Resumos
Nesse estudo, investigaram-se as associações entre habilidades sociais e aceitação-rejeição em estudantes universitários. Foram estudados 126 estudantes universitários do curso de Educação Física de uma instituição de ensino superior particular de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Para fins de avaliação foi utilizado um Inventário de Habilidades Sociais (IHS) e uma Medida Sociométrica que avalia a aceitação ou rejeição do estudante por seus colegas de classe para as atividades de sair e estudar. A aceitação para ambas as situações não foi explicada por nenhuma faceta das habilidades sociais para os homens. Já nas mulheres, foi explicada somente pela medida de autoexposição a desconhecidos. Essa pesquisa elucida algumas das condutas socialmente hábeis de homens e mulheres universitários que podem ser empregadas em treinamentos em habilidades sociais para se evitar a rejeição entre pares, e maximizar a aceitação.
sociometria; habilidades sociais; evidências de validade
The aim of this study was investigate relations between social skills and acceptance-rejection in college students. 126 college students attending at physical education course from a university of the interior of the state of São Paulo were studied. The social skills assessment was taken by the Inventário de Habilidades Sociais (IHS) and the sociometric measure was related to the rejection or acceptation of the students by their peers in the studying and go out situations. Among the results, the acceptance in both situations was not explained by any of the social skills measures to men. To the women, in both situations acceptance were explained by the self-exposition to stranger's measure. This research clarifies some of the social behaviors that can be used in social skills training with men and women to avoid its rejection in the group and maximizes the acceptance.
sociometry; social skills; validity evidence
ARTIGOS
Aceitação e rejeição entre pares e habilidades sociais em universitários
Acceptance and rejection between peers and social skills in college students
Daniel BartholomeuI; Lucas de Francisco CarvalhoII; Marjorie Cristina Rocha da SilvaII; Fabiano Koich MiguelII; Afonso Antonio MachadoIII
ICentro Universitário Salesiano de Americana-SP
IIUniversidade São Francisco
IIIUniversidade Estadual Paulista
RESUMO
Nesse estudo, investigaram-se as associações entre habilidades sociais e aceitação-rejeição em estudantes universitários. Foram estudados 126 estudantes universitários do curso de Educação Física de uma instituição de ensino superior particular de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Para fins de avaliação foi utilizado um Inventário de Habilidades Sociais (IHS) e uma Medida Sociométrica que avalia a aceitação ou rejeição do estudante por seus colegas de classe para as atividades de sair e estudar. A aceitação para ambas as situações não foi explicada por nenhuma faceta das habilidades sociais para os homens. Já nas mulheres, foi explicada somente pela medida de autoexposição a desconhecidos. Essa pesquisa elucida algumas das condutas socialmente hábeis de homens e mulheres universitários que podem ser empregadas em treinamentos em habilidades sociais para se evitar a rejeição entre pares, e maximizar a aceitação.
Palavras-chave: sociometria; habilidades sociais; evidências de validade.
ABSTRACT
The aim of this study was investigate relations between social skills and acceptance-rejection in college students. 126 college students attending at physical education course from a university of the interior of the state of São Paulo were studied. The social skills assessment was taken by the Inventário de Habilidades Sociais (IHS) and the sociometric measure was related to the rejection or acceptation of the students by their peers in the studying and go out situations. Among the results, the acceptance in both situations was not explained by any of the social skills measures to men. To the women, in both situations acceptance were explained by the self-exposition to stranger's measure. This research clarifies some of the social behaviors that can be used in social skills training with men and women to avoid its rejection in the group and maximizes the acceptance.
Key-words: sociometry; social skills; validity evidence.
Segundo Moreno (1972) a sociometria é o estudo matemático de propriedades psicológicas de uma população. Embora o termo tenha uma conotação de mensuração, é o aspecto qualitativo que se sobrepõe ao quantitativo na estrutura social, agindo de dentro para fora do grupo. Desenvolvendo mais esse conceito, Moreno esclarece que, ao se considerar a estrutura social de uma coletividade, observa-se um conjunto de relações entre pessoas. Assim, pode-se identificar a posição em que se encontra um indivíduo nesse grupo por meio do núcleo de relações constituídas ao redor de cada um. Esse núcleo de relações constitui uma pequena estrutura social e é denominado átomo social. Nessa perspectiva, Bustos (1979) define esse átomo como o conjunto de escolhas positivas ou negativas, recíprocas ou não, emitidas ou recebidas por uma pessoa no grupo em um dado contexto.
As cadeias complexas de interrelações entre os átomos são designadas, na sociometria, de redes sociométricas. Tais redes têm a função social de constituir a tradição social e opinião pública. Nesse sentido, aspectos afetivos originam os processos de atração e rejeição que se exercem entre os indivíduos, e esse processo é designado de tele. Em outros termos, a chamada tele, compreende uma espécie de empatia bidirecional explicando a corrente de atração ou repulsa entre dois indivíduos (Moreno, 1972; Sisto & Martinelli, 2006).
A tele entre dois sujeitos quaisquer pode ser meramente virtual, tornando-se ativa quando as pessoas ou seus sentimentos e ideias se encontram, mesmo que à distância por algum meio de comunicação. Nesse contexto, um átomo social é composto por um grande número de estruturas tele formando uma configuração mais ampla (as redes sociométricas) que, por sua vez, unem ou separam grandes grupos de indivíduos segundo as relações de sua tele (Moreno, 1972).
A configuração de uma boa coesão grupal é denominada de círculo, sendo caracterizada pela não necessidade de vínculo e por mutualidades diretas para manter o vínculo dinâmico, isto é, as relações se conservam sem necessidade de controle direto com maior mobilidade entre os vínculos, sendo o ideal em caso de um grupo terapêutico. Um aspecto que se deve notar é se as mutualidades negativas são dirigidas somente para uma pessoa, o que indicaria um mau manejo da agressividade e tornaria essa pessoa a estrela sociométrica; além de trazer implicações para a interpretação da configuração grupal. Uma dinâmica madura seria indicada por uma distribuição uniforme de mutualidades negativas (Bustos, 1979).
Como exemplo de pesquisa sobre a dinâmica das relações grupais pode-se citar LaFontana e Cillessen (1999) que, ressaltam em seu trabalho sobre estereótipos de pares populares e não-populares, que crianças sociometricamente populares o são em razão de suas habilidades em condutas pró-sociais; enfatizando que um quadro diferente emerge quando se solicita às crianças apontar quem eles gostam e quem eles pensam ser popular. Crianças percebidas como populares não necessariamente seriam assim classificadas de um ponto de vista sociométrico, o que é corroborado por Parkhurst e Hopmeyer (1998).
Um fator relevante para coesão grupal, e, de maneira mais ampla, para o índice sociométrico apresentado por um indivíduo, são suas habilidades sociais. Por exemplo, Bullock, Ironsmith e Poteat (1988) recomendam que crianças caracterizadas como rejeitadas em seu status sociométrico (com maior probabilidade de apresentarem problemas de relacionamento social) sejam consideradas como candidatas primárias a um programa de treinamento em habilidades sociais. Ao mesmo tempo, consideram que somente o estudo da aceitação e rejeição entre pares pela técnica sociométrica, não fornece indicativos suficientes das condutas a serem desenvolvidas. Assim, a tarefa do psicólogo seria identificar esses comportamentos para favorecer que as crianças tornem-se mais amigáveis, com comportamentos pró-sociais e competentes socialmente, o que é tratado na literatura psicológica dentro do constructo de habilidades sociais.
No entanto, cabe ressaltar que os conceitos sobre habilidades sociais e competência social não se equivalem. O termo habilidades sociais "refere-se à existência de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais" (A. Del Prette & Z. Del Prette, 2001, p. 31). Enquanto que a competência social pode ser entendida em um sentido avaliativo e, portanto "qualifica a proficiência de um desempenho e se refere à capacidade do indivíduo de organizar pensamentos, sentimentos e ações em função de seus objetivos e valores, articulando-se às demandas imediatas e mediatas do ambiente" (A. Del Prette & Z. Del Prette, 2001, p. 31).
São diversos os autores que procuraram definir o comportamento socialmente hábil, muitos deles com base na teoria comportamental, que assim o entendem em termos da busca de reforço e evitação da punição (Hersen & Bellack, 1977; Kelly, 1982; Libet & Lewinsohn, 1973). Outros levaram em consideração os aspectos afetivos envolvidos nas relações humanas, sendo associado à expressão de sentimentos e preferências nas relações interpessoais (Alberti & Emmons, 1978; Rimm, 1977).
Embora haja algumas distinções entre os autores quanto à definição desse construto, há concordância quanto ao fato de que o termo habilidades sociais indica condutas interpessoais que envolvem uma série de capacidades específicas que são aprendidas, estando submetida a fatores ambientais e variáveis da pessoa. Cabe ressaltar que esses fatores ambientais envolvem, em grande parte, a relação de um indivíduo com as pessoas de maior proximidade, como os pais e os pares, especialmente na adolescência e início da idade adulta (Bellack & Morrison, 1982).
Para o presente estudo, concorda-se com a concepção de Caballo (2003), que o comportamento socialmente competente é aquele que as pessoas consideram apropriado em uma situação específica, levando em conta tanto os conteúdos quanto as consequências dos comportamentos. A preocupação em se estabelecer um modelo explicativo das habilidades sociais, incluindo características relacionadas ao status sociométrico, para nortear a pesquisa e intervenção nessa área tem sido alvo de inúmeros esforços de pesquisadores do assunto desde longa data (ver, por exemplo, Argyle, 1969; Argyle & Kendon, 1967; Buck, 1991; Kagan & Snidman, 1991; McFall, 1982; Morrison, 1990; Trower, 1982).
Goldman, Corsini e DeUrioste (1980) examinaram o status sociométrico positivo e negativo em referência a comportamentos observados em classe e desempenho em duas medidas de habilidades sociais, uma delas de decodificar emoções em expressões faciais e outra de comunicação. Os dados foram coletados em uma amostra de 38 crianças e seus resultados indicaram diferentes padrões correlacionais para as escolhas positivas e negativas. As crianças mais escolhidas mantiveram-se mais tempo em situação de interações sociais com pares e envolveram-se menos em brincadeiras solitárias ou com adultos. Por sua vez, crianças menos escolhidas apresentaram um desempenho mais pobre em ambas as medidas de laboratório, bem como demonstraram mais comportamentos desviantes. Os autores ressaltam ainda a necessidade de se estabelecer essas medidas de aceitação e rejeição em estudos de habilidades sociais.
Investigando as relações entre habilidades sociais, interação social e popularidade em 198 crianças com problemas acadêmicos, Gottman, Gonso e Rasmussen (1975) tiveram como variáveis dependentes a habilidade social, mensurada pelo experimentador em cada criança individualmente por meio de tarefas como habilidades para nomear expressões faciais, conhecimento de como fazer amizades e dar ajuda. A interação social foi medida por um procedimento de observação sistemática. Crianças populares e não populares diferiram em seu conhecimento de como fazer amigos e no estabelecimento de comunicação. Em classe, as crianças populares deram e receberam mais reforço e gastaram menos tempo desatentas. Os autores julgam ainda como importante a realização de estudos a fim de validar medidas de habilidade social utilizando-se como critério o status sociométrico de indivíduos.
Essa pareceu ser a tendência da maior parte dos trabalhos que investigaram o status sociométrico e as habilidades sociais, observando-se uma predominância de estudos que avaliaram as habilidades sociais por meio dos comportamentos observados ou por técnicas de autorrelato. Outros estudos nesse sentido podem ser encontrados, por exemplo, em Perry (1979). Outra tendência foi de se utilizar como critério de desenvolvimento das habilidades sociais a aceitação social, como o já mencionado estudo de Gottman et al. (1975).
As pesquisas no âmbito universitário que envolvem a medida sociométrica são escassas na literatura, todavia, o trabalho de Horrocks e Wear (1953) merece destaque. Os autores investigaram as relações das escolhas sociométricas com o tempo em que as escolhas foram feitas (no início e mais ao final do período universitário), tipo de escolha (se orientadas para o estudo ou para a aceitação pelos pares, considerado pelos autores como sucesso social) e tamanho dos grupos. A amostra contou com 153 estudantes universitários. O tipo de escolha e o tamanho dos grupos tiveram efeitos consideráveis sobre as escolhas, sendo que em grupos grandes menos lideranças ocorrem e mais pessoas são escolhidas, indicando que grupos pequenos apresentam melhor clima social. Além disso, estudantes cuja preocupação principal foi ser aceito pelos colegas apresentaram menos sucesso acadêmico que os estudantes que cuidavam menos das necessidades sociais e mais inclinados à realização das tarefas acadêmicas. Os estudantes socialmente orientados apresentaram dificuldades em planejar e implementar estratégias para obter sucesso acadêmico. Apesar disso, essas pessoas eram líderes nos campi, conforme sugeriram os resultados do teste sociométrico e tenderam a ter uma alta autoestima em comparação aos demais que se dedicaram mais ao sucesso acadêmico, ao menos nos anos iniciais da universidade.
A revisão da literatura realizada apontou para a falta de estudos que relacionam habilidades sociais e aceitação e rejeição entre adultos e universitários, sendo que o estudo com esses construtos foram identificados somente entre crianças saudáveis e com problemas de aprendizagem, adolescentes e pacientes psiquiátricos. Esse fato justifica a execução de trabalhos sobre aceitação/rejeição e habilidades sociais em estudantes universitários.
Método
Participantes
Participaram 126 estudantes universitários do curso de Educação Física de uma instituição de ensino superior particular de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Os estudantes eram provenientes de duas salas, sendo uma delas com 60 estudantes e outra com 66, ambas do quarto ano do curso. Em relação à idade, observou-se uma variação de 18 a 35 anos, com média de 21 anos (DP = 3,37), sendo que a maior parte das pessoas (68,3%) apresentava até 21 anos. No que concerne ao sexo, cerca de 53% dos estudantes eram homens.
Instrumentos
Inventário de Habilidades Sociais - IHS-Del-Prette (Z. Del Prette & A. Del Prette, 2001). Consiste de 38 itens que retratam situações de interação social em que o respondente deve indicar a frequência de ocorrência de cada afirmativa numa escala de cinco pontos variando de nunca (1) a sempre (5) passando por com pouca frequência (2), com regular frequência (3), e muito frequentemente (4). O Fator 1, Enfrentamento com risco, apresenta 11 itens que retratam situações de relacionamento interpessoal que demandam assertividade. O segundo fator apresenta 7 itens e se refere à Autoafirmação na expressão de afeto positivo e de afirmação da autoestima.
A terceira dimensão, Conversação e desenvoltura social, apresenta 7 itens que envolvem situações sociais neutras que demandam traquejo na conversação e conhecimento de normas de relacionamento. O quarto fator, Autoexposição a desconhecidos ou a situações novas, tem 4 itens que informam sobre a abordagem de pessoas desconhecidas, sendo parte semelhante à dimensão anterior mas com um risco maior de reação do outro. Por fim, na dimensão Autocontrole da agressividade a situações aversivas (Fator 5), seus três itens supõem uma reação a estimulações aversivas que requerem um bom controle da agressividade.
Quanto às propriedades psicométricas, a análise fatorial, utilizando método de extração de fatores alfa e rotação varimax, mostrou que os cinco fatores explicaram 92,75% de variância. A consistência interna por alfa de Cronbach para esses fatores forneceu índices entre 0,74 e 0,97 (Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1998). Outros estudos de validade para esse teste foram feitos e merecem destaque. Dentre eles, Del Prette, Del Prette e Barreto (1999) estudaram grupos controle e experimental, tendo evidenciado diferenças no grupo experimental quanto aos escores do IHS-Del-Prette.
Também o trabalho de Bueno, Oliveira e Oliveira (2001) buscou correlações entre os escores do IHS-Del-Prette e traços de personalidade no modelo dos cinco grandes fatores, avaliados por meio de uma lista de adjetivos descritores da personalidade compilados por Hutz et al. (1998). Dentre os resultados identificou-se que o fator enfrentamento com risco do IHS correlacionou-se significativamente à extroversão e abertura para novas experiências; o fator autoafirmação na expressão de afetos positivos com socialização e equilíbrio emocional. Por sua vez, o fator autoexposição a desconhecidos e a situações novas relacionou-se à extroversão e estabilidade emocional. Ainda, o fator autocontrole da agressividade relacionou-se à socialização.
Noutra pesquisa, Bartholomeu, Nunes e Machado (2008) analisaram as associações entre as pontuações do IHS e a EFS (Escala Fatorial de Socialização) e foram evidenciados coeficientes de correlação significativos entre Amabilidade, Autoafirmação e o total do IHS. Pró-sociabilidade correlacionou-se com Autoafirmação e Autocontrole. Confiança nas pessoas apresentou correlações significativas com Enfrentamento, Autoafirmação e Autocontrole.
Medida Sociométrica (Moreno, 1972). A técnica sociométrica clássica é feita solicitando-se aos integrantes de um grupo que escolham as pessoas com quem gostariam de executar alguma atividade e ordenando as escolhas, sendo que o mais escolhido recebe a pontuação mais alta e vai decaindo até o último escolhido. O critério sociométrico é normalmente uma situação relevante para o grupo em questão (Busto, 1979; Moreno, 1972). Dessa forma, estima-se a aceitação e rejeição das pessoas para uma dada atividade, determinando a estrutura grupal. Nessa pesquisa, considerou-se a atividade de estudar como relevante para o ambiente universitário (conforme já enfatizado por Horrocks & Wear, 1953) por se tratar de um âmbito acadêmico; assim como sair com os colegas para atividades sociais como ir a festas ou bares, já que se trata de uma época da vida em que a vida social do jovem está em expansão (Papalia & Olds, 2000).
No que se refere à quantidade de escolhas, optou-se por se reduzir para três o número de escolhas para facilitar o tratamento estatístico dos dados e otimizar a coleta de informações. Também Bustos (1979) e Moreno (1972) enfatizam em suas obras que podem existir tantos critérios sociométricos quantas ações do ser humano, podendo ser adotado qualquer critério, desde que preservadasua estruturabásica.Aestruturadetrês escolhas jáfoi adotada em outros estudos como de Sisto e colaboradores (2004).
Assim, solicitou-se, primeiramente, que cada aluno indicasse três colegas de sua sala de aula com os quais gostariam de estudar. Dessa forma, o primeiro colega indicado foi considerado com quem ele mais gostaria de estudar e assim sucessivamente. Feito isso, solicitou-se a indicação de três colegas de sala de aula com os quais não gostariam de estudar, sendo o primeiro escolhido considerado o mais rejeitado para essa atividade e assim por diante. Essas mesmas perguntas foram também feitas em relação à atividade de sair e foi explicado aos participantes que essa atividade consistia em qualquer atividade recreativa que fizessem extra-aulas em grupo como ir a um bar ou festa. As indicações positivas para cada uma das situações receberam pontos positivos sendo, +3 para o primeiro escolhido; +2 para o segundo; e +1 para o terceiro. Já às negativas atribuiu-se -3 para o menos escolhido; -2 para o segundo menos escolhido; e -1 para o terceiro.
Procedimento
Aplicaram-se os instrumentos de forma coletiva em sala de aula após o consentimento dos professores e da direção da instituição. A participação no estudo foi voluntária e não houve nenhum pagamento ou outras formas de indução para os participantes. Solicitou-se aos participantes a assinatura do termo de consentimento, obedecendo às regras de conduta ética na pesquisa com seres humanos (Comitê de ética Anhanguera Educacional, projeto nº 424/2010). Todas as medidas necessárias para assegurar o sigilo e a confidencialidade dos dados foram tomadas. O IHS-Del-Prette foi aplicado primeiro e seguiram-se as instruções do seu manual. A medida sociométrica foi administrada em seguida.
Resultados e Discussão
Inicialmente, procurou-se comparar os resultados da amostra do presente estudo com aqueles encontrados nos grupos normativos do estudo original de Z. Del Prette e A. Del Prette (2001). Para isso, foram calculados os escores z dos participantes, considerando-se a média e desvio padrão apresentados pela amostra normativa em função do sexo. Essa padronização foi feita para tornar comparáveis as medidas dos diferentes fatores que tem distintas quantidades de itens. As médias das pontuações encontradas na amostra estudada foram comparadas às do grupo normativo de Z. Del Prette e A. Del Prette (2001) com base em testes t de Student. A média dos escores, desvio padrão, e resultado dos testes t são apresentados na Tabela 1.
Por esses dados, verificou-se que a amostra deste trabalho apresentou médias mais elevadas em detrimento do grupo normativo nos fatores "Conversação e desenvoltura social" e "Autoexposição a desconhecidos e situações novas". No entanto, o tamanho do efeito encontrado não foi alto, sendo inferior a 0,4 desvios padrões. Isso sugere que, apesar das diferenças nesses escores da amostra, essas foram moderadas e apresentaram variância elevada, próxima a dos estudos de normatização, o que é positivo, pensando-se em análises correlacionais amplamente dependentes de variabilidade.
Em relação ao teste sociométrico, as pontuações de rejeição foram mais elevadas em comparação com as de aceitação. Cerca de 24% das pessoas apresentaram escores de rejeição para ambas as situações, aproximadamente 21% na situação de estudar e 19% para sair.
Cerca de 50% das pessoas não foram escolhidas nem na situação de estudar nem na de sair. Quanto às rejeições, aproximadamente 65% das pessoas não foram rejeitadas por ninguém em seus grupos. Esse resultado é consonante com os de Horrocks e Wear (1953) que sugeriram que grupos grandes apresentam maior número de pessoas não escolhidas e menor número de líderes (pessoas com muita aceitação no grupo). De fato, para estudar, somente uma pessoa foi muito aceita, recebendo 23 aceites para essa situação, e cerca de três pessoas conseguiram até 15 aceites. Na situação de sair, três pessoas receberam entre 13 e 15 aceites somente.
Examinaram-se em seguida os coeficientes de correlação entre as medidas sociométricas de aceitação e rejeição para cada situação e as pontuações do IHS-Del-Prette. Considerando que este último é analisado separadamente por sexo, também se investigou os coeficientes com essa separação. Com a amostra toda, somente dois coeficientes foram significativos e positivos, um deles entre o Fator 3 (Conversação e desenvoltura social) e rejeição para sair (r = 0,20; p = 0,043) e o outro entre o Fator 1 (Enfrentamento com risco) e aceitação para sair (r = 0,20; p = 0,017). Separadamente por sexo, somente um coeficiente configurou-se significativo e negativo para os homens, entre o Fator 5 (Autocontrole da agressividade) e as medidas rejeição para estudar (r = -0,25; p = 0,040). Para as mulheres, três coeficientes apresentaram significância estatística e foram todos positivos, entre o Fator 3 (Conversação e desenvoltura social) e rejeição para sair (r = 0,30; p = 0,023), entre o Fator 4 (Autoexposição a desconhecidos ou a situações novas) e aceitação para estudar (r = 0,27; p = 0,047) e sair (r = 0,28; p = 0,036).
Com base nesses resultados, verificam-se diferenças nas relações entre esses dois instrumentos em razão do sexo. A fim de testar o efeito dessas medidas com esses grupos separados foram realizadas análises de regressão entre as dimensões das habilidades sociais avaliadas pelo IHS-Del-Prette (variáveis independentes) sobre a aceitação e rejeição para estudar e sair (variáveis dependentes). Para isso, empregou-se a análise de regressão linear com método backward em que se inserem todas as variáveis preditoras no modelo inicialmente e mantém somente as que explicam maior variância da variável predita conforme a parcela única de variância de cada variável independente. A cada passo, são analisadas as correlações entre os resíduos da variável dependente em questão depois de retirada uma das independentes. O sumário dos modelos que apresentaram aANOVA significativa e porcentagem de variância explicada (Eta2) para cada um por sexo encontra-se na Tabela 2, juntamente com os valores de F, níveis de significância e graus de liberdade totais.
Por esses dados, observa-se que os modelos explicaram pouca variância das variáveis independentes, apesar de terem sido significativos. Nos homens, a rejeição para estudar e sair foi explicada, basicamente, pelo Fator 5 do IHS-Del-Prette (Autocontrole da agressividade), enquanto nas mulheres, a aceitação em ambas as situações indicou ser mais bem explicada pelo Fator 4 (Autoexposição a desconhecidos e situações novas) e a rejeição para sair foi explicada pelo Fator 3 (Conversação e desenvoltura social). Apesar de ser marginalmente significativo, o modelo que inclui o Fator 4 e aceitação para estudar foi apresentado em razão de esse ter apresentado um coeficiente de regressão significativo, juntamente com outras características de ajuste (que serão apresentadas na sequência) que permitiram a inclusão. Essa variável não foi excluída do modelo final fornecido pela análise de regressão.
A Tabela 3 também traz a informação sobre multicolinearidade entre as variáveis preditoras por meio dos índices estatísticos de Tolerância e Fator de Inflação da Variância (VIF). Para o primeiro, entende-se ser melhor quando o resultado encontrado é mais próximo de 1,00. O índice VIF indica se um previsor tem um relacionamento linear forte com outro(s) previsor(es), e seu valor não deve ser muito elevado.
Como podem ser notados, os dados obtidos nessa regressão estão ajustados, não denotando multicolinearidade. Isso é confirmado pelo fato de nenhum Condition Index ter sido maior que 10. Esse índice identifica as dimensões do espaço X (por uma análise de componentes principais) em que a dispersão é limitada suficientemente para causar problemas com a solução dos quadrados mínimos da regressão. Quando acima de 10, sugere uma fraca dependência entre tais dimensões que possam afetar as estimativas de regressão. Se estiverem acima de 100, sugerem problemas sérios de colinearidade nos dados em questão. Assim, o número de Condition Indexes no intervalo indica o número de dependências entre as variáveis contribuindo para problemas de colinearidade (para mais informações sobre a análise de regressão consultar Rawlings, Pantula, & Dickey, 1998).
Os coeficientes Beta obtidos fornecem informações sobre a relação entre as variáveis do IHS-Del-Prette e a aceitação e rejeição entre os pares nas atividades propostas e podem ser descritos em razão de cada situação em particular. Assim, no modelo 1, para os homens, cada pessoa que os rejeitam para sair tem as habilidades de autocontrole da agressividade em situações sociais aversivas reduzidas em 0,25 pontos em sua escala (pelo coeficiente Beta padronizado, para cada uma unidade de análise na variável dependente, avançam, nesse caso, 0,25 na independente). Em outros termos, quanto mais deficitárias tais habilidades, mais os homens tenderam a serem rejeitados nessa circunstância. Para Bustos (1979), o mau manejo da agressividade está relacionado às mutualidades negativas, ou rejeições. Neste trabalho, isso ocorreu somente no sexo masculino, sendo outros os fatores que explicaram a rejeição no sexo feminino. O bom ajuste emocional também não é característico de pessoas rejeitadas, conforme sugere Mill (1953). Para o autor, a ansiedade e tendências esquizóides e psicopáticas são características de personalidade atreladas à rejeição extrema (não populares). Cabe ressaltar que dificuldade no controle da agressividade também é característico de pessoas com esses traços de personalidade.
A agressividade também tem sido apontada como indicador de rejeição entre pares em crianças (Parke & Slaby, 1983). Também Sisto e Bazi (2000) encontraram que as meninas foram mais aceitas que os meninos nos grupos, e os estudantes mais aceitos apresentaram menos agressividade em comparação aos rejeitados. De fato, no presente trabalho, somente alguns comportamentos hábeis socialmente estiveram associados à aceitação e somente para as meninas.
No caso da situação de estudar (modelo 2), a redução das pontuações do Fator 5 a cada rejeição sofrida é de 0,29. Desse modo, para os homens, o controle da agressividade em situações aversivas parece ter um papel importante na não-rejeição por parte do grupo tanto para estudar como para sair, já que aqueles que não se controlam apropriadamente tenderam a ser rejeitados pelo grupo de forma geral.
Para as mulheres (modelo 3), cada rejeição para sair foi seguida de um aumento de 0,30 nas pontuações do Fator 3 (Desenvoltura social), sugerindo que o conhecimento apropriado de normas de relacionamento para o desempenho de habilidades como manter e encerrar conversação, reagir a elogios, abordar autoridades, recusar pedidos esteve vinculado à rejeição dos colegas de sala para a situação de sair. Esse aspecto convida a novas pesquisas, já que é razoavelmente inesperado ocorrer rejeição em pessoas que tendem a se expressar adequadamente. Analisando-se as respostas das mulheres aos itens dessa subescala, identificou-se que certas condutas ocorrem com pouca frequência nesse grupo e dizem respeito a abordar autoridades (55% dão respostas de nunca até com regular frequência), recusar pedidos abusivos (55% dão respostas de nunca até com regular frequência), reagir a elogios (41% dão respostas de nunca até com regular frequência), e encerrar conversações (41% dão respostas de nunca até com regular frequência). Assim, considerando-se que, em quatro dos sete itens desse fator, a maior parte da variabilidade esteve nas categorias de frequência mais baixa, talvez as dificuldades das mulheres em executar tais comportamentos estejam associadas à rejeição para sair. Problemas nas habilidades de comunicação também foram associados à rejeição entre pares em crianças nos estudos de Goldman et al. (1980) e Gottman et al. (1975).
Junto a isso, cada escolha para sair aumentou 0,27 da dimensão autoexposição a desconhecidos e 0,30 no caso de cada escolha para estudar. Esse fator caracteriza-se por comportamentos como fazer apresentações em público, pedir favores e fazer perguntas a desconhecidos. Isso parece se coadunar com a aceitação nessas situações, já que, na faculdade, essas pessoas podem ser aceitas para estudar pela facilidade em falar em público e para sair por conseguirem expressarem-se sem medo da reação do outro, sendo mais desinibidas (Z. Del Prette & A. Del Prette, 2001). Resultados semelhantes têm sido indicados na literatura que trata de crianças como o estudo de LaFontana e Cillessen (1999) que indicaram que comportamentos pró-sociais são característicos de crianças populares.
Considerações Finais
Uma das dificuldades identificadas na discussão dos resultados encontrados referiu-se à ausência de trabalhos na literatura que tratassem de habilidades sociais e aceitação e rejeição entre pares com universitários, havendo uma predominância de estudos com crianças nesse particular (Goldman et al., 1980; Gottman et al., 1975; Perry, 1979; por exemplo). Todavia, o trabalho de Horrocks e Wear (1953) com o teste sociométrico em estudantes universitários forneceu informações pertinentes para essa discussão e que devem ser trazidas à baila. Uma delas é que, os alunos orientados para o estudo e atividades acadêmicas formaram um grupo distinto do orientado para a aceitação social, apresentando diferenças quanto à autoestima e liderança, como também no planejamento e desenvolvimento de estratégias acadêmicas.
Isso é particularmente interessante de se pensar nas situações propostas aos alunos no presente estudo, que foi estudar e sair, sendo que a primeira envolve habilidades acadêmicas e a segunda, um investimento maior na relação social. Nesse sentido, seriam esperadas associações entre habilidades sociais e aceitação e rejeição diferentes para ambas as situações, o que, de fato, ocorreu, havendo ainda uma diferenciação por sexo.
No presente trabalho, a aceitação para ambas as situações não foi explicada por nenhuma faceta das habilidades sociais para os homens. Já nas mulheres, foi explicada somente pela autoexposição a desconhecidos, o que envolve comportamentos como fazer apresentações em público, pedir favores e fazer perguntas a desconhecidos. Nesse caso, não foram confirmadas as considerações de Horrocks e Wear (1953), já que um mesmo aspecto produziu aceitação para ambas as situações. Todavia, deve ser ressaltado que o trabalho de Horrocks e Wear (1953) não avaliou habilidades sociais específicas como as aqui apresentadas, além do que, as diferenças de sexo ora encontradas também não foram evidenciadas pelo autor. Assim, o presente estudo complementa as informações do autor nesses dois contextos. Outra diferença é que Horrocks e Wear (1953) controlaram o desempenho acadêmico dos estudantes, o que não foi considerado neste trabalho.
Quanto às rejeições, Bullock et al. (1988) consideravam que crianças que apresentassem tais características deveriam ser encaminhadas para um treinamento em habilidades sociais, salientando que somente essa informação não seria suficiente para se saber quais condutas poderiam ser treinadas, cabendo ao psicólogo esse papel. De fato, essa pesquisa elucida algumas das condutas socialmente hábeis de homens e mulheres universitários que podem ser empregadas em treinamentos em habilidades sociais para se evitar a rejeição entre pares e maximizar a aceitação. Todavia, há que se ter cautela, pois os modelos estabelecidos na análise de regressão não explicaram muita variância da aceitação e rejeição, indicando que houve casos em que as associações não ocorreram.
Atrelado a isso, outras características, como personalidade (Mill, 1953; Sisto et al., 2004), também estão associadas à aceitação-rejeição entre pessoas e podem ser mais bem investigadas em outros trabalhos. Finalmente, cabe ressaltar que os dados encontrados podem ser utilizados como evidência de validade para o teste IHS-Del-Prette, já que o teste sociométrico é indicado por inúmeros autores como um critério para validade de testes de habilidades sociais (Goldman et al., 1980; Gottman et al., 1975; Perry, 1979).
Recebido em 25.jan.10
Revisado em 18.abr.11
Aceito em 06.jun.11
Daniel Bartholomeu, mestre em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco, é doutorando em Avaliação Psicológica pela mesma universidade e professor no Centro Universitário Salesiano de São Paulo em Americana (UNISAL - Americana). Endereço para correspondência: Rua João Carbonari Jr., 214, Bl 28, apto 41. Vila Nova, Jundiainópolis, Jundiaí - SP. CEP: 13210-705. E-mail: d_bartholomeu@yahoo.com.br
Lucas de Francisco Carvalho, mestre na área de Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco, é doutorando em Avaliação Psicológica pela mesma universidade e professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-mail: lucas@labape.com.br
Marjorie Cristina Rocha da Silva, doutora em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco, é professora das Faculdades Integradas Einstein de Limeira. E-mail: silvamarjorie@yahoo.com.br
Fabiano Koich Miguel, doutor em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco, é professor Adjunto da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: fabianokm@gmail.com
Afonso Antonio Machado, doutor em Educação pela Universidade de Campinas, pós-doutor pela Universidade do Porto e Livre docente pela Universidade Estadual de São Paulo (Rio Claro), é professor Titular da Universidade Estadual de São Paulo (Rio Claro). E-mail: afonsoa@gmail.com
- Alberti, R. E., & Emmons, M. L. (1978). Your perfect right. San Luis Obispo: California, Impact.
- Argyle, M. (1969). Social interaction. Londres: Methuen.
- Argyle, M., & Kendon, A. (1967). The experimental analysis of social performance. Advances in Experimental Social Psychology, 3, 55-98.
- Bartholomeu, D., Nunes, C. H. S. S., & Machado, A. A. (2008). Traços de personalidade e habilidades sociais em universitários. Psico-USF, 13(1), 41-50.
- Bellack, A. S., & Morrison, R. L. (1982). Interpersonal dysfunction. In A. S. Bellack, M. Hersen, & A. E. Kazdin (Orgs.), International handbook of behavior modification and therapy (pp. 57-68). New York: Plenum Press.
- Buck, R. (1991). Temperament, social skills, and the communication of emotion: A developmental-interactionist view. In D. G. Gilbert & J. J. Connoly (Orgs.), Personality, social skills and psychopathology (pp. 66-78). New York: Plenum Press.
- Bueno, J. M. H., Oliveira, S. M. S. S., & Oliveira, J. C. S. (2001). Um Estudo correlacional entre habilidades sociais e traços de personalidade com universitários. Psico-USF, 6, 31-38.
- Bullock, M. J., Ironsmith, M., & Poteat, G. M. (1988). Sociometric techniques with young children: a review of psychometrics and classification schemes. School Psychology Review, 17, 289-303.
- Bustos, D. M. (1979). O teste sociométrico São Paulo: Brasiliense.
- Caballo, V. E. (2003). Manual de avaliação e treinamento das habilidades sociais São Paulo: Santos.
- Del Prette, A., Del Prette, Z. A. P., & Barreto, M. C. M. (1999). Habilidades sociales en la formación del psicólogo: análisis de un programa de intervención. Psicologia Conductual, 7(1), 27-47.
- Del Prette, Z. A. P., Del Prette, A., & Barreto, M. C. M. (1998). Análise de um inventário de Habilidades Sociais (IHS) em uma amostra de universitários. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 14(3). 219-228.
- Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2001). Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo Rio de Janeiro: Vozes.
- Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2001). Inventário de habilidades sociais: manual de aplicação, apuração e interpretação São Paulo: Casa do Psicólogo.
- Goldman, J. A., Corsini, D. A., & DeUrioste, R. (1980). Implications of positive and negative sociometric status for assessing the social competence of young children. Journal of Applied Developmental Psychology, 1, 209-220.
- Gottman, J., Gonso, J., & Rasmussen, B. (1975). Social interaction, social competence and friendship in children. Child Development, 46, 709-718.
- Hersen, M., & Bellack, A. S. (1977). Assessment of social skills. In A. R. Ciminero, A. S. Calhoun, & H. E. Adams (Orgs.), Handbook of behavioral assessment (pp. 509-554). Nova York: Wiley.
- Horrocks, J. E., & Wear, B. A. (1953). An analysis of interpersonal choice relationships of college students. Journal of Social Psychology, 38, 87-98.
- Hutz, C. S., Nunes, C. H. S. S., Silveira, A. D., Serra, J., Anton, M., & Wieczorek, L. S. (1998). O desenvolvimento de marcadores para a avaliação da personalidade no modelo dos Cinco Grandes Fatores. Psicologia: Reflexão e Crítica, 11, 395-409.
- Kagan, J., & Snidman, N. (1991). Temperamental factor in human development. American Psychologist, 46, 856-862.
- Kelly, J. A. (1982). Social-skills training: a practical guide for interventions. Nova York: Springer.
- LaFontana, K. M., & Cillessen, H. N. (1999). Children's interpersonal perceptions as a function of sociometric and peer-perceived popularity. The Journal of Genetic Psychology, 160, 225-242.
- Libet, J., & Lewinsohn, P. M. (1973). The concept of social skill with special reference to the behavior of depressed persons. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 40, 304-312.
- McFall, R. M. (1982). A review and reformulation of the concept of social skills. Behavioral Assessment, 4, 1-33.
- Mill, C. R. (1953). Personality patterns of sociometrically selected and sociometrically rejected male college students. Sociometry, 16, 151-167.
- Moreno, J. L. (1972). Fundamentos de la sociometria. Buenos Aires: Editorial Paidós.
- Morrison, R. L. (1990). Interpersonal dysfunction. In A. S. Bellack, M. Hersen, & A. E. Kazdin (Orgs.), International handbook of behavior modification and therapy (pp. 717-747). New York: Plenum Press.
- Papalia, D. E., & Olds, S. W. (2000). Desenvolvimento humano São Paulo: Artmed.
- Parke, R., & Slaby, R. (1983). The development of aggression. In P. Mussen & E. Hetherington (Orgs.), Handbook of child psychology: socialization, personality and social development (pp. 187-197). Nova York: Wiley.
- Parkhurst, J. T., & Hopmeyer, A. (1998). Sociometric popularity and peerperceived popularity: two distinct dimensions of peer status. Journal of Early Adolescence, 18, 125-144.
- Peery, J. C. (1979). Popular, amiable, isolated, rejected: a reconceptualization of sociometric status in preschool children. Child Development, 50, 1231-1234.
- Rawlings, J. O., Pantula, S. G., & Dickey, D. A. (1998). Applied regression analysis: a research tool (2Ş ed.). New York: Springer-Verlag.
- Rimm, D. C. (1977). Assertive training and the expression of anger. In R. E. Alberti (Org.), Assertiveness: innovations, applications, issues (pp. 51-77). California: Impact.
- Sisto, F. F., & Bazi, G. A. P. (2000). Escala de agressividade para crianças e jovens [Relatório Técnico]. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
- Sisto, F. F., & Martinelli, S. C. (2006). O papel das relações sociais na compreensão do fracasso escolar e das dificuldades de aprendizagem. In F. F. Sisto & S. C. Martinelli. (Orgs.), Afetividade e dificuldades de aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica (pp. 13-31). São Paulo: Vetor.
- Sisto, F. F., Oliveira, S. M. S. S, Oliveira, K. L., Bartholomeu, D., Oliveira, J. C. S., & Costa, O. R. S. (2004). Escala de traços de personalidade para crianças e aceitação social entre pares. Interação, 8, 15-24.
- Trower, P. (1982). Toward a generative model of social skills: a critique and synthesis. In L. P. Curran & P. M. Monti (Orgs.), Social skills training: a practical handbook for assessment and treatment (pp. 399-427). Nova York: Guilford Press.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Nov 2011 -
Data do Fascículo
Ago 2011
Histórico
-
Recebido
25 Jan 2010 -
Aceito
06 Jun 2011 -
Revisado
18 Abr 2011