Open-access ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO: INTERAÇÃO MÃE-CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL E HABILIDADES SOCIOCOMUNICATIVAS INFANTIS1

COMMUNICATION STRATEGIES: MOTHER-CHILD WITH VISUAL IMPAIRMENT INTERACTION AND CHILDREN SOCIOCOMUNICATIVE SKILLS

RESUMO

Este estudo analisou a interação de uma díade mãe-criança com deficiência visual, verificando-se as estratégias de comunicação utilizadas pela mãe, em duas situações contextuais, isto é, brincadeira livre e brincadeira estruturada, durante três etapas. Adotou-se a perspectiva sociointeracionista que afirma a relevância das interações sociais para o desenvolvimento sociocomunicativo infantil. Participou do estudo uma criança do sexo masculino, quatro anos de idade e com o diagnóstico da deficiência visual severa, e sua mãe. As observações foram filmadas, transcritas e analisadas por meio da descrição de episódios interativos. Verificou-se que as estratégias maternas utilizadas foram semelhantes ao longo das etapas, pelo uso do contato tátil e do direcionamento atencional. Os comportamentos infantis, em sua maioria, dificultaram o engajamento entre a díade. Destaca-se a importância dos programas de intervenção na promoção do desenvolvimento sociocomunicativo, através da indicação de estratégias maternas que poderão facilitar a participação infantil no processo interativo.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial; Estratégias de Comunicação; Interação; Deficiência visual

ABSTRACT

This study aimed to analyze the interaction between a mother and a child with visual impairment, through the examination of the communication strategies used by the mother in two contextual situations, that is, free play and structured play, in three steps. The social interaction perspective was adopted, which advocates the importance of social interactions for children's social and communication development. The participants of the study were a four-year-old male child, diagnosed with severe visual impairment and his mother. At each step two observations were made, totalizing six films, in which a video camera was used. The observations were transcribed and analyzed by describing the interactive scenes. It has been found that the maternal strategies used were similar throughout the steps, using tactile contact and attentional targeting. The child's behaviors mostly hampered the engagement between the dyad. The results highlights the importance of intervention programs in order to promote social and communication development, by indicating maternal strategies that can facilitate children's participation in interactive process.

KEYWORDS: Special Education; Communication Strategies; Interaction; Visual Impairment

1 INTRODUÇÃO

A partir de uma perspectiva sociocultural que tem Vygotsky (2007) como um dos principais representantes, o desenvolvimento humano é concebido como socialmente e culturalmente determinado. Neste sentido, as primeiras relações estabelecidas entre o bebê e o adulto são primordiais para o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas do bebê.

Tendo em vista que a aquisição da linguagem é eminentemente interacional, são relevantes os estudos que visam investigar os aspectos do ambiente da criança que promovem a sua aquisição. Considerando que são inúmeras as ocasiões em que as crianças se engajam em interações sociais, Hoff (2006) argumenta que estas oportunidades são fundamentais para o desenvolvimento linguístico e cognitivo. A interação social é, pois, o veículo fundamental para a transmissão dinâmica do conhecimento cultural e histórico, assumindo o envolvimento ativo de dois participantes nas trocas, que trazem diferentes experiências e conhecimentos, tanto em termos qualitativos como quantitativos (GARTON, 1992).

Oliveira et al. (2007) afirmam que na perspectiva proposta por Vygotsky, o desenvolvimento é dependente do aprendizado dos indivíduos em um determinado grupo cultural, a partir da interação com os demais membros. Será a aprendizagem que irá impulsionar o processo de desenvolvimento. Logo, na interação entre a mãe e a criança, por exemplo, estes dois aspectos, isto é, a aprendizagem e o desenvolvimento, irão acontecer a partir de um processo de envolvimento mútuo, através de atividades compartilhadas pela díade.

Ao considerar a linguagem enquanto culturalmente convencionalizada, Bruner (1997) retrata a importância dos contextos sociais para o seu desenvolvimento, sendo necessário que as crianças os reconheçam. A estes contextos comunicativos, Bruner (1997) chamou de formatos, os quais abarcam regularidades sociais e eventos sociais cotidianos. Cada formato apresenta regras implícitas, sendo considerado um veículo poderoso para a transformação das funções comunicativas iniciais em discursos linguisticamente mais sofisticados. Segundo este autor, é a cultura que dá moldes à vida e à formação da mente humana, sendo relevante não somente para a aquisição da linguagem, mas também para as relações socialmente estabelecidas, uma vez que promove significados às ações dos indivíduos, permitindo-lhes a interação.

Bruner (1997), influenciado pelas ideias de Vygotsky, compartilha a premissa de que a cultura e as interações sociais são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem da criança. Ambos concordam que o processo de aquisição linguística é facilitado pela interação devido à assistência oferecida por um parceiro mais competente com o qual a criança se engaja. Dessa maneira, o desenvolvimento social influencia o desenvolvimento individual e vice-versa. A criança, ao se desenvolver, apresentará uma linguagem que vai se tornando cada vez mais complexa, tanto em termos de forma como em termos de conteúdo.

A aquisição da linguagem em crianças com deficiência visual leva a atrair a atenção dos adultos e a produção da linguagem por parte delas é, provavelmente, a ferramenta mais poderosa na direção de outros para o foco de atenção dos objetos.

Neste sentido, o discurso dos pais para as crianças cegas precisa seguir o foco atencional das mesmas, contribuindo para uma interação que favoreça o desenvolvimento linguístico. O papel da mãe, neste contexto, é relevante, visto que ela é a responsável por promover a participação infantil. Esta constatação amplia a importância da mãe em assegurar não apenas uma experiência perceptual viva, mas também a inserção em um contexto de comunicação compartilhada (MEDEIROS; SALOMÃO, 2014).

Cunha, Enumo e Canal (2006) argumentam que devido à ausência da percepção visual, há uma lacuna ou defasagem na apropriação dos estímulos, sendo esta uma das principais dificuldades da criança com deficiência visual. As autoras mencionam a necessidade em oferecer à criança com deficiência visual experiências sistemáticas e planejadas, que precisam ter a mediação como subsídio qualitativo no favorecimento da aprendizagem e do desenvolvimento. A linguagem verbal e as estratégias utilizadas para iniciar e manter a interação com a criança com deficiência visual se apresentam como recursos essenciais e diferencias para o desenvolvimento da criança.

Neste sentido, o presente estudo teve por objetivo analisar, longitudinalmente, a interação mãe-criança com deficiência visual, verificando-se as estratégias de comunicação utilizadas pela mãe, em duas situações contextuais, isto é, uma situação de brincadeira livre e uma situação de brincadeira estruturada.

As estratégias de comunicação foram definidas a partir de todo comportamento comunicativo verbal e não verbal da mãe, como, por exemplo, os comportamentos de questionar, nomear, direcionar, aproximar e entregar objetos na mão da criança, dentre outros. Ao estudar as estratégias de comunicação materna visa-se discutir a sua importância no desenvolvimento de habilidades sociocomunicativas de uma criança com deficiência visual.

2 MÉTODO

2.1 PARTICIPANTES

Participou desta pesquisa uma díade mãe-criança com deficiência visual, sendo a criança do sexo masculino com quatro anos de idade, e diagnóstico de toxoplasmose congênita. Esta criança teve um deslocamento de retina que levou à ausência total da visão. O critério de inclusão adotado em relação à criança teve por princípio o critério de que fosse uma criança que apresentasse o diagnóstico da deficiência visual total e que não tivesse alterações neurológicas e/ ou motoras. Para a mãe, o critério de inclusão foi de que apresentasse idade maior de 18 anos e que fosse a principal cuidadora da criança.

O acesso à díade participante aconteceu por meio de instituições especializadas em atender crianças com deficiência visual. Através de um contato inicial presencial, a pesquisadora explanou o objetivo do estudo, e a mãe foi convidada a participar da pesquisa. Com a autorização da mãe foi realizada uma primeira visita à residência, na qual foram estabelecidos os procedimentos que seriam realizados.

2.2 INSTRUMENTOS

A fim de analisar a interação mãe-criança com deficiência visual para verificar estratégias de comunicação utilizadas pela mãe e, consequentemente, discutir a sua importância no desenvolvimento sociocomunicativo de uma criança com deficiência visual, foram realizadas filmagens com a díade, através das quais se utilizou uma câmera de vídeo digital e um cronômetro para demarcar o tempo de 20 minutos de duração.

Além da câmera de vídeo e do cronômetro, foram utilizados brinquedos próprios da criança e brinquedos propostos pela pesquisadora, os quais compuseram os episódios interativos.

2.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados foi realizada na residência da díade, dando preferência por um momento do dia em que estivessem presentes em casa somente a mãe, a criança e a pesquisadora, a fim de evitar possíveis interrupções.

A díade foi observada em três etapas, sendo que em cada etapa foi realizado uma observação na situação de brincadeira livre e outra observação na situação estruturada, totalizando-se seis filmagens. As etapas aconteceram com intervalos de dois meses. Optou-se pelo intervalo de dois meses entre as etapas a fim de verificar possíveis mudanças nas estratégias de comunicação maternas, decorrentes, sobretudo de possíveis mudanças observadas no comportamento comunicativo da criança.

No que diz respeito à situação de brincadeira livre, a díade foi instruída a brincar de forma natural, isto é, o objetivo foi tornar a situação o mais próximo da realidade. Nesta situação, os brinquedos e objetos utilizados foram escolhidos pela mãe e pela criança.

Em relação à situação de brincadeira estruturada, a pesquisadora propôs, para cada filmagem, o uso de um brinquedo específico, previamente selecionado, a partir da idade da criança e da sua condição visual. A mãe foi instruída sobre como utilizar o brinquedo, sendo ainda informada sobre o propósito do mesmo.

2.4 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

Todas as filmagens realizadas foram transcritas, a partir da identificação dos comportamentos comunicativos maternos e infantis. Dos 20 minutos filmados, os dez minutos intermediários foram transcritos na íntegra.

Os comportamentos maternos foram identificados através das estratégias de comunicação já referidas e os comportamentos infantis foram identificados através do uso de diferentes gestos comunicativos; expressões verbais e ações que indicaram um comportamento intencional. Os dados foram, portanto, analisados por meio de uma descrição minuciosa dos episódios interativos identificados, os quais possibilitaram verificar as estratégias de comunicação maternas utilizadas frente ao comportamento comunicativo infantil.

2.5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS

Este estudo está ciente da importância da resolução MS 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e, portanto, antes da realização da pesquisa, foi submetido o projeto ao Comitê de Ética do Hospital Universitário Laureano Wanderley (HULW), tendo sido aprovado sob o número do protocolo 644/10. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido contendo os objetivos do estudo, a não obrigatoriedade em participar e o anonimato dos participantes foi entregue e assinado pela mãe.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A identificação de um episódio interativo acontece a partir do critério adotado por Medeiros e Salomão (2014) as quais assinalam que um episódio interativo é constituído quando há a realização de uma atividade em comum por parte de seus integrantes, isto é, o adulto e a criança compartilham a atenção diante de um mesmo objeto ou evento. Portanto, realizou-se uma análise minuciosa dos comportamentos comunicativos maternos e infantis, identificados através de episódios interativos. A análise minuciosa possibilita a apreensão dos processos de trocas interativas, as estratégias de comunicação entre mãe e criança e uma descrição detalhada dos contextos situacionais.

Para o presente estudo, optou-se por apresentar a análise dos dados através de três etapas, tendo em vista que cada etapa compõe dois momentos observacionais, nas duas situações contextuais já descritas. A discussão será feita concomitante à apresentação dos dados, para que, ao final do estudo, seja possível compreender as mudanças e/ou a estabilidade nas estratégias de comunicação utilizadas pela mãe ao longo das observações. Ressalta-se ainda que todos os nomes citados são fictícios, a fim de preservar a identidade dos participantes.

3.1 PRIMEIRA ETAPA

Na situação de brincadeira livre a díade estava na sala de estar da casa, sendo que tanto a criança quanto a mãe estavam sentadas no chão, em cima de um tapete. Para compor o episódio interativo, a mãe optou por alguns brinquedos, como: uma bola; uma galinha em miniatura de plástico; um cachorrinho de plástico e um carrinho também de plástico.

O episódio interativo tem início com a mãe chamando a atenção da criança para a galinha de plástico. Para isso, aproxima a mão da criança do objeto, mas a criança se volta para o carrinho que está próximo ao seu campo táctil, conforme o exemplo ilustrativo a seguir:

A mãe, movimentando a galinha de plástico para frente e para trás, pega a mão da criança para tocar o objeto e verbaliza: [eita, olha a galinha]. A criança, por sua vez, afasta a própria mão da galinha e pega um carrinho de plástico que está em sua frente, aproximando-o da boca. A mãe diz: [assim oh, esse carrinho né prá tá assim não, é prá brincar] e tenta afastar o carrinho da boca da criança, mas a criança afasta brevemente o carro e logo em seguida aproxima novamente da sua boca.

Identifica-se que a mãe tenta brincar com a criança, fazendo referência aos objetos que estão presentes, mas a criança parece não demonstrar interesse e se volta apenas para o carro, ora manuseando-o ora aproximando-o da boca. A estratégia da mãe identificada ao longo do episódio interativo foi de chamar a criança para brincar com ela, inclusive utilizando da extensão dos braços em direção a mesma, como se esta estratégia fosse possível de ser visualizada pela criança. Parece haver uma dificuldade da mãe em compreender a limitação visual da criança, o que, por conseguinte, dificulta o engajamento direto entre a díade.

Já no final do episódio, a mãe chama a criança para brincar de bola e para isso, começa a jogar a bola em sua direção. Mas, novamente, a criança parece não querer brincar. A mãe insiste para que a criança brinque de bola com ela e a criança apenas repete a palavra bola, mas continua voltada para o carrinho. A apresentação da palavra "bola" por parte da criança poderia ser uma pista interativa a ser utilizada pela mãe para dar continuidade ao processo interativo, a partir da introdução de um diálogo, por exemplo. No entanto, a mãe não menciona nada a esse respeito e apenas continua a jogar a bola em direção à criança, a qual não responde a esta ação.

Na presente pesquisa sustenta-se a ideia de que a interação mãe-criança com deficiência visual será beneficiada através de estratégias de comunicação maternas diferenciadas que possam trazer a atenção da criança para um foco conversacional em comum. A presença de experiências constantes e bem estruturadas possibilita que a díade estabeleça um formato comunicacional que irá facilitar a compreensão entre ambos, especificamente da mãe, que tende a interpretar as ações infantis (CUNHA; ENUMO, 2003).

No episódio interativo descrito identifica-se a dificuldade da mãe em voltar a atenção da criança para outro objeto que não o carrinho que está nas mãos da criança. O fato de a mãe ter introduzido diferentes objetos como a galinha de plástico e depois a bola, pode ter dificultado ainda mais a participação da criança, já que tanto o direcionamento como o redirecionamento podem promover quebras de atenção e assim, dificilmente haverá um engajamento entre a díade. Em contrapartida, a estratégia de manter a atenção através do foco compartilhado irá favorecer a comunicação entre a mãe e a criança e, em se tratando de uma criança cega, o toque e a fala serão fundamentais para esta manutenção (FONTE, 2013).

No que diz respeito à situação de brincadeira estruturada, a pesquisadora sugeriu o uso de peças de plástico com diferentes formas que tinham por objetivo formar uma corrente, por meio do ato de encaixar as peças entre si.

O episódio tem início com mãe e criança sentadas lado a lado, em um sofá. A mãe entrega nas mãos da criança algumas peças de plástico e verbaliza para a criança o que deve ser feito, isto é, afirma que as peças devem ser conjuntamente encaixadas. A criança segura as peças em suas mãos, mas não as encaixa. A mãe utiliza da estratégia de suporte de apoio, isto é, por meio do contato físico com a criança, a mãe a ajuda a encaixar as peças. Quando as peças vão aos poucos sendo encaixadas, a mãe faz uso de feedbacks de aprovação, os quais provavelmente foram utilizados com a função de incentivar a criança no manuseio das peças, conforme o exemplo a seguir:

A mãe, olhando em direção à criança diz: [Encaixou! Muito bem! Oh, aqui a outra, oh, segure assim]. Logo em seguida a mãe aproxima uma peça da mão da criança, a qual atende à solicitação materna de forma adequada, pois segura a peça.

Por se tratar de uma situação com um fim em si mesmo, já que o objetivo era formar uma corrente com as peças de plástico, pode-se inferir a preocupação materna em ter a atividade realizada, o que a levou a fazer uso também das requisições de solicitação geral, além do uso de comentários gerais sobre a participação infantil. Para além do uso das estratégias verbais, a mãe também fez uso dos gestos comunicativos, sobretudo o gesto de aproximar e de entregar o objeto nas mãos da criança.

A importância dos gestos comunicativos reside na constatação de que eles podem facilitar a participação infantil, já que podem promover na criança o interesse no processo interacional, resultando, consequentemente, em uma participação ativa e dinâmica. É importante mencionar que na criança cega, o contato físico, por meio do uso e compartilhamento de objetos também se mostra como um comportamento relevante e diferencial para promover a interação com a mãe (MEDEIROS, 2013).

Ao dividir com a criança uma peça de um brinquedo, por exemplo, a mãe também pode fazer uso de expressões verbais que visem descrever a sua ação e a ação da criança, possibilitando que a criança, por sua vez, compreenda as ações que estão sendo realizadas e assim, obtenha as informações necessárias para que o fluxo interacional transcorra. Tais estratégias foram observadas na situação de brincadeira estruturada, o que possibilitou o engajamento direto entre a mãe, a criança e o objeto.

A esse respeito, os estudos da área (AQUINO; SALOMÃO, 2011; TOMASELLO, 2003), afirmam que contextos de atenção conjunta, isto é, quando na interação, mãe e criança compartilham a atenção diante de um terceiro objeto ou evento, serão favoráveis ao desenvolvimento sociocomunicativo infantil, pois possibilitam uma ligação entre o objeto e seu referente linguístico, a partir do momento em que a díade tem a atenção voltada para o mesmo objeto.

Segundo Aquino e Salomão (2011), a habilidade da atenção conjunta será desenvolvida em um contexto sociocultural que apresenta ações compartilhadas entre os parceiros em interação. Na interação com a criança cega, as estratégias de comunicação utilizadas que poderão facilitar o reconhecimento da criança, do objeto e do processo interativo serão alicerçadas com base no tato e na audição, conforme preconizam as pesquisas realizadas (COLUS, 2012; FONTE, 2013; MEDEIROS; SALOMÃO, 2012).

De um modo geral, identificou-se no primeiro episódio que, ao considerar a idade da criança, isto é, quatro anos e dois meses, esperava-se que ela fosse capaz de elaborar frases e de construir um diálogo com a mãe, algo que não foi verificado no episódio e que pode dar indícios de um possível atraso linguístico. Por outro lado, considerando o contexto e sua influência no comportamento infantil, é necessário apontar que o funcionamento da atenção conjunta na criança com deficiência visual terá por base o envolvimento no objeto de interesse, o que não foi observado no recorte do episódio. Isto pode justificar as poucas verbalizações apresentadas pela criança.

No que diz respeito à situação de brincadeira estruturada, houve uma maior participação da criança no episódio interativo, o que possibilitou identificar um engajamento direto entre a díade e o brinquedo. Possivelmente a estratégia materna adotada, ou seja, o compartilhamento do brinquedo utilizado tenha facilitado o contato com a criança.

Ao considerar a linguagem como um instrumento de interação social e de constituição do indivíduo, atenta-se para a relevância de observar as competências linguísticas e sociais da criança com deficiência visual, o que é possível de ser realizado através da observação da criança em contextos que denotem processos, com diferentes possibilidades de interação tanto com objetos como com pessoas (ZERBERTO; BATISTA, 2013). As formas com as quais a criança brinca com objetos e mesmo com parceiros sociais possibilitam acesso ao desenvolvimento infantil de forma processual, evidenciando mudanças e/ou estabilidades na forma de comunicação.

A seguir serão apresentados e discutidos os dados obtidos na segunda etapa do estudo.

3.2 SEGUNDA ETAPA

Nesta segunda etapa a situação de brincadeira livre aconteceu com uso de uma bola, de um cachorrinho de plástico, de uma galinha e um pato também de plástico. Assim como na etapa anterior, a díade esteve sentada no chão da sala de estar da casa. A criança estava de frente para a mãe e entre elas estavam os brinquedos já citados.

A estratégia materna adotada foi de estar em contato com a criança através do toque, o que é fundamental para promover o afeto na interação social, além de ser uma forma de comunicação positiva, sobretudo quando se considera a interação com a criança cega. Todavia, identificou-se que a criança pareceu não estar interessada nos objetos presentes, tendo em vista ter apresentado comportamentos de esquiva, virando-se de costas para a mãe e não atendendo as suas solicitações:

A mãe está de joelhos, em frente à criança quando diz: [Olha, Lúcio, vira!] e assim, pega a criança e vira para o seu lado. A criança nada diz e vira o corpo para o lado oposto da mãe, ficando de costas para ela. A mãe então diz: [Olha tia Clara, olha!] e ao falar, movimenta uma bola no chão. A criança repete e fala, com uma entonação mais elevada: [Claraaa], mas continua de costas para a mãe. A mãe continua batendo a bola no chão e então diz: [Brinca com a mamãe, chega, vira, Lúcio! Olha aqui, oh], mas a criança não responde à sua solicitação.

No transcorrer do episódio, a análise da situação possibilita identificar também que a criança esteve em contato com os objetos de maneira rápida, isto é, quando a mãe solicitou que ela pegasse determinado brinquedo, a criança atendeu à requisição, mas logo se voltou para outro objeto. Provavelmente a estratégia materna de redirecionar o comportamento da criança pode ter dificultado uma maior participação infantil em atender as solicitações (FONTE, 2013; MEDEIROS, 2013).

Espera-se que na criança cega o reconhecimento dos objetos seja realizado por meio da manipulação dos mesmos, já que através do toque a criança poderá identificar diferentes formas, texturas e tamanhos. Logo, o gesto de manipular objetos pode auxiliar no desenvolvimento da criança, especialmente no desenvolvimento cognitivo. Isto porque se a mãe que está interagindo com a criança, por exemplo, fizer uso de expressões verbais e estratégias diversas, como nomear e descrever os objetos, os quais visem facilitar o reconhecimento dos objetos por parte da criança, provavelmente, com as experiências bem estruturadas e constantes, a criança irá apreender os significados dos objetos e assim, será capaz de nomeá-los e identificá-los (AQUINO; SALOMÃO, 2009).

Destaca-se a importância em compreender as especificidades no desenvolvimento da criança com deficiência visual, tanto em termos de suas potencialidades como também a partir das dificuldades apresentadas, sobretudo nas interações com pessoas e com o ambiente.

Na situação de brincadeira estruturada foi utilizado um telefone de plástico. A díade

mais uma vez esteve sentada no chão da sala de estar, sendo que mãe e criança estavam lado a lado. A mãe ajudou a criança a utilizar o telefone, aproximando-o do campo tátil infantil e simulou uma ligação. Para tanto, a estratégia utilizada foi de aproximar o telefone do próprio ouvido e depois do ouvido da criança, conforme se verifica a seguir:

A mãe pega o fone e aproxima do ouvido da criança e diz: [Alô? Kaline? - Sim é Kaline - fala aqui com Kaline]. A criança segura o telefone no ar e não responde verbalmente. A mãe em seguida diz: [Não, tá errado. É assim oh] e então ajeita o telefone próximo ao ouvido da criança, a qual segura o telefone.

O fluxo interativo se configura com a mãe tentando realizar a brincadeira de faz-de-conta com a criança, ao aproximar o objeto e ao utilizar expressões que caracterizam uma ligação telefônica. As estratégias utilizadas, além do contato físico, isto é, do ato de tocar a criança e de aproximá-la do objeto, foram também verbais, quando a mãe utiliza do direcionamento como forma de chamar a atenção da criança para o episódio interativo. A esse respeito, a análise do comportamento diretivo possibilita compreender o quanto a mãe regula ou mesmo dirige o comportamento infantil. O comando ou a ordem dada pode ser realizado através de convites, de incentivos, de sugestões e mesmo por meio de ajuda física (SÍGOLO, 2000), o que foi verificado neste episódio.

A dificuldade observada no compartilhamento da atenção da díade diante do objeto em cena, isto é, o telefone, incita ao questionamento já realizado por Fonte (2013), qual seja: qual é a compreensão que a criança tem quanto ao seu papel na cena de atenção conjunta?

Para além desta pergunta, questiona-se também a participação do adulto em possibilitar esta compreensão. Isto porque concorda-se com Bigelow (2003), segundo a qual as crianças com deficiência visual apresentam atrasos e dificuldade no estabelecimento de um foco conversacional em comum e para que haja uma interpretação deste foco, estas crianças precisam de informações auditivas e táteis.

É papel do adulto promover a inserção da criança com deficiência visual na cena de atenção conjunta. Esta promoção acontece a partir do uso de estratégias de comunicação diferenciadas, as quais precisam partir do nível de interesse inicial da criança, a fim de manter a atenção já estabelecida.

Destaca-se, no entanto, que nesta segunda etapa, nas duas situações contextuais houve uma dificuldade de engajamento direto entre a díade, tendo em vista que apesar das estratégias contextualizadas utilizadas pela mãe, a criança pareceu não estar interessada no processo interativo, voltando-se ora para um objeto específico, ora para si mesma. A seguir os dados obtidos na última etapa deste estudo.

3.3 TERCEIRA ETAPA

Na última etapa de realização das filmagens a situação de brincadeira livre foi composta por um maior número de objetos quando comparado com as etapas anteriores. A díade esteve presente na sala de estar da casa, na qual mãe e filho ficaram sentados no chão, mas diferentemente das observações já descritas, nesta etapa a mãe colocou a criança sentada em sua frente, de costas para ela e justificou esta escolha porque disse ter sido instruída que dessa maneira ela poderia auxiliar a criança a realizar as atividades, segurando os seus braços. Esta instrução foi dada à mãe por uma funcionária do Instituto dos Cegos, instituição localizada em cidade próxima à residência da família, que a criança passou a frequentar no decorrer deste estudo.

Na brincadeira livre foram utilizados os seguintes objetos: uma guitarra de plástico que apresenta diferentes sons ao ser manuseada; animais de plástico em miniatura; dois carrinhos de plástico e alguns bonecos também de plástico.

Assim como nas observações anteriores, a mãe utilizou da estratégia comunicativa de aproximar e entregar o objeto na mão da criança. No entanto, por estar por trás da criança, além deste gesto, a mãe também manipulou juntamente com a criança o objeto, isto é, os animais de plástico. A estratégia de estar por trás da criança a fim de auxiliá-la no manuseio dos brinquedos possibilitou que a criança estivesse focada nas solicitações maternas, o que promoveu uma continuidade no processo interativo. A criança, por sua vez, apresentou o comportamento de resposta à solicitação materna do tipo adequado verbal, o que pode indicar crescimento em termos linguísticos, além de uma maior compreensão do que fora solicitado pela mãe. O exemplo ilustrativo a seguir mostra a construção de frases por parte da criança, algo que não foi identificado nas observações anteriores:

A criança, segurando um boneco de plástico em suas mãos, diz: [Encaixar, encaixa vai, encaixa. Que bom!]. A mãe, por sua vez, repete o que a criança verbalizou [Encaixa, que bom] e passa as mãos pelos cabelos da criança, sorrindo. A criança estende a mão em direção à mãe para tocar-lhe o rosto, a qual lhe beija a face.

A criança com deficiência visual, conforme já discutido neste estudo, depende da interação com os parceiros sociais para obter autonomia e autoconfiança, o que repercutirá no desenvolvimento sociocomunicativo, conforme identificado no episódio descrito.

O manuseio dos objetos de forma convencional e adequada pode ser um indício de avanço sociocomunicativo por parte da criança, tendo em vista a possibilidade verificada de compartilhar o foco atencional com a mãe. Segundo Ruiz e Batista (2014), ao observar as ações infantis ao receber ajuda de um adulto, é possível apreender as potencialidades que esta criança possa vir a apresentar futuramente. Por outro lado, a ausência de oportunidades dificulta o desenvolvimento infantil, podendo, inclusive, explicar o fato de a criança apresentar atrasos em determinadas áreas, como na linguagem.

A situação de brincadeira estruturada também foi realizada na sala de estar da casa da díade, na qual mãe e criança estão sentadas lado a lado. Esta situação teve como cenário interativo o uso de 75 peças de plástico para serem encaixadas de maneiras diversas, a partir da sua forma geométrica. Inicialmente, a mãe convida a criança para juntas montar uma casinha com as diferentes peças que estão espalhadas entre elas:

A mãe ao verbalizar [É, chega, vira prá mãe. Vamo fazer uma casinha, né? É, vamo brincar. Cadê a pecinha, Lúcio?], pega uma peça e entrega na mão da criança e logo em seguida pega as duas mãos da criança para ajudá-la a encaixar a peça.

A criança, por sua vez, parece não estar interessada na brincadeira, virando-se de costas para a mãe três vezes. A estratégia materna inicial é de chamar a criança pelo nome, com uma entonação mais elevada e de tocar a criança, inclusive virando-a em sua direção. A criança atende à solicitação materna, mas o faz de maneira breve.

Evidenciam-se as tentativas maternas em direcionar e redirecionar a atenção da criança, através de uma entonação verbal mais elevada e por meio do ato de entregar peças nas mãos da criança. Apesar de ter demonstrado, inicialmente, dificuldade em voltar a atenção da criança para o brinquedo já caracterizado, a mãe conseguiu realizar com a criança a atividade proposta, utilizando-se principalmente da estratégia de direcionar e também de aprovar o comportamento infantil. Por outro lado, a criança ajudou a manter o foco conversacional compartilhado, sobretudo quando apresenta um sorriso, conforme o exemplo a seguir:

A mãe, segurando algumas peças nas mãos, diz: [ÊÊÊ, eita. Vamo brincar. Eitaaa, ficou grande a torre de Lúcio]. A criança apresenta um sorriso e movimenta uma peça no ar.

Considera-se que tanto as satisfações materna e infantil demonstradas através de feedbacks de aprovação e por meio do sorriso, respectivamente, são comportamentos comunicativos que favorecem a participação de cada membro em interação. Ao se considerar o princípio da bidirecionalidade, evidencia-se não apenas a participação ativa de cada um dos participantes, mas também o quão um comportamento influencia a ocorrência do outro.

De um modo geral, os dados analisados possibilitam verificar que não houve mudanças significativas nas duas primeiras etapas no que diz respeito às estratégias de comunicação utilizadas pela mãe para promover a participação infantil. Verificou-se que a mãe fez uso, sobretudo, de estratégias verbais, por meio das solicitações e do uso de diretivos, através de comandos e sugestões, além do uso de comportamentos não verbais, como o ato de aproximar e entregar os objetos na mão da criança. Houve mudança na terceira etapa, conforme apresentado anteriormente.

A criança, por sua vez, apresentou comportamentos de esquiva e mesmo de isolamento, quando se volta de costas para a mãe, por exemplo. Em relação ao desenvolvimento sociocomunicativo da criança, apesar de não terem sido identificados diálogos complexos com a mãe, foi possível apreender maior participação infantil no processo interativo e mudanças no uso da linguagem verbal, a qual, inicialmente era composta por palavras soltas e na terceira etapa observou-se uma linguagem focada nas solicitações maternas.

Resultados de estudos da área (MEDEIROS; SALOMÃO, 2014; SILVA; BATISTA, 2011; RUIZ; BATISTA, 2014) mostram a importância do contexto interativo e da atribuição dada pelos adultos aos comportamentos infantis. Com base na perspectiva sociohistórica de Vygotsky, considera-se que por meio das interações, práticas sociais são vivenciadas, significados e sentidos são compartilhados e construídos. O papel dos adultos é fundamental, pois são eles que interpretam as ações das crianças, de modo a ser possível perceber indícios de desenvolvimento.

A visão bidirecional dos processos interativos analisados na presente pesquisa possibilita compreender a participação da mãe e da criança, mas principalmente o quanto o comportamento de um influencia o comportamento do outro. Neste sentido, pode-se inferir que houve uma dificuldade na díade em interagir de forma conjunta, no início dos episódios interativos.

Esta constatação é relevante para se pensar em estratégias de intervenção que visem facilitar a comunicação entre a mãe e a criança com deficiência visual, já que a ausência da visão por parte da criança pode dificultar na mãe a interpretação das suas ações e intenções.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo objetivou analisar a interação mãe-criança com deficiência visual, a partir da identificação das estratégias de comunicação utilizadas pela mãe, em dois contextos situacionais: situação de brincadeira livre e situação de brincadeira estruturada, para discutir a importância destas estratégias no desenvolvimento linguístico infantil.

A análise dos dados indicou o uso de estratégias por parte da mãe para comunicar-se com a criança, a partir da relação com o contexto sociointerativo, isto é, os brinquedos utilizados e a participação ativa ou não da criança influenciaram o comportamento comunicativo materno.

Nesse sentido, diversas estratégias de comunicação podem ser adotadas como forma de configurar episódios interativos e consequentemente promover o desenvolvimento sociocomunicativo da criança com deficiência visual. A introdução de elementos diferentes e contextualizados na interação mãe-criança cega, por exemplo, pode favorecer o reconhecimento infantil dos objetos presentes no ambiente.

Ao se pensar nas interações sociais entre mãe e criança cega, é necessário considerar que a ausência da visão pode implicar em dificuldades por parte da mãe em interpretar os sinais apresentados pela criança. Neste sentido, destaca-se a importância da comunicação afetiva entre a díade, tendo em vista que os sentimentos revelados no processo interacional podem fornecer indícios fundamentais para compreender a participação ativa de cada membro em um contexto social específico.

A análise do presente estudo caracteriza os comportamentos comunicativos de uma díade, inserida em um contexto social específico e com características peculiares, as quais, indubitavelmente, influenciaram as configurações dos episódios interativos. Destaca-se, pois, a importância de novos estudos a serem realizados com outros participantes, em contextos diversos e que possam, a partir das análises a serem realizadas, discutir e elaborar programas de intervenção na comunicação mãe-criança com deficiência visual.

REFERÊNCIAS

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    http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382115000400006

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2015

Histórico

  • Recebido
    02 Abr 2015
  • Revisado
    30 Nov 2015
  • Aceito
    01 Dez 2015
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