Open-access Saúde digital e enfermagem: ferramenta de comunicação na Estratégia Saúde da Família

Salud digital y enfermería: herramienta de comunicación en la Estrategia Salud de la Familia

Resumo

Objetivo  Avaliar o conhecimento de profissionais acerca do aplicativo DigiSUS e verificar a necessidade de desenvolvimento de software para comunicação entre profissionais de enfermagem e usuários da Estratégia Saúde da Família.

Métodos  Estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. A investigação foi conduzida nos meses de abril e maio de 2020 em uma cidade com uma cobertura de 100% da Atenção Básica. Foram convidados todos os enfermeiros cadastrados (140) e atuantes na ESF do município.

Resultados  Foram analisadas as respostas de 39 enfermeiros, com idade entre 29 e 50 anos, maioria mulher, com atuação há mais de 10 anos na Estratégia Saúde da Família do município norte-mineiro. A maior parte dos enfermeiros informou conhecer as tecnologias disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, porém 25 (64,1%) não conhecem o aplicativo do DigiSUS.

Conclusão  Esta pesquisa demonstra a necessidade e expectativa dos enfermeiros de terem acesso a um protótipo de aplicativo que facilite a comunicação com os usuários da Estratégia Saúde da Família do Sistema Único de Saúde.

Aplicativos móveis; Comunicação; Software; Projetos de Tecnologias de informação e comunicação; Estratégias eSaúde; Estratégia saúde da família

Resumen

Objetivo  Evaluar el conocimiento de profesionales sobre la aplicación DigiSUS y verificar la necesidad de desarrollar un software para la comunicación entre profesionales de enfermería y usuarios de la Estrategia Salud de la Familia.

Métodos  Estudio descriptivo, transversal, con enfoque cuantitativo. La investigación fue llevada a cabo en los meses de abril y mayo de 2020 en una ciudad con una cobertura del 100 % de la Atención Básica. Se invitó a todos los enfermeros registrados (140) y que trabajan en la ESF del municipio.

Resultados  Se analizaron las respuestas de 39 enfermeros, entre 29 y 50 años, mayoría de mujeres, que trabajan hace más de 10 años en la Estrategia Salud de la Familia de un municipio del norte del estado de Minas Gerais. La mayor parte de los enfermeros informó que conocía las tecnologías que el Ministerio de Salud pone a disposición, pero 25 (64,1 %) no conocen la aplicación DigiSUS.

Conclusión  Este estudio demuestra la necesidad y expectativa de los enfermeros de tener acceso a un prototipo de aplicación que facilite la comunicación con los usuarios de la Estrategia Salud de la Familia del Sistema Único de Salud.

Aplicaciones móviles; Comunicación; Software; Proyectos de tecnologías de información y comunicación; Estrategias de esalud; Estrategia de salud familiar

Abstract

Objective  Evaluate the knowledge of professionals about the DigiSUS application and verify the need for software development for communication between nursing professionals and users of the Family Health Strategy (FHS).

Methods  Descriptive, cross-sectional study with quantitative approach. The research was undertaken in April and May 2020 in a city with 100% Primary Care coverage. All registered nurses (140) who were working in the city’s FHS were invited.

Results  We analyzed the answers of 39 nurses, aged between 29 and 50 years, mostly women, who had been working for more than 10 years in the Family Health Strategy of the city in the North of Minas Gerais. Most nurses reported knowing the technologies provided by the Health Department, but 25 (64.1%) do not know the DigiSUS application.

Conclusion  This research demonstrates the nurses’ need and expectation to have access to a prototype application that facilitates communication with users of the Family Health Strategy in the Unified Health System.

Mobile applications; Communication; Software; Information technologies and communication projects; eHealth strategies; Family health strategy

Introdução

O progresso científico e, com ele, seus desdobramentos tecnológicos e de inovação permitiram aceleradas interações a partir das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a da internet, especialmente com o advento dos smartphones, que se configuram como verdadeiros computadores à disposição das pessoas, em tempo integral, por expressiva parcela da população global. Resultaram dessa realidade novos formatos de comportamentos influenciados pelo acesso e disseminação de informações que acompanham a dinamicidade de desenvolvimento das sociedades e dos novos padrões do processo saúde-doença. Assim, têm-se, a partir das TIC, novas estratégias para a democratização do conhecimento que permitem melhores condições para assegurar o direito à saúde das pessoas.

Considerando, desse modo, o valor das TIC para o acesso equitativo e universal à saúde, mediante o conhecimento favorecido a partir do acesso à informação, em maio de 2005 a Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a sua 58a Assembleia, chamou a atenção para os benefícios daquilo que considerou como saúde digital e seu impacto na prestação de cuidados.(1) A 66a Assembleia Mundial de Saúde reconheceu que a saúde digital promove comunicação acessível entre os povos, qualidade aos cuidados prestados à população, ressignificando e fortalecendo os sistemas de saúde.(2) Cinco anos depois, a OMS voltou a destacar a importância de implementação e desenvolvimento de estratégias de saúde digital pelos seus países membros.(3)

Resultou dessa sequência de decisões o estabelecimento de estratégias globais para o desenvolvimento da saúde digital para o quinquênio 2020-2025 e a convocação da OMS aos países para interlocução tecnológica em busca de atender os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda de 2030. Além disso, recomendou a adoção de estruturas tecnológicas que oportunizam o avanço digital em consonância com o acesso e cobertura universal, dispondo de recursos como atendimento virtual, banco de dados com sistema informatizado na categorização de informações seguras de pacientes, facilidade na organização e gestão do trabalho, plataformas digitais, inteligência artificial e demais ferramentas que tragam melhorias aos sistemas de saúde.(4)

Nessa direção, as estratégias digitais de saúde do Brasil 2020-2028 visam conectar população/governos/órgãos ministeriais/universidades/profissionais da saúde. O plano de ação dessas estratégias adota prioridades e intervenções estabelecendo liderança; ações governamentais com legislações e regulações; informatização nos três níveis de atenção à saúde e melhoria nos atendimentos; ações objetivas, como telessaúde - formação de profissionais de saúde, bem como melhoria dos espaços físicos, plataforma que permita aos cidadãos acesso à informação e ecossistemas interativos que garantam o fortalecimento do princípio de universalidade do SUS.(5)

Ademais, o Programa de Telessaúde Brasil foi ampliado e trouxe importantes benefícios aos profissionais de saúde com ferramentas como teleconsultoria, telediagnóstico, apoio científico às instituições de ensino, tele-educação, dentre outros.(6)Por meio da portaria Nº 1.434, de 28 de maio de 2020, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Conecte SUS, o qual tem por objetivo a implementação da Rede Nacional de Dados em Saúde - RNDS. Dessa forma, o programa pretende informatizar e garantir integração entre os serviços de saúde, de modo especial a Atenção Primária à Saúde, além de proporcionar acesso aos cidadãos que utilizam o SUS.(7)

O princípio da universalidade do SUS deve ser, portanto, pensado a partir de estratégias que permitam concebê-lo em perspectiva que ultrapasse a ideia de acesso físico das pessoas aos serviços de saúde e, assim, alcançar a projeção de acesso e acessibilidade de informações que possibilitem a construção de conhecimentos para a emancipação social capaz de favorecer a garantia do direito à saúde. Assim sendo, as TIC, no contexto da saúde digital, são fundamentais; logo, os profissionais de saúde são indispensáveis nesse processo. Nessa conjuntura, a OMS reconhece e valoriza seus profissionais para que, por meio deles, sejam alcançadas eficiência e resolutividade dos serviços.(8)

Entre esses profissionais estão os enfermeiros com a missão de promover saúde e bem estar da população, cuidando de indivíduos, famílias e comunidades. Esses profissionais são reconhecidos como fundamentais para a sustentabilidade dos sistemas de saúde em níveis local e global, advogando pelos direitos dos pacientes em favor dos ODS; são, também, formuladores de políticas, que se utilizam de evidências que projetam a enfermagem no atendimento das necessidades da população. Estão, portanto, aptos para o presente e, por serem inovadores e adaptáveis, são indispensáveis para o futuro que projeta estimativas epidemiológicas preocupantes para a saúde global,(9-13)levando-se também em consideração a relação custo-eficácia nos serviços de saúde.(12)Os profissionais de enfermagem constituem o maior grupo ocupacional do setor saúde globalmente, com aproximadamente 59% da força de trabalho;(14) no Brasil, a enfermagem representa aproximadamente 70% da força de trabalho em saúde.(14,15)

Assim, tem-se o entendimento de que a enfermagem é indispensável para o desempenho do SUS, que apresenta a Atenção Primária à Saúde como principal contexto de promoção da saúde, prevenção de riscos ou agravos e de reabilitação. Especialmente nesse nível de atenção à saúde, o processo de descentralização é fundamental para garantir os princípios do SUS, em que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) constitui importante dispositivo de reorientação das ações e serviços de saúde pautados na família e no contexto domiciliar e comunitário que, em conjunto, conformam valiosa matriz de cuidados. É nesse contexto de interações que se insere a micropolítica de transformação entre o acesso de informações, construção de conhecimentos e mudanças comportamentais capazes de modificar realidades a partir, por exemplo, da adoção de hábitos saudáveis que modificam vulnerabilidades individuais e sociais. Logo, pode ser no âmbito da ESF que a saúde digital ocasiona maior impacto para o acesso universal à saúde.

Nessa perspectiva e na confluência do trabalho dos enfermeiros com a política de saúde digital, este estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento de profissionais acerca do software DigiSUS e verificar a necessidade de desenvolvimento de software para comunicação entre profissionais de enfermagem e usuários da ESF.

Métodos

Estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. Trata-se da primeira fase de uma pesquisa aplicada ou tecnológica,(16)cuja finalidade é produzir conhecimentos científicos para melhorar o acesso e a comunicação entre enfermeiros e usuários da Estratégia Saúde da Família de um município localizado no Norte de Minas Gerais. Dessa forma, faz-se necessário compreender o conhecimento e as necessidades dos enfermeiros que trabalham na ESF, a fim de estruturar estratégias eficazes para a implementação e desenvolvimento de um protótipo de software aplicativo baseado na metodologia do Design Centrado no Usuário (UX).(17)

Esta metodologia permite a participação ativa dos usuários na construção do protótipo de software aplicativo; assim, antes de iniciar a criação da tecnologia móvel, os pesquisadores realizaram um inquérito para diagnosticar necessidades dos enfermeiros. Apesar do Ministério da Saúde possuir o aplicativo Meu DigiSUS, o mesmo não apresenta funcionalidades que permitam que o enfermeiro se comunique com os seus pacientes. Portanto, tornou-se necessário conhecer as necessidades do enfermeiro, além de questioná-lo sobre eventual expectativa de uso de um novo protótipo a ser criado, ou incorporar melhorias no já existente. Além disso, a justificativa de utilizar a metodologia UX está fundamentada na teoria da usabilidade do usuário. O fato de convidar o usuário a participar da criação garante melhores possibilidades de que o mesmo venha a utilizar o produto gerado.

Um questionário online foi desenvolvido especificamente para este estudo. Antes de ser utilizado, foi avaliado em face e conteúdo, bem como testado e corrigido por cinco enfermeiros pesquisadores; contém 69 questões distribuídas em cinco domínios: (1) características pessoais, (2) organização e gestão na ESF; (3) princípios e diretrizes do SUS; (4) funções, ação e habilidades desenvolvidas na ESF e (5) conhecimento do enfermeiro em relação às tecnologias digitais disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Este último domínio possibilitou avaliar o conhecimento que os enfermeiros possuem em relação ao aplicativo já existente - DigiSUS, e levantar informações sobre a necessidade de criação e implementação de um novo protótipo software aplicativo, que facilite o acesso e comunicação entre enfermeiro e o usuário da ESF na cidade pesquisada.

A investigação foi conduzida nos meses de abril e maio de 2020 em uma cidade com área territorial de 3.589,811 km2, 413.487 habitantes e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,770(18)contando com 89 Centros de Saúde / Unidades Básicas de Saúde, segundo dados abertos disponíveis no CNESNet.(19)Dados obtidos pelo sistema de informação e gestão da Atenção Básica e-Gestor indicam que o município possui uma cobertura de 100% da Atenção Básica.(20)Foram convidados todos os enfermeiros cadastrados (140) e atuantes na ESF do município. Os participantes foram recrutados por meio de convite, via e-mail, que esclarecia os objetivos da pesquisa, continha link para acesso ao questionário no Google Forms e anexo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pesquisadores. Os endereços de e-mail foram fornecidos pela coordenação da Atenção Primária à Saúde do município estudado. O convite foi enviado três vezes a cada enfermeiro, durante o período estabelecido para a coleta dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP (parecer nº 3.836.432) (CAAE: 27862620.0.0000.5393) e seguiu os preceitos éticos da resolução 466/2012.(21)

Os dados foram submetidos a análise estatística descritiva com cálculo de frequência e porcentagem por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 25.

Resultados

Foram analisadas as respostas de 39 enfermeiros, com idade entre 29 e 50 anos. Dentre os participantes, 32 (80%) são mulheres, sendo que 28 (71,8%) possuem especialização lato sensu e 5 (12,5%) atuam há mais de 10 anos na Estratégia Saúde da Família do município norte-mineiro. A maior parte dos 24 (61,5%) enfermeiros informou conhecer as tecnologias disponibilizadas pelo Ministério da Saúde (MS), e que gostaria de utilizar um aplicativo/software para comunicação com os usuários cadastrados na ESF em que atua 33 (84,6%). Porém, 25 (64,1%) não conhecem o aplicativo do DigiSUS e 29 (74,4%) referiram não utilizar nenhuma tecnologia para comunicação com o usuário da ESF (Tabela 1).

Tabela 1
Conhecimento e uso de tecnologias de comunicação do Ministério da Saúde por enfermeiros em um município norte-mineiro

Quando questionados quanto à aplicabilidade das tecnologias do MS no município, 29 (74,4%) enfermeiros a consideraram positiva. Sobre a aplicabilidade do DigiSUS e de alguma tecnologia que facilite o acesso e comunicação entre o enfermeiro e o usuário da ESF, 18 (46,2%) consideraram positiva e 22 (56,4%) não responderam, respectivamente (Tabela 2).

Tabela 2
Respostas dos enfermeiros quanto à aplicabilidade e necessidade de uso das tecnologias do Ministério da Saúde

Em relação às tecnologias digitais disponibilizadas pelo MS, 29 (74,3%) enfermeiros informaram que passaram a utilizá-las nos últimos cinco anos, sendo que 18 (46,2%) apontaram facilidade, acessibilidade, agilidade, resolubilidade e banco de dados, organização do trabalho, registro e segurança do prontuário do paciente e melhoria nos atendimentos, enquanto benefícios desse uso. Em relação às dificuldades do uso, 15 (38,4%) destacaram a falta de estrutura como dispositivos (computadores e/ou tablets) e acesso à internet. Quanto ao DigiSUS 15,3% dos enfermeiros informaram que passaram a utilizá-lo nos últimos cinco anos e apontaram a agilidade, auxílio nos atendimentos, entretenimento e acesso à informação como benefícios de seu uso, sendo a falta de treinamento, de dispositivos e acesso à internet mencionadas como dificuldades.

Discussão

O exercício da Enfermagem, como de outras profissões, requer uma atuação harmonizada com a tecnologia digital. Impõe-se que os serviços sejam equipados com instrumentos necessários, e que os recursos humanos sejam capacitados e recebam educação ao longo da vida laboral para sua satisfação no trabalho, para entrega de serviços de qualidade e para a segurança do paciente, do trabalhador e dos dados por eles gerados, já que são eles que devem alimentar os sistemas de informações para o SUS.

Considerando a faixa etária dos participantes desta pesquisa e seu envolvimento com tecnologias na sua vida diária, vivendo num contexto de saúde digital, seria de se esperar que a maioria conhecesse as tecnologias digitais disponibilizadas pelo Ministério da Saúde; no entanto, é alto o índice que diz desconhecê-las 14 (35,9%). Dos 39 entrevistados, 24 (61,5%) conhecem apenas em parte as tecnologias disponibilizadas pelo MS do Brasil; entretanto, 29 (74%) reconhecem que sua utilização seria positiva no seu serviço.

Além disso, e consequentemente, 15 (38,4%) apontaram como dificuldades enfrentadas a falta de estrutura, tais como dispositivos (computadores e/ou tablets) e acesso à internet. Este conjunto de resultados, por si só, denota a necessidade de capacitar os enfermeiros quanto ao uso de ferramentas tecnológicas, de oferecer-lhes programas de educação continuada em vários temas afeitos ao trabalho que desenvolvem na ESF, de expô-los aos conteúdos do site do Ministério da Saúde estimulando o hábito de acesso frequente para sua própria atualização, uso de tecnologias e mídias digitais, processamento e recuperação da informação e participação em redes sociais, incluindo um conjunto de habilidades como uso de mídias digitais para o processamento e a recuperação da informação, participação em redes sociais, alimentação de sistemas de informação no SUS para a geração de estatísticas, sobre fidedignidade e confiabilidade dos dados, enfim, para a compreensão de seu papel nesse contexto. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) reúnem repositórios, fontes de dados, dando amplitude ao compartilhamento de informações, fortalecendo a comunicação, disponibilizando dados e conhecimentos, resultando em desenvolvimento socioeconômico e cultural, influenciando as organizações e a sociedade.

Numa era de avanço acelerado das mídias digitais e em contraposição em circunstâncias de recursos limitados, adesão organizacional insuficiente e mudança comportamental, a política de saúde digital deve estar no foco de atenção dos gestores de serviços de saúde.(22-26)

Existem evidências de que o encaminhamento para intervenções digitais têm elevado potencial para direcionar maior proporção de pacientes ao acesso de intervenções estruturadas para seu autocuidado, promovendo mudança de comportamento em relação à saúde em diferentes contextos,(27-32)desenvolvendo também confiança profissional;(33)além disso, intervenções digitais de saúde podem se configurar como estratégia de engajamento do cliente nos serviços de saúde,(34-37)podem integrar diferentes profissionais de saúde entre si, ou alinhar determinados profissionais aos protocolos adotados pelo sistema de saúde. Todavia, é notório que seu uso excessivo pode infringir o código de ética profissional e que o comportamento aditivo pode vir a causar prejuízos.(33,38)

Os benefícios do uso das tecnologias do MS são apontados pela facilidade, resolubilidade na organização do trabalho, além de constituir em banco de dados com fontes seguras para acesso a prontuários de pacientes, facilitando o atendimento. Em termos de agendamento, a adoção de soluções digitais é cada vez mais interessante, cômoda e conveniente, tanto para os serviços como para a clientela.(35,39)No entanto, as realidades distinguem-se entre países desenvolvidos e em desenvolvimento; no caso aqui estudado, os enfermeiros da ESF enfrentam dificuldades no acesso à internet, falta de materiais e estrutura física inadequada. Por essa razão, não é de surpreender que, quando questionados, a maior parte dos enfermeiros - 25 (64,1%) tenham declarado desconhecer os aplicativos do MS do Brasil, como o DigiSUS. Os participantes que informaram utilizá-lo afirmam que o aplicativo auxilia nos atendimentos, promove entretenimento e acesso à informação com agilidade. O desempenho dos participantes do estudo depende não só da estrutura físico-funcional da unidade em que trabalham e da falta de liderança que invista na educação continuada. Temos que considerar, também, que o aplicativo DigiSUS teve seu lançamento no ano de 2015; o fato de ser relativamente novo para o perfil etário dos enfermeiros, aliado à falta de investimento na educação continuada, explica seu desconhecimento e nos coloca em alerta. A esses determinantes, portanto, se deve adicionar o fator geracional, já que 22 (56,4%) dos entrevistados nasceram entre os anos 1970 a 1989 e compõem gerações cujo domínio restrito de tecnologias móveis e baixa alfabetização digital é comum,(40,41) o que constitui um desafio e deve ser levado em conta pelos gestores; portanto, é importante que a incorporação de tecnologias na ESF seja acompanhada de educação continuada, com foco nesses novos modelos de tecnologia digital.

Inquiridos sobre o contexto em que vivem no que tange ao uso de tecnologia que facilite a comunicação entre o enfermeiro e o usuário da ESF na cidade estudada, 24 (74,4%) dos enfermeiros que participaram no estudo informaram a inexistência de ferramenta tecnológica no município norte-mineiro que possa proporcionar essa interação. Importa salientar, contudo, que 33 (84,6%) enfermeiros participantes desejam que seja desenvolvido e implementado um aplicativo/software de comunicação que promova maior comunicação com as famílias cadastradas na ESF onde esses profissionais de enfermagem trabalham, o que deve merecer nosso esforço para prosseguimento desta pesquisa.

O aplicativo DigiSUS pode ser encontrado na versão para smartphones Android e IOS, cujas funcionalidades permitem ao usuário do SUS acessar seus dados e informações, como o número do seu cartão SUS, lista de medicamentos, vacinas, exames e estabelecimentos de saúde próximos à localização dos usuários. Além de oferecer e implementar esse tipo de tecnologia móvel, o MS deve direcionar esforços para capacitar os profissionais quanto ao uso dessa ferramenta, disseminando e incentivando os usuários à incorporação e melhoria da tecnologia móvel em sua prática diária.(42,43)

Nesse contexto, observamos, também, que o Programa Saúde da Família criado em 1994, hoje denominado Estratégia Saúde da Família, demorou cerca de 27 anos para elaborar estratégias de informatização na APS. No ano de 2019, o Ministério da Saúde instituiu, por meio da Portaria no 2.983, de 11 de novembro de 2019, o Programa de Apoio à Informatização da Atenção Básica, tornando prioridade: rede de dados, capacitação de profissionais, prontuário eletrônico com registro de anamnese, prescrição de medicamentos, informações dos pacientes, solicitação de exames, emissão de atestados, entre outros como meio de integração da rede de atenção à saúde do SUS.(44)No entanto, com o contexto pandêmico do Coronavírus (COVID-19), a Portaria nº 1.247, de 18 de maio de 2020 prorrogou o programa.(45)

Sabemos que os princípios de saúde pública não devem ser modificados ao se adotar metas de saúde digital: esta meta vem para apoiar e promover melhor atendimento à saúde das populações. Saúde digital é meio e não fim em si mesmo. A digitalização não deve modificar os princípios de saúde pública; em vez disso, deve apoiar e permitir sua implementação, promover acesso, universalização, qualidade dos serviços prestados, eficiência, inclusão e equidade na atenção à saúde.(36)

Acresça-se que para realizar intervenções visando a adoção de métodos digitais envolvendo profissionais de saúde e também seus clientes, o planejador da intervenção precisa ter em perspectiva a compreensão do contexto psicossocial dos usuários, já que tais processos superam avaliação de aceitabilidade, satisfação e usabilidade e, portanto, devem abranger elementos comportamentais da intervenção. Tendo tais aspectos em perspectiva, os interventores poderão antecipar e interpretar o uso e os resultados da intervenção, buscando também meios para torná-la persuasiva, viável e relevante para os usuários.(46,47)

A literatura tem fartas evidências de que as relações satisfatórias entre enfermeiro-paciente aumentam as chances de pacientes alcançarem saúde e bem-estar; o contato presencial em serviços de atenção primária é essencial para estimular que intervenções digitais possam vir a acontecer, especialmente para os pacientes mais idosos; e é importante ressaltar para a clientela que o uso de serviços digitais pode ser mais acentuado onde ele não é percebido como substituto do atendimento presencial, mas sim como uma solução equilibrada.(48,49)

É de se destacar os incentivos da OMS e a política de saúde digital que convidam os gestores a implementarem a saúde digital como processo de qualidade da assistência, impactando e transformando os serviços de saúde. Dessa forma, faz-se necessário que o Ministério da Saúde estabeleça parceria com as secretarias de saúde e demais órgãos públicos, aplicando recursos necessários e estruturando os espaços físicos das ESF; providencie aquisição de computadores e internet de qualidade; promova capacitação dos profissionais e ensinamento aos usuários do SUS a utilizarem as ferramentas disponibilizadas pelo MS conectando a população com a rede de assistência à saúde, para gerar contribuição para o acesso universal à saúde. Em assim atuando, o Ministério estará respondendo ao recente chamado à ação da Organização Pan-Americana da Saúde para posicionamento do setor saúde dos países, em sintonia com a era de transformação digital em curso na região das Américas, colocando em prática os oito princípios norteadores para esse fim: conectividade universal, bens digitais, saúde digital inclusiva, interoperabilidade, direitos humanos, inteligência artificial, segurança da informação e arquitetura de saúde pública.(50)

Com a primeira fase de nossa pesquisa concluída, temos agora o compromisso de prosseguir para a segunda fase, construindo e dando acesso ao aplicativo de que os enfermeiros necessitam para uma atuação em que seja possível praticar os princípios da era da transformação digital e responder ao chamado à ação conclamado pela Organização Pan-Americana da Saúde. Consideramos reduzido o tempo decorrido entre a coleta de dados deste estudo e a instituição da Portaria no2.983, de 11 de novembro de 2019 do MS visando a informatização da Atenção Básica para uma avaliação, especialmente em um contexto pandêmico, podendo constituir-se um fator limitante e, portanto, indicativo de necessidade de replicação do estudo e reavaliação.

Conclusão

Esta pesquisa demonstra a necessidade e expectativa dos enfermeiros de terem acesso a um protótipo de aplicativo que facilite a comunicação com os usuários da Estratégia Saúde da Família do Sistema Único de Saúde.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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Editado por

  • Editor Associado (Avaliação pelos pares): Alexandre Pazetto Balsanelli (https://orcid.org/0000-0003-3757-1061) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Ago 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    29 Jul 2021
  • Aceito
    9 Dez 2021
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