Resumos
Liquens são organismos em simbiose que habitam os mais diversos ambientes, entretanto em regiões urbanizadas a comunidade liquênica pode ser modificada devido à influência de fatores antrópicos. O objetivo deste trabalho é analisar a composição da comunidade liquênica corticícola na cidade de Porto Alegre e áreas adjacentes, assim como verificar a freqüência, cobertura e valor de importância dos táxons, apresentando uma chave de identificação para as espécies urbanas. Foram analisadas 300 forófitas distribuídas em 30 estações de amostragem divididas em 33 bairros da cidade. Foram registrados 144 táxons liquênicos com prováveis três novos registros para a ciência e dois novos registros para o Estado do Rio Grande do Sul. As espécies mais importantes na comunidade foram Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale e Dirinaria picta (Sw.) Schaer. ex Clem, as quais apresentaram os maiores valores de importância, freqüência e cobertura. O grande número de táxons encontrados nas áreas analisadas representa uma contribuição significante para as pesquisas na área da liquenologia, principalmente por serem utilizados em programas de monitoramento da qualidade do ar, bem como para avaliar a estrutura de ecossistemas florestais.
composição de espécies; chave de identificação; fungos liquenizados; fitossociologia
Lichens are symbiotic organisms found in a variety of habitats; however, in urban areas the lichen community can be altered due to the influence of anthropogenic factors. This study aimed to analyze the corticolous lichen community composition in Porto Alegre and adjacent areas, as well as to investigate the frequency, coverage and importance value of the reported taxa. A key to the urban species is also provided. Three hundred phorophytes distributed in 30 sampling stations, divided among 33 city districts, were analyzed. One hundred and forty-four taxa of lichenized fungi were recorded with three probable new citations for Brazil and two new records for Rio Grande do Sul State. The most important species in the community were Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale and Dirinaria picta (Sw.) Schaer. ex Clem, which showed the highest values of importance, frequency and coverage. The high number of taxa found in the studied areas represents a significant contribution to lichenological research, mainly for use in air quality monitoring programs and to evaluate forest ecosystem structure.
species composition; identification key; lichenized fungi; phytosociology
Caracterização da comunidade liquênica corticícola de Porto Alegre e áreas adjacentes, RS, Brasil
Characterization of the corticolous lichen community from Porto Alegre and adjacent areas, RS, Brazil
Márcia Isabel KäfferI, II, 1; Camila AlvesII; Marcela Eugenia da Silva CáceresIII; Suzana Maria de Azevedo MartinsII; Vera Maria Ferrão VargasI, IV
IUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Curso de Pós-Graduação em Ecologia, Porto Alegre, RS, Brasil
IIMuseu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
IIIUniversidade Federal de Sergipe, Departamento de Biociências, Itabaiana, SE, Brasil
IVFundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique L. Roessler, Programa de Pesquisas Ambientais, Porto Alegre, RS, Brazil
RESUMO
Liquens são organismos em simbiose que habitam os mais diversos ambientes, entretanto em regiões urbanizadas a comunidade liquênica pode ser modificada devido à influência de fatores antrópicos. O objetivo deste trabalho é analisar a composição da comunidade liquênica corticícola na cidade de Porto Alegre e áreas adjacentes, assim como verificar a freqüência, cobertura e valor de importância dos táxons, apresentando uma chave de identificação para as espécies urbanas. Foram analisadas 300 forófitas distribuídas em 30 estações de amostragem divididas em 33 bairros da cidade. Foram registrados 144 táxons liquênicos com prováveis três novos registros para a ciência e dois novos registros para o Estado do Rio Grande do Sul. As espécies mais importantes na comunidade foram Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale e Dirinaria picta (Sw.) Schaer. ex Clem, as quais apresentaram os maiores valores de importância, freqüência e cobertura. O grande número de táxons encontrados nas áreas analisadas representa uma contribuição significante para as pesquisas na área da liquenologia, principalmente por serem utilizados em programas de monitoramento da qualidade do ar, bem como para avaliar a estrutura de ecossistemas florestais.
Palavras-chave: composição de espécies, chave de identificação, fungos liquenizados, fitossociologia
ABSTRACT
Lichens are symbiotic organisms found in a variety of habitats; however, in urban areas the lichen community can be altered due to the influence of anthropogenic factors. This study aimed to analyze the corticolous lichen community composition in Porto Alegre and adjacent areas, as well as to investigate the frequency, coverage and importance value of the reported taxa. A key to the urban species is also provided. Three hundred phorophytes distributed in 30 sampling stations, divided among 33 city districts, were analyzed. One hundred and forty-four taxa of lichenized fungi were recorded with three probable new citations for Brazil and two new records for Rio Grande do Sul State. The most important species in the community were Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale and Dirinaria picta (Sw.) Schaer. ex Clem, which showed the highest values of importance, frequency and coverage. The high number of taxa found in the studied areas represents a significant contribution to lichenological research, mainly for use in air quality monitoring programs and to evaluate forest ecosystem structure.
Key words: species composition, identification key, lichenized fungi, phytosociology
Introdução
Liquens são organismos simbiontes muito diversos, desenvolvendo-se em lugares extremos, sejam em áreas florestais, de monoculturas, industriais e/ou urbanas. Estima-se que o número de espécies de liquens conhecidas mundialmente varie de 13.500 a 20.000 (Sipman & Aptroot 2001).
Em áreas urbanas a comunidade liquênica é menos diversificada do que em ambientes naturais, sendo estimado para o Brasil em torno de 150 espécies, sendo geralmente constituída por espécies tolerantes ao excesso de iluminação e ao/de vento. Os gêneros Parmotrema A. Massal. e Rimelia Hale & Fletcher, associados a espécies da família Pyxinaceae e a algumas espécies crostosas são típicos de áreas urbanizadas. Em muitas áreas centrais do Brasil, espécies dos gêneros Pyxine Fries e Canoparmelia Elix & Hale aparecem com alta freqüência. Em locais menos urbanizados, com estradas não asfaltadas e próximas de matas naturais, são registradas espécies fruticosas de gêneros como Usnea Dill. ex Adans., Ramalina Ach. e Teloschistes Norman, além dos cianoliquens do gênero Leptogium (Ach.) Gray.
Para o Estado do Rio Grande do Sul já foram registrados 912 espécies de fungos liquenizados (Spielmann 2007), sendo que os primeiros estudos com a comunidade liquênica foram realizados a partir de 1900, com os trabalhos de Malme e Redinger que incluíram coletas nas áreas de Porto Alegre (Martins-Mazzitelli et al. 1999). Ainda para a cidade de Porto Alegre e região metropolitana existem também as contribuições de Fleig (1985); Fleig & Medeiros Filho (1990); Osório et al. (1980); Osório & Fleig (1988) e Osório et al. (1997). Foram registrados 72 táxons para Porto Alegre por Martins-Mazzitelli et al. (1999), sendo nove espécies consideradas novos registros para o Estado.
Este trabalho teve por objetivos: i) analisar a composição da comunidade liquênica corticícola de Porto Alegre e áreas adjacentes da cidade; ii) verificar a freqüência, cobertura e valor de importância dos táxons identificados; iii) e apresentar uma chave para identificação dos táxons registrados na área de estudo.
Material e métodos
A cidade de Porto Alegre abrange uma área de 496.8 km2, sendo 30% de área rural, e está localizada na região da Depressão Central, entre as coordenadas 30°01'S e 51°13'W, às margens do lago Guaíba, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O clima é subtropical úmido apresentando temperatura média anual de 19,4°C, umidade relativa média do ar de 76% e índice pluviométrico de 1.324 mm anuais (Livi, 1998). O estudo ainda incluiu como área de referência, o Parque Estadual de Itapuã localizado no município de Viamão (50° 50' e 51° 05'W e 30° 20' e 30° 27'S) área metropolitana de Porto Alegre, distante 57 km dessa capital.
O trabalho foi realizado no período de julho de 2007 a junho de 2008 em 30 estações de coletas, 29 distribuídas em 33 bairros da cidade, sendo estas: E1 - Chácara das Pedras, E2 - Santa Cecília, E3 - Centro 1, E4 - Jardim Botânico, E5 - Bom Fim, E6 - Santa Tereza, E7 - Partenon, E8 - Agronomia, E9 - Hípica, E10 - Humaitá, E11 - Jardim Lindóia, E12 - Petrópolis, E13 - Anchieta, E15 - Sarandi, E16 - Jardim Leopoldina, E17 - Cascata/Glória, E18 - Menino Deus, E19 - Tristeza/Vila Assunção, E20 -Nonoai/Vila Nova, E21 - Belém Novo, E22 - Lomba do Pinheiro/Belém Velho, E23 - Higienópolis, E24 - Jardim Itu-Sabará, E25 - Ipanema, E26 - Bela Vista, E27 - Bom Jesus, E28 - Passo d' Areia, E29 - Centro 2, E30 - Ponta Grossa, e, uma área referência E14 localizada no município de Viamão (Fig. 1).
Para o estudo da comunidade liquênica foram amostradas 10 forófitas de troncos eretos em cada estação analisada, que não apresentassem ramificações abaixo de 150 cm e com diâmetro a altura do peito (DAP) acima de 20 cm, totalizando 300 forófitas. Estas foram selecionadas próximas a parques e/ou praças da cidade.
Para o mapeamento da micobiota liquenizada foi utilizado o método do elástico (Marcelli 1992), onde os liquens foram demarcados a partir de 50 cm acima do solo até 150 cm de altura para cada forófita selecionada. Todas as espécies que tocaram o elástico foram identificadas no campo, ou coletadas para posterior confirmação.
A identificação dos espécimes foi realizada com auxílio de microscópicos estereoscópico e óptico, com a observação de características macroscópicas e de secções anatômicas dos talos e das estruturas de reprodução. Foram analisados caracteres como cor e aspecto do talo, comprimento e largura dos lobos, presença de picnídios e aspecto das rizinas, cílios e apotécios. Testes de coloração com hidróxido de potássio (K), hipoclorito de sódio (água sanitária comercial, teste C), parafenilenodiamina (P) e lugol (I), e de fluorescência por lâmpada de luz ultravioleta de ondas longas (UV - comprimento de onda 366 nm) foram utilizados para averiguar a presença de substâncias no córtex, medula, himênio, asco e ascósporos. Foi utilizada bibliografia especializada para cada grupo taxonômico e consultados o material constante no herbário Prof. Dr. Alarich Schultz (HAS) do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Brasil, sendo que o material coletado neste estudo se encontra herborizado e catalogado no próprio HAS.
A estimativa da freqüência foi baseada na presença/ ausência das espécies nos troncos das forófitas nas estações de amostragens, enquanto que a cobertura de cada espécie foi calculada através da somatória de todas as unidades do elástico da espécie identificada, em todos os níveis que compreende uma faixa entre 50 a 150 cm de altura, nas 10 forófitas amostradas em cada estação (Käffer et al. 2011). O valor de importância (VI) de cada espécie foi calculado em relação à comunidade como um todo somando-se os dados de freqüência e cobertura relativa.
A elaboração da chave de identificação foi baseada em diversas bibliografias (Arvidsson 1982; Swinscow & Krog 1988; Galloway 1985; Kashiwadani & Kalb 1993; Fleig et al. 1995; Scutari 1995; Cunha 2007; Fleig & Medeiros Filho 1990; Sipman 2002; Canêz & Marcelli 2006; Frisch 2006; Benatti & Marcelli 2007; Cáceres 2007; Fleig & Grüninger 2008; Lücking & Rivas Plata 2008; Spielmann & Marcelli 2008; Dal Forno 2009; Rivas Plata et al. 2010), utilizando caracteres das espécies ocorrentes na área de estudo. Em função do grande número de táxons identificados, as espécies dos gêneros dos grupos foliosos e crostosos que possuem mais de uma espécie serão apresentados em trabalhos futuros.
Resultados e discussão
Foram identificados 144 táxons distribuídos em 53 gêneros de 24 famílias, e duas espécies pertencentes ao grupo dos fungos liquenizados imperfeitos. Três espécies são prováveis novos registros para a ciência: Graphis aff. archerii Dal-Forno & Eliasaro, Hypotrachyna aff. punoensis Kurok. e Physcia cf. sinuosa Moberg e, dois novos registros para o Rio Grande do Sul: Coccocarpia stellata Tuck., e Parmelinopsis subfatiscens (Kurokawa) Elix & Hale. Além destas, outras 27 espécies crostosas encontradas na área foram recentemente citadas como novas ocorrências para o Brasil e para o Rio Grande do Sul (Käffer et al. 2010b). Do total de táxons registrados, 45,8% são liquens crostosos, 43% foliosos (incluindo talos gelatinosos), 4,2% fruticosos, 4,2% microfoliosos e 2,8% esquamulosos. A família com maior número de táxons foi Parmeliaceae (38 espécies), seguido de Physciaceae (30), Graphidaceae (27) e Lecanoraceae (12), enquanto que os gêneros com maior representatividade do total de espécimes encontrados na área de estudo foram Parmotrema (13,2%), Graphis (9,7%), Physcia (6,9%) e Lecanora (6,2%). Quanto ao fotobionte, 96,5% são liquenizados com clorofíceas e 3,5% com cianobactérias.
A maior riqueza (número total de espécies liquênicas ocorrentes nos forófitos analisados em cada estação) de espécies encontrada neste estudo demonstra uma adaptabilidade da micobiota liquenizada perante as condições ambientais dos grandes centros urbanos, incluindo fatores como luminosidade, umidade, tipo de forófita, assim como a poluição atmosférica. Trabalhos realizados em regiões urbano-industriais reportam baixa riqueza e diversidade de espécies para áreas similares (Scutari & Theinhardt 2001; Gobert et al. 2004; Saipunkaew et al. 2007; Calvelo et al. 2009).
Liquens crostosos associados a espécies foliosas das famílias Parmeliaceae e Physciaceae são característicos em áreas urbanas (Marcelli 1998). No presente estudo a maior presença de espécies crostosas corrobora com trabalhos realizados em áreas urbanas com influências industriais (Scutari & Theinhardt 2001; Monge-Najera et al. 2002; Saipunkaew et al. 2005). Em torno de 75% das espécies de liquens conhecidas atualmente formam talos crostosos (Ahmadjian 1993), entretanto este grupo ainda é pouco estudado no país, comumente passando despercebido de observadores em campo especialmente devido ao tamanho reduzido, os talos geralmente com poucos centímetros ou mesmo milímetros de diâmetro.
Quanto à composição da micobiota liquenizada em áreas urbanas do país, a mesma é caracterizada pela predominância de espécies das famílias Parmeliaceae e Physciaceae, especialmente dos gêneros Parmotrema, Hypotrachyna, Canoparmelia e Heterodermia (Marcelli 1998).
Nas áreas amostradas há predominância de liquens com clorofíceas, que têm preferência por ambientes luminosos, enquanto que a baixa ocorrência de liquens com cianobactérias está normalmente associada a ambientes úmidos e sombreada. Neste estudo, foi verificada baixa diversidade de espécies liquênicas com cianobactérias, sendo que espécimes do gênero Leptogium representaram 2,1%, enquanto que Coccocarpia obteve 1,4% do total de táxons registrados. A ocorrência de Leptogium em ambientes urbanos pode ser devido a sua adaptabilidade a diferentes tipos de ambientes (Wolseley 1991), sendo que seus talos em geral crescem nas partes mais úmidas de vários tipos de ambientes, e o grau de especificidade apresentada em relação ao substrato é variável de acordo com a espécie (Sierk1964; Swinscow & Krog 1988).
Nas análises de fitossociologia da comunidade liquênica, as espécies com maior valor de importância foram Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale (20,05), Dirinaria picta (Sw.) Schaer. ex Clem. (20,04), Anisomeridium tamarindii (Fée) R. C. Harris (11,52) e Lecanora cf. symmicta (Ach.) Ach. (9,94) responsáveis por 30,8% do VI total (Σ = 200). Estas espécies também apresentaram maior valor de riqueza e cobertura na comunidade. Embora Dirinaria picta tenha ocupado o segundo lugar em termos de valor de importância, a mesma apresentou maior riqueza (180). Na tabela 1 se encontra os táxons registrados para as áreas organizadas em ordem decrescente de Valor de Importância (VI).
No Brasil ainda são poucos os estudos que abordam aspectos ecológicos das comunidades liquênicas, estes estando restritos em geral a áreas não urbanizadas (Marcelli 1992; Martins 2006; Cáceres et al. 2007, 2008; Káffer et al. 2009; 2010a).
Os maiores valores de importância registrados para as duas primeiras espécies (Canoparmelia texana e Dirinaria picta) estão diretamente relacionados com aspectos ecológicos e reprodutivos das mesmas. Ambas são espécies pertencentes ao grupo dos liquens foliosos, caracterizados pela estrutura laminar e dorsiventral (Marcelli 2006), sendo que estas duas espécies se reproduzem de forma direta, através da formação de sorédios. De acordo com Marcelli (1992), a freqüência indica a capacidade de dispersão e o estabelecimento de uma espécie no ambiente, enquanto que a cobertura está relacionada com a capacidade dos espécimes desenvolverem-se e cobrirem partes do substrato.
Em ambientes urbanos estas duas espécies (Canoparmelia e Dirinaria) ocupam o espaço preenchido anteriormente pelos talos de outros táxons menos resistentes à poluição ambiental. Anisomeridium tamarindii e Lecanora cf. symmicta são espécies crostosas, caracterizadas pela ausência de córtex inferior e por se aderirem ao substrato pela porção inferior da medula (Marcelli 2006). Neste estudo foi verificada a presença de talos bem desenvolvidos, ocupando grandes áreas do tronco das forófitas, sendo consideradas espécies características de ambientes urbanos.
No Brasil ainda são poucos os trabalhos sobre comunidades liquênicas em áreas urbanas, especialmente com enfoque ecológico. O grande número de táxons registrados neste estudo e sua caracterização vêm contribuir com as pesquisas na área da liquenologia, especialmente pelo fato de muitas espécies liquênicas serem amplamente empregados em programas de biomonitoramento, assim como na avaliação da estrutura de ecossistemas florestais.
Chaves para os grupos morfológicos de liquens ocorrentes em Porto Alegre e adjacências
ou reduzidos a uma massa de grânulos ou isídiosl .....................................................
................................................................................. Chave 1 - Talo esquamulos
................................................................................ 2. Chave 2 - Talo dimórfico
ramos pendentes ou ascendentes, normalmente estreitos e longos, achatados
ou cilíndricos.............................................................3. Chave 3 - Talo fruticoso
estreitos, bem definidos; crescem em forma de roseta; geralmente presos por rizinas
ou tomento; córtex inferior presente ou ausente....................................................
.........................................................................................4. Chave 4 - Talo
folioso ou microfolioso
geralmente sem córtex inferior, rizinas ou tomento....................................................
.....................................................5. Chave 5 - Talo crostoso
com ou sem córtex superior; sorais irregulares geralmente nas margens ........................
........................... Normandina pulchella
distais que precedem o talo; córtex superior presente; sorais ausentes .........................
..................................................................................... Phyllopsora breviuscula
geralmente com propágulos; às vezes de hábito pulviniforme; apotécios vermelhos; podécios
não cifosos; escamas com sorais marginais; medula branca...........................................
...........................................................................Cladonia ahtii
apotécio laranja.......................Teloschistes exilis
não laranja ou apotécio ausente..................2
................................... Ramalina peruviana
4. Ramos largos; acima de 10 mm de largura; superfície reticulada; pseudocifelas elevadas; arredondadas; ascósporos elipsóide-fusiforme; bicelulares; até 12 µm comprimento.............................................................. Ramalina aspera
4. Ramos estreitos; menores que 10 mm de largura ...................................................................................................... 5
5. Ramos canaliculados; 3-5 mm de largura; superfície não reticulada; pseudocifelas punctiformes ascósporos curto-fusiformes; bicelular; 13-14 µm comprimento .......................................................... Ramalina complanata
5. Ramos lanceolados a planos; 3-5mm de largura; superfície não reticulada; pseudocifelas planas a achatadas; elipsóides ou lineares; ascósporos curto-fusiforme; bicelular; menores que 15 µm comprimento ....................................................................
................................................................................... Ramalina celastri
D. Chave 4 - Talo folioso ou microfolioso (incluindo gelatinosos)
1. Talo de coloração cinza-azulado a cinza-chumbo ou negro; com cianobactéria.........................................................................2
1. Talos de coloração cinza-claro a verde ou amarelo-citrino; com clorofícea.................................................................................3
2. Talo cinza-chumbo; não gelatinoso quando úmido; superfície inferior com tomento; lobos flabeliformes; com estrias concêntricas ...........................................................................
................................................................................... Coccocarpia
2. Talo cinza-azulado ou negro; gelatinoso quando úmido; superfície inferior não tomentosa; lobos não flabeliformes; sem estrias concêntricas ...................................................................
............................................................................... Leptogium
3. Talo amarelo-citrino; lobos alongados ou muito divididos; até 1,0 mm de largura; sorédios presentes..................Candelaria concolor
3. Talo não amarelo - citrino; cinza-claro a verde; lobos estreitos; sorédios presentes ou ausentes..........................................4
4. Talo cinza-esverdeado; verde quando úmido; lobos largos (1-2 cm de largura);
bordo liso ou crenado; superfície superior de lisa a fraco-escrobiculada; sem sorédios ou isídios; lado inferior claro; rizinas branco-enegrecidas .............................................................................
............................................................................................................ Lobaria discolor
4. Talo cinza-oliváceo a esverdeado; lobos estreitos (menores que 2 cm de largura); sorédios e isídios presentes ou ausentes; lado inferior claro ou escura; rizinas ausentes ou presentes.....................................................................................5
............................................................................................... 6
6. Superfície inferior com uma margem nua ou com poucas rizinas; com ou sem cílios marginais; se cílios presentes; não bulbados; lobos largos; máculas presentes ou ausentes................................................................ Parmotrema
6. Superfície inferior com rizinas estendendo-se até a margem; simples ou dicotômicas; cílios marginais presentes; máculas presentes ou ausentes ..................................................................
........................................................................ 7
7. Lobos entre 0,7 a 1,5 mm de largura; cílios marginais bulbados; máculas ausentes ou presentes; medula branca; rizinas simples ....................................................................................
................................................... Bulbothrix
7. Lobos entre 0,7 a 3,0 mm de largura; cílios marginais não bulbados ou sem cílios; rizinas simples ou ramificadas presentes ou não ...............................................................
.................................................................................. 8
........................................... Hypotrachyna
.......................................................9
..................................................... 10
............................... Parmelinopsis
....... Canoparmelia
.............................................. 13
.................................................................. Heterodermia
.................................... 15
.............. Physcia
................ Pyxine
.................................................................................... grupo Lepraria
.......................................................................................... 2
2. Talo orbicular, cinza-esverdeado, ou cinza-alaranjado e parte central avermelhada; ascomas e ascósporos ausentes; isídios presentes .........................................................................
....................................................... Herpothallon rubrocinctum
2. Talo crostoso; acinzentado; ascomata ascósporos presentes; isídios ausentes..........................................................................3
....................................................................................... 32
........................................................................ 4
................ 6
......................................................................... 7
............................. Glyphis
............................... 8
.................................................................. 9
........................................ 12
........................................ Lecanora
.................................. Haematomma personii
............................................ 16
..................... 18
................................................................ Bactrospora myriadea
.................................................................. Arthonia
.......................................... 21
......................... 22
....................................... Coenogonium subdilutum
25. Lirelas agrupadas em (pseudo) estroma .............................................................................................
......................... 26
25. Lirelas solitárias, às vezes agrupadas, mas não em (pseudo) estroma.....................................................................28
............................................................................. Glyphis cicatricosa
28. Ascósporos marrons ..........................................................................................
............................................................ 29
28. Ascósporos hialinos ...............................................................................................
........................................................ 30
............................................ 31
............ Graphis
..................................................................................... Opegrapha
32. Ascósporo marrons (pigmentados) .......................................................................
.......................................... Pyrenula
32. Ascósporos hialinos ...................................................................................................
................................................... 33
.......................... 34
ascósporos com células cilíndricas, alongado-fusiformes, 1-7 septos transversais, às vezes com gelatina no epispório, (halonado) ................................................................................
............................................................................... Porina sp.
Agradecimentos
Agradecemos aos liquenólogos Dr. Robert Lücking do Departamento de Botânica do The Field Museum de Chicago, USA pela ajuda na identificação e/ou confirmação de algumas espécies crostosas. À Dra. Luciana Canêz da Universidade Federal de Rio Grande, RS, Dra. Patrícia Junglubth do Instituto de Biociências da UNESP e ao Dr. Michel N. Benatti, do Instituto de Botânica de São Paulo, SP pela identificação de algumas espécies foliosas. À Natália M. Koch e Viviane C. Pereira pelo auxílio no campo e ao Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul por oferecer as dependências para as atividades de laboratório.
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Recebido em 22/10/2010.
Aceito em 26/09/2011
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
24 Jan 2012 -
Data do Fascículo
Dez 2011
Histórico
-
Recebido
22 Out 2010 -
Aceito
26 Set 2011