, porém não significativo, nas folhas definitivas. Nesta data, porém, apesar da presença da fitobactéria, não foram observados sintomas nas folhas, devido, provavelmente, a restrições do ambiente e a baixa população inicial da bactéria nas sementes. Apesar da presença de umidade, fornecida por nebulização no período noturno, predominaram no interior da casa de vegetação condições de alta temperatura, 35 a 40ºC, e dias secos. Araújo (2010) relata aumento do período de incubação da mancha bacteriana do tomate em temperaturas de 30ºC comparado a 25ºC. Goto (1992) relata o aparecimento de sintomas de manchas foliares com população bacteriana de cerca de 106 células por sítio de inoculação e que a multiplicação bacteriana depende de sítios de congestão de água. Umesh et al. (1998) relatam um nível limiar alto de contaminação de sementes para o estabelecimento de X. campestris pv. carotae em folhas de plantas de cenoura, cerca de 104 a 105 UFC/g de sementes.
Tendo como base os resultados observados nos três experimentos pode-se concluir que X. vesicatoria se multiplica rapidamente no tegumento durante a fase de embebição e coloniza todos os órgãos da plântula à medida em que estes são emitidos, radícula, hipocótilo e folhas cotiledonares. Este processo também pode ser observado em condições de viveiro com a colonização das folhas definitivas tão logo estas são formadas, podendo sobreviver como residente nestes órgãos até pelo menos 21 dias após o semeio, sem causar sintomas. A rápida multiplicação de X. vesicatoria no tegumento nas primeiras 48 h após o início do processo de embebição parece ser uma estratégia importante para o seu transporte para os demais órgãos da plântula, especialmente para as folhas cotiledonares, uma vez que esses permanecem, temporariamente, aderidos a estas folhas. A colonização residente das plântulas e mudas pela fitobactéria foi, em geral, próxima a 100%, sem que, na maioria das vezes, sintomas tenham sido observados indicando que métodos de detecção da fitobactéria por testes de crescimento, como Blotter Test ou de emergência em areia, devam ser complementados com isolamentos para detecção de população residente.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à CAPES pela concessão da bolsa de Doutorado à primeira autora, ao CNPq pelo financiamento do projeto, à UFRRJ e UENF pelo apoio e à empresa Agristar do Brasil Ltda. pela doação de sementes.
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(Recebido para publicação em 3 de novembro de 2011; aceito em 23 de janeiro de 2013)
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
12 Abr 2013 -
Data do Fascículo
Mar 2013
Histórico
-
Recebido
03 Nov 2011 -
Aceito
23 Jan 2013