Open-access O método (auto)biográfico: a perspectiva de um pioneiro. Entrevista com Jean Peneff

Jean Peneff, nascido em 1939, foi sucessivamente professor de sociologia em Argel, Nantes e Aix-en-Provence. É conhecido por ter sido um teórico e praticante do método biográfico, mas também da observação participante, método que ajudou a popularizar nos anos 1990 entre os sociólogos franceses. Seus livros mais conhecidos se referem à medicina, de que ele foi um dos especialistas mais frequentemente citados na França. Nesta entrevista, realizada nos dias 20 e 30 de novembro de 2020, ele faz um retrospecto de toda a sua trajetória e insiste nas relações entre a vida pessoal e o trabalho sociológico.

Você poderia primeiro falar sobre a sua formação acadêmica e a sua trajetória profissional?

Jean Peneff [JP]: Ah, você sabe, eu me tornei sociólogo por acaso, por ocasião ou por distração, tendo a guerra da Argélia como pano de fundo fundamental. No início, eu sou um aldeão do Sudoeste, um pouco como Bourdieu. Eu cresci no campo, pois o meu pai, um imigrante búlgaro, era veterinário no campo. Crescer nesse universo de aldeia me deu uma curiosidade pelos outros, pelo trabalho, pelas atividades agrícolas e artesanais. Quando saíamos da escola com os meus colegas, nós andávamos à vontade, íamos observar os adultos, ouvíamos as fofocas. Mas para os estudos, eu fui para Toulouse. Foi um choque, uma grande descoberta. Eu tomei consciência das classes sociais. Para mim, até então, um burguês era um homem que tinha 30 hectares, e em Toulouse eu vi a verdadeira burguesia urbana.

Então, para os estudos de ensino superior, eu queria estudar ciências e matemática. Depois do BAC1 científico, fui para as classes preparatórias2, mas desisti depois de três meses porque o nível de matemática era muito alto. Comecei então o curso de ciências políticas e direito. Era mais fácil, mais aberto. Descobri um mundo estudantil bastante burguês, às vezes até um pouco esnobe e antifeminista, bastante tradicional. Estudei tranquilamente até os 22 ou 23 anos. Mas nessa época foi a guerra na Argélia (eu nasci em 1939). Quando voltei para a aldeia, vi os meus amigos que tiveram menos sorte do que eu, que lutaram… Eles estavam exaustos, deprimidos. Eles foram obrigados a fazer coisas atrozes: torturar crianças nas aldeias para obrigar os pais a falarem…

Assim, nós descobrimos o outro lado da democracia, um reino de terror. Alguns convocados desertaram e fugiram para a Itália e Suíça. Estes foram tempos terríveis, que a geração de hoje mal consegue entender. Nessa época, nós, estudantes, fomos empurrados. Nós não queríamos participar de nada disto, e com um ou dois bons amigos, eu decidi estender os meus estudos, empurrando a prorrogação até ao máximo. Nós escolhemos a sociologia sem realmente saber o que é; isso me parece bom, isso está relacionado com os problemas da sociedade. Então, depois da minha licenciatura em direito público, comecei os meus certificados de sociologia. As aulas eram principalmente teóricas, mas havia um ensino de etnologia com Nougier3 que era bom. Nós costumávamos ir às beiras do rio Garonne, recolhíamos fósseis; enfim, saíamos um pouco das paredes da faculdade. Depois, para atrasar novamente a chamada, eu tinha 24 ou 25 anos, comecei uma tese de doutorado sob a orientação de Paul de Gaudemar4. Ele era um homem culto, sério, era apreciado, ele me aceitou para uma tese sobre subdesenvolvimento e relações internacionais. Era um trabalho livresco, sem grande originalidade, mas me deu uma boa cultura sobre esse tema que se tornara fundamental nos anos 1960. No final do ano letivo (eu ainda não havia defendido a tese), fui chamado para ir à Argélia. Mas isso foi depois dos Acordos de Evian, eu passei a ter então o status de soldado que podia ensinar, fazer cooperação. Fui enviado para o colégio El-Djala em Sidi bel Abbès para ensinar literatura. Trouxe a minha esposa, que também conseguiu um cargo de professora. Então, em 1964, eu me encontrei na frente de alunos do ensino médio que tinham que fazer o bac de francês. Eu tentei explicar Phèdre, Le Misanthrope, Don Juan. Eles ficaram encantados. Eles tinham 19-20 anos e eu tinha 25 ou 26 anos. Nós nos envolvíamos em discussões apaixonadas. Havia pouca diferença de idade entre nós. Com alguns anos de diferença, nós poderíamos estar na frente um do outro com uma arma na mão para matar um ao outro…, mas, felizmente, nós aprendemos juntos, nos damos bem, eu jogo futebol com eles. Nesta região, a minha esposa e eu vivemos quatro ou cinco anos excepcionais. Nós viajamos pelo país, seguimos uma caravana de tuaregues, visitamos a Cabília, ficamos sob o feitiço do país. Tentando satisfazer a minha curiosidade, eu fiz um pouco de sociologia sem saber. Nós não éramos os únicos; o ambiente cooperativo era estimulante, todos queríamos descobrir esse universo fascinante5.

Após três anos, em 1967, decidimos voltar. Minha esposa, Suzanne, queria terminar os estudos. Mas, então, eu recebi uma ligação de Stéphane Hessel, que recentemente ganhou muita notoriedade e que na época estava encarregado da cooperação universitária. Ele me disse que os argelinos queriam relançar um departamento de sociologia em Argel em cooperação com a França. Eles precisavam de professores jovens e motivados. Ele me ofereceu para chefiar o departamento porque eu estava lá e já era doutor (eu havia voltado para Toulouse durante as férias para defender a minha tese). No início eu recusei, porque não conhecia nada, era muito jovem, eu nunca tinha dado aula de sociologia. Ele me disse: “Nós vamos ajudá-lo! Você pode trazer palestrantes da França, eles terão as suas despesas pagas”. Portanto, com a condição de poder trazer pessoas como Bourdieu, Passeron, Robert Castel6, Jean Cuisenier7, eu aceitei. E aí, um ano depois, Jean-Pierre Briand, que era aluno de Althusser, entrou no departamento e me ajudou fazendo um pesado trabalho de ensino e gestão, com reuniões regulares. Bourdieu teve a ideia de criar uma pós-graduação, e Briand, que era professor de ensino superior com título em filosofia, ficava responsável pela supervisão dos alunos de doutorado. E assim funcionou, nós tínhamos alunos que eram sérios e que nos ouviam, mesmo com o clima político piorando na Argélia. Bourdieu estava lá regularmente. Ele dava palestras que atraíam muita gente, mesmo de outros departamentos e do exterior.

Eu achava o ensino um pouco abstrato, então resolvi fazer um trabalho de campo, incentivado por Bourdieu. Tratava-se de sair da faculdade, explorar essa sociedade complexa. Depois de ter explorado o mundo rural e observado os efeitos da guerra, eu procurei um campo de pesquisa na região de Argel. Era um período de crescimento econômico, então, eu escolhi o pequeno capitalismo, ou seja, os pequenos industriais. Inicialmente, planejei fazer um questionário, respeitando o método clássico. Apresentei-me como sociólogo, mas não funcionou bem. As empresas, às vezes, eram semiclandestinas, e os patrões desconfiavam. Então eu me apresentei como representante da Câmara de Comércio e fiz conversas, tipo entrevistas, com eles. Aos poucos, fui entendendo quem eram essas pessoas, como eles trabalhavam. Foi a partir dessa pesquisa e da sua continuação em 1971 e 1972 (eu voltei como turista) que posteriormente publiquei Industriels algériens8. Mas alguns entrevistados ficavam desconfiados e, acima de tudo, estávamos sob Boumediene… Eu comecei a ser seguido pela polícia política, as minhas conversas telefônicas eram ouvidas (meus amigos me ensinaram a perceber o pequeno clique que indica a escuta ou a gravação). Nas salas de aula, havia agentes à paisana: viam-se homens de quarenta anos, de terno, que anotavam tudo. Finalmente, em 1969, a embaixada me aconselhou a partir o mais rápido possível. Disseram-me: “Vá embora, deixe a sua esposa cuidar da mudança e volte para a França”.

Isso é o que fizemos. Mas então eu cheguei à França sem um ponto de chegada. A administração me deu um posto sem concurso graças ao apoio do sindicato SNESup. Só precisei encontrar uma universidade que me aceitasse. Eu liguei a Passeron, que me aconselhou a ligar a Michel Verret em Nantes9. Este último procurava jovens sociólogos que haviam viajado. Eu o encontrei no verão de 1970, e ele aceitou me colocar na sua equipe.

Minha esposa se juntou a mim logo depois. Nós nos instalamos às pressas perto de Pornic na casa de um cooperador. Lá, demos início à adoção de uma criança argelina. Pois lá nós havíamos visto os Douars queimados e as crianças abandonadas, que vagueavam quase no estado selvagem. Nós queríamos fazer algo para ajudar pelo menos um deles, mas a minha saída apressada havia complicado as coisas, então conseguimos adotar uma criança de origem argelina na França. Assim, nós construímos uma vida familiar improvisada à beira-mar com um primeiro filho e a nossa filha que nasceu logo depois. Foi entre Pornic, Saint Nazaire e Nantes que fiz a segunda parte da minha carreira de sociólogo.

Como eram os estudantes então?

JP: Em Nantes, os alunos também eram bons. Era um público masculino bastante jovem. Boa parte deles era politizada, interessada, atenciosa. Era a época do grande desenvolvimento da sociologia, e havia uma expectativa por parte desses jovens. Eu lhes ensinava sociologia do desenvolvimento, sociologia política, falava sobre a África. Os alunos me pediam para falar sobre a Argélia. E então, nos anos 1970, descobri Daniel Bizeul, que iria fazer uma carreira muito boa depois, começando a trabalhar sobre os viajantes. Na década de 1980, houve também Marc Suteau e Philippe Masson, ambos interessados na sociologia da escola e que hoje são professores em Nantes. Desse ponto de vista, eu tive sorte, conheci alunos brilhantes, franceses e estrangeiros (argelinos, turcos etc.) com quem imediatamente estabeleci laços de amizade. Ao mesmo tempo, eu me dava bem com Verret: eu tinha entrado, como ele, para o Partido Comunista, e ele tinha ambições para a sociologia em Nantes… Enfim, nos anos 1980, nós nos distanciamos um pouco, mas durante muito tempo estivemos muito de acordo.

O ingresso no PCF teve algo a ver com a Argélia?

JP: Sim, claro. Durante a guerra, o Partido trabalhou para criar redes rebeldes e ajudou os jovens a evitar a mobilização. Para mim, foi um dever moral eu juntar-me a ele. Em seguida eu me afastei do pcf no início dos anos 1980, mas nos anos 1970 o ativismo era uma parte importante da minha atividade.

Isso significa que você era um sociólogo marxista?

JP: Sim e não. Eu li Marx. Não li tudo e não necessariamente entendi tudo, especialmente em O Capital. Mas me chamou a atenção, porque era necessário explicar como regimes liberais como a França podiam chegar a entrar em guerra na Argélia. O marxismo oferecia respostas. Nesse sentido, eu era um marxista liberal, não filiado. Mas eu nunca fui um marxista no sentido de que teria aplicado um sistema mecânico e preconcebido. Esse aspecto mecânico é um pouco desanimador, assim como o aspecto retórico. Marx está sempre certo com as palavras, é um polemista terrível, mas isso não significa que a descrição da realidade seja perfeitamente correta. Não… O que eu gostava em Marx era a sua vida agitada. Ele renunciou às honras e a uma carreira burguesa e tranquila. Ele escolheu militar, juntar-se aos operários. Portanto, em vez de se refugiar em uma torre de marfim, ele operou uma real intrusão na vida social e conviveu com meios diferentes. Verret o fazia à sua maneira. O seu pai era veterinário como o meu, o seu avô um açougueiro, creio eu. Bem… infelizmente ele passa pela École Normale Supérieure, torna-se professor, o curso acadêmico por excelência. Portanto, embora ele tenha uma verdadeira vida militante, ele aplica um marxismo um tanto formal ou datado e livresco. Mas ele não era um intelectual comum de escritório e se opôs a uma visão apolítica de como a sociedade funcionava. Ele teve uma influência real sobre mim, especialmente ao me dar confiança e ao me encorajar. Eu acho que as gerações mais novas, que não o leem mais, não percebem que ele foi um homem importante na sociologia das classes populares.

E como você começou a se interessar pelo método biográfico?

JP: Oh, você sabe, isso foi feito um pouco sozinho, não foi programado. Na minha pesquisa sobre os industriais argelinos, eu tinha recolhido muitas biografias. Eu queria saber de onde eles eram, isto me interessava: onde eles tinham crescido, o que os seus pais faziam etc. A sociologia é frequentemente uma biografia implícita. Em todo caso, a sociologia, tal como a vejo, não é, acima de tudo, as grandes estruturas e os fluxos, mas sim pessoas que vivenciam as coisas. Se você quer entender um grupo, é preciso conhecer as biografias. Além disso, quando eu era adolescente na aldeia, era isso o que costumávamos fazer. Nós estávamos interessados na vida das outras pessoas.

Depois, em Pornic, eu frequentava a célula [do PCF] com operários que também pescavam nos fins de semana. Alguns deles estavam no fim da carreira ou aposentados. Eu estava interessado na vida deles, queria estudar os operários militantes da CGT (Confederação Geral do Trabalho)10. Eles eram operários qualificados altamente politizados. Eu falei sobre isso com Verret, que achou a ideia excelente. Ele me incentivou e, por isso, eu fiz entrevistas formais gravadas. A partir daí, publiquei biografias de operários em vários cadernos Lersco, Laboratoire d’Études et de Recherches Sociologiques sur la Classe Ouvrière.

Você seguiu um método específico?

JP: Não, de forma alguma. Foi a circunstância que motivou a investigação. Eu improvisei o método. O objetivo era fazer com que as pessoas falassem sobre a vida, o trabalho e principalmente sobre a politização. Era uma forma de fazer história oral.

Eles evocaram o seu meio familiar, a sua entrada no ativismo. Eu procurava o significado coletivo do que havia acontecido com eles. Mas, é claro, o risco era coletar algum tipo de história oficial. Portanto, esses documentos deveriam ser vistos com um pouco de distância11. Eu sempre fui um leitor atento de biografias históricas e literárias e achava que os operários eram tão interessantes quanto as pessoas famosas. As pessoas que eu conheci eram pessoas de grande rigor moral que acreditavam no que faziam. Eu só li Bertaux mais tarde, quando a entrevista biográfica estava em voga. Eu também o conheci e achei o que ele dizia interessante, mas talvez não o suficiente.

Então você dedicou a sua tese de doutorado (tese de Estado) 12 ao método biográfico?

JP: Sim, na década de 1980, eu peguei esse tema como objeto de estudo. Era a continuação lógica das minhas pesquisas de campo. Eu me apoiei em uma importante literatura anglo-saxã. Os americanos começaram a pensar sobre tudo isso muito antes de nós. A minha ideia era que a entrevista biográfica fosse uma das facetas do que eu chamo de “método biográfico”, ou seja, a restituição dos percursos no seu contexto e, principalmente, a verificação das declarações por meio do cruzamento das entrevistas e das observações. A ideia de que você só precisa perguntar a um entrevistado sobre a sua vida para ter tudo o que precisa é muito ingênua, embora seja compartilhada por muitas pessoas. Por isso, apresentei uma postura muito cautelosa e muito cética aproveitando dos trabalhos americanos, mas também, e acima de tudo, da minha experiência. Em toda a minha vida, eu ouvi diferentes versões das mesmas coisas. Existem diferentes projetores para tudo, isso é óbvio. Da mesma forma, na vida cotidiana, você não acredita na palavra de alguém quando ele fala de si, e não há razão para fazer isso quando você é um sociólogo. Então a minha postura é mais uma sistematização do que ensina a vida normal: nunca acredite na palavra de quem fala de si, mas cruze, verifique, complete.

O livro foi bem recebido? 13

JP: Você sabe que agora está um pouco longe. A defesa da tese correu bem. Houve Passeron, Mendras e historiadores cujos nomes me escapam hoje. Um dos membros da banca me deu um contato na Armand Colin14, e eu escrevi um texto publicável baseado na tese. Mas não recebi muitos retornos. Não houve críticas francas, nem movimento de adesão. Eu acredito que o livro gradualmente se tornou parte da biografia de referência sobre o assunto.

No entanto, há um tom crítico no livro.

JP: Sim, claro. A ideia subjacente é que a entrevista biográfica não deve ser um ritual. Não é uma solução mágica que resolve tudo. Na verdade, eu apontava, sem realmente dizer, o risco da ingenuidade intelectual entre os sociólogos de escritório, que veem tudo por meio das ideias e dificilmente saem da Universidade. Quando fui para Chicago, descobri pessoas que tinham muita experiência de vida e usavam isso como base para as suas pesquisas. Freidson me contou sobre a guerra, sobre a sua campanha na Itália, Goody sobre combates na Grécia. Então, sim, você precisa de biografias, mas sempre com distanciamento, ceticismo. Quem realmente viveu, parece natural para elas. E então, a minha experiência com os operários pescadores me mostrou que devemos coletar as confissões em pequenos pedaços. É preciso estar com eles, nas suas atividades. Daí nós conversamos e depois anotamos. Em vez disso, a entrevista oficial nos dá a “teoria de si”15. A conversa em situação é mais rica… Existem contradições, anedotas etc.

Foi por esse interesse pela vivência que você passou ao estudo das escolas privadas no Oeste da França?

jp: Sim, de certa forma. Entre os ativistas com quem eu andava, havia professores. O que eles contavam era fascinante: as relações com os pais, as crianças, a política e a concorrência com as instituições religiosas. Então, também eu gravei biografias de professores (Peneff, 1987). Depois dei um passo adiante, porque Jean Pierre Briand, de quem eu tinha ficado muito próximo, havia iniciado com Jean Michel Chapoulie a grande pesquisa sócio-histórica que dará origem a Les collèges du peuple16. Eles me pediram para fazer duas ou três entrevistas para eles com executivos ou antigos executivos do ensino católico do Oeste da França. Isso estimulou o meu interesse pelas questões de escolaridade. Ao mesmo tempo, a minha família e eu nos mudamos para Vallet, e a escolarização dos filhos nos fez sentir a questão da concorrência entre o ensino privado e público no Oeste da França. Em alguns lugares, havia quase apenas ensino privado. Essa disputa entre os dois sistemas era bastante fascinante, mas era necessário proceder a uma reconstrução histórica. Comecei em algumas aldeias e lá fui ajudado por estudantes animados que me ofereceram pequenas monografias escolares do seu município. Elas reconstituem os percursos, as escolhas etc. Então fui com eles para visitar as suas aldeias, às vezes em família; eu deixava meus filhos e a minha esposa visitarem o centro e ia trabalhar com os estudantes. Portanto, era uma pesquisa por oportunidade guiada também pela vontade e pelos encontros.

Então, nos anos 1970 e no início dos anos de 1980, você não praticava ainda a observação?

JP: Como eu disse, a ideia de que a sociologia se baseia acima de tudo em coisas que você vivencia e constata por si só sempre me pareceu óbvia. É assim que os meus colegas e eu, quando eu era criança ou adolescente, nos informávamos sobre a vida adulta; por exemplo, sobre os casos extraconjugais na aldeia. Você não encontra isso nos livros, é preciso seguir e observar as pessoas. As biografias eram para mim uma forma de transformar os meus contatos com as pessoas em materiais para entender o ativismo político. Mas a minha própria prática política também alimentou minha pesquisa. Como comunista, eu fui escrutinador durante as eleições e me candidatei às eleições cantonais a pedido da minha célula, embora se soubesse que as minhas chances eram mínimas. E então eu constatei as tentativas de fraude. Nas mesas, os boletins de voto dos comunistas eram colocados sob os dos outros, o que obrigava os eleitores a solicitá-los. Mas é claro que eles não gostavam, eles preferiam pegar vários boletins de diferentes partidos nas suas mãos para esconder as suas opiniões. Havia atas não assinadas e muitas pequenas irregularidades, que, aliás, eram inúteis, porque os comunistas não estavam em posição de vencer. Eu acho que tive 5% dos votos. Isso me intrigava e me irritava; aliás, esse tipo de prática em pleno século XX. Então eu decidi olhar para a abstenção eleitoral e o voto dos operários (Peneff, 1981a). Eu olhei as listas eleitorais e comparei-as com os números da população em idade de votar em bairros que eu conhecia e onde eu havia observado a composição sociológica da população.

Qual foi então a influência da “tradição de Chicago” na sua relação com a observação participante?

JP: O meu encontro com a sociologia de Chicago aconteceu nas décadas de 1970 e 1980 graças aos “três da Paris 8”, ou seja, Briand, Chapoulie e Henri Peretz. São eles que me apontaram os grandes textos dos interacionistas que não eram traduzidos na França. Mas eu conhecia a cidade de Chicago desde os anos de 1960. Eu havia ido lá quando era estudante. Minha noiva tinha feito uma viagem de estudo de línguas com uma família em Boston, e eu peguei carona no Nordeste até Chicago dormindo em YMCAs. Essas eram coisas que os estudantes faziam naquela época. Eu também havia ido visitar os países do Leste, atrás da Cortina de Ferro, com dois amigos de carro. Nós queríamos saber como as pessoas viviam fora da França e procurávamos exemplos (positivos ou negativos) que pudessem ajudar a lutar contra a ideologia da colonização. Então era preciso ver a América. Chicago também era a cidade do racismo, havia tumultos raciais, havia um gueto. Eu queria ver isso.

Depois, mais tarde, quando eu já estava trabalhando em Nantes, fui entrevistar vários sociólogos cujos textos eu havia lido. Fui ver Everett Hughes na sua casa. Ele já era velho e me recebeu com a sua filha, que o ajudava a lembrar algumas coisas, eu vi Eliot Freidson17, Howard Becker, Irwin Deutscher18, Egon Bittner19 e outros. Guardei as gravações em algum lugar.

E que universo você descobre?

JP: Eu fiquei especialmente surpreso ao ver pessoas tão simples. Eles estavam abertos, acolhedores. Você liga, eles atendem… Você toca a campainha, eles o convidam para ir à casa deles. Eu não teria ousado fazer isso na França com intelectuais famosos. Então eu me integro e compreendo um pouco da vida cotidiana deles, vidas de pessoas de classe média. Mas eu não vinha como historiador da sociologia. Eu não tinha listas de perguntas muito específicas, só queria conversar informalmente.

E depois houve o semestre na Northwestern?

JP: Sim, em 1983, Becker teve a gentileza de me convidar. Eu consegui uma bolsa de estudos e pedi um ano sabático a Verret, mas ele só me deu um semestre com a condição de que eu recuperasse as minhas aulas. Então, partimos com Suzanne e os filhos em julho. Nós nos mudamos para uma casa onde tínhamos alugado um andar e ficamos por sete ou oito meses. Os filhos foram para a escola, de ensino fundamental para um e de ensino médio para outro. Eles adoraram. Eu ainda mais, pois me abriram todas as portas da Universidade. Eu podia assistir às aulas, às defesas, às reuniões de laboratório. Também fui convidado a falar sobre as minhas pesquisas, e pareceu interessá-los; fiquei encantado. Encontrei pessoas descontraídas, engraçadas e espontâneas. Nada a ver com a Universidade francesa. Eu conversava regularmente com Becker, que coordenava a minha estadia, e eu acompanhava as suas aulas. Contei mais tarde: ele tinha uma pequena sala de aula no porão com assentos heteróclitos, e a classe era uma espécie de seminário onde ele pedia aos seus alunos que formulassem perguntas e análises a partir de temas ou de fatos que ele mesmo trazia. Era extremamente original e instrutivo, especialmente para um francês acostumado ao ritual de ensino francês. Portanto, eu não vi o tempo passar. E então nós visitamos Chicago, os belos bairros, as margens do lago. Também levei toda a minha pequena família para o bairro negro. Lá, um dia, nós fomos seguidos por um grupo de jovens. Eu estava um pouco preocupado porque nós éramos os únicos brancos na rua e não muito discretos. Então um dos rapazes se aproxima e pergunta: “Não é inglês que vocês estão falando entre vocês… De onde vocês são?”. Quando eu lhe digo que somos franceses, ele parece encantado: “Ah! francês! Bravo! Vocês têm um presidente [Mitterrand] que está lutando pela libertação de Mandela”.

Então sim, Chicago foi uma grande experiência e não só porque eu pude ler muito boa sociologia em enormes bibliotecas abertas dia e noite… É o contato com intelectuais diferentes, originais, que haviam vivenciado coisas e que eram simples.

Como você começou a estudar a medicina a partir daí?

JP: A medicina é outra coisa. Eu já tinha lido Freidson, claro, mas foi um tema que me ocorreu por acaso, depois de uma oportunidade, mais uma vez. Eu tinha algumas alunas em Nantes que eram um pouco mais velhas do que as outras que eram assalariadas. Elas me disseram que eram enfermeiras no hospital de Saint Nazaire e que gostariam de escrever a sua dissertação sobre a sua atividade. Então isso me interessou ainda mais, porque a minha família e eu acabávamos de nos mudar para a mesma cidade. Então lhes perguntei se eu poderia ir pesquisar com elas. Elas me põem em contato com o diretor das emergências, que estava disposto a me aceitar como maqueiro voluntário. “Sem problema, ele me diz”, e me manda uma bata. Então fiquei dois anos lá, três dias por semana (os fins de semana e dias em que eu não tinha aula). E, claro, lá eu queria fazer observação. Primeiro eu tive que ser aceito pelo grupo de maqueiros. Eles me testaram, queriam saber se eu iria denunciá-los quando eles roubavam um pouco de dinheiro do bolso de um bêbado, ou quando eles conversavam entre si de assuntos pessoais sobre as pessoas no serviço. Claro que eu guardei tudo para mim e acabei sendo aceito; eles se tornaram bons amigos.

Você sabia que praticava um tipo de sociologia que não era muito usado na época, nos anos de 1980?

JP: Sim, claro. Poucas pessoas faziam observação participante. Havia observadores nas fábricas, como eu disse mais tarde (Peneff, 1996), mas, nesse tipo de instituição, eu acho que ninguém tinha feito isso na França. O método era conhecido e discutido, mas os sociólogos empíricos faziam sobretudo entrevistas, e os meus colegas da Paris 8 inicialmente focavam no arquivo. Henri Peretz, em seguida, trabalhou no método20, mas na época de L’Hôpital en urgence (Peneff, 1992), eu estava um pouco sozinho.

Foi isso que tornou o livro tão bem-sucedido?

JP: Sim, acho que sim. Vendi vários milhares de cópias. Eu descrevia cenas reais, as dificuldades do trabalho, as coisas do dia a dia. De repente, houve uma resposta favorável dos jornalistas e etnógrafos e até dos médicos que encontravam no livro aquilo que conheciam.

Foi isso que o levou a continuar trabalhando neste tema?

JP: Não é só isso. A medicina é um assunto imenso e sem fim, com enormes implicações políticas e sociais, como Freidson o descreveu com propriedade. Por isso, na última fase da minha carreira, que se passa em Aix-en-Provence, eu dediquei as minhas pesquisas a estudar outros aspectos do funcionamento da medicina, ou melhor, da sua relação com o resto da sociedade. Analisei primeiro Les malades des urgences (Peneff, 2000), em parte por observação e, especialmente, ao estudar o uso crescente desses serviços pelas populações. Então, passei das observações de campo para uma análise mais abrangente. Foi especialmente em France malade de ses médecins (Peneff, 2005) que levei a análise mais longe, ao mostrar os efeitos nocivos do poder médico sobre a sociedade e a economia. Aqui, é claro, a recepção foi muito mais fria, até gelada. O livro foi fortemente criticado em Le Monde e Le Nouvel Observateur21: atingia muitos interesses adquiridos. A Ordem dos Médicos fechou as suas portas para mim, os sindicatos não quiseram mais falar comigo. Isso não surpreenderá ninguém atualmente, em meio à crise da Covid que mostra a profundidade da corrupção produzida pelo dinheiro dos laboratórios, que são capazes de mobilizar os seus interesses, jornalistas, políticos, médicos, escritores etc. Na época, um representante dos laboratórios até quis comprar (por uma grande quantia) o meu manuscrito antes da publicação, para que pudesse ser enterrado.

Este movimento para as generalidades lhe parece indispensável para um sociólogo?

JP: É um movimento bastante lógico. Becker parte do seu cotidiano de músico e, depois, amplia a sua reflexão e analisa os desvios e as drogas. Freidson olhou para o sistema das profissões. A observação, a convivência com as pessoas que queremos compreender é a base, a meu ver, da nossa profissão. Desde a infância, as pessoas curiosas observam, e muitos escritores praticaram a observação. Eu relato isso em Le goût de l’observation (2009). Mas depois você tem que conseguir conectar as coisas. A medicina envolve somas gigantescas de dinheiro, é uma questão de sociedade fundamental, por isso nós somos levados a olhar para todo o sistema. Mas, no início, são necessários bons dados, não apenas números. Eu dediquei, aliás, alguns artigos a pensar como são fabricados os números e as informações que os sociólogos usam: os dados sobre a origem social dos alunos (Peneff, 1984), a medida no método da observação (Peneff, 1995), as amostragens (Peneff, 1988b). Na base da minha abordagem está o ceticismo, a desconfiança em relação às ideias convencionadas, aceitas, aos discursos produzidos pela mídia ou pelas autoridades. Eu sempre ensinei os meus alunos a confiarem primeiro no que sabem por experiência própria. E o mais interessante é, portanto, investigar por observação participante para cultivar a sua curiosidade e os contatos com os outros. A observação, na minha opinião, é na verdade um ramo da exploração do mundo. Eu encontro isso no último livro de David Lepoutre (2020), que relaciona ciências sociais e ciências naturais: é preciso navegar, ser curioso, ir ver, ler autores de outras disciplinas. Devemos ter cuidado com os determinismos aparentes, com as leis. Se você quer fazer descobertas, precisa seguir os seus instintos e aproveitar as oportunidades. Foi mais ou menos isso que Clément Ader fez, esse pioneiro da aviação cuja vida eu contei (Peneff, 2020). Aliás, é dessa forma que conduzi minhas pesquisas: sem plano de carreira, de acordo com os encontros e as aberturas. Devemos incentivar os jovens a se lançarem, a fazerem assim… Na França e em outros lugares; no Brasil também, por que não?

Referências bibliográficas

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  • PENEFF, Jean. (2009), Le goût de l’observation. Paris, La Découverte .
  • PENEFF, Jean. (2012), “La coopération, l’Algérie et la jeunesse de la sociologie”. In: HENRY, J.-R. & VATIN, J.-C. (dir.). Le temps de la coopération, sciences sociales et décolonisation au Maghreb. Paris, Karthala.
  • PENEFF, Jean. (2020), Ader l’aérien: ingénieur toulousain. Paris, Ed. Saint Honoré.
  • PENEFF, Jean & FÈVRE, Béatrice. (1982), “Autobiographies de militants nantais de la CFDT”. Les Cahiers du Lersco , 4, 220 p.
  • PERETZ, Henri. (1992), “Le vendeur, la vendeuse et leur cliente. Ethnographie du prêt-à-porter de luxe”. Revue Française de Sociologie, 33 (1): 49-72.
  • PERETZ, Henri. (1998), Les méthodes en sociologie: L’observation. Paris, La Découverte .
  • VERRET, Michel. (1979), L’espace ouvrier. Paris, A. Colin.
  • VERRET, Michel. (1982), Le travail ouvrier. Paris, A. Colin.
  • VERRET, Michel. (1988), La culture ouvrière. Saint-Sébastien, ACL Édition Société Crocus.
  • 1
    BAC = baccalauréat: Diploma do sistema educativo francês que encerra o ensino médio, e que dá acesso ao ensino superior.
  • 2
    As classes preparatórias correspondem, no sistema educativo francês, a dois anos de estudos superiores para preparar os concursos que permitem o acesso às grandes escolas (especificamente de engenharia ou de comércio).
  • 3
    Louis-René Nougier (1912-1995): paleossociólogo das religiões. Ele ocupou a cadeira de Arqueologia Pré-Histórica na Faculdade de Letras de Toulouse.
  • 4
    Paul de Gaudemar (1919-1995): professor em Toulouse e depois em Paris 8, era especialista em Sociologia da educação e do ensino em países em desenvolvimento.
  • 5
  • 6
    Robert Castel (nascido em 1933): Professor de ensino superior com título em filosofia, ensina sociologia na Universidade de Vincennes (depois Paris 8). Os seus primeiros trabalhos na década de 1970, que terão repercussões significativas, estão centrados na crítica à psiquiatria.
  • 7
    Jean Cuisenier (1927-2017): Professor de ensino superior com título em filosofia e depois etnólogo especialista nos Cárpatos, foi, nos anos 1960-70, diretor do Centro de Etnologia Francesa.
  • 8
    Peneff (1981b), Industriels algériens. Paris, Ed. du CNRS.
  • 9
    Professor de ensino superior com título de uma École Normale Supérieure, Michel Verret (1927-2017) fundou o Lersco em Nantes. Devemos a ele uma trilogia sobre a vida da classe operária: L’espace ouvrier (1979), Le travail ouvrier (1982), La culture ouvrière (1988). Foi membro do PCF de 1944 a 1978.
  • 10
    A Confederação Geral do Trabalho é uma confederação sindical francesa criada em 1895, em Limoges.
  • 11
    Ver Peneff (1979), “Autobiographies de militants CGTU-CGT”. Les Cahiers du Lersco, 1, Nantes, 158 p.; Peneff (1979), “Autobiographies de militants ouvriers”. Revue Française de Sciences Politiques, 29: 53-82; Peneff & Fèvre (1982), “Autobiographies de militants nantais de la CFDT”. Les Cahiers du Lersco, 4.
  • 12
    No antigo sistema educativo francês, a tese de Estado permitia acesso aos cargos de professores de universidade, ou pesquisadores com estatutos particulares.
  • 13
    La méthode biographique. De l’Ecole de Chicago à l’histoire orale. Paris, Armand Colin, 1990.
  • 14
    Armand Colin é uma editora francesa criada em 1870.
  • 15
  • 16
    BRIAND, Jean-Pierre & CHAPOULIE, Jean-Michel. (1992), Les collèges du peuple. Paris, CNRS/INRP/ENS.
  • 17
    Eliot Freidson (1923-2005): Vindo de um meio popular, soldado na Itália durante a guerra, defendeu sua tese de sociologia em Chicago e depois ensinou em Nova York a partir de 1956. Seus trabalhos se concentraram principalmente na medicina e no sistema de profissões (ver: Freidson, 1984).
  • 18
    Irwin Deutscher (nascido em 1923): Depois de quatro anos no Corpo de Fuzileiros Navais, estudou na Universidade do Missouri (PhD 1959) e, em seguida, ensinou sociologia na Universidade de Syracuse. É também o autor de What we say what we do (1973), que enfoca a discrepância entre afirmações e atos.
  • 19
    Egon Bittner (1921-2011): Nascido na Tchecoslováquia, obteve o seu PhD na Universidade de California (Los Angeles) em 1949 e, em seguida, ensinou na Universidade de Brandeis. É conhecido por seu trabalho sobre a polícia e uma perspectiva próxima à etnometodologia.
  • 20
    Peretz (1992), “Le vendeur, la vendeuse et leur cliente. Ethnographie du prêt-à-porter de luxe”. Revue Française de Sociologie, 33 (1): 49-72; e Peretz (1998), Les méthodes en sociologie: L’observation, Paris, La Découverte.
  • 21
    Jornais franceses.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Set 2021
  • Data do Fascículo
    May-Aug 2021

Histórico

  • Recebido
    29 Jan 2021
  • Aceito
    24 Mar 2021
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