“A criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e deve ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade.”
Declaração dos Direitos da Criança, 2° Princípio
Acidentes na infância são um grave problema na Saúde Pública mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 950.000 crianças e adolescentes morrem anualmente devido a acidentes que poderiam ter sido evitados. Além dos óbitos, milhões de vítimas demandam atendimento por ferimentos não fatais, que resultam em lesões permanentes e imensuráveis repercussões sociais, econômicas e emocionais para as crianças, famílias e a sociedade.(1)1. World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf.
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Acidente é definido como um evento não-intencional e evitável, que causa lesões físicas e emocionais e ocorre no ambiente doméstico ou social, incluindo queda, afogamento, sufocação, acidente de trânsito, intoxicação, queimadura, choque elétrico, acidente com armas de fogo ou arma branca entre outros.(11. World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf.
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,2)2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. - Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. - (Cadernos de Atenção Básica, n° 33). Embora o termo acidente tenha uma conotação de imprevisibilidade, levando a crer que ele seja incontrolável ou não prevenível, os eventos mencionados acima podem ser caracterizados quanto à causa, origem e determinantes epidemiológicos. Portanto, eles podem ser evitados e controlados.(11. World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf.
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2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. - Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. - (Cadernos de Atenção Básica, n° 33).-3)3. Harada MJCS. Injúrias físicas não intencionais na infância e adolescência. In: Harada MJCS, Pedreira MLG, Viana DL. Promoção da saúde. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012. p. 237–261.
No Brasil, 3.142 crianças com até nove anos de idade morreram em 2012 devido a acidentes, sendo a maioria por ocorrências de trânsito (33,0%), afogamento (23,0%) e sufocação (23,0%).(4)4. Rede Nacional Primeira Infância. Plano Nacional da Primeira Infância - Projeto Observatório Nacional da Primeira Infância. Mapeamento da Ação Finalística Evitando Acidentes na Primeira Infância. 2014. Acesso em 28 de set 2016. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/01/RELATORIO-DEMAPEAMENT0-EVITAND0-ACIDENTES-versao-4-solteiras.pdf.
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Na faixa etária pediátrica, os fatores de risco para ocorrência de acidentes estão relacionados às características individuais da criança ou adolescente (fatores intrapessoais), às condições sociais e culturais da família (fatores familiares), ao ambiente relacional (fatores interpessoais), ao papel da comunidade como condicionante (fatores institucionais) e ao impacto do macroambiente (fatores culturais). Além dos aspectos relacionados à idade, estágio de desenvolvimento e sexo, destacam-se as condições de desigualdade e vulnerabilidade relativas à renda, moradia, trabalho, rede de apoio, nível educacional e número de filhos.(33. Harada MJCS. Injúrias físicas não intencionais na infância e adolescência. In: Harada MJCS, Pedreira MLG, Viana DL. Promoção da saúde. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012. p. 237–261.,55. Martins CBG. Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica. Rev. bras. enferm. 2006; 59(3): 344–48.,6)6. Blank D. Controle de injúrias sob a ótica da pediatria contextual. J Pediatr (Rio J). 2005; 81(5 Supl):S123-S136.
As medidas mais efetivas para o controle de acidentes na infância incluem um conjunto de estratégias que consideram as crianças em seu contexto habitual e visam prevenir novos eventos, reduzir a gravidade das lesões e diminuir as deficiências decorrentes dessas injúrias. Tais ações incluem atividades educacionais, bem como mudanças ambientais e de legislação.(11. World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf.
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,33. Harada MJCS. Injúrias físicas não intencionais na infância e adolescência. In: Harada MJCS, Pedreira MLG, Viana DL. Promoção da saúde. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012. p. 237–261.,55. Martins CBG. Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica. Rev. bras. enferm. 2006; 59(3): 344–48.,6)6. Blank D. Controle de injúrias sob a ótica da pediatria contextual. J Pediatr (Rio J). 2005; 81(5 Supl):S123-S136.
Nas últimas décadas, os programas para reduzir a mortalidade infantil tiveram como alvo as doenças infecciosas e deficiências nutricionais. Em nível mundial, foram conduzidas diversas campanhas para promoção do aleitamento materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil e adesão à imunização. Milhões de vidas foram salvas e a vida de muitas outras crianças melhorou significativamente. Contudo, este é um momento para que a prevenção de acidentes também represente prioridade governamental, para que o impacto de tais investimentos não seja perdido.(1)1. World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf.
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O enfermeiro compartilha com a sociedade a responsabilidade por iniciar e apoiar ações para satisfazer as necessidades de saúde da população. No mês em que os brasileiros celebram o dia da criança, a Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (SOBEP) compartilha tal preceito e convoca os profissionais a desempenhar um papel de liderança no cuidado às crianças e famílias. Neste sentido, os profissionais devem se valer de todas as oportunidades de atendimento para atuar em diversos setores da sociedade e implementar intervenções que promovam a adoção de medidas de segurança e mudanças de comportamento, para que as crianças possam viver em um mundo mais seguro.(55. Martins CBG. Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica. Rev. bras. enferm. 2006; 59(3): 344–48.,6)6. Blank D. Controle de injúrias sob a ótica da pediatria contextual. J Pediatr (Rio J). 2005; 81(5 Supl):S123-S136.
Referências
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1World Health Organization. World report on child injury prevention/edited by Margie Peden [et al]. WHO Press, 2008. Acesso em 28 set 2016. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf
» http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43851/1/9789241563574_eng.pdf -
2Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. - Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. - (Cadernos de Atenção Básica, n° 33).
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3Harada MJCS. Injúrias físicas não intencionais na infância e adolescência. In: Harada MJCS, Pedreira MLG, Viana DL. Promoção da saúde. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012. p. 237–261.
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4Rede Nacional Primeira Infância. Plano Nacional da Primeira Infância - Projeto Observatório Nacional da Primeira Infância. Mapeamento da Ação Finalística Evitando Acidentes na Primeira Infância. 2014. Acesso em 28 de set 2016. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/01/RELATORIO-DEMAPEAMENT0-EVITAND0-ACIDENTES-versao-4-solteiras.pdf
» http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/01/RELATORIO-DEMAPEAMENT0-EVITAND0-ACIDENTES-versao-4-solteiras.pdf -
5Martins CBG. Acidentes na infância e adolescência: uma revisão bibliográfica. Rev. bras. enferm. 2006; 59(3): 344–48.
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6Blank D. Controle de injúrias sob a ótica da pediatria contextual. J Pediatr (Rio J). 2005; 81(5 Supl):S123-S136.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Sep-Oct 2016