Open-access A formação médica e a precarização psíquica dos estudantes: uma revisão sistemática sobre o sofrimento mental no percurso dos futuros médicos

Medical training and the psychic precariousness of students: a systematic review on mental suffering in the path of future doctors

Resumo

Este artigo pretende destacar aspectos negligenciados dentro do curso de medicina, concernentes à necessidade de um olhar atento para as demandas que se associam à saúde mental dos estudantes. A partir de uma revisão sistemática, propõe-se refletir e orientar discussões sobre a construção da medicina enquanto profissão, ciência e responsável pelo bem-estar dos indivíduos, inclusive dos médicos ainda em formação. O trabalho selecionou 19 artigos, entre 2014 e 2020, que respeitaram os critérios de elegibilidade, enquadrando-se na busca pela correlação entre o curso médico e a precarização psíquica. Assim, propõe-se uma discussão sobre os processos estressores e desencadeadores de sintomas de depressão, ansiedade e outros transtornos. Foi possível concluir que a medicina se configura como uma graduação recheada de peculiaridades com relação ao seu funcionamento e, por isso, precisa ser vista sob a ótica dessa multiplicidade, entendendo os prejuízos causados pelas pressões pessoais e sociais sobre o ser e saber médico. Fica evidente que pensar a saúde mental dos estudantes propicia um campo de manejo mais efetivo no que tange ao olhar sobre o outro que padece e que necessita de cuidados.

Palavras-chave: Assistência à saúde mental; Estudantes de medicina; Estresse psicológico

Abstract

This article aims to highlight the neglected aspects of the medical course, concerning the need to look closely at the demands that are associated with students’ mental health. Based on a systematic review, we propose to reflect and guide the construction of medicine as a profession, science and responsible for the well-being of the requirements, including doctors still in training. The selected work selected 19 articles, between 2014 and 2020, which obeys the eligibility criteria, falling within the search for the correlation between the medical course and the psychic precariousness. Thus, in view of this analysis, it is proposed to discuss the stressors and triggers of symptoms of depression, anxiety and other disorders. It was possible that medicine is configured as a graduation full of peculiarities in relation to its functioning and, therefore, it needs to be seen from the perspective of this multiplicity, understanding the losses caused by personal and social pressures on being and medical knowledge. Thus, it is evident that thinking about the students' mental health, provides a more effective management field when looking at the other who suffers and needs care.

Keywords: Mental health care; Medical students; Psychological stress; Medical education

Introdução

As discussões acerca do ambiente universitário e suas consequências para a vida psicoemocional dos estudantes estão se tornando ainda mais frequentes. É perceptível, inclusive, a maior suscetibilidade ao desenvolvimento de transtornos mentais em universitários do que na população no geral (COSTA, 2020). É necessário que os jovens, recentemente formados no Ensino Médio, construam capacidades inerentes à vivência e adaptação na faculdade. São mudanças bruscas e que podem favorecer o surgimento de episódios ou quadros depressivos, de estresse ou angústia, culminando em deficiências acadêmicas ou evasão (COSTA, 2020; TANAKA et al, 2016; TEIXEIRA et al., 2008). As relações sociais e interpessoais também sofrem pressões a partir do choque de realidade vivenciado pelos estudantes, em especial, dos primeiros anos da graduação. As expectativas que, no geral não são concretizadas, acarretam graus diferenciados de incertezas e frustrações, levando a um potencial desequilíbrio psicológico que deve ser acompanhado durante todo o processo de formação médica (TANAKA, 2016).

Os futuros médicos necessitam administrar os diversos fatores propulsores de sofrimento psíquico e, na maioria das vezes, lidarem com a autonomia e com a mudança de cidade ou ritmo. A cobrança, o medo do desconhecido e a imposição externa culminam na construção de uma atmosfera de estudo preocupante no que tange a saúde mental. Além disso, as taxas de depressão, ansiedade e suicídio, elucidadas em diferentes estudos, reforçam o prejuízo emocional e psicossocial aos quais os acadêmicos do curso de medicina estão submetidos (CALCIDES, 2019; COSTA, 2020; ANDRADE, 2014; MOUTINHO, 2017).

A graduação em Medicina apresenta uma série de características que a tornam ainda mais singular. A carga horária excessiva, associada a inúmeras avaliações, o incômodo diante do contato com a competitividade que impera nas relações entre os colegas e, em especial, a dificuldade de se conciliar os diversos setores da vida, como as relações com a família e com pessoas de fora do universo acadêmico, constrói uma barreira inerente à formação e deve ser compreendida (COSTA, 2020; TANAKA, 2015). É notável que também há exigências de organização e de preparação para o mercado de trabalho, visto que se discute a concorrência em alta e o nível intelectual dos demais que também optaram pela escolha da especialização. Esse mecanismo influencia diretamente no cenário hostil que se observa dos primeiros anos do curso ao internato, principalmente no que tange ao desempenho e oportunidades. Há uma rivalidade que beira o incentivo por parte de uma mecânica não clara sobre o próprio desenvolvimento, mas que leva a distúrbios e angústia (ANDRADE, 2014; KALUF, 2019).

É perceptível, ainda, que dentro da formação não há espaço para a expressão dos aspectos emocionais que envolvem o percurso estudantil desde o ingresso no curso à escolha da residência. Esse ambiente tradicional que não proporciona liberdade e individualidade para a manifestação das emoções relacionadas ao conhecimento, gerando consequências negativas que acarretam a minimização das capacidades dos estudantes (KALUF, 2019). Há uma vulnerabilidade psíquica que culmina em déficits tanto pessoais quanto interpessoais. Em um curso que prescreve o cuidado do outro, a falta de condições para cuidado próprio reflete a necessidade de busca pelo entendimento do sofrimento psíquico como válvula propulsora de auxílio.

Os danos causados pela ausência ou deficiência de uma escuta qualificada para a compreensão dos atravessamentos e problemáticas de saúde mental dos alunos, associada às cobranças pessoais e interpessoais ao longo da graduação, bem como aos intensos mecanismos de aprendizado, facilita a busca por válvulas de escape que, em muitos casos, desencadeiam vícios e uma ampliação do sofrimento. O consumo de álcool e outras drogas lícitas e ilícitas faz parte do cotidiano de alguns acadêmicos, além do abuso de medicações como Ritalina e demais subterfúgios para driblar o sono, o cansaço e a falta de concentração diante do excesso de atividades. Segundo Santos (2017, p. 3), o consumo de drogas afeta diretamente a qualidade de vida desses indivíduos, impactando em baixo rendimento acadêmico e ocasionando um efeito contrário ao desejado. Já Rocha (2011) reforça que o consumo de álcool, embora não consiga ser associado diretamente a uma causa específica, prejudica a vida social dos médicos em formação, corroborando para déficits que já se manifestam durante o curso e se estendem para além de sua conclusão. Reforça-se que a pressão a que estão submetidos contribui para essa mazela e pode alimentar a culpabilização dos estudantes acerca da responsabilidade diante do saber e da prática médicas.

O presente artigo pretende através da revisão sistemática analisar a produção científica acerca das circunstâncias que levam ao sofrimento psíquico dos acadêmicos de medicina. Objetiva, com o levantamento desse material, estabelecer conexões inerentes à formação, investigando-o desde os primeiros anos da graduação até a escolha da residência. Com esse intuito, tem-se ainda a análise de quais são os mecanismos de suporte ao sofrimento psíquico produzido no curso médico.

Compreender como funciona a engrenagem da construção desses profissionais proporcionará maior argumentação para discussões de combate aos efeitos estressores no curso, bem como poderá auxiliar na constituição de mudanças na sua estrutura, ainda que já tenham sido pensadas, discutidas e, em parte, implementadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (DCN) em 2014.

Metodologia

A revisão sistemática permite a exposição das melhores evidências científicas acerca de uma determinada temática, seja nas práticas, seja nas decisões que são incorporadas ao contexto da saúde. Pretende-se evitar vieses que poderiam ocorrer em uma revisão não sistemática, realizando um trabalho crítico e abrangente da literatura nacional.

É um processo que se subdivide em seis importantes etapas: (a) identificação do tema proposto e formulação da pergunta da pesquisa; (b) definição das fontes de busca de dados; (c) estabelecimento de critérios para a inclusão e exclusão de estudos; (d) seleção e tratamento de dados, excluindo as repetições; (e) detalhamento dos estudos selecionados e análise dos dados obtidos, interpretando os resultados. Além disso, foi utilizada a estratégia PICo de modo a direcionar a pergunta da pesquisa (utilizada em estudos não clínicos). Essa proposta de orientação segue os seguintes aspectos: (P) População, paciente ou problema, (I) Interesse e (Co) Contexto. Nessa revisão, a População em destaque foram os acadêmicos de medicina, o Interesse se direcionou para o sofrimento psíquico que esses estudantes estão submetidos e o Contexto abrangeu a graduação em universidades brasileiras.

Para a presente revisão sistemática, foram escolhidos os repositórios de artigos publicados em revistas indexadas, em função do volume da base de dados e pelo uso intenso das mesmas para a pesquisa acadêmica. As bases utilizadas foram Scientific Electronic Library online (SciELO Brasil), Base de Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e PUB MED - estratégia exposta na figura 1. Foram excluídos do trabalho os artigos que não apresentavam texto completo disponível, que não estavam escritos em português ou inglês e que não foram publicados em revistas indexadas no período de 2014-2020. Aqueles que apresentavam adequação ao tema proposto, mas não traziam correlações explícitas acerca do comprometimento psíquico dos acadêmicos em virtude do curso de formação foram descartados. Os textos de revisões sistemáticas, anais, comunicações breves, monografias, teses, dissertações e boletins também não foram incluídos. Por fim, para a organização mais eficaz dos materiais lidos e analisados, foi utilizado o Excel desde o processo de encontro do artigo até a avaliação dos critérios de inclusão.

Os descritores utilizados foram: “formação médica”, “sofrimento psíquico na formação médica”, “angústia na graduação de medicina” nos idiomas português e inglês, sem a utilização dos operadores booleanos. Os descritores foram pesquisados nas plataformas citadas a seguir. Com base nos descritores foram encontrados 3.055 artigos, dos quais apenas 155, após análise de título e resumo disponível, se enquadraram dentro da busca pela correlação entre o curso e a precarização da saúde mental dos acadêmicos. Dentre este quantitativo, 87 apresentavam texto completo e 19 foram introduzidos na revisão sistemática por respeitarem os critérios de elegibilidade. O material foi revisado do dia 20 de janeiro de 2020 ao dia 25 de outubro de 2020.

Optou-se por dividir o presente trabalho em categorias. A primeira grande categoria discute sobre a angústia de um modo geral, associada a sintomas de ansiedade e depressão ao longo do curso. A segunda revela que a baixa qualidade de vida tem relação explícita com a forma de condução da medicina, mediante muitas avaliações, distanciamento entre alunos e professores, bem como a influência do clima de competição entre os acadêmicos. Já a terceira categoria abarca os estudos que dialogaram especificamente sobre o estresse na graduação, evidenciando que a síndrome de burnout já se apresenta antes desses futuros profissionais adentrarem no mercado de trabalho, denunciando, assim, a necessidade de intervenções que previnam essa mazela.

Figura 1:
Diagrama do processo de inclusão e exclusão

Resultados e Discussão

Como cuidar do outro ao deixar o cuidado de si? Esse questionamento pode ser lançado nessa busca pelos fatores que influenciam a formação médica, especialmente porque ao compreender as problemáticas que danificam a qualidade do rendimento ao longo do curso, torna-se possível intervir com a finalidade de formar profissionais ainda mais capacitados para o ingresso no mercado de trabalho futuro. Discutimos a respeito das consequências de uma graduação que acarreta sofrimento psíquico, bem como revela, com base em estudos principalmente quantitativos, que esse processo pode culminar em transtornos mentais de ordem psicossomática. Assim sendo, as três categorias anteriormente descritas, funcionarão como molde para questionar a arquitetura dos cursos de medicina em todo o país, levando-se em consideração a trajetória da precarização psicoemocional desses acadêmicos, assim como as possíveis intervenções que minimizariam os efeitos deletérios do curso.

Angústia e sintomas de ansiedade e depressão

Gil et al. (2018), fazendo uso do Inventário de Depressão de Beck (IDB) e contando com participação voluntária, evidenciaram 19% para depressão leve, 5% para moderada e 2% para grave, diante de uma amostra de 100 alunos de Medicina de uma universidade em Curitiba no Paraná. Concluiu-se que é elevada a incidência de sintomas depressivos, porém os autores destacaram a necessidade de um aumento do tamanho da amostra para a obtenção de um aumento também na consistência dos resultados.

Já Oliveira et al. (2016), analisando a associação entre o IDB, o questionário Dundee Ready Education Environment Measurement (DREEM) e o questionário sócio-demográfico, distribuídos a 151 alunos - 80% da população estudada - do curso de Medicina da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), obtiveram como resultados que 45,7% dos estudantes apresentava algum grau de depressão: 21,2% com características de depressão leve a moderada, 17,8% com depressão moderada a grave e 6,6% com sintomas depressivos graves. A maior pontuação no IDB esteve relacionada aos acadêmicos que apresentavam desejos de mudar o curso de graduação, com dificuldades no relacionamento social e entre aqueles que avaliaram o ambiente como provedor de problemas. Ficou evidente, após o estudo, que a prevalência desses sintomas entre os alunos da UNIFAP é superior ao da população em geral e semelhante a outros cursos de Medicina do país. Ainda é válido destacar que em relação a ocorrência dos sintomas depressivos e o período do curso, os alunos do sexto ano apresentaram maior frequência de depressão, seguidos pelos alunos do quarto ano.

O estudo de Guedes et al. (2019) para avaliar a prevalência de depressão e associá-la a características de saúde e demográficas de estudantes do curso de medicina de uma faculdade do interior do nordeste brasileiro, contou com a participação de 138 estudantes em um estudo quantitativo, descritivo e transversal. Nesse estudo, o IDB também foi utilizado e constatou que a prevalência de depressão nos estudantes foi de 52,8%, distribuídos em depressão leve (39,1%), moderada (12,3%) e grave (1,4%). Ficou evidente, segundo as características supracitadas, a maior prevalência entre indivíduos do sexo feminino, o que a literatura reforça majoritariamente. Constatou-se a necessidade de intervenções para o grupo de estudantes da instituição da pesquisa, especialmente porque a visão social acerca da depressão prejudica a busca por serviços de suporte psicoterápico ou emocional, visto que 69,6% dos entrevistados indicaram não procurar apoio psicológico.

Aragão et al. (2017) utilizaram o GHQ-12, com uma cobertura de 67,82% dos alunos, para analisar os Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre estudantes de um curso de Medicina, e constataram a prevalência de TMC em 58,8% dos discentes, com maior ocorrência no terceiro ano e nos últimos dois anos da graduação.

Medeiros et al. (2018), em um estudo transversal, realizado com 101 acadêmicos do primeiro período de graduação em Medicina, de três instituições distintas do Norte de Minas, evidenciaram uma prevalência de sintomas depressivos em graus variados em 43,6% dos alunos. Além disso, foram apresentados dados significativos de níveis patológicos de sonolência diurna, sintomas de TMC, exaustão emocional e despersonalização.

Costa et al. (2020), tendo como suporte um estudo quantitativo epidemiológico, do tipo transversal, e contando com 279 questionários validados e respondidos corretamente, buscaram estimar a prevalência de sintomas de estresse, depressão e ansiedade nos estudantes de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para isso foram utilizados um questionário de dados sociodemográficos, o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), o IDB e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Como resultado, 66,3% tinham estresse e a maioria estava na fase de resistência (58,4%) com predominância de sintomas psicológicos (42,3%). No que tange a sintomatologia depressiva, 28% dos alunos indicaram a presença. Em se tratando de sinais de ansiedade, 21,9% indicavam grau leve, 10,8% moderado e 1% severo. Além disso, ficou evidenciado no estudo que a maioria está envolvida em atividades extracurriculares (71,3%) e 96,8% dos entrevistados indicou a cobrança excessiva no curso. A maioria não considera a carga horária do curso adequada (72,0%) e reforça que não se sente segura com a finalização do curso e consequente ingresso no mercado profissional (68,5%).

Andrade et al. (2014) acompanharam 40 alunos do segundo ao sexto ano da Universidade Estadual do Ceará e 20% dos demais estudantes com ingresso comum em todas as outras escolas cearenses. Foi utilizado o Self-Report Questionnaire-20 para rastrear transtornos mentais leves (TML). Foi constatada maior prevalência de suspeitos de portar TML na UECE, em 53,3% dos alunos e com 20% deles procurando suporte psicológico. Nas demais escolas, 48,5% eram casos suspeitos e 18,2% recorreram a alguma ajuda. Em outro estudo, este prospectivo com 134 alunos de Medicina, comparando dados do início com os do final do semestre, construído por Ferreira et al. (2016), utilizando o mesmo questionário, obteve como resultado uma prevalência de TMC aumentando de 35,8% no início para 51,5% no final do semestre. Reforçando a precarização psíquica ao longo do semestre, destaca-se que a má qualidade do sono também foi associada aos TMC.

Também submetendo os participantes ao SRQ-20, no estudo de Costa et al. (2017), uma turma de 40 calouros foi acompanhada de 2006 a 2011 na busca por estimar a prevalência dos TMC e fatores associados durante os seis anos de graduação em uma universidade púbica brasileira. Constatou-se que a prevalência aumentou ao longo do curso, ou seja, de 12,5% no primeiro ano para 43,2% no quinto. A maioria relatou divergências entre a expectativa e a realidade, se sentir desconfortável com as estratégias do curso e acreditar que não há fonte de prazer na graduação. Resultados similares ao estudo de Silva et al. (2014) em que se evidenciou uma prevalência de 44,9% de TMC em alunos do 1º ao 6º ano do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”.

Seguindo os estudos que utilizaram o SRQ-20, Grether et al. (2019) buscaram identificar a prevalência de TMC entre os estudantes de Medicina da Universidade Regional de Blumenau (SC). Foram 340 alunos participantes de todos os períodos. A prevalência encontrada foi de 50,9%. Apresentaram-se associados a eles a carga horária média por dia maior que 12 horas, menos de uma hora de lazer por dia, ausência de apoio emocional, existência prévia de doença psiquiátrica, não ter suporte de psicoterapia e uso de substâncias lícitas e ilícitas.

O estudo de Ribeiro et al. (2020) contou com a participação de 355 estudantes. As desordens mentais foram avaliadas pelo Hospital Anxiety and Depression Scale (Hads). Assim, como resultado, a ansiedade foi a condição mais comum, presente em 41,4% dos participantes, seguida de depressão com 8,2% e de depressão e ansiedade em simultâneo com 7,0%.

Percebe-se que o sofrimento psíquico se apresenta de diversas formas dentro do curso de medicina. O desenvolvimento dos transtornos mentais comuns, bem como o declínio da saúde mental ao longo da formação, constatada nos artigos supracitados, reforça a negligência com relação a este aspecto do percurso formativo, acarretando influências negativas para o médico no futuro. As taxas de ansiedade e a depressão, que caminham juntas nos trabalhos publicados, revelam as dificuldades que os acadêmicos atravessam durante da jornada de estudos, assim como denunciam a falta de investimentos e de auxílio para com uma das carreiras mais concorridas e que mais sofrem com as pressões sociais inerentes a ela.

A literatura supracitada argumenta sobre a importância de se discutir a construção dos cursos médicos, admitindo a possibilidade de reorientação das formas de avaliação, abertura de espaços na grade curricular para outras disciplinas que abordem questões inerentes ao sofrimento diante da prática, bem como introdução de serviços ao estudante que permitam o acolhimento a esses casos de exacerbação da angústia. O currículo médico já passou por inúmeras transformações ao longo dos anos, mas o desencadeamento de transtornos mentais está sendo delineado e abordado por diversos autores na esperança de que, sob posse desses dados, as instituições de ensino, profissionais docentes e demais membros relacionados, direta ou indiretamente, à formação desses futuros médicos, possam auxiliar no combate ao prejuízo psíquico inerente a esse percurso.

Oliveira (2016), Gil (2018), Medeiros (2018), Guedes (2019), discutiram em seus respectivos trabalhos acerca do aumento dos casos de depressão de leve a moderada entre os acadêmicos. O progresso ao longo do curso é apontado como uma válvula propulsora de agravamento dos quadros, tornando-se mais difícil as intervenções. Já Silva (2014), Andrade (2014), Ferreira (2016), Aragão (2017), Costa (2017), Grether (2019) e Ribeiro (2020), apontam a ocorrência de TMC de modo significativo nos estudantes, reforçando que as consequências da formação podem seguir acometimentos psíquicos e orgânicos disfuncionais. Costa (2020) aborda tanto os sintomas de ansiedade e depressão, como também a aparição do estresse como um prejuízo aos estudos e à vida.

Qualidade de vida

Segundo Silva et al. (2020), que além do WHOQOL-abreviado também utilizaram o QSG-60 de Goldberg para análise da saúde mental geral, não houve diferença significativa entre a saúde mental geral com os domínios de qualidade de vida, mostrando, dessa forma, que um pior estado da saúde mental geral vem geralmente acompanhado de uma piora na qualidade de vida.

É válido destacar que em um estudo sobre os antecedentes de ansiedade, síndrome do pânico ou depressão e análise do impacto na qualidade de vida dos estudantes de medicina, conduzido por Serinolli et al. (2015), com a participação dos alunos que responderam ao WHOQOL-BREF, aqueles que possuíam histórico de ansiedade, pânico ou depressão (34,57%) obtiveram pior índice de qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, relação social e ambiental, quando comparados aos que não possuíam.

Já no estudo de Santos et al. (2017) buscou-se avaliar a associação entre qualidade de vida e transtornos mentais comuns em estudantes de medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié. Ao todo 155 estudantes participaram e constatou-se que a prevalência de transtornos mentais comuns foi de 32,2% (n=37) e que o menor domínio da qualidade de vida entre os que possuíam TMC foi o meio ambiente com mediana de 56,4 (IQ 46,9-68,8), seguido pelo psicológico com mediana de 56,9 (IQ 50-66,6), físico 57,1 (IQ 46,6-67,8) e relações sociais 65,5 (IQ 46,9-68,8). Concluiu-se que, quanto à qualidade de vida, todos os domínios foram diminuídos entre os indivíduos com suspeita de TMC.

Bührer et al. (2019), adotaram outro questionário para a avaliação da qualidade de vida dos estudantes, denominado “Questionário de Estilo de Vida Fantástico”, contando com 25 questões objetivas e que consideram o comportamento dos indivíduos no último mês e seus resultados permitindo fazer associações entre estilo de vida e saúde. Ao todo 576 acadêmicos participaram da pesquisa, que identificou que 28,65% dos estudantes apresentam diagnóstico de depressão ou outra patologia crônica psiquiátrica prévia, 26,56% faziam uso de medicamentos psiquiátricos e 55,38% relataram diagnóstico de depressão na família. Pontos importantes desse estudo giram em torno da relação dos alunos com o descanso e com o lazer, em que poucos alunos (13%) dormem bem e se sentem descansados e mais da metade (56%) refere relaxar “algumas vezes” a “quase nunca” em seu tempo de lazer.

A qualidade de vida é um parâmetro de grande importância para se observar a influência da formação na saúde mental desses acadêmicos, especialmente pela gama de possibilidades de avaliação dos comportamentos e do rendimento. Além disso, é possível inferir que algumas patologias prévias apresentadas pelos participantes das pesquisas facilitaram a queda da qualidade de vida, podendo estabelecer um paralelo entre o sofrimento psíquico e esse fator.

Aqui, Serinolli (2015), Santos (2017), Bührer (2019), Silva (2020) convergem ao discutir sobre a associação entre transtornos mentais e o déficit em qualidade de vida dos acadêmicos. Algumas pontuações, como o excesso de carga horária, as poucas horas de sono e lazer, a dificuldade de gerenciar os compromissos inerente à faculdade e à vida social são levantadas como prováveis influenciadoras no desfecho negativo dessa categoria. Tornando-se, assim, importante a atuação das instituições na discussão dos currículos, bem como na incorporação de uma escuta ativa dentro desses espaços de estudo e aprendizado.

O estresse

No estudo de Moutinho et al. (2017), 1.009 alunos matriculados no curso de medicina, responderam a um questionário com dados sociodemográficos e relacionados à religiosidade (Duke Religion Index) e à saúde mental (DASS-21 Depression, Anxiety and Stress Scale). Os resultados apontaram altos níveis de sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Ao todo, 47,1% dos estudantes indicaram sinais de estresse na formação, além disso, dentre as variáveis associadas estiveram o sexo feminino, a própria ansiedade e a depressão.

A pesquisa de Lima et al. (2016), buscando analisar a prevalência do estresse entre estudantes de Medicina e a correlação com o rendimento acadêmico, bem como a correlação entre morar ou não com a família, encontrou a presença de estresse em 60,09% da amostra (n=274) e estresse em seu grau máximo em 20,83% (n=95). Destacou-se ainda que não houve correlação entre estresse e aprendizado em relação a morar longe da família. Os estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram submetidos ao Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp e a um questionário com perguntas gerais, além da realização de um grupo focal. Ficou evidenciado com o trabalho que o estresse prejudica a qualidade de vida, as relações e o rendimento acadêmico dos estudantes.

Calcides et al. (2019), buscaram estimar a prevalência de Síndrome de Burnout (SB) e fatores associados, entre os internos de medicina de uma universidade pública no Nordeste do Brasil. Ficou evidenciado que, dentre os 184 participantes da pesquisa, a prevalência de SB foi de 10,3% pelo critério tridimensional e 35,9% pelo bidimensional (seja por exaustão ou descrença), sendo maior entre os que pensam em abandonar o curso e estavam insatisfeitos com as estratégias de ensino e com o desempenho acadêmico. A participação em grupos Balint foi associada à menor prevalência de Síndrome de Burnout entre esses estudantes.

Os estudos acima sugerem que o esgotamento físico e emocional já afeta os estudantes de Medicina, antecipando o estresse vivenciado pelos médicos em seus contextos de atuação. Assim, torna-se evidente que a preocupação com essa categoria profissional deve se estender aos que ainda estão em formação. A compreensão, pelo menos em parte, das problemáticas que envolvem a síndrome de burnout dos já formados, pode estar na abordagem deste ponto durante a formação acadêmica.

Além disso, segundo Lima (2016) e Moutinho (2017), podemos traçar um paralelo entre os sintomas de ansiedade e depressão e o aparecimento do estresse ao longo da rotina dos estudantes. Tal associação pode se intensificar ao se considerar o ambiente hostil produzido pelo contato com a prática, bem como com as pressões exercidas pela graduação no que tange a retenção dos conteúdos apresentados. Faz-se ainda uma ponte entre a baixa da qualidade de vida e os fatores estressores, culminando em profissionais que já chegam em seus serviços de trabalho e residência médica adoecidos, como fica evidenciado com Calcides (2019).

No que diz respeito às intervenções propostas para nos estudos, é possível constatar que a maior parte delas são indicadas para serem desenvolvidas no âmbito da própria formação, revendo currículo, adotando medidas de auxílio ao acadêmico, assim como favorecendo as discussões de saúde mental de modo a fomentar a busca por cuidado e suporte. Os impactos da grade curricular, somados aos problemas desencadeados pela prática da medicina favorecem a angústia ao longo do curso e ao serem negligenciados afetam o profissional em construção.

Os principais achados dos artigos que foram selecionados na presente revisão sistemática, assim como as intervenções encontradas e recomendadas pelas pesquisas como suporte e auxílio aos acadêmicos, estão referenciadas no Quadro 1.

Quadro 1
Síntese temática dos principais achados

Conclusão

Fica evidente, a partir da revisão realizada, que a formação médica suscita uma série de aspectos que afetam a saúde mental do estudante ao longo do percurso acadêmico. Torna-se necessário que as estratégias sugeridas em diversos artigos que tratam da temática possam ser revisitadas por um maior número de instituições que desejem associar a saúde mental dos futuros médicos à plena construção do profissional capacitado que atuará pós formação. A precarização psíquica durante a graduação pode influenciar diretamente a relação médico-paciente, bem como pode culminar em insatisfação profissional, angústias acerca dos desejos sobre a vida e síndrome de Burnout.

Entende-se que o sofrimento psíquico na formação médica é um contexto preocupante para as universidades que possuem os cursos, mas a ineficiência dos mecanismos de atuação no enfrentamento desta questão, assim como a falta de diálogo dentro da Medicina para com os acadêmicos, influenciará as novas gerações de médicos e ampliará o distanciamento entre os profissionais e a subjetividade daqueles sob seu cuidado, que vai além do problema orgânico. O olhar humanizado, acolhedor e atento aos anseios e expectativas dos pacientes também deve ser desenvolvido em concomitância com os aprendizados inerentes à graduação. Assim, fica evidente que pensar a saúde mental dos estudantes, propicia um campo de manejo mais efetivo no que tange o olhar sobre o outro que padece e que necessita de cuidados.

Os transtornos de ansiedade e depressão, a queda da qualidade de vida, assim como os altos índices de consumo de drogas, álcool e ideação suicida, reforçam a importância de se valorizar as queixas que surgem da graduação médica. Os achados aqui apresentados também fortalecem que a precarização da saúde mental desses futuros profissionais pode contribuir para uma crescente tendência de manutenção do sofrimento. Além disso, há uma alteração da percepção de rendimento acadêmico e da satisfação com a escolha do curso, culminando em pensamentos intrusivos de cunho pessoal e laboral que também afetam esses sujeitos de modo a amplificar a auto culpabilização pelo próprio grau de entrega à profissão.

Além disso, como desdobramento da pesquisa e reconhecendo que a graduação já é, por si só, influenciadora na precarização da saúde mental daqueles que serão médicos, propõe-se entender que o processo de enfrentamento pandêmico acerca da COVID-19 é mais um fator propulsor de angústia. Assim, será possível influenciar a compreensão da necessidade de ajudar os estudantes que um dia também estarão nessa linha de frente da saúde, combatendo o sofrimento de outros e, em muitos casos, não apenas com auxílio orgânico. No momento a temática não apresenta publicações que suscitem o cenário de aulas síncronas e assíncronas ao qual os estudantes estão submetidos, bem como ainda não há materiais que dialoguem a respeito da dificuldade de os futuros médicos, nos anos finais de formação, terem de lidar com as nuances de uma prática presencial em que o vírus causador da pandemia ainda está em circulação e causando tantas vítimas.

Os sujeitos que irão trabalhar com cuidados, também devem ser cuidados. Essa importância se eleva a cada conhecimento adquirido ao longo do curso, bem como se mostra cada vez mais relevante ao se pensar a arquitetura do ensino médico. Desconsiderar essa interferência pode facilitar o desenvolvimento de distúrbios psíquicos que acompanharão os acadêmicos e poderão se manifestar, de modo a prejudicá-los em suas relações sociais, familiares, amorosas e laborais.1

Referências

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    M. S. de Brito Júnior: levantamento bibliográfico, concepção, construção e redação do texto. K. S. C. Coelho e O. D. de Serpa Junior: orientação e auxílio da construção e redação do texto.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jan 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    24 Set 2021
  • Aceito
    05 Jan 2022
  • Revisado
    03 Out 2022
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