Open-access Análise do transtorno do estresse pós-traumático em profissionais emergencistas

Análisis del trastorno del estrés postraumático en profesionales de emergencias

Resumo

Objetivo  Analisar a prevalência estimada do Transtorno do Estresse Pós-Traumático em profissionais emergencistas e seus fatores relacionados.

Métodos  Estudo analítico, transversal, exploratório com abordagem quantitativa, realizado em serviços de referência no atendimento a urgências e emergências em saúde e em serviços de segurança e proteção pública com condutores socorristas, enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem, médicos, policiais e bombeiros militares. Foram analisados dados provenientes de dois instrumentos. As classificações da Escala do Impacto do Evento – Revisada foram relacionadas com as variáveis sociodemográficas, profissionais e de aspectos relativos ao evento potencialmente traumático coletadas na amostra, e foi levantada a prevalência dos eventos potencialmente traumáticos.

Resultados  Participaram 338 profissionais, 31,07% apresentaram escores compatíveis com provável diagnóstico da psicopatologia. Apresentaram escores correspondentes ao agravo 39,67% dos profissionais de segurança e 20,78% dos de saúde. Os profissionais de segurança tiveram prevalência 48% superior na apresentação de escores compatíveis com o diagnóstico do transtorno. Como fatores relacionados, foram identificados os eventos potencialmente traumáticos prevalentes na amostra, usualmente relativos a situações com risco de morte, e estratégias de enfrentamento, que apontaram relação significativa com os escores do transtorno, como o afastamento de situações semelhantes, o suporte psicológico e reavaliação das situações.

Conclusão  O risco encontrado foi relativamente alto quando comparado a outros estudos brasileiros; situações envolvendo risco à vida foram prevalentes e as estratégias de enfrentamento com relações significativas se encontraram nos participantes que optaram pelo afastamento, suporte psicológico e reavaliação das situações potencialmente traumáticas.

Ocupações em saúde; Transtornos de estresse pós-traumáticos; Enfermagem em emergência; Serviços médicos de emergência; Polícia

Resumen

Objetivo  Analizar la prevalencia estimada del trastorno del estrés postraumático en profesionales de emergencias y los factores relacionados.

Métodos  Estudio analítico, transversal, exploratorio con enfoque cuantitativo, realizado en servicios de referencia en la atención a urgencias y emergencias de salud y en servicios de seguridad y protección pública con conductores socorristas, enfermeros, técnicos/auxiliares de enfermería, médicos, policías y bomberos militares. Se analizaron los datos provenientes de dos instrumentos. Se relacionaron las clasificaciones de la Escala del Impacto del Evento – Revisada con las variables sociodemográficas, profesionales y de aspectos relativos al evento potencialmente traumático recopiladas en la muestra. Además, se estudió la prevalencia de los eventos potencialmente traumáticos.

Resultados  Participaron 338 profesionales, el 31,07 % presentó puntuación compatible con un probable diagnóstico de la psicopatología. El 39,67 % de los profesionales de seguridad y el 20,78 % de los de salud presentaron puntuación que correspondía al empeoramiento. Los profesionales de seguridad tuvieron una prevalencia 48 % superior en la presentación de puntuación compatible con el diagnóstico del trastorno. Como factores relacionados, se identificaron los eventos potencialmente traumáticos prevalentes en la muestra, normalmente relativos a situaciones con riesgo de muerte, y las estrategias de afrontamiento que indicaron una relación significativa con la puntuación del trastorno, como el evitar situaciones semejantes, el apoyo psicológico y la revaluación de las situaciones.

Conclusión  El riesgo encontrado fue relativamente alto en comparación con otros estudios brasileños. Las situaciones con riesgo de vida fueron prevalentes. Se observaron estrategias de afrontamiento con relaciones significativas en participantes que optaron por el distanciamiento, el apoyo psicológico y la revaluación de las situaciones potencialmente traumáticas.

Empleos en salud; Trastornos por estrés pós-traumático; Enfermería de urgência; Servicios médicos de urgência; Policia

Abstract

Objective  To analyze the estimated prevalence of Post-Traumatic Stress Disorder in emergency professionals and its related factors.

Methods  Analytical, cross-sectional, exploratory, quantitative study performed in reference services in urgent and emergency care in health and services of public safety and protection with emergency service drivers, nurses, nursing technicians/assistants, physicians, police officers and firefighters. Data from two instruments were analyzed. The classifications of the Event Impact Scale – Revised were related to sociodemographic and professional variables and to those of aspects related to the potentially traumatic event collected in the sample. The prevalence of potentially traumatic events was estimated.

Results  Participation of 338 professionals, of which 31.07% had compatible scores with a probable diagnosis of the psychopathology, and 39.67% of security professionals and 20.78% of health professionals had scores corresponding to the disorder. Security professionals had a 48% higher prevalence of compatible scores with diagnosis of the disorder. The potentially traumatic events prevalent in the sample were identified as related factors, usually the situations with risk of death and coping strategies, which showed a significant relationship with scores of the disorder, such as distancing from similar situations, psychological support and reassessment of situations.

Conclusion  The risk was relatively high when compared to other Brazilian studies; situations involving risk to life were prevalent and the coping strategies with significant relationships were found in participants who chose distancing, psychological support and reassessment of potentially traumatic situations.

Health occupations; Stress disorders, post-traumatic; Emergency nursing; Emergency medical services; Police

Introdução

O homem lida com situações estressantes e potencialmente traumáticas desde as histórias mais remotas da humanidade. Na saúde, o estresse é o mecanismo de adaptação em reação a situações adversas de perigo ou ameaça, por meio do qual o estado de alerta aumenta, ocorrendo alterações fisiológicas e emocionais. Já o “trauma”, neste estudo, trata-se da “ferida” psíquica ocasionada quando a carga de estresse decorrente de situações adversas é excedente à capacidade de processamento das emoções e sentimentos em uma pessoa.(1)

Diante da vida moderna, na qual as situações estressantes estão em evidência, e considerando o aumento superior a 18% nos transtornos mentais, o mercado de trabalho e a economia sofrem perdas com o curto tempo de serviço de profissionais ocasionado por transtornos mentais. Logo, trabalhadores que lidam com situações de extremo estresse, como profissionais de saúde, de segurança e proteção pública, entram em evidência, pois os eventos vivenciados diariamente podem ter efeitos debilitantes do ponto de vista mental e físico; como no caso daqueles que desenvolvem o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).(2)

O TEPT é um transtorno resultante da exposição única ou prolongada a um ou mais eventos traumáticos/estressores, que usualmente incluem ameaça à própria vida ou à de terceiros, violência, acidentes graves, ou a forma testemunhada dessas situações. Está presente quando o indivíduo afetado apresenta características clínicas relacionadas à tríade psicopatológica formada por: sintomas de evitação, onde o indivíduo evita estímulos associados ao evento traumático; intrusão ou revivência de memórias relacionadas ao evento; e hiperestimulação autonômica, onde apresenta sintomas como disforia, sudorese, taquicardia.(3-6)

O diagnóstico é feito individualmente por profissional qualificado, contudo, é possível identificar indivíduos que possuem maior risco de desenvolver esse transtorno por meio de instrumentos criados para rastrear a sintomatologia do TEPT, que podem ser autoaplicados.(3)

Dados apontam que a prevalência do TEPT é de, em média, 8,7% nos Estados Unidos da América (EUA), 0,5 a 1,0% em países europeus, asiáticos, africanos e na América Latina.(3) Outros demonstraram que, nas guerras entre Iraque e Afeganistão, cerca de 20% dos soldados desenvolveram TEPT.(7,8)

Os dados do Ministério da Saúde apontam que a prevalência de TEPT na população em geral gira em torno de 3%; já, nos profissionais que estão frequentemente expostos a situações de risco/emergência, essa porcentagem aumenta para 5 a 75%.(8) E estudo realizado com bombeiros em Belo Horizonte reportou 6,9% de prováveis casos de TEPT nesta população.(9)

Destaca-se que, a maioria dos estudos nacionais não abordam a presença dos fatores relacionados a este agravo e que há ausência de estudos desta natureza na Região Nordeste. Pesquisas também têm apontado o aumento nos níveis de criminalidade e homicídios no contexto brasileiro que, por sua vez, aumentam a exposição desses profissionais a situações possivelmente desencadeadoras do TEPT.(6-8)

Tendo em vista que o TEPT é um agravo amplamente estudado no âmbito internacional, que ainda é um campo de estudo com tímida representação no contexto nacional, e que a natureza prejudicial do TEPT impacta em gastos mundiais estimados em 3 bilhões de dólares por ano devido ao afastamento dos profissionais do serviço e alocação de serviços de saúde para eles, questionou-se: Qual a prevalência estimada de TEPT em profissionais emergencistas e seus fatores relacionados (principais eventos potencialmente traumáticos e estratégias de enfretamento adotadas)?(10)

Logo, este estudo objetiva analisar a prevalência estimada de TEPT em profissionais emergencistas e seus fatores relacionados.

Métodos

Estudo analítico, transversal, exploratório, com abordagem quantitativa, realizado conforme orientações do checklist Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE).(11)

Realizado em hospital de referência para atendimento de urgências e emergências, em quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência regional e local (SAMU), no comando geral do Corpo de Bombeiros Militares (CBM), e em cinco batalhões da Polícia Militar (PM), todos localizados no Estado do Rio Grande do Norte (RN), Brasil.

A coleta dos dados foi realizada com seis populações-alvo, formadas por: enfermeiros, auxiliares/técnicos de enfermagem, médicos, condutores socorristas, bombeiros e policiais militares do RN. Seis colaboradores treinados coletaram em horários e ocasiões previamente acordados com os coordenadores dos serviços; nos meses de maio a agosto/2019 no SAMU; em setembro e outubro/2019 no CBM; novembro e dezembro/2019 no hospital de referência; janeiro e fevereiro/2020 nas UPAs; no início de março e final de julho na PM. Esse espaço de tempo se deu devido à impossibilidade de coletas durante o lockdown na pandemia pela Coronavírus Disease 2019 – COVID-19.

Foram incluídos profissionais que relataram ter passado por, no mínimo, um evento que consideraram traumático. Excluíram-se profissionais de férias, licença médica ou em afastamento por qualquer natureza, devido à inviabilidade logística.

O universo deste estudo foi de 2.771 profissionais, sendo 187 enfermeiros, 592 técnicos/auxiliares de enfermagem, 416 médicos, 132 condutores socorristas, 1.100 policiais militares e 407 bombeiros militares. Aplicou-se cálculo para amostragem aleatória estratificada, com intervalo de confiança de 95%, margem de erro de 5%; o arrolamento dos participantes foi por conveniência. A amostra final foi de 338 coletas com a seguinte distribuição nos estratos: policiais militares (134), técnicos/auxiliares de enfermagem (65), médicos (50), bombeiros militares (50), enfermeiros (23) e condutores (16). Perfazendo o grupo profissional de segurança pública: policiais e bombeiros militares; e o grupo profissional de saúde: condutores, enfermeiros, médicos e técnicos/auxiliares de enfermagem.

Foram usados dois instrumentos: a Escala do Impacto do Evento – Revisada (IES-R) traduzida e validada para o português com alterações, uma escala do tipo Likert que visa coletar informações relacionadas à sintomatologia do TEPT em qualquer fase do desenvolvimento sintomatológico da doença. Após aplicação do questionário é obtido o escore total da IES-R, feito a partir da soma dos valores encontrados nas perguntas, e pode variar de 0 a 88; sendo o escore de 24 a 32 de baixo risco ou TEPT parcial; 33 ou acima sendo o ponto de corte para o provável diagnóstico ou alto risco de TEPT.(12)

O segundo instrumento foi elaborado pelos autores para a coleta de informações sociodemográficas e relacionadas aos principais eventos potencialmente traumáticos vivenciados pelos participantes.

O estudo trabalhou com variáveis de caracterização e variáveis da escala utilizada. Os dados foram organizados em planilha de dados eletrônica, com validação por dupla digitação, e posterior exportação de dados para o software SPSS 20.0. Para verificar a consistência interna dos dados, aplicou-se o alfa de Cronbach, onde se apontou a consistência dos dados classificada como satisfatória (0,95).

A respeito das escalas da IES-R, através do teste Kolmogorov-Smirnov, para um nível de significância de 5%, tem-se evidências de que as dimensões do IES-R não possuem distribuição normal (p<0,001); no entanto, utilizou-se o teorema do limite central, que aponta que, em estudos provenientes de uma amostra suficientemente grande, assume-se que o pressuposto de normalidade não tem interferência na análise dos resultados. Portanto, sendo aplicáveis testes estatísticos paramétricos.

Na comparação do perfil sociodemográfico com as dimensões da IES-R aplicaram-se os testes estatísticos t de Student, Análise de Variância – ANOVA, de Qui-Quadrado e de razão de prevalência. Para todos os testes estatísticos aplicados, o nível de significância foi de 5%.

O estudo foi aprovado em apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) (CAAE: 88024818.2.0000.5537) (parecer no 2.628.475). Todos os participantes foram assegurados acerca do sigilo, anonimato e confidencialidade das informações prestadas, mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias.

Resultados

A amostra para este estudo foi constituída, em sua maioria, por profissionais emergencistas do sexo masculino (75,15%), na faixa etária de 36 a 45 anos (52,96%), com idade média de 42,99 anos. Quanto ao tempo de atuação, predominaram profissionais que trabalhavam na área por mais de 19 anos (28,11%). Destes, 65,39% referiram possuir ensino superior; e 42,90% trabalhavam de 41 a 60 horas por semana, conforme apresentado na tabela 1.

Tabela 1
Características sociodemográficas da amostra, conforme o sexo, faixa etária, grau de escolaridade, cargo exercido, grupo profissional, tempo de atuação e jornada de trabalho semanal

Utilizando classificações do escore geral do IES-R, a maioria dos 187 profissionais (55,33%) não possuía sintomatologia compatível com os critérios para estabelecimento de TEPT, 46 (13,61%) apresentaram pontuação correspondente a um baixo risco, e 105 (31,07%) apresentaram pontuação compatível com um provável diagnóstico ou alto risco de TEPT.

Foi verificado, a partir de valores estatisticamente significativos, que os policiais militares e o tempo de atuação a partir de 15 anos apresentaram maior percentual no escore de pontuação compatível com um maior risco de desenvolvimento de TEPT, e os bombeiros e enfermeiros ficaram em seguida, a partir da frequência relativa, com escores iguais ou superiores a 33, conforme a tabela 2.

Tabela 2
Distribuição dos escores da IES-R de acordo com características sociodemográficas de sexo, faixa etária, grau de escolaridade, cargo exercido, grupo profissional, tempo de atuação e jornada de trabalho semanal

Dentre os profissionais que atuavam em segurança pública, 39,67% apresentaram escores iguais ou acima de 33; e nos que atuavam na saúde, 20,78%; tendo os profissionais de segurança uma prevalência 48% superior de escores compatíveis com o diagnóstico de TEPT, conforme aplicação de cálculo para razões de prevalência.

Quanto aos fatores relacionados, ao serem questionados quanto aos principais eventos potencialmente traumáticos que enfrentavam em seus ambientes de trabalho, foram identificadas oito categorias dentre os relatos dos participantes, sendo as mais citadas as situações com óbito ou iminência de óbito, com 19,52%. As demais frequências se encontram no quadro 1.

Quadro 1
Eventos potencialmente traumáticos vivenciados no trabalho dos profissionais emergencistas

Como forma de enfretamento às situações potencialmente traumáticas, prevaleceram participantes que praticavam esportes (43,79%) e os que buscaram suporte religioso (40,24%); 39,05% apontaram reavaliar as situações, 24,56% costumavam confrontar os eventos, 15,68% se afastaram de situações e pessoas que pudessem recordar os eventos, e 10,95% relataram buscar apoio psicológico. Da amostra, 8,28% relataram outras formas de enfretamento, dentre elas: apoio familiar, apoio de amigos e consumo de bebidas alcoólicas. Verificou-se, com valores estatisticamente significativos, apresentados na tabela 3, por meio do cálculo da razão de prevalência, que a chance de os profissionais que relataram afastamento apresentarem escores acima de 33 pontos aumentou em 1,86 vezes, comparados aos profissionais que não relataram afastamento. Os participantes que relataram buscar suporte psicológico apresentaram 1,80 maior prevalência de pontuação acima de 33 na IES-R, do que os que não relataram. E os profissionais que realizaram reavaliação das situações apresentaram 35% menor prevalência de escores acima de 33 pontos, comparados aos profissionais que não reavaliaram as situações.

Tabela 3
Distribuição dos escores da IES-R de acordo com estratégias de enfrentamento (afastamento, confronto, suporte psicológico, prática de esportes, reavaliação das situações, suporte religioso)

Discussão

Tendo como base o objetivo proposto neste estudo, inicialmente, é necessário observar que, até a finalização deste trabalho, não foi possível encontrar pesquisas que contemplassem as mesmas áreas de atuação. No entanto, estudo conduzido pelo departamento de psicologia da Universidade de Kiel, na Alemanha, se aproximou, contemplando profissionais emergencistas da saúde e bombeiros.(13)

Aponta-se que prevaleceu o sexo masculino entre os profissionais emergencistas, o que pode ser explicado pela maior porcentagem de profissionais da amostra ser composta de policiais e bombeiros militares, profissões majoritariamente masculinas; tendo 86% da força de trabalho na polícia militar nacional, e 84,4% dentre os bombeiros militares; dado que se assemelhou ao do estudo alemão que apresentou 76,1% de predominância masculina.(13,14)

Esse predomínio masculino também é apontado nas estatísticas dos EUA, tendo 73,3% dos profissionais em segurança pública, e na Inglaterra e país de Gales, onde compõem 73,3%.(15,16) Em estudo alemão com profissionais paramédicos e de atendimento pré-hospitalar, 79,8% eram homens; nos EUA, entre policiais eram 81,1%, e em revisão sistemática com metanálise de estudos com profissionais de atendimento pré-hospitalar compuseram 78,1%.(17-19)

Contudo, diferiu de estudos realizados apenas com profissionais que atuavam no setor de emergência hospitalar, onde o sexo feminino se sobressaiu com 68,4% em estudo iraniano, 63,9% e 69% em estudos italianos; valendo ressaltar a predominância de profissionais de enfermagem nessas pesquisas, profissão predominantemente feminina.(15,20,21)

A faixa etária predominante encontrada se assemelhou à de estudo brasileiro realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais com bombeiros, que apresentaram maior porcentagem (31,9%) entre 30 e 39 anos.(9) Outro resultado parecido foi encontrado em revisão sistemática de estudos com emergencistas do pré-hospitalar, onde a idade média encontrada foi 34,9 anos.(19)

Uma vez que se trata de uma amostra heterogênea formada de seis áreas profissionais de ambos sexos, esses dados sugerem estarem de acordo com a mudança na pirâmide etária mundial, onde a porcentagem populacional dos continentes americano e europeu já se encontra com o número de crianças e jovens decrescendo; com projeção de ser inferior ao número de adultos e idosos entre 2020 e 2030.(22)

O grau de escolaridade mais frequente dentre os profissionais participantes foi também identificado em estudo norte-americano, onde 43,6% apresentaram nível superior ou pós-graduação;(21) em estudo italiano (71,1%) e em estudo iraniano conduzido com emergencistas hospitalares de quatro hospitais, nos quais 52,8% eram graduados ou possuíam formação acima do ensino superior.(20,21)

Visto que todos participantes faziam parte de serviços públicos, esse dado tem o potencial de refletir resultados da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), que visa qualificar a mão de obra dos profissionais de saúde de forma a garantir melhor atendimento à população, bem como pode ser decorrente dos incentivos internos e governamentais das instituições públicas para a qualificação dos profissionais de segurança pública e de saúde, e de serviços de uma forma geral, que iniciou desde 2003, com o Plano Nacional de Qualificação.(23,24)

Quanto aos escores da IES-R, os valores encontrados se enquadraram dentro das estatísticas nacionais que variam de 5 a 75%.(8) Dados semelhantes foram encontrados em Taiwan, junto a profissionais que atuavam na emergência hospitalar, que apresentaram prevalência de 38,5% de provável diagnóstico de TEPT; na Itália, com 21,4%, e nos EUA, com 21,8%. Estudos também realizados com escalas preditivas de TEPT pela análise de sintomas autorreportados.(9,15,25)

É pertinente apontar que os resultados divergiram de estudos brasileiros anteriores que demonstraram prevalência inferior, apontando 6,9% de sintomatologia compatível com TEPT em bombeiros e 6% em policiais militares; e de internacionais, em estudo com profissionais emergencistas hospitalares, realizado pela Universidade de Pisa, com 15,9%.(11,26,27)

Sobre essas divergências, uma opção é que podem ser justificadas pelas diferenças em tamanhos amostrais e populações-alvo definidos em cada estudo, condições de exposição a eventos potencialmente traumáticos, bem como fatores estressantes relacionados; tendo em vista que pesquisadores argumentam que a prevalência de TEPT não é estável, mas é dependente da população na qual foi investigada.(28)

Ressalta-se que não puderam ser encontrados estudos que comparassem os escores entre os dois grupos constituintes dos profissionais emergencistas, segurança e saúde, a fim de avaliar qual deles teve maior prevalência na apresentação de escores compatíveis com prováveis diagnósticos de TEPT.

Portanto, sugere-se que a natureza dos eventos potencialmente traumáticos vivenciados pelo grupo profissional responsável pela segurança pública, que frequentemente podem oferecer riscos à própria vida do profissional, tenha tido importante influência nas maiores chances de apresentação dos sintomas de TEPT, bem como o estigma relacionado ao reconhecimento do adoecimento.

A primeira causa sugerida se justifica por dados apresentados no atlas da violência brasileiro de 2020, que destacam a ocorrência de 57.956 homicídios em 2018, 1.825 deles no RN. Sendo mais de 77% destes homicídios ocasionados pelo uso de armas de fogo.(29)

Quanto ao estigma, estudo realizado com militares paraenses identificou que aqueles afastados para tratamentos de saúde foram expostos a situações de condenação moral, exclusão, menosprezo e visão desfavorável dentro das corporações, uma vez que não se enquadrariam dentro do estereótipo de profissional militar. O que fortalece a ideia de que, ainda quando adoecem estes profissionais, devido à hierarquia enrijecida e possibilidade de hostilidade, ou não buscam suporte ou não possuem modos de enfrentamento adequados a fim de minimizar os efeitos das situações potencialmente traumáticas.(30)

Referente aos fatores relacionados, os principais eventos potencialmente traumáticos, os achados se assemelharam aos reportados em estudo norte-americano e em revisão de estudos realizados com emergencistas, apontando que as formas testemunhadas e vivenciadas das situações traumáticas se encontram ligadas às manifestações sintomáticas de TEPT, podendo ser influenciadas também pela quantidade de exposições a esses eventos, bem como pela capacidade adaptativa individual dos profissionais.(18,19)

As estratégias de enfrentamento ou, do inglês, métodos de coping, são bastante discutidas, de forma que estratégias de enfrentamento eficazes são capazes de prevenir e/ou postergar o aparecimento de sintomas de TEPT.(8) Lazarus e Folkman esclarecem em sua teoria que os indivíduos não reagem às situações estressantes/potencialmente traumáticas da mesma forma em todas as situações; discutindo que aqueles que são “bons” em lidar com a situação mudam suas estratégias, conforme a necessidade. O coping, então, é frequentemente usado para diminuir a reatividade ao estresse.(31)

Neste estudo, os participantes relataram diversas estratégias de enfrentamento, tendo três delas (afastamento, suporte psicológico e reavaliação das situações) apresentado associação estatisticamente significativa; relação também apontada em metanálise que avaliou estratégias de coping e redução nos níveis de estresse e tensão decorrentes de eventos traumáticos.(32)

Essas estratégias puderam também ser encontradas em estudo canadense que observou o papel da família e círculo social como estratégia de enfretamento principal adotada por policiais e paramédicos, e em revisão conduzida com vítimas de situações traumáticas, todas categorizadas dentro de estratégias partindo do esforço individual e não organizacional.(32,33) Não foram encontrados estudos recentes que avaliassem as estratégias de enfrentamento com a população estudada.

Vale ressaltar que este estudo não busca avaliar a efetividade nas estratégias de enfrentamento. Porém, esses achados encontraram similaridade com estudos internacionais que averiguaram que a reavaliação e afastamento das situações, bem como outros aspectos relacionados à resiliência e personalidade individual podem afetar positivamente ou negativamente a saúde mental e desenvolvimento de TEPT, no entanto, não estão ainda bem elucidados quanto à sua influência positiva e/ou negativa; sendo o presente estudo um apoio à hipótese de que essas estratégias podem reduzir os escores na IES-R e, portanto, os sintomas relacionados ao TEPT.(34,35)

Como limitações deste estudo, aponta-se que não foi possível realizar um aprofundamento nos fatores associados ao evento traumático, como avaliar a relação direta dos eventos apontados pelos profissionais com os escores de TEPT, já que a IES-R não possui especificidade causal, isto é, não aponta qual evento específico ou conjuntos de eventos específicos foram os causadores dos escores obtidos.

Ainda pode-se destacar o viés de memória, visto que os instrumentos eram compostos por perguntas nas quais era necessário lembrar de eventos passados.

Como avanços, aponta-se que as informações providas por este estudo podem auxiliar na sensibilização nacional quanto à importância do TEPT, bem como oferecer um diagnóstico situacional deste agravo em profissionais emergencistas, a fim de problematizar esta psicopatologia e incentivar novos estudos com esse recorte populacional com a finalidade de melhorar a saúde destes profissionais.

Conclusão

Este estudo apontou que o perfil sociodemográfico dos profissionais emergencistas em nível local se constituiu de, em sua maioria, homens, de 36-45 anos, com tempo de serviço acima de 10 anos, com ensino superior, que trabalhavam em escalas de trabalho de 41 a 60 horas semanais. Foi possível verificar que 31,07% da amostra apresentaram escore compatível com um alto risco de TEPT, sendo um número relativamente alto, quando comparado a estudos semelhantes em nível nacional. Dentre os profissionais que atuavam em segurança pública, 39,67% apresentaram escores correspondentes a provável diagnóstico de TEPT, e, nos que atuavam na saúde, 20,78%; tendo os profissionais de segurança uma prevalência 48% superior na apresentação de escores compatíveis com o diagnóstico de TEPT. Verificou-se que os principais eventos potencialmente traumáticos a que os profissionais emergencistas se submetiam em sua rotina são concordantes ao apontados por estudos semelhantes (eventos com óbito ou iminência, urgências pediátricas, indivíduos om alterações psiquiátricas, acidentes com maquinarias, risco à própria vida, ocorrências de grande escala, uso de armas, violência doméstica e estupro). Dentre as principais estratégias de enfrentamento adotadas pelos profissionais em questão frente às situações potencialmente traumáticas no âmbito de trabalho, prevaleceram a prática de esportes, o suporte religioso, a reavaliação das situações, o confronto das situações/eventos, o afastamento e o apoio psicológico.

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Editado por

  • Editor Associado (Avaliação pelos pares): Camila Takao Lopes. (https://orcid.org/0000-0002-6243-6497). Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    26 Out 2020
  • Aceito
    14 Jun 2021
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