Open-access Temperatura do Ar no Desenvolvimento Reprodutivo de Cultivares de Oliveira

Air Temperature on Reproductive Development of Olive Cultivars

Resumo

A temperatura do ar é uma das variáveis que exerce maior influencia o desenvolvimento reprodutivo da oliveira. O co­nhecimento dos efeitos da temperatura é vital para determinar o manejo das plantas no campo e escolher as cultivares mais adaptadas aos locais de cultivo. Neste estudo, a necessidade térmica (STa, ºC.dia) foi utilizada para identificar a influência da temperatura em três subperíodos de desenvolvimento reprodutivo (floração, frutificação e maturação) em dez cultivares de oliveira, e estimar a temperatura basal inferior (Tb, ºC) necessária no cômputo da STa. Os dados utilizados referem-se às variáveis início, fim e de duração (em dias) para os anos agrícolas de 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011, cultivadas em Maria da Fé, MG (22° 18’ 50” S, 45° 22’ 23” O, 1276 m). Houve variação dos valores de Tb e STa entre as cultivares e subperíodos de desenvolvimento reprodutivo. As Tb’s variaram para a floração: 7,8 °C a 16,1 °C, frutificação: 13,3 °C a 14,3 °C, e maturação: 7,1 °C a 17,2 °C. Já a frutificação é o subperíodo que demanda maior necessidade térmica, independentemente da cultivar de oliveira.

Palavras-chave: Olea europaea L.; temperatura basal inferior; fenologia; Minas Gerais

Abstract

The air temperature is the meteorological variable that most influences the reproductive development of the olive tree. The knowledge of the effects of the air temperature is important to optimize the management strategies and to choose the cultivars are more adapted to climatic condition. The thermal time (STa, ºC.day) was used to identify the influence of temperature on three subperiods of reproductive development (flowering, fruit ripening and maturation) in ten olive cultivars, and to estimate the base temperature (Tb, °C) to STa. The data used refer to the variables beginning, end and duration (in days) for the agricultural years 2008/2009,2009/2010 and 2010/2011, cultivated in Maria da Fé, MG (22° 18’ 50” S, 45° 22’ 23” W, 1276 m). There was variation of Tb and STa values between cultivars and subperiods of reproductive development. Tb’s varied for flowering: 7.8 °C to 16.1 °C, fruit ripening: 13.3 °C to 14.3 °C, and maturation: 7.1 °C to 17.2 °C. The fruit ripening is the subperiod that needs greater thermal time, independently of olive cultivars.

Keywords: Olea europaea L.; base temperature; phenology; Minas Gerais

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Introdução

A oliveira (Olea europaea L., família Oleaceae) é uma árvore frutífera de clima temperado, originária do norte da Síria e sul da Turquia e vem sendo plantada em grande escala em diversas regiões do mundo, inclusive em locais fora do seu centro de domesticação (Bacia do Mediterrâneo), como no Brasil (Martins et al. 2014; Wrege et al. 2015). Isso ocorre devido a grande demanda mundial (Garcia et al. 2018) e pelos usos múltiplos da oliveira, como a finalidade paisagística e de recuperação de áreas degradadas (Vieira Neto et al. 2008).

Em 2017, a importação de azeite no Brasil atingiu aproximadamente 55.077 toneladas, colocando o país como sétimo maior importador mundial (TRADEMAP, 2018). Atualmente, a oliveira é plantada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil (Martins et al. 2014), porém os cultivos ainda são incipientes sem escala comercial, como um complemento na renda dos agricultores, já que as condições climáticas dessas regiões diferem das condições do seu local de origem.

Nesse sentido, as principais condições limitantes à olivicultura são a ocorrência de eventos extremos associados principalmente à temperatura do ar (Garcia-Mozo et al. 2010; Moriondo et al. 2015; Pérez-López et al. 2008; Streck et al. 2007). Essa limitação é agravada em função da época de ocorrência dos eventos extremos (Garcia et al. 2018), principalmente quando ocorrem nos subperíodos de florescimento, polinização, fixação e maturação dos frutos (Aguilera et al. 2015; Wrege et al. 2015) e do estádio de desenvolvimento. Além disso, o desconhecimento das necessidades térmicas da oliveira em condições climáticas fora dos locais de origem são entraves à viabilização da expansão da olivicultura no Brasil (Martins et al. 2012; Martins et al. 2014; Wrege et al. 2015).

A maneira mais simples e frequentemente usada para descrever o efeito da temperatura do ar sobre o desenvolvimento da oliveira é pela soma térmica, cuja unidade é ºC.dia (Pérez-López et al. 2008; Souza e Martins, 2014). A soma térmica é baseada no acúmulo térmico diário dentro dos quais a planta se desenvolve, sendo delimitada pelas temperaturas basais superior (TB) e inferior (Tb) (Freitas et al. 2017). A TB e Tb representam, respectivamente, a temperatura acima e abaixo da qual o desenvolvimento é nulo ou desprezível para fins de cálculo (Souza e Martins, 2014). Geralmente, a TB assume valores elevados, os quais dificilmente são atingidos durante o ciclo de desenvolvimento no campo (Ferreira et al. 2019) e por essa razão a TB não é computada em alguns métodos de soma térmica. Já a Tb assume valores baixos, os quais ocorrem principalmente durante o inverno, sendo bastante utilizada na clássica equação de cálculo da soma térmica (Freitas et al. 2017). Adicionalmente, a Tb é importante na quantificação coerente do número de horas frio que é uma exigência da oliveira para interromper a dormência fisiológica e iniciar a diferenciação dos botões florais (Wrege et al. 2015). Assim, para uma estimativa precisa do desenvolvimento e do conhecimento das necessidades térmicas de determinada espécie, é necessário determinar a Tb adequada e escolher o método de soma térmica mais pertinente (Ferreira et al. 2019; Freitas et al. 2017; Pérez-López et al. 2008).

Na maioria dos casos, a Tb é determinada por métodos estatísticos com base em dados de observações fenológicas e de temperatura média do ar (Ferreira et al. 2019; Freitas et al. 2017). Existe uma variedade de métodos estatísticos utilizados para estimar a Tb, sendo os mais utilizados: desvio padrão em dias e graus-dia, coeficiente de variação em dias e graus-dia, o coeficiente de regressão, o X intercepto e o menor quadrado médio do erro (Ferreira et al., 2019; Freitas et al. 2017; Lago et al. 2009; Souza e Martins, 2014; Yang et al. 1995). Ressaltando que os valores de Tb variam em função da espécie, cultivares e também para as fases de desenvolvimento no qual a planta se encontra (Lago et al. 2009).

Estudos sobre a estimativa da Tb e sobre a necessidade térmica, baseado na soma térmica, são amplamente utilizados para culturas agrícolas, ornamentais, medicinais e culturas perenes como a oliveira (Martins et al. 2012; Martins et al. 2014; Pérez-López et al. 2008; Souza e Martins, 2014). No entanto, não existem estudos dessa natureza para a oliveira considerando as fases do desenvolvimento reprodutivo que constituiu o esforço para a realização deste trabalho.

Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estimar a Tb e determinar as necessidades térmicas no período reprodutivo (florescimento, frutificação e maturação) em 10 cultivares de oliveira para Maria da Fé (MG).

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Material e Métodos

Os dados utilizados referem-se a fase de desenvolvimento reprodutivo composto pelos subperíodos: floração, frutificação e maturação. Para quantificar esses dados foram utilizadas as variáveis data de início, fim e de dura­ção (em dias), baseado no calendário civil, de cada subperíodo disponíveis em Oliveira et al. (2012) (Tabela 1). Utilizou essa base de dados fenológicos, pois é a única base existente relacionados à fenologia do desenvolvimento reprodutivo de diferentes cultivares de oliveira em Minas Gerais. Esses dados são referentes aos anos agrícolas de 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011 de 10 cultivares de oliveira (consideradas de ciclo precoce, médio e tardio) cultivadas em Maria da Fé, MG (22°18’50” S, 45°22’23” O, 1276 m de altitude) (Tabela 1). Os autores consideraram o início da floração a partir da emissão do botão floral e o final com 95% das flores abertas. Para a frutificação, seu início foi considerado com 5% dos frutos pegos, conforme Sanz-Cortez et al. (2002).

As plantas utilizadas neste levantamento fenológico fazem parte do Banco de Germoplasma da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG, em Maria da Fé, o qual foi instalado no ano de 2005 no espaçamento de 7 m entre linhas e 5 m entre plantas, sendo 6 plantas de cada cultivar: Alto D’Ouro, Arbequina, Galega, Grappolo 541, Grappolo 561, Grappolo 575, Negroa, Penafiel, Ropades 392 e Santa Catalina. As plantas apresentavam tamanho de 5 metros de altura, conduzidas de forma livre e manejadas conforme orientações de Silva et al. (2012), não sendo utilizado irrigação já que o local apresenta precipitação suficiente para o desenvolvimento das plantas (média climatológica da precipitação acumulada ≈1600 mm) (Silva e Reboita, 2014; Garcia et al. 2018).

As variáveis meteorológicas, temperatura mínima (Tm) e máxima (TM) diárias do ar, foram obtidas de uma estação meteorológica convencional pertencente ao Instituto Mineiro de Gestão das águas - IGAM, localizada na EPAMIG a 150 m da coleta dos dados de Oliveira et al. (2012).

Para a estimativa da Tb foram utilizadas as metodologias tradicionais e modificadas propostas por Yang et al. (1995), utilizadas por Ferreira et al. (2019); Lago et al. (2009) e Souza e Martins (2014).

Primeiramente calculou-se a soma térmica diária (STdi, ºC.dia) por:

(1) S T d i = ( T M + T m 2 ) T b

em que TM é a temperatura máxima diária do ar (ºC), Tm é a temperatura mínima diária do ar (ºC) e Tb é a tempera­tura basal e inferior de cada cultivar de oliveira. Para o cálculo da STdi foi utilizada uma série de Tb’s variando de 0 ºC a 30 ºC, em intervalos de 0,5 ºC (Freitas et al. 2017).

A soma térmica acumulada, denominada necessidade térmica (STa, ºC.dia) a partir da data de início de cada subperíodo e de cada ano agrícola, foi obtida pelo somatório da STdi:

(2) S T a = S T d i

As seis metodologias tradicionais para a estimativa da Tb foram (Yang et al. 1995; Souza e Martins, 2014): desvio padrão em graus-dia (DPgd), desvio padrão em dias (DPd), coeficiente de variação em dias (CVd), coeficiente de variação em graus-dia (CVgd), coeficiente de regressão (CR), e desenvolvimento relativo (DR). Todos os métodos foram aplicados separadamente para cada cultivar e subperíodo de desenvolvimento reprodutivo.

O DPgd considera a Tb como a resultante no menor desvio padrão em soma térmica, ou seja, a variação resultante em soma térmica, usando-se uma série de anos agrícolas, deve ser mínima (Fagundes et al. 2010; Lago et al. 2009):

(3) D P g d = i = 1 n ( S T a i M S T a ) 2 n 1

em que STai é a soma térmica acumulada no i-ésimo ano agrícola utilizando uma série de Tb; MSTa é a média da soma térmica acumulada para todos i-ésimos anos agrícolas; n é o número anos agrícolas.

O DPd considera a Tb como a resultante no menor desvio padrão entre os diferentes anos agrícolas (Ferreira et al. 2019; Souza e Martins, 2014):

(4) D P d = D P g d x ¯ T b

em que x¯ é a temperatura média do ar dos i anos agrícolas; Tb é a temperatura basal inferior (ºC).

No CVd a Tb é aquela que decorre em um menor coeficiente de variação em dias (%), obtido pela relação entre o desvio padrão em dias e o número de dias de cada subperíodo (Souza e Martins, 2014; Yang et al. 1995):

(5) C V d = D P d x ¯ d 100

em que x¯d é a média do número de dias para atingir determinado subperíodo reprodutivo entre os anos agrícolas.

O CVgd considera a Tb aquela que apresenta o menor coeficiente de variação com relação a soma térmica necessária para atingir cada subperíodo reprodutivo (Souza e Martins, 2014):

(6) C V g d = D P g d M S T a 100

O CR baseia-se na relação linear existente entre a temperatura média do ar (Tmed, ºC) durante o subperíodo reprodutivo e as STai necessárias para atingir o subperíodo reprodutivo:

(7) S T a i = a T m e d + b

em que a é o coeficiente angular da regressão linear, b é o coeficiente linear.

O coeficiente angular (a) da regressão linear simples indica o valor da Tb correta. Valor de ‘a’ positivo indica que a Tb usada para calcular STa é elevado e maior que o valor verdadeiro, ‘a’ negativo indica valor de Tb baixo e menor que o valor verdadeiro, ‘a’ igual zero (ou próximo) indica o valor de Tb correto (Fagundes et. al., 2010; Souza e Martins, 2014).

O DR considera a Tb como aquela em que não ocorre desenvolvimento, sendo estimada pelo prolongamento da regressão linear simples entre o DR em função da Tmed (Tb = -b/a) (Fagundes et al. 2010):

(8) D R = a T m e d + b , sendo D R = 100 / N

em que 100 é um valor arbitrário de ponderação; N é o nú­me­ro de dias de duração de cada subperíodo de desenvolvimento reprodutivo em cada ano agrícola.

As três metodologias modificadas para a estimativa da Tb foram (Ferreira et al. 2019; Yang et al. 1995):

Menor desvio padrão em graus-dia (DPgd):

(9) T b = i = 1 n ( T m e d N ) i = 1 n N n i = 1 n ( N 2 T m e d ) ( i = 1 n N ) 2 n i = 1 n N 2

Coeficiente de variação em graus-dia (CVgd):

(10) T b = i = 1 n ( T m e d N 2 ) i = 1 n ( T m e d N ) i = 1 n N i = 1 n ( N 2 T m e d 2 ) i = 1 n N 2 i = 1 n ( T m e d N ) i = 1 n N i = 1 n ( N 2 T m e d )

Coeficiente de regressão (CR):

(11) T b = i = 1 n ( T m e d ) i = 1 n ( T m e d N ) n i = 1 n ( N T m e d 2 ) i = 1 n N i = 1 n ( T m e d ) n i = 1 n ( N T m e d )

em que T é a temperatura média do ar de todos os i-ésimos anos agrícolas (°C); N é a duração em dias dos i-ésimos anos agrícolas em cada subperíodo; Tmed é a temperatura média do ar durante os i-ésimos anos agrícolas em cada subperíodo (ºC); n é o número de anos agrícolas.

Devido às diferenças entre os valores de Tb encontrados entre as nove metodologias (Eqs. (3)-(11)), o valor final da Tb para cada cultivar e subperíodo reprodutivo foi obtido pela média aritmética dos valores de Tb, conforme recomendações de Ferreira et al. (2019), Lago et al. (2009) e Souza e Martins (2014).

Com relação à necessidade térmica (STa, ºC.dia), os dois métodos utilizados neste estudo foram os que consideram apenas a Tb, devido a impossibilidade de estimar as demais temperaturas cardinais (ótima e basal superior) com os dados fenológicos disponíveis em Oliveira et al. (2012). Os métodos utilizados foram (Freitas e Martins, 2019; Rosa et al. 2009):

Método 1 (M1): Quando Tmed < Tb, considera Tmed = Tb e quando TmedTb,calcula:

(12) S T d i = T m e d T b 1 dia

Método 2 (M2): Quando TmTb, considera Tm = Tb e quando TmedTb, calcula:

(13) S T d i = T m e d T b 1 dia

em que Tmed é a temperatura média diária do ar (ºC), obtida pela média aritmética das temperaturas máximas (TM) e mínimas do ar (Tm) e Tb é a temperatura basal inferior (ºC) de cada cultivar e subperíodo reprodutivo.

Para a escolha do melhor método de STa, utilizou-se o coeficiente de variação (CV, %), conforme recomendações de Freitas e Martins (2019), Rosa et al. (2009) e Streck et al. (2007). Quanto menor o valor de CV, mais adequado é o método de STa.

Posteriormente, o melhor método de STa foi submetido a análise de variância (ANOVA), e comparados pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, para ve­rificar o efeito das fontes de variação - cultivares e subperíodos de desenvolvimento reprodutivo (floração, frutificação e maturação). Os testes foram realizados no software SISVAR 5.3 (Ferreira, 2011).

3.

Resultados e Discussão

O cultivo nos diferentes anos agrícolas proporcionou uma análise pormenorizada do período reprodutivo das cultivares de oliveira em relação às distintas condições meteorológicas para a região estudada (Tabela 1), as quais foram importantes na estimativa da Tb, sendo premissa neste tipo de estudo (Ferreira et al. 2019; Freitas et al. 2017; Rosa et al. 2009). As Tm e TM absolutas do ar foram de, respectivamente, 2,7 ºC e 31,8 ºC, para o ano agrícola 2008/2009; 1,3 ºC e 32,2 ºC para 2009/2010 e 0,7 ºC e 31,9 ºC para 2010/2011. Já as médias de Tm e TM foram de 12,6 ºC e 25,5 ºC (2008/2009), 13,4 ºC e 26,0 ºC (2009/2010) e 12,1 ºC e 26,1 ºC (2010/2011). Com relação à precipitação acumulada (P), observou pouca variação entre os três anos agrícolas, sendo os maiores valores observados durante a frutificação (média de 1244 mm entre as cultivares), que ocorre desde a última quinzena de agosto (cultivares mais precoces) até a primeira quinzena de janeiro (cultivares mais tardias). Esse padrão é espe­rado, uma vez que as atividades convectivas de MG e a atuação dos sistemas de Monção Sul-Americana (MSA) (Reboita et al. 2015) são responsáveis pelo clima típico de monção (inverno seco e verão chuvoso), influenciando nas variáveis Tm e TM e P.

Tabela 1
Caracterização da temperatura do ar e da precipitação acumulada (P) durante os três anos agrícolas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011) do experimento a campo e duração de cada fase de desenvolvimento reprodutivo, correspondente ao período que se estende desde o dia de início até o término dos subperíodos floração, frutificação e maturação para as 10 cultivares de oliveira. Maria da Fé, MG, 2008-2011.

Houve variação na duração média da fase de desenvolvimento entre as cultivares, os subperíodos reprodutivos e os três anos agrícolas (Tabela 1). Porém, de maneira geral é possível observar a existência de uma relação inversa entre a duração de cada subperíodo e a tempe­ratura média do ar. Isso significa que quanto menor (maior) a temperatura do ar, maior (menor) será a duração média de cada fase. Tal resposta já foi observada para culturas anuais como canola (Luz et al. 2012) e culturas pe­renes como eucalipto (Freitas et al. 2017) e cultivares de oliveira Arbequina (Martins et al. 2014), Grappolo e MGS Mariense (Souza e Martins, 2014), considerando o desenvolvimento vegetativo, representado pela fase de muda.

As variações nas condições meteorológicas foram importantes na estimativa da Tb para as diferentes cultivares de oliveira e subperíodos reprodutivos. Com exceção do DPgd, os demais métodos foram coerentes em estimar a Tb entre as cultivares e subperíodos, com destaque para as metodologias tradicionais, principalmente o CVgd, CR e DR. Obviamente, mesmo com o zelo estatístico inerente a cada método de estimativa da Tb, a utilização dos valores deve ser vista com cautela estando ciente dos erros que pode haver (Lago et al. 2009; Souza e Martins, 2014). Além disso, dependendo da espécie considerada, existem métodos que não conseguem estimar corretamente a Tb (Ferreira et al. 2019; Freitas et al. 2017).

Por brevidade, somente foi apresentado o valor final da Tb para cada cultivar e subperíodo reprodutivo, o qual foi considerado como a média da Tb obtida pelos nove métodos avaliados (Tabela 2). Alguns valores de Tb estimados foram maiores que 18 ºC, valor considerado não realístico biologicamente (Lago et al. 2009; Souza e Martins, 2014), sendo nesses casos substituído pela média aritmética da Tm do ar (Souza e Martins, 2014) durante o subperíodo correspondente.

Tabela 2
Valores médios de temperatura basal inferior (Tb) estimados pelas nove metodologias (tradicionais e modificações) para as dez cultivares de oliveira em cada subperíodo de desenvolvimento reprodutivo. Maria da Fé, MG (2008 a 2011).

Observou-se diferenças nos valores de Tb estimados entre as cultivares e subperíodo reprodutivo. Tal variação também foi constatada por Lago et al. (2009) para genótipos de arroz cultivado e biótipos de arroz vermelho, Souza et al. (2009) para a figueira, Pilau et al. (2011) para o crambe e Souza e Martins (2014) para cultivares de oliveira, o que é esperado, uma vez que existe diferença de valores de Tb entre espécies, genótipos de mesma espécie assim como o subperíodo de desenvolvimento em que a planta se encontra (Freitas et al. 2017; Lago et al. 2009; Streck et al. 2007).

Os valores estimados variaram para floração (7,8 ºC a 16,0 ºC), frutificação (13,3 ºC a 14,3 ºC) e maturação (7,1 ºC a 17,2 ºC) (Tabela 2). Os maiores valores de Tb, assim como o maior intervalo de variação, ocorreram na matu­ração, que se estende desde janeiro até meados de março (Oliveira et al. 2012), possivelmente devido as maiores temperaturas médias do período (Tabela 1). Além disso, espera-se que os maiores valores de Tb ocorram na frutificação e maturação em função das necessidades fisiológicas da oliveira em ambos subperíodos (Garcia-Mozo et al. 2010; Wrege et al. 2015). Temperaturas elevadas - entre 25 ºC e 35 ºC - são exigidas na frutificação (Wrege et al. 2015) e maturação (Coutinho et al. 2009; Garcia et al. 2018), que ocorre desde setembro a meados de novembro, para que haja o pleno desenvolvimento do fruto (Garcia-Mozo et al. 2010; Moriondo et al. 2015; Wrege et al. 2015).

A cultivar Arbequina apresentou Tb para a matura­ção menor que as demais cultivares (7,1ºC), sendo que uma provável justificativa seja a diferença entre os valores de Tb estimados pelas metodologias tradicionais e modi­ficadas - de 2 ºC a 8,9 ºC (dados não mostrados).

Cabe ressaltar que os valores estimados para as dez cultivares foram próximos entre si considerando o mesmo subperíodo de desenvolvimento, exceto para Grappolo 561, Grappolo 575, Penafiel, Ropades 392 e Santa Catalina. Outros autores encontraram valores de Tb seme­lhantes aos deste estudo considerando cultivares, fases e subperíodos de desenvolvimento distintos. Por exemplo, Souza e Martins (2014) estimaram a Tb para o desenvolvimento vegetativo das cultivares Grappolo (9,6 ºC) e Maria da Fé (6,9 ºC); Martins et al. (2012) para Arbequina (10,5 ºC) e MGS ASC315 (11 ºC) utilizando uma metodologia distinta das utilizadas neste estudo; Alcalá e Barran­co (1992) encontraram a Tb entre 10 à 13 ºC para a floração e Pérez-López et al. (2008) para a frutificação (15 ºC) de diferentes cultivares de oliveira. Outros autores também reportaram valores de Tb semelhantes em outras espécies perenes, como a videira (13,8 ºC - florescimento à maturação), cultivares de café-arábica ‘Rubi MG-1192’ e ‘Acaiá Cerrado MG-1474’ (12,9 ºC) (Lima e Silva, 2008), e de maturação dos frutos de cultivares de manga ‘Alfa’ (10 ºC) e ‘Roxa’ (10,6 ºC) (Barros et al. 2010; Callejas et al. 2014).

O M2 apresentou o menor valor de CV, razão pela qual tal método foi escolhido como o mais indicado para descrever a necessidade térmica das dez cultivares de oliveira e subperíodos de desenvolvimento reprodutivo (Tabela 3) (Rosa et al. 2009; Streck et al. 2007). O M2 considera a comparação da Tb com a Tm do ar, no entanto, existem outros métodos de STa os quais consideram além da Tb as temperaturas ótimas e máximas das espécies (Rosa et al. 2009), os quais podem apresentar melhoria no cômputo da necessidade térmica e serem mais realísticos (Streck et al. 2009). Entretanto, devido a natureza dos dados fenológicos disponíveis nesse estudo, só foi possível a utilização do M1 e M2, os quais comparam a Tm e Tmed com a Tb.

Tabela 3
Necessidade térmica, desvio padrão, coeficiente de variação para cada método (M1 e M2) e duração em dias do calendário civil para os três subperíodos de desenvolvimento reprodutivo das dez cultivares de oliveira. Maria da Fé, MG, 2008 à 2011.

Os resultados da ANOVA para a variável STa demonstraram a existência de interação significativa (p<0,05), entre as cultivares e subperíodos de desenvolvimento reprodutivo (Tabela 4). Independentemente da cultivar, o subperíodo que necessita maior acúmulo energético é a frutificação, seguida da floração e matura­ção. Além disso, as cultivares de oliveira possuem exigências térmicas distintas e variam de acordo com o subperíodo de desenvolvimento, corroborando com Gálan et al. (2001), Pérez-López et al. (2008) e Prela-Pantano et al. (2010).

Tabela 4
Comparação de médias para a necessidade térmica (STa, ºC.dia) calculados pelo Método 2 e duração média, em dias do calendário civil, para as dez cultivares de oliveira nos três subperíodos de desenvolvimento reprodutivo. Maria da Fé, MG, 2008 a 2011.

Na floração as cultivares que necessitaram acumular menor quantidade de energia são: Santa Catalina, Ropades 392, Penafiel, Grappolo 575 e 561, não apresentando diferenças pelo teste de Scott-Knott (Tabela 4). Exceto para a Grappolo 541 (Tb = 8,9 ºC), o menor acúmulo pode ser explicado pelo maior valor de Tb para a floração (Tabela 2). Ao comparar a duração em dias do calendário civil com os valores de STa para a floração, observa-se que nem todas as cultivares que acumulam menor (maior) quantidade de energia apresentam menor (maior) duração. Como exemplo a cultivar Galega, que apresenta duração média de 52 dias e, no entanto, necessita acumular 394,58 ºC.dia, por outro lado, a cultivar Santa Catalina apresenta duração média maior (60 dias) e necessita acumular menor quantidade de energia (264,52 ºC. dia). Isso demonstra que a STa é mais coerente que o dia do calendário civil para avaliar a duração dos subperíodos de desenvolvimento reprodutivo de diferentes cultivares de oliveira, mesmo resultado observado para arroz (Carli et al. 2016; Streck et al. 2007), caju (Matos et al. 2014) e outras cultivares de oliveira (Pérez-López et al. 2008).

Valores de STa encontrados para a floração (264,5 ≤ Sta ≤ 629,6 ºC.dia) são semelhantes aos reportados por Gálan et al. (2001) (≈500 ºC.dia); Melo-Abreu et al. (2004) (460 ºC.dia a 559 ºC.dia) e inferior ao observado Pérez-López et al. (2008) (≈800 ºC.dia) em diferentes cultivares de oliveira. Estudos recentes apontam que o fotoperíodo pode ter influência, embora menor que a temperatura e a STa, na duração do florescimento da oliveira (Melo-Abreu et al. 2004; Orlandi et al. 2013). No entanto, ainda não há um consenso sobre a confirmação do efeito do fotoperíodo no desenvolvimento reprodutivo da oliveira (García-Mozo et al. 2009), a qual somente pode ser realizada mediante avaliação experimental, a qual é extremamente trabalhosa, onerosa, e em muitos casos, inviável na prática (Orlandi et al. 2013).

Com relação a frutificação, observa-se que todas as cultivares necessitam acumular quantidade similar de energia, variando entre 911,64 ºC.dia a 1128,79 ºC.dia para Grappolo 541 e Grappolo 575, respectivamente (Tabela 4). Valores de STa semelhantes podem ter ocorrido devido as semelhanças entre os valores de Tb para a frutificação (entre 13,3 ºC e 14,3 ºC). No entanto, diferen­temente da floração, na frutificação as cultivares que acumulam menor (maior) quantidade de energia são as que apresentam menor (maior) duração média, como exemplo a Alto D’ouro (915,58 ºC.dia/140 dias) e Grappolo 575 (1128,79 ºC.dia/173 dias). Vale ressaltar que considerando condições de temperaturas do ar amenas, o esperado é que quanto maior a necessidade térmica, maior é a duração (em dias do calendário civil) de uma determinada fase de desenvolvimento, já que será necessário um maior período de tempo para acumular a energia necessária (Aguilera et al. 2015; Rosa et al. 2009; Streck et al. 2007). Além disso, espera-se que o maior acúmulo energético ocorra na frutificação, pois grande parte da energia produzida na fotossíntese é alocada para a formação do fruto (Aguilera et al. 2015). Estudos que reportam sobre a STa durante a frutificação da oliveira são escassos. Dentre os raros trabalhos, Pérez-López et al. (2008) estimaram indiretamente a STa, sem a utilização de dados fenológicos observados, e encontraram valores distintos aos deste estudo (± 475 ºC.dia).

Com relação à maturação, os valores de STa foram distintos entre as cultivares, variando entre 77,42 ºC.dia (Penafiel) e 482 ºC.dia (Arbequina). Assim como observado na frutificação, as cultivares que apresentaram menor (maior) acúmulo energético tiveram, em média, menor (maior) duração em dias do calendário civil, conforme é esperado (Streck et al. 2007). Vale ressaltar, que a matu­ração é o subperíodo que, ao mesmo tempo, possui menor acúmulo térmico, porém, com as maiores Tb’s, exceto para a Arbequina (7,1 ºC).

A quantificação do tempo térmico necessário para atingir cada fase de desenvolvimento são ferramentas importantes no manejo das culturas (Ferreira et al. 2019; Carli et al. 2016; Rosa et al. 2009), principalmente durante os subperíodos de desenvolvimento reprodutivo, os quais necessitam de maior planejamento para a aplicação dos tratos culturais. No caso da oliveira, essa quantificação, inédita para as condições climáticas brasileiras, são úteis para definir o melhor momento para a aplicação de fungicidas e sprays profiláticos (Pérez-López et al. 2008), evitando assim, a ocorrência e a proliferação de doenças no fruto da oliveira, como Spilocaea oleaginosa, Pseudocercospora cladosporioides e Gloeosporium olivae (Garcia et al. 2018; Wrege et al. 2015). Além disso, vários estudos têm demonstrado que a fenologia e o momento de ocorrência de cada fase do desenvolvimento reprodutivo é um importante indicador dos impactos das mudanças climáticas na oliveira (García-Mozo et al. 2010; Moriondo et al. 2015), principalmente pela dependência da temperatura do ar (Aguilera et al. 2015; Martins et al. 2014; Pérez-López et al. 2008).

De maneira geral, observam-se que as cultivares mais precoces, as quais acumulam menor quantidade de energia e ao mesmo tempo tem menor duração (dias do calendário civil), são: Santa Catalina, Ropades 392, Penafiel e Grappolo 561 (Fig. 1). As cultivares Arbequina e Grappolo 541 são as que precisam acumular maior quantidade de energia. No caso da Arbequina, tal resultado provavelmente se deve aos menores valores de Tb nos três subperíodos, em especial na maturação (7,1 ºC), o que lhe permite acumular energia mesmo em dias com tempe­raturas amenas.

Figura 1.
Necessidade térmica acumulada média nos subperíodos de desenvolvimento reprodutivo obtido pelo Método 2. Maria da Fé, MG, 2008 a 2011.

No entanto, considerando os dias do calendário civil não é possível observar diferenças entre as cultivares. Vale lembrar que, de acordo com a metodologia da STa, quão maior for a diferença entre a Tmed e a Tb da cultivar, maior será o acúmulo térmico diário. Assim, Tb’s menores irão promover maior acúmulo em comparação com Tb’s elevadas, caso estejam sob as mesmas condições meteoro­lógicas. Existem outros métodos de STdi, os quais penalizam de diferentes maneiras a Tmed com as três temperaturas cardinais (Tb, Tot e TB) (Freitas e Martins, 2019; Lago et al. 2009; Rosa et al. 2009). No entanto, devido aos dados disponíveis nesse estudo, só foi possível a utilização dos M1 e M2, os quais consideram apenas a Tb (Lago et al. 2009; Souza e Martins, 2014).

Analisando todas as cultivares, em média, a floração demanda 26% da energia total necessária para o desenvolvimento reprodutivo, seguido da frutificação (66%) e maturação (8%). Informações básicas sobre o desenvolvimento reprodutivo, como a estimativa da Tb e a necessidade térmica, em cultivares de oliveira são fundamentais no conhecimento das cultivares mais adaptadas às condições climáticas de cultivo e as necessidades da cultura em condições meteorológicas distintas do seu centro de origem (Martins et al. 2012; Souza e Martins, 2014). Além disso, dão subsídio na determinação do momento exato ocorrência dos subperíodos reprodutivos, a qual possibilita o controle de doenças e pestes na oliveira, como exemplo a aplicação de defensivos contra a mosca da azeitona (Bactrocera oleae Gmel.), traça da oliveira (Prays oleae Bern.) sprays profiláticos - aumentam a produtividade (Pérez-López et al. 2008).

4.

Conclusões

Houve variação dos valores de Tb’s e necessidade térmica entre as cultivares e subperíodos de desenvolvimento reprodutivo. As Tb’s variaram para a floração de 7,8 °C a 16,1 °C, para a frutificação de 13,3 °C a 14,3 °C, e maturação de 7,1 °C a 17,2 °C. Já a frutificação é o subperíodo que demanda maior necessidade térmica, com valores variando entre 911,64 ºC.dia a 1128,79 ºC.dia.

As cultivares mais precoces, as quais acumulam menor quantidade de energia e possuem menor duração em dias, são: Santa Catalina, Ropades 392, Penafiel e Grappolo 561, e as cultivares Arbequina e Grappolo 541 são as mais tardias.

Agradecimentos

à Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo auxílio financeiro referente aos projetos APQ 01392-13 e APQ 01258-17. à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, processo número 1489491) pela bolsa concedida ao segundo autor.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    5 Ago 2019
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2019

Histórico

  • Recebido
    01 Abr 2018
  • Aceito
    20 Nov 2018
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