Resumos
pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, com desenho transversal que investigou o papel da família, da espiritualidade e do entretenimento em moderar a relação da influência dos pares sobre o consumo de drogas entre estudantes universitários. A amostra foi composta por 250 estudantes de uma universidade pública brasileira de forma não probabilística. Foi elaborado um questionário com cinco escalas validadas que indagaram sobre a influência do grupo de pares, as relações familiares, o entretenimento, a espiritualidade e o consumo de drogas. Utilizou-se o programa SPSS versão 18 para a análise estatística. Verificou-se que 90,8% dos estudantes da amostra tinham pelo menos um amigo consumidor de drogas, e as mais consumidas foram álcool, tabaco e maconha. Estabeleceu-se associação significativa entre alguns fatores acadêmicos e culturais com o consumo de drogas lícitas e ilícitas. Recomenda-se a elaboração de estratégias preventivas, considerando a influência dos fatores culturais sobre o consumo de drogas entre os estudantes universitários.
Abuso de drogas; Universidade; Família; Fatores culturais; Grupo de pares
Investigación cuantitativa de tipo descriptiva-exploratoria, con diseño transversal que investigado el papel de la familia, la espiritualidad y entretenimiento en la moderá a la relación entre influencia de la pares y el consumo de drogas entre estudiantes universitarios. La muestra fue conformada por 250 estudiantes de una universidad pública brasileira de forma no probabilística. Fue elaborado un cuestionario con 5 escalas ya validadas, que interrogaba sobre la influencia del grupo de pares, las relaciones familiares, el entretenimiento, la espiritualidad y el consumo de drogas. Se utilizó el programa SPSS versión 18 para el análisis estadística. Los datos indicaran que el 90,8% de los estudiantes de la muestran reportaron tener por lo menos un amigo que consumía drogas, las drogas mas consumidas fueron alcohol, tabaco y marihuana. Se estableció asociación significativa entre algunos factores académicos y culturales con el consumo de drogas legales e ilegales Se recomienda que deben ser elaboradas estrategias preventivas considerando la influencia de los factores culturales sobre el consumo de drogas entre los estudiantes universitarios.
Consumo de drogas; Universidad; Familia; Factores culturales; Grupo paritario
A quantitative, descriptive and exploratory study, with a cross-sectional design aimed at investigated the role of the family, spirituality and entertainment in moderate relationship of influence of pairs and drug consuption among university students of one university. The sample was composed of 250 students from a public university in Brazil. A questionnaire was developed with 5 validated scales that interrogated about the influence of the peer group, the family relationships, the entertainment, the spirituality, and drug consumption. It was used SPSS version 18 for the statistical analysis. The data indicated that 90.8% of students had at least one friend who is drug consumer, most of them use alcohol, tobacco and marijuana. There was significant association between some academic and sociocultural factors and the consumption of licit and illicit drugs. We recommended that some preventive strategies should be elaborated considering the influence of sociocultural factors about drug consuption among university students.
Drug abuse; University; Family; Cultural factors; Peer group
INTRODUÇÃO
O consumo de drogas continua a crescer e é considerado um problema de saúde pública devido aos seus efeitos funestos, o que preocupa a comunidade mundial. A atualidade internacional revela uma ascensão no uso de drogas ilícitas com uma cifra de 230 milhões de pessoas com idade entre 15 e 65 anos de idade. Com relação ao consumo de drogas lícitas, estima-se em mais de 200 milhões de consumidores de álcool e 700 milhões de pessoas fazem uso de tabaco em todo o mundo, sendo que um em cada dez adultos com idade maior de 30 anos morrem por consequência do uso crônico deste.1
No Brasil, o uso/abuso de drogas tem relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde, como acidentes de trânsito, agressões, distúrbios de conduta, comportamento de risco no âmbito sexual, transmissão do vírus HIV pelo uso de drogas injetáveis, além de outros problemas de saúde decorrentes dos componentes das substâncias utilizadas e das vias de administração, como o álcool associado à cirrose, e o cigarro (nicotina), ao câncer de pulmão.2
Assim, estratégias para enfatizar o fortalecimento institucional, redução da demanda, redução da oferta, medidas de controle e cooperação internacional têm sido adotadas. As políticas de drogas deve incluir, como elementos essenciais, as opções de prevenção, intervenção precoce, tratamento, reabilitação e serviços de apoio relacionados com a recuperação, e estes devem ser orientados pelo objetivo de promover saúde e bem-estar social entre os indivíduos, famílias e comunidades como mecanismos para reduzir as consequências adversas do consumo de drogas.3
Droga abrange toda e qualquer substância não produzida pelo organismo que tenha a propriedade de atuar sobre um ou mais sistemas, produzindo alterações no seu funcionamento.4 Assim, as drogas não são necessariamente maléficas, uma vez que podem até proporcionar benefícios consideráveis quando utilizadas com cautela e sob prescrição médica. Algumas delas, no entanto, são capazes de alterar o funcionamento do sistema nervoso central (SNC); são as chamadas drogas psicotrópicas.
Estas podem ser naturais ou sintéticas e atuam no cérebro, afetando processos mentais, motores e emocionais que modificam a atividade psíquica e o comportamento (excitando, deprimindo e perturbando). São substâncias que podem causar dependência e requerem, por consequência, cautela em seu uso. É particularmente a esse grupo a que este trabalho se refere ao utilizar o termo droga.
Para compreender o fenômeno das drogas, torna-se fundamental identificar os fatores de risco para seu consumo como também os fatores de proteção. A dependência de drogas é um fenômeno complexo e plurideterminado, sendo diversas as disciplinas do conhecimento científico necessárias à sua compreensão.
No atual cenário, há um aumento sem precedentes no uso de drogas por diversos grupos e classes. Um dos segmentos sociais que chama a atenção da comunidade científica é o dos estudantes universitários. Eles enfrentam situações que compõem um processo especial já que muitos deles estão em uma fase da vida que apresenta uma série de conflitos tanto cognitivos como afetivos e, se não tratados adequadamente, podem sair do controle.
No Brasil existem 2.377 Instituições de Ensino Superior, das quais 278 são públicas e 2.099 privadas, distribuídas nos 26 Estados brasileiros e Distrito Federal.5 Em 2010, foi publicado o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e outras Drogas entre Universitários de 27 Capitais Brasileiras. A coleta dos dados foi realizada em 2009 e a amostra se constituiu de 12.856 universitários, de 51 instituições de ensino (IEs) públicas e 49 IEs privadas, de todas as regiões do país. O álcool se mostrou como a droga de maior consumo, tanto em relação ao uso na vida (86,2%), quanto nos últimos 12 meses (72%) e nos últimos 30 dias (60,5%). Observou-se também, que quase metade dos universitários já consumiu alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida (48,7%), dos quais um pouco mais de um terço fez uso nos últimos 12 meses (35,8%).4
Com relação aos motivos para o uso múltiplo de drogas, os universitários atribuíram que usavam porque gostavam ou porque lhes possibilitava esquecer os problemas da vida quotidiana; usavam as bebidas alcoólicas para manipular os efeitos de outra substância no sentido de potencializar os efeitos agradáveis e reduzir os efeitos desagradáveis; nos lugares onde havia acesso a álcool, havia também o acesso a outras drogas, tornando a associação obrigatória (influência ambiental); ou faziam para imitar o comportamento dos amigos (influência social).4
Percebe-se que os motivos para o consumo de drogas são variáveis de um país para o outro, enfatizando-se que os fatores culturais, sociais e econômicos podem influenciar diretamente neste consumo, e com a possibilidade de se originar na família ou em outros segmentos sociais como espiritualidade/religião, entretenimento ou entre grupos de pares/amigos, porque estes ambientes oportunizam ao indivíduo se sentir compelido a responder de uma forma consistente à demanda ou pressão social e, também, obter recompensas sociais.
Para este estudo, pares são membros de um grupo ou subgrupo que influenciam uns aos outros em suas atividades sociais, hábitos de estudo, vestuário, comportamento sexual, uso ou não uso de drogas; são geralmente amigos que compartilham de atitudes e valores similares.6 Dessa forma, entende-se que a influência dos pares ocorre à medida em que um indivíduo responde à pressão social ou motivação exercida pelos seus pares a se comportar de uma maneira aceitável para eles.
Definiu-se como relações familiares a interconexão que os membros da família têm em suas relações com os demais e como afetam entre si os pensamentos e ações dos participantes do núcleo familiar.7 Para a análise final se contemplaram os termos como sentido de pertinência, convivência, coesão e comunicação intrafamiliar.
O entretenimento (baseado em interação tecnológica, em tecnologia não interativa e o em festas e atividades sociais) foi definido como qualquer atividade ou experiência projetada para encantar e iluminar como um resultado da exposição a informações, conhecimentos e ações dos outros ou de si mesmo. Leva em conta qualquer tipo de atividade, seja apenas testemunha, tomando parte em, ou realizado sozinho.8
Para a espiritualidade tomou-se como definição a percepção que o indivíduo tem de si mesmo como uma pessoa espiritual e/ou religiosa com momentos de silêncio, de oração ou meditação.9
Diante deste contexto, este estudo investigou o papel da família, da espiritualidade e do entretenimento em moderar a relação da influência dos pares sobre o consumo de drogas entre estudantes universitários brasileiros.
MÉTODO
Este estudo faz parte de uma investigação multicêntrica realizada simultaneamente em três universidades do Caribe e cinco universidades da América Latina, coordenada pelo Centro de Adicções e Saúde Mental (CAMH) do Canadá, em parceria com a Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD/OEA). Trata-se de uma pesquisa transversal, quantitativa, analítica e descritiva. No Brasil, o estudo foi realizado com estudantes universitários de uma universidade pública de Santa Catarina.
A amostra do tipo não probabilística por quotas foi composta por 250 graduandos de ambos os sexos. Como critério de inclusão das cotas foi estabelecido ser estudante matriculado nas áreas de Ciências da Saúde, Ciências Sociais e Ciências Humanas, cursos comuns às universidades que fazem parte do estudo, completando assim o total da amostra de acordo com a disponibilidade de áreas e cursos da universidade sede da pesquisa. Tendo como critério de exclusão ter idade inferior a18 anos e superior a 24 anos. A amostra proporcionou uma potência superior a 0,8 para as análises bivariadas, com potência suficiente para detectar efeitos médios e efeitos pequenos em termos de coeficientes de correlação e regressão.
Para coleta de dados foi utilizado um questionário autoadministrado elaborado por uma equipe de investigadores e foram tomadas algumas escalas já existentes como The Peer Influence scale, 10 The Index of Family Relations, 11 The Spirituality Involvement and Beliefs Scale, 12 Screen-based entertainment, 13 The Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screen Test. 14 A validade do conteúdo se obteve através de um painel de experts do CAMH e a consistência interna se calculou com alpha de Cronbach (0,95; p<0,05). A versão em Inglês do questionário foi traduzida para a Língua Portuguesa e testado com 20 estudantes universitários das mesmas áreas da amostra do estudo para verificar a compreensão e fazer ajustes necessários. Sua versão final foi composta por seis seções com 81 questões fechadas.
As variáveis neste estudo se constituíram de: variável dependente (consumo de drogas), variáveis moderadoras (relações familiares, participação em entretenimento baseado em tecnologia interativa e não interativa, em festas/atividades sociais e nível de espiritualidade) e variáveis demográficas (idade, sexo, estado civil, ano de estudo/ semestre e situação laboral).
Os dados foram coletados no período de março a maio de 2012, através da aplicação do questionário, em salas de aula, nas instalações físicas da universidade, preenchido por estudantes que voluntariamente concordaram em participar do estudo assinando o termo de consentimento livre e esclarecido.
Para análise dos dados se utilizou o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 18 para Windows. Os dados foram analisados de forma descritiva para determinar a percentagem de frequência, média e regressão logística, determinando assim a relação entre as variáveis. As estimativas fornecidas pela análise bivariada foram expressas em Odds Ration e a significância estatística foi verificada através de teste qui-quadrado e teste para tendência linear para variáveis ordinais. Na análise multivariada se aplicou regressão Logística. Incluíram-se as variáveis associadas ao desfecho, em um nível de significância menor ou igual a 0,15. Permaneceram no modelo as variáveis associadas ao desfecho em um nível de significância menor ou igual a 0,05, verificado através do teste de Wald.
O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (CEP-UFSC) e aprovado com o certificado n. 2.432 - FR 484625. Ressalta-se ainda, que o projeto desta pesquisa foi aprovado anteriormente pelo Comitê de ética do CAMH. A base de dados possui um código de identificação para cada sujeito, resguardando assim o anonimato.
RESULTADOS
A amostra total deste estudo foi composta de 250 estudantes de uma universidade de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Identificou-se que, do total da amostra, 187 (74,8%) dos estudantes eram do sexo feminino e 63 (25,2 %), do sexo masculino. Em relação à idade dos alunos: com18 anos, sete (2,8%); 19 anos, 59 (23,6%); 20 anos, 50 (20%); 21 anos, 59 (23.6%); 22 anos, 39 (15,6%); 23 anos, nove (3,6%); e com 24 anos, 27(10,8%). Importante ressaltar que a maioria se encontrava na faixa etária entre 19 e 21 anos. Entre os participantes 202 (80,8%) alunos da amostra se declararam solteiros; três (1,2%), casados; dois (0,8%), em união estáveis; 42 (16,8%), em relacionamento; e um (0,4%), divorciado. Destes, 113 (45,2%) moravam com a família; 90 (36%), fora do campus universitário com colegas; 37 (14,8%), fora do campus universitário sozinho; cinco (2%), em residência universitária; cinco (2%) moravam com outros parentes. Apenas um (0,4%) participante da amostra possuía filho.
Quanto aos dados acadêmicos 150 alunos (60%) pertenciam às Ciências da Saúde e 100 (40%), às Ciências Sociais/Humanas. Do total, 238 (95,2%) estudavam em tempo integral; 62 (24,8%) estavam no primeiro ano de estudo, 75 (30%), no segundo ano, 112 (44,8%), no terceiro ano e apenas um (0,4%) no quarto ano de estudo.
Quanto à situação laboral, 223 alunos (89,2%) não trabalhavam e dos 27 (10,8%) que trabalhavam, seis (2,4%) tinham atividades profissionais formais e 21 (8,4%) como bolsistas, exerciam atividades na própria universidade ou em instituições conveniadas. Constatou-se ainda que sua carga laboral semanal era entre 12 e 40 horas semanal e a maioria destes trabalhadores, 20 (8%), fazia 20 horas por semana.
Com base nos resultados se verificou que 227 (90,8%) dos estudantes responderam que possuíam amigos usuários de drogas e somente 23 (9,2%) não tinham amigos que as utilizavam. A maioria dos amigos, 164 (72,4%), bebia cinco ou mais doses de bebida alcoólica em uma ocasião, porém em contrapartida, 168 (74,4%) dos amigos não utilizavam tabaco. De acordo com os dados, infere-se que existia uma forte influência dos pares nas tomadas de decisões para o uso de drogas.
No que diz respeito às características das relações familiares, verificando-se os dados brutos da tabela, tem-se a impressão de que as relações familiares em termos gerais eram boas, como exemplo: "creio que a minha família é maravilhosa", com 189 (75,6) das respostas "em todo o tempo e na maior parte do tempo"; porém, ao utilizar-se o Índice de Relações Familiares e fazer a reversão de controle das questões positivas e negativas no conjunto de resposta, verificou-se que as relações familiares da amostra teve uma leve tendência a serem boas.
Quanto ao entretenimento baseado em encontros sociais, os estudantes da amostra apresentaram uma média de 8,16 participações em festas, sendo 50 o número máximo de participação nos últimos três meses, onde o álcool, tabaco ou outras substâncias que alteram o humor estavam presentes. Já o entretenimento interativo, baseado em tecnologia, foi uma das atividades com maior participação pelos estudantes desta amostra. Destaca-se que 216 (86,4%) dos estudantes tinham acesso a e-mails, frequente ou muito frequentemente, e 203 (81,2%) dos estudantes da amostra se envolviam frequente e muito frequente nas redes sociais. Já o entretenimento não interativo teve menor participação, com 156 (62,4) assistindo pornografia na televisão ou internet, frequente e muito frequente, 145 (58%) assistindo a vídeos musicais na internet, frequente e muito frequente, além de 96 (38,4%) assistindo a noticiário frequente e muito frequente, nas mídias como internet e televisão.
Quanto à espiritualidade, os resultados mostraram que, em geral, os estudantes da amostra tinham um nível de espiritualidade de bom a neutro. Por exemplo, 182 (72,9%) da amostra estavam de acordo com a afirmativa: "posso encontrar apoio espiritual em tempos difíceis", e 207 (82,8%) concordaram com esta outra alternativa: "minha vida tem um propósito". Porém, constatou-se que 188 (75,2%) quase nunca meditam ou oram e que 216 (83,6%) não se envolvem em atividades religiosas com outras pessoas.
Quanto ao consumo de drogas nos últimos 12 meses, verificou-se que a droga lícita mais consumida foi a bebida alcoólica com 229 (91,6%) de consumo pelos estudantes da amostra, seguido pelo tabaco com 86 (34,4%). Quanto às drogas ilícitas, a mais consumida foi a maconha, com 76 (30,4%) e o ecstasy com sete (2,8%) da amostra.
Com finalidade de possibilitar a realização de regressão logística foram agregadas as variáveis sociodemográficas e as variáveis moderadoras, comparando-se linearmente com as variáveis independente (influência de pares) e dependente (consumo de drogas) conforme tabelas 1 e 2 que seguem:
Os dados da regressão logística, conforme apresentado na tabela 1, apontam que o consumo de drogas lícitas estava associado à influência dos amigos que usavam algum tipo de droga, apresentando-se mais vulneráveis os estudantes que não estavam em algum tipo de união.
Os resultados indicam que a influência do grupo de pares está significativamente associada ao consumo de substâncias lícitas, porque aqueles estudantes com amigos consumidores tinham maiores probabilidades de usar drogas lícitas quando comparados com aqueles que não tinham amigos consumidores: OR de 2,067 (IC95%: 1,156-3,394). No caso da variável estado civil se verificou que os estudantes que estavam em algum tipo de união tinham menores probabilidades de consumir drogas lícitas do que os solteiros: OR de 0,020 (IC95%: 0,001-0,694).
Os resultados mostram que o entretenimento, as relações familiares e a espiritualidade não exerceram influência significativa na relação entre o grupo de pares e o consumo de drogas lícitas (álcool e tabaco) nos últimos 12 meses.
Em termos de drogas ilícitas, os maiores padrões de consumo se encontravam associados aos estudantes menores de 21 anos de idade, que possuíam amigos consumidores de drogas e faziam parte das Ciências Sociais/Humanas, conforme tabela abaixo:
Os resultados da tabela 2 indicam que a influência que exerce o grupo de pares está significativamente associada ao consumo de drogas ilícitas, porque aqueles estudantes com amigos consumidores de drogas tinham maiores probabilidades de consumir drogas ilícitas quando comparados com os que não possuíam amigos consumidores: OR de 1,757 (IC95%: 1,218-2,535). A idade foi um fator de proteção, aqueles estudantes que estavam com mais de 21 anos tinham menos probabilidade de consumir drogas: OR de 0,795 (IC95%: 0,645-0,980). E estudantes que faziam parte das Ciências da Saúde mostraram menor probabilidades de consumir drogas ilícitas quando comparados com os estudantes de Ciências Sociais/Humanas: OR de 0,464 (IC95%: 0,223-0,967).
Os resultados mostram que o entretenimento, as relações familiares e a espiritualidade não exerceram influência significativa na relação entre o grupo de pares e o consumo de drogas ilícitas (maconha, cocaína, ecstasy) nos últimos 12 meses.
DISCUSSÃO
Muitos jovens ao ingressarem na universidade, ambiente que favorece o crescimento pessoal e profissional, sofrem uma série de mudanças no cotidiano, como afastamento da família, formação de novas amizades, maior independência, novas formas de lazer e interação e maior responsabilidade frente às cobranças acadêmicas. Esta nova realidade pode influenciar na saúde do indivíduo, principalmente em relação ao uso de drogas, visto que estes fatores podem desempenhar um papel de proteção ou de risco para o uso destas substâncias.
No Brasil, os dados apontam que quase a metade dos universitários (48,7%) relatou já ter consumido alguma substância psicoativa pelo menos uma vez na vida.4 Além disso, a maioria dos estudantes já experimentaram drogas antes do ingresso na universidade, durante a adolescência por volta dos 12 anos de idade,15 por curiosidade, diversão ou prazer, e o uso é mantido para "curtir" os efeitos, e ainda, reduzir a ansiedade/estresse,16 alívio da dor, angústia, desânimo e depressão.17 Ao ingressar na universidade o indivíduo se vê envolvido por uma série de modificações que podem atuar como fatores de risco para o uso de drogas.2
Esta pesquisa identificou que, nos últimos 12 meses, o álcool foi à droga mais consumida entre os universitários, seguida pelo tabaco e maconha. Essa realidade pode ser observada em outras instituições do país, como também em outros países.
Verifica-se também semelhante resultado na pesquisa realizada em outra universidade pública com acadêmicos da área de ciências humanas, exatas e biológicas, sobre a prevalência do uso de drogas, a qual identificou que nos últimos 12 meses o álcool foi a droga mais utilizada (80%), seguida pelo uso do tabaco (23,6%) e pelo uso da maconha (18,5%).18 Corroborando com estes dados, outro estudo com 275 universitários de uma instituição privada do Brasil obteve como resultado que o álcool manteve a posição de substância mais utilizada, seguido de tabaco, das drogas psicoativas prescritas, maconha e inalantes. 19
Em estudo norte-americano, intitulado "Monitoring the future", demonstrou os seguintes dados em relação à prevalência do uso de drogas por estudantes universitários nos últimos 12 meses: álcool (82,1%), tabaco (30,0%) e maconha (32,3%).20 Evidencia-se que a alta taxa de uso do álcool, seguido pelo uso do tabaco e maconha é uma realidade internacional, o que torna o uso de drogas um problema de saúde pública mundial.
Além de identificar a prevalência do uso de drogas nas instituições de ensino superior, torna-se fundamental analisar os fatores que interferem no consumo pelos universitários, por isso esta pesquisa buscou identificar a influência de pares para o consumo de drogas, como também se a família, o entretenimento e a espiritualidade têm papel moderador nesta influência.
Os dados da regressão logística desta pesquisa apontaram que o consumo de drogas lícitas estava associado à influência dos amigos que usavam algum tipo de droga, apresentando-se mais vulneráveis os estudantes que não estavam em uma relação amorosa.
Em termos de drogas ilícitas, os maiores padrões de consumo se encontravam associados aos estudantes menores de 21 anos de idade, que possuíam amigos consumidores de drogas e faziam parte das Ciências Sociais/Humanas.
O uso de drogas, lícitas e ilícitas se mostrou fortemente influenciado pelos pares, visto que os estudantes, cujos amigos consumiam drogas, tiveram maior consumo destas substâncias. Esta realidade é explicada por outros estudos que identificaram que a convivência de estudantes universitários com usuários de drogas, com relação permissiva e normas favoráveis compartilhadas em relação ao uso dessas influenciam negativamente seu consumo.21 Além disso, os amigos e colegas são companhias para o uso de drogas em bares, festas e momentos de interação em casa. Pesquisa com 275 estudantes do curso de enfermagem no Rio de Janeiro evidenciou que apenas 7,3% consomem bebidas alcoólicas solitariamente.22 A percepção do uso de drogas entre os pares com estimativas mais elevadas que o consumo real também influenciam negativamente o consumo de drogas entre estudantes universitários.23
Percebe-se que se os jovens que pertencem a um grupo de pares em que a maioria consome drogas têm maior probabilidade de consumir drogas também. Entende-se que a pressão do grupo pode ser a razão para o consumo de drogas, sendo a teoria cognitiva social quem sugere que o modelo é o ponto crítico desse comportamento, uma vez que os jovens observam e cumprem normas descritas pelo comportamento real percebido por outros.
Este modelo introduz uma explicação para o uso de drogas e desvio, que leva em conta a noção de pressão sobre os indivíduos, mesmo isolados por bons laços sociais com agentes convencionais. Assim, apesar da exposição às influências positivas das instituições convencionais e formação de fortes laços com eles, jovens devidamente socializados ainda se engajam em comportamentos desviantes, especificamente o uso de drogas. Então, por que esse desvio ocorre se fortes laços foram forjados mais cedo na vida de um indivíduo?
Estudo demonstra que os jovens com amigos envoltos em comportamentos de risco têm maior probabilidade de se envolverem em algum destes, como consumir drogas, por exemplo. E aponta que os jovens são afiliados a grupos de pares consumidores de drogas, o que é um fator que provoca bastante vulnerabilidade no envolvimento com drogas ilegais, sendo que os resultados foram bastante evidentes - todos que consumiam pelo menos uma droga tinham vários amigos que as usavam também.24
Portanto, o consumo de drogas entre os indivíduos encontra explicações de que os grupos de pares desempenham um papel importante na identificação das causas do uso de drogas na adolescência. Os grupos de pares exercem uma forte influência nas tomadas de decisões dos jovens em termos gerais, tal como mencionam os autores. Neste trabalho se verificou os pares como o fator de maior influência para o consumo de drogas tanto lícita quanto ilícita.24
Quanto ao consumo de drogas lícitas um fator de vulnerabilidade nesta amostra foi não estar em uma relação amorosa. Estudo realizado com acadêmicos do curso de medicina de uma universidade pública também identificou a maior adesão ao consumo de drogas por estudantes solteiros.25 Notou-se no cotidiano que estes passam mais tempo em eventos sociais e na companhia de amigos e, como no atual estudo, foi comprovado que a maioria possuem amigos que usam drogas, consequentemente, aumenta a possibilidade do consumo de drogas por estudantes que não estão em um vínculo amoroso.
Em relação ao consumo de drogas ilícitas a idade inferior a 21 anos foi identificada como um fator de vulnerabilidade desta amostra. Em uma pesquisa também se constatou que dentre a população, ao responder afirmativamente que já havia utilizado drogas, cerca de 92% o fez antes do ingresso na universidade sendo incluídos neste dado o álcool e o tabaco. Esta é uma informação de grande relevância, uma vez que a mesma demonstra não ser o meio universitário o ponto de partida para o uso de drogas. Destes 92%, 14% afirmaram ter experimentado drogas antes dos 12 anos; 45%, entre os 13 e 15 anos; 33%, entre os 16 e 18 anos; e apenas 8%, após os 18 anos.26
Com relação aos estudantes desta amostra, os das Ciências Sociais/Humanas eram mais vulneráveis ao uso de drogas ilícitas. Um estudo também apontou que "a área de Humanas possui um percentual maior de alunos que aprovam a experimentação e o uso regular das drogas, além de possuírem a maior proporção de usuários".4:144
O consumo de drogas pelos jovens é reconhecido também como comportamentos que são mediados culturalmente pelos processos de aprendizagem.27 Agentes culturais de socialização como a família, colegas, religião e a indústria do entretenimento estão entre as instituições sociais a partir das quais os jovens adultos e adolescentes, cognitivamente assimilam informações e tornam-se influenciados e, por extensão influenciam os comportamentos dos outros.28 Agentes culturais, portanto, têm o potencial de afetar o uso de drogas, bem como as normas ou práticas sociais que regem a utilização de substâncias específicas dentro de uma cultura.29
Neste estudo os fatores relações familiares, espiritualidade e entretenimento não tiveram significância em moderar a influência de pares no consumo de drogas lícitas e ilícitas. Cabe refletir que a espiritualidade e as relações familiares se apresentaram neutras entre os estudantes, o que justifica a não interferência em moderar a influência entre os pares. Porém, estes fatores podem ser trabalhados no sentido de saírem da neutralidade e se tornarem fatores influenciadores no sentido de moderar positivamente para que os estudantes façam as suas escolhas conscientes e não consumam drogas.
Contudo, outros estudos demonstraram influência significativa das relações familiares. Estudo com universitários demonstrou que o modelo de organização familiar dos usuários de maconha tem como tônica a autoridade controladora, nos quais os jovens mantêm relações superficiais e de submissão com os familiares, apesar da existência de demonstrações de afeto. Já as famílias de não usuários, conservam vínculo com grau menor de autoridade, que favorece as ligações interpessoais, marcadas por relações de partilha e companheirismo.30 Quanto ao uso de álcool e outras drogas, estudo realizado com estudantes de graduação dos cursos da área de ciências biológicas, exatas e humanas, mostrou a associação de aspectos familiares com o uso corrente de drogas.31
Em relação à espiritualidade outros estudos realizados também não encontraram significância entre espiritualidade e consumo de drogas. Em uma universidade pública, um estudo com 278 acadêmicos não associou o uso de drogas com o fato de ter ou não religião.32 Essas diferentes realidades demonstram a importância de realizar estudos em diferentes instituições e cursos, pois os fatores que influenciam o uso de drogas diferem conforme público estudado.
Neste estudo os resultados demostraram que o entretenimento não exerceu influência significativa na relação entre o grupo de pares e o consumo de drogas nos últimos 12 meses. Apesar de que os estudantes da amostra apresentaram participação em festas onde o álcool, tabaco ou outras substâncias que alteram o humor estavam presentes. Já o entretenimento interativo baseado em tecnologia é uma das atividades com maior participação pelos estudantes desta amostra, principalmente com acesso a e-mails e redes sociais. O entretenimento não interativo também se mostrou forte entre os estudantes, como assistir a vídeos e a noticiários na televisão ou internet.
Sabe-se que o entretenimento pode influenciar o uso de drogas entre estudantes universitários. A televisão e a internet são meios de entretenimento bastante utilizados pela população, e nelas ocorre um grande número de propagandas com efeito na elevação do consumo de álcool, principalmente entre os jovens, como apontam algumas pesquisas.33 Por outra perspectiva, esses meios de comunicação e entretenimento têm o poder de disseminar informações acerca das consequências negativas das drogas e tornarem-se um fator protetor. 34 No entanto, no atual estudo, o entretenimento não teve papel de moderador em relação ao uso de drogas entre os estudantes universitários.
Porém, admite-se no ambiente universitário que a mídia influencia no consumo de bebidas alcoólicas. Fato demonstrado por pesquisa que avaliou cartazes disponíveis em campus de uma universidade. Verificou-se que os cartazes de propagandas de festas universitárias apresentam, em sua maioria, conteúdos referentes ao uso de álcool, o que gera o estímulo ao uso da droga, passando a ser mais do que uma propaganda de festa, mas sim, uma apologia ao uso do álcool.33 No entanto, entende-se que o entretenimento pode ser utilizado a favor da prevenção ao consumo de drogas no sentido de levar informações corretas aos estudantes permitindo, assim, a sua autonomia na escolha.
CONCLUSÕES
Os estudantes universitários participantes deste estudo faziam uso das drogas lícitas, álcool e tabaco, seguido pelo uso de drogas ilícitas, sendo a maconha a mais utilizada. No entanto, é importante destacar que houve diferenças entre as taxas de consumo de drogas, fatores de risco e fatores de proteção, identificadas neste estudo e em outros encontrados nas diferentes universidades e entre os cursos.
A divergência de dados sugere a importância das universidades realizarem pesquisas de cunho epidemiológico e qualitativas em seus campus, levando em consideração os diferentes cursos, a fim de identificar as drogas utilizadas e os fatores de risco presentes, e assim, implantar e implementar ações com o objetivo de prevenir o uso de drogas, bem como promover a saúde de seus acadêmicos.
A influência dos pares no consumo de drogas entre estudantes universitários desta amostra foi altamente significante, apresentando os solteiros como maiores consumidores de drogas lícitas, enquanto que os menores de 21 anos preferem as ilícitas e cursavam Ciências Sociais/Humanas.
As relações familiares e a espiritualidade foram fatores socioculturais que permaneceram neutros e com isso não exerceram moderação significante na influência dos pares e no consumo de drogas, apesar de outros estudos terem encontrado significância. O entretenimento também não exerceu influência moderadora para o consumo de drogas nesta amostra.
Visto que diversos estudos apontam as relações familiares e a espiritualidade como importantes fatores de proteção ao uso de drogas, neste estudo estes fatores se apresentaram neutros na amostra estudantil. É interessante a universidade implementar estratégias que fortaleçam o vínculo familiar e a espiritualidade, a fim de potencializar estes fatores, e futuramente investigar se houve declínio nas taxas de uso de drogas pelos seus estudantes. Além disso, como a grande maioria dos participantes deste estudo apontou o uso do entretenimento baseado em tecnologia, é interessante também, que a universidade passe a usar este recurso para disseminação do conhecimento acerca da temática sobre drogas, o que pode colaborar na prevenção do uso destas substâncias.
Cabe destacar que estes fatores investigados não exerceram papel preponderante como moderadores da influência para o consumo de drogas nesta amostra, ou, quem sabe, o tamanho da amostra não foi suficiente para demonstrar esta moderação.
Recomenda-se, então, que as autoridades brasileiras e universitárias devem se empenhar em novas pesquisas na mesma linha de investigação, a fim de proporcionar subsídios às políticas de promoção da saúde junto aos estudantes universitários, envolvendo-os nesse processo de transformação.
Limitações
O uso de amostragem intencional restringiu potenciais generalizações dos resultados a outros grupos populacionais, bem como ao conjunto dos jovens universitários de outras localidades/regiões do país. No entanto, estes métodos são comumente usados em estudos psicossociais, epidemiológicos e outras pesquisas relacionadas à saúde. Os resultados deste estudo devem ser considerados no contexto da amostra pesquisada.
AGRADECIMENTOS
Ao Governo do Canadá (DFAIT), à Organização dos Estados Americanos (OEA), à Comissão Interamericana de Controle do Abuso de Drogas (CICAD), ao Centro para Adicções e Saúde Mental (CAMH) Universidade de Toronto - Canadá, aos colegas investigadores, diretores, orientadores e professores do programa pela oportunidade oferecida, como também às autoridades, aos colegas professores e, em especial, aos estudantes participantes desta pesquisa.
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
2015