Resumo
O estudo analisou os fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado na população adulta brasileira. Estudo transversal com dados laboratoriais de 8.534 indivíduos coletados na Pesquisa Nacional de Saúde. Calculadas as prevalências de LDL-Colesterol <130 e ≥130 mg/dL. A variável desfecho foi LDL-Colesterol aumentado (≥130 mg/dL) e as variáveis explicativas foram sociodemográficas, antropométricas, estilo de vida, doenças crônicas e autoavaliação de saúde. Para verificar as associações, utilizou-se regressão de Poisson e estimou-se as razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança (IC) 95%. A prevalência de LDL-Colesterol aumentado foi 18,58%. No modelo final multivariado associaram-se ao desfecho: idade entre 30 a 44 anos (RP 1,99; IC 1,58-2,54), 45 a 59 anos (RP 2,89; IC 2,29-3,64) e 60 anos ou mais (RP 2,90; IC 2,29-3,68), região Nordeste (RP 1,16; IC 1,02-1,32), sobrepeso (RP 1,32; IC 1,15-1,51), obesidade (RP 1,41; IC 1,19-1,65) ou anemia (RP 0,66; IC 0,54-0,80). O LDL-Colesterol aumentado associou-se ao envelhecimento, sobrepeso, obesidade, morar na região Nordeste e ter anemia. Monitorar os níveis de LDL é importante, pelo risco aumentado com envelhecimento, para orientar ações de estilos de vida saudáveis e diagnóstico em locais de menor acesso.
Palavras-chave: LDL-Colesterol; Dislipidemias; Inquéritos epidemiológicos; Fatores de risco; Testes laboratoriais
Abstract
The study analyzed factors associated with high LDL-Cholesterol in Brazilian population. This is a cross-sectional study with laboratory data from 8,534 individuals collected in National Health Survey were analyzed. The prevalence levels of LDL-Cholesterol <130 and ≥ 130 mg/dL were calculated. The outcome variable was high LDL-Cholesterol (≥ 130 mg/dL) and explanatory variables were sociodemographic, anthropometric, lifestyle, chronic diseases and self-rated health. To Poisson regression was used and estimated prevalence ratios (PR) with 95% confidence levels (CI) to verify associations. The prevalence of high LDL-Cholesterol was 18.58%. In the final multivariate model were associated with the outcome: 30 to 44 years (PR 1.99; CI 1.58-2.54), 45 to 59 years (PR 2.89; CI 2.29-3.64), 60 years or more (PR 2.90; CI 2.29-3.68), living in the Northeast Region (PR 1.16; CI 1.02 - 1.32), overweight (PR 1.32; CI 1.15-1.51), obesity (PR 1.41; CI 1.19-1.65) or anemia (PR 0.66; CI 0.54-0.80). The LDL-Cholesterol was associated with aging, overweight, obesity, live in the Northeast and anemia. The monitoring of LDL levels is relevant, due to the increased risk with age, and can guide the adopting healthy lifestyles and diagnosis in places with lower access.
Key words: Cholesterol; LDL; Dyslipidemias; Health surveys; Risk factors; Laboratory test
Introdução
A população adulta, no Brasil e em outros países, está exposta às condições de adoecimento decorrentes de níveis altos de colesterol. Na década de 1960, foram apresentadas evidências de que valores elevados de colesterol sérico aumentavam o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM)1; desde então, pesquisas confirmaram a associação entre os níveis altos de colesterol, não apenas com risco de IAM, mas também de doenças arteriais periféricas e acidentes vasculares2.
As concentrações anormais de lipídios, ou lipoproteínas, circulantes na corrente sanguínea, especialmente o colesterol e os triglicerídeos (TG), são definidas como dislipidemias, as quais cursam com ou sem repercussão sobre o território vascular, associadas a outras manifestações clínicas que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares3,4. As dislipidemias podem ser resultados de anormalidades genéticas, doença subjacente ou decorrentes de fatores ambientais5.
Sabe-se que a elevação dos níveis do colesterol lipoproteína de baixa densidade (LDL-Colesterol) é um dos principais contribuintes para doenças cardiovasculares (DCV) ateroscleróticas6,7. As lipoproteínas são responsáveis pelo transporte e pela solubilização dos lípides. São compostas por lípides e proteínas denominadas Apolipoproteínas (Apo). Uma das classes de lipoproteínas é rica em colesterol e inclui as lipoproteínas de baixa densidade (LDL), que é a principal transportadora de colesterol na circulação para os tecidos periféricos8. A LDL está diretamente relacionada à patogênese da aterosclerose, que é considerada a base da maioria dos eventos cardiovasculares9. Dessa forma, essa lipoproteína é apontada como o melhor preditor de risco cardíaco2 e tem sido alvo terapêutico para reduzir os riscos de DCV10.
O último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2009, mostrou que os níveis aumentados de colesterol sérico causaram 2,6 milhões de mortes e 29,7 milhões de anos de vida perdidos por morte prematura e incapacidades11. Especificamente para os riscos atribuídos ao LDL-Colesterol aumentado, em 2017, estimativas apontaram a ocorrência de 4,3 milhões de mortes globais, correspondendo a 7,7% de todos os óbitos e 94,9 milhões de anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALYS)12,13. No Brasil, também evidencia-se a expressiva carga de morte e incapacidade atribuída ao LDL-Colesterol aumentado, apenas em 2017 estimou-se a ocorrência de 99.315 óbitos (7,36% do total de mortes) e a perda de 2.335.294,99 DALYS13.
Esse cenário mostra a importância de políticas públicas direcionadas ao controle de fatores modificáveis como as dislipidemias. Sobretudo como estratégia para a redução da morbimortalidade por DCV, consideradas as principais causas de morte no mundo9,14-18.
Nessa perspectiva, o conhecimento das dislipidemias por meio da análise do perfil lipídico é fundamental, haja vista que visa a identificar alterações isoladas ou combinadas5,15 dos níveis de colesterol total (CT), TG, fração de LDL-Colesterol e fração de colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-Colesterol)14.
Quanto aos fatores associados às dislipidemias, são apontados os sociodemográficos, como sexo, idade15,19-21, escolaridade22, local de residência15,19,20, estilos de vida19-21, sobrepeso, obesidade15,16,19,20, doenças crônicas, como hipertensão e diabetes15,20, e autoavaliação de saúde ruim19.
No Brasil, os inquéritos epidemiológicos que monitoram as prevalências de dislipidemia são escassos e, na maioria das vezes, utilizam dados autorreferidos19,23. Nesse contexto, visando o monitoramento dos indicadores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizou coletas de material biológico que incluíram medidas de colesterol e frações24-26 e permitiu monitorar as dislipidemias na população brasileira por meio de exames laboratoriais26.
Assim, considerando-se a relevância supracitada das repercussões negativas na saúde, ocasionadas por aumento dos níveis de LDL-Colesterol e que, por isso, na prática clínica, essas estruturas moleculares circulantes têm tido tanta importância27, torna-se necessária a realização de estudos que investiguem os fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado no Brasil.
Nesse sentido, este estudo inovou ao fazer análises inéditas sobre fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado nos adultos brasileiros, pelos exames laboratoriais do mais amplo inquérito de saúde do Brasil, a PNS28. Outrossim, a pesquisa avança ao trazer novidades, em termos de informações relevantes quanto ao diagnóstico populacional de LDL-Colesterol aumentado e os seus fatores associados, diante dos desafios em termos de saúde pública para a detecção do risco cardiovascular e prevenção de DCV. Ademais, este trabalho contribui como subsídio para ações de prevenção de dislipidemias, bem como para melhorar a situação de saúde da população brasileira.
Desta forma, o presente estudo teve por objetivo analisar os fatores associados à distribuição de LDL-Colesterol aumentado na população adulta brasileira.
Métodos
Trata-se de estudo transversal que utilizou a base de dados dos exames laboratoriais da PNS entre os anos de 2014 e 2015.
A PNS é uma pesquisa de âmbito nacional e base domiciliar realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde (MS). A pesquisa utilizou amostra probabilística em três estágios em que foram obtidos registros de entrevistas em 64.348 domicílios24,25 e, para a realização dos exames laboratoriais da PNS, foi planejada a coleta de material biológico em subamostra de 25% dos setores censitários pesquisados24-26.
As análises laboratoriais da PNS foram selecionadas em uma subamostra constituída de 8.952 indivíduos. Foram excluídas 418 amostras devido a material insuficiente, hemólise e perda da amostra. Para esta análise, totalizaram-se 8.534 amostras de sangue dos indivíduos selecionados. Em função das perdas e visando a reduzir viés de representação, o estudo adotou pesos de pós-estratificação segundo sexo, idade, escolaridade e região, com o intuito de estabelecer estimativas para a população adulta brasileira25. As coletas de sangue periférico foram realizadas a qualquer hora do dia26, e o estudo seguiu o protocolo que dispensa o jejum para a medição do colesterol8. As amostras de LDL-Colesterol foram coletadas em tubos com gel. Aguardaram-se 30 minutos para a retração do coágulo e após foi realizada a centrifugação e o encaminhamento das amostras sob refrigeração de 2 a 8ºC, com controle da temperatura nas etapas. Esse parâmetro foi dosado por método enzimático/colorimétrico automatizado26. Maiores detalhes metodológicos e da coleta laboratorial da PNS estão disponíveis em outras publicações24-26.
Este estudo incluiu variáveis referentes à fração de LDL-Colesterol (dosado nos exames laboratoriais), sociodemográficas, estilos de vida e doenças crônicas29.
A variável desfecho foi ter ou não LDL-Colesterol aumentado; para tanto, realizou-se a análise dicotômica, definida pelo ponto de corte de LDL ≥ 130 mg/dL, conforme recomendações do National Cholesterol Education Program (NCEP-ATPIII)30.
As variáveis explicativas foram:
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a) Sociodemográficas: sexo (masculino e feminino); idade (adultos com idade maior ou igual a 18 anos); escolaridade (categorizada em analfabeto e ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo e médio incompleto, ensino médio completo e mais); cor da pele (branca e outras que corresponderam à amarela e indígena; preta e parda); regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).
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b) Antropométricas: índice de massa corporal (IMC), que foi calculado a partir de medidas de peso e altura aferidos na PNS28. O IMC foi classificado de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como normal/baixo peso (IMC < 25 kg/m2), sobrepeso (IMC entre 25 e 29 kg/m2) e obesidade (IMC ≥ 30kg/m2)31.
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c) Estilo de vida: consumo de carne vermelha com gordura. Para a construção desse indicador, utilizou-se a questão: “Quando o(a) sr.(a) come carne vermelha, o(a) sr.(a)costuma tirar o excesso de gordura visível ou comer com gordura?” Categorizaram-se respostas com “sim” e “não” para o relato de consumo de carne vermelha com gordura visível; o consumo de bebida alcóolica foi avaliado pelas questões: “Quantos dias por semana o(a) sr.(a) costuma tomar alguma bebida alcoólica?”; “Em geral, no dia em que o(a) sr.(a) bebe, quantas doses de bebida alcoólica o(a) sr.(a) consome?” (1 dose de bebida alcoólica equivale a 1 lata de cerveja, 1 taça de vinho ou 1 dose de cachaça, whisky ou qualquer outra bebida alcoólica destilada). A construção desse indicador foi embasada no consumo abusivo e frequente de álcool; para tanto, utilizou-se o conceito de heavy drinking, proposto pelo CDC32. Para esse estudo, o consumo foi classicado em: não consome (nunca ou menos de uma vez por semana), leve/moderado (1 a 7 doses/semana para mulheres e 1 a 14 doses/semana homens32) e abusivo (ingestão semanal igual ou superior de 8 doses para mulheres e 15 para homens32); tabagismo, para a construção desse indicador, utilizou-se a questão: Atualmente, o(a) sr.(a) fuma algum produto do tabaco? Como opções de respostas, foram adotadas as seguintes construções: “Sim, diariamente”; “Sim, menos que diariamente”; “Não fumo atualmente”. Foi considerado como fumante quem respondeu positivamente à questão.
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d) Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT): insuficiência renal. Esse indicador foi calculado por dados de exames laboratoriais da PNS. Considerou-se a taxa de filtração glomerular (TFG) menor que 60 mL/min/1,73m2 no exame de sangue e, para o cálculo, foi utilizada a equação Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI)33. Neste estudo não foi empregada a correção por raça conforme preconizado pela maioria dos métodos33. Diabetes, para a construção dessa variável utilizou-se o valor de hemoglobina glicada ≥ 6,5%34,35 dosada por exame de sangue na PNS e o diagnóstico autorreferido da doença, considerando-se a resposta positiva para a questão: “Algum médico já lhe deu o diagnóstico de diabetes?” (Categorizada, como “sim” ou “não”). Hipertensão arterial, para a confecção desse indicador, utilizou-se o diagnóstico autorreferido para a doença, avaliado pelas questões: “Algum médico já lhe deu o diagnóstico de hipertensão arterial - pressão alta? (Categorizada como “sim” ou “não”); “Nas duas últimas semanas, o(a) sr.(a) tomou medicamentos por causa da hipertensão arterial (pressão alta)?” (Categorizada como “sim” ou “não”). Também utilizaram-se medidas de pressão arterial aferidas na PNS, definindo-se como hipertensão arterial, pressão sistólica ≥ 140 e diastólica ≥ 90 mmHg, segundo os critérios da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial36.
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e) Autoavaliação de saúde: para a construção desse indicador, utilizou-se a questão: “Em geral, como o(a) sr.(a) avalia a sua saúde?” Categorizada como “muito bom”/“bom”, “regular” e “muito ruim”/“ruim”.
Além disso, foram avaliadas as variáveis sociodemográficas, sexo, idade, escolaridade, cor da pele e região como possíveis fatores de confusão.
A análise descritiva das variáveis explicativas e as prevalências de LDL-Colesterol < 130 mg/dL (limiar ótimo)31 e ≥ 130 mg/dL (aumentado), foram apresentadas em proporções (%) com intervalos de confiança de 95% (IC95%). Para os fatores associados em relação ao desfecho, a análise considerou os blocos de determinação causal propostos pelo modelo teórico de Bergmann et al.37 e outros estudos15,16,19-21. A escolha do modelo teórico37 justifica-se por ser um estudo nacional em que os autores construíram o modelo, mas também foram contempladas outras pesquisas com adultos15,19-21 que investigaram todas as variáveis presentes neste estudo.
A entrada de cada uma das variáveis explicativas ocorreu conforme o modelo teórico hierarquizado, que considerou cinco blocos de determinação causal (Figura 1).
As análises de associações foram examinadas por meio das razões de prevalência (RP) e respectivos IC95% e foram calculadas pelo modelo de regressão de Poisson com variância robusta. As RP acima de 1 indicam fator de risco, e as RP abaixo de 1 indicam fator de proteção.
Foram construídos três modelos de regressão. Consideraram-se, no modelo 1, as análises bivariadas entre a variável desfecho e cada variável explicativa e estimadas as RP brutas (RPb). No modelo 2, foi realizada a análise ajustada por sexo, escolaridade, cor da pele e região e calculadas as RP ajustadas (RPaja); foi excluída a variável idade, por apontar que, utilizando-se este ajuste, algumas variáveis aceitas pela comunidade científica como fatores associados às dislipidemias19-22 perderam a significância estatística. No modelo 3 (modelo final), procedeu-se a análise multivariada ajustada por todas as variáveis explicativas, foram selecionadas e incluídas no modelo as variáveis que apresentaram valor p < 0,20 nas análises bivariadas. Nesta análise, foram estimadas as RPajb e considerou-se como fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado as variáveis explicativas que apresentaram valor de p ≤ 0,05. Foram testadas variáveis de confundimento levando-se em conta os aspectos da literatura8,15,16,19-21,38-42.
Para todas as análises, consideraram-se a estrutura amostral e os pesos de pós- estratificação. As análises dos dados foram realizadas no software Data Analysis and Statistical Software (Stata), versão 14, utilizando-se o conjunto de comandos para análise de dados de inquéritos com amostra complexa (survey).
A base de dados do laboratório e os questionários da PNS encontram-se disponíveis no site do PNS da Fundação Oswaldo Cruz (www.pns.fiocruz.br). A PNS foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), MS. A participação do adulto na pesquisa foi voluntária; e a confidencialidade das informações, garantidas. Os indivíduos selecionados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e tiveram orientações sobre o recebimento do laudo contendo os resultados dos exames28.
Resultados
Na população adulta, a prevalência de LDL-Colesterol aumentado foi de 18,58%, sendo maior nos indivíduos a partir de 30 anos (17,55%), chegando a aproximadamente 25% naqueles com 60 anos ou mais, nos menos escolarizados, como os analfabetos e os com ensino fundamental incompleto (21,53%), nos que apresentaram sobrepeso (21,10%), obesidade (23,30%), hipertensão arterial (23,27%), diabetes (24,72%) e nos que avaliaram sua saúde como muito ruim/ruim (24,24%) e regular (22,05%). Indivíduos com anemia apresentaram menor prevalência de LDL-Colesterol aumentado (13,29%) (Tabela 1).
Prevalência de LDL-Colesterol limiar ótimo (< 130 mg/dL) e aumentado (≥ 130 mg/dL) e IC95% em adultos (≥18 anos), segundo variáveis sociodemográficas, antropométricas, estilo de vida, doenças crônicas não transmissíveis e autoavaliação de saúde. Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil, 2014-2015.
Na Tabela 2, foram analisados os fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado. Os resultados apresentados mostram que a magnitude das associações variou conforme os fatores analisados.
Na análise bivariada (modelo 1) foram fatores protetores: escolaridade, ensino fundamental completo e médio incompleto (RPb = 0,78; IC95% 0,66-0,93); médio completo e mais (RPb = 0,77; IC95% 0,68-0,88); cor da pele preta e parda (RPb = 0,87; IC95% 0,77-0,97) e anemia (RPb = 0,69; IC95% 0,56-0,83). Quanto aos fatores de risco, foram: sexo feminino (RPb = 1,16; IC95% 1,03-1,30); idade, 30 a 44 anos (RPb = 1,99; IC95% 1,60-2,49), 45 a 59 anos (RPb = 2,90; IC95% 2,34-3,59), 60 anos e mais (RPb = 2,78; IC95% 2,24-3,46); regiões: Nordeste (RPb = 1,22; IC95% 1,08-1,38) e Sul (RPb = 1,23; IC95% 1,05-1,45); sobrepeso (RPb = 1,53; IC95% 1,34-1,75) e obesidade (RPb = 1,69; IC95% 1,45-1,96); hipertensão arterial (RPb = 1,34; IC95% 1,18-1,51), insuficiência renal (RPb = 1,24; IC95% 1,01-1,51) e diabetes (RPb = 1,38; IC95% 1,18-1,61); autoavaliação de saúde regular (RPb = 1,33; IC95% 1,18-1,50) e muito ruim/ruim (RPb = 1,47; IC95% 1,22-1,76). As demais variáveis como: o consumo de carne vermelha com gordura (p = 0,433), consumo de bebida alcoólica leve/moderado (p = 0,501) e abusivo (p = 0,154), bem como tabagismo (p = 0,218) não foram significativas.
No modelo 2, na análise ajustada por sexo, escolaridade, cor de pele e região, mantiveram-se todas as associações encontradas no modelo 1, , com exceção de insuficiência renal (RPaja = 1,11; IC95% 0,91 - 1,37) e a região Sul (RPaja = 1,21; IC95% 0,94 - 1,33), que perderam a significância estatística.
A Tabela 3, apresenta o modelo 3. Na análise de regressão multivariada ao serem analisadas em conjunto, algumas das variáveis perderam a significância estatística e não compuseram o modelo final. Os fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado foram: a anemia, protetora em relação ao desfecho (RPajb = 0,66; IC95% 0,54-0,80); e entre os fatores de risco, mantiveram-se: o aumento da idade 30 a 44 anos RPajb = 1,99 (IC95% 1,58-2,54), 45 a 59 anos RPajb = 2,89 (IC95% 2,29-3,64), 60 anos e mais RPajb = 2,90 (IC95% 2,29-3,68), região Nordeste (RPajb = 1,16; IC95% 1,02-1,32), sobrepeso (RPajb = 1,32; IC95%1,15-1,51) e obesidade (RPajb = 1,41; IC95% 1,19-1,65).
Discussão
O LDL-Colesterol medido por análise laboratorial na PNS mostrou-se elevado em um quinto da população adulta brasileira. Foram fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado, no modelo 2, sexo feminino, faixa etária após 30 anos, escolaridade, cor da pele preta e parda, região Nordeste, IMC alterado, hipertensão arterial, diabetes e anemia. Já no modelo final, os fatores associados ao desfecho foram a idade acima de 30 anos, sobrepeso e obesidade, residir na região Nordeste e anemia. Neste estudo, os fatores associados ao LDL-Colesterol aumentado estão em conformidade com a literatura15,19-21,37.
Este estudo apresentou como limitações: a impossibilidade de atestar relação causal e a possibilidade de causalidade reversa. Por um lado, houve a impossibilidade de atestar a relação causal entre as variáveis examinadas por tratar-se de estudo transversal. Pelo fato do desfecho e as suas causas serem analisadas em momento único, as associações aqui descritas podem ser resultados de mudanças de estilos de vida e outras modificações referentes ao tratamento. Por outro lado, cabe mencionar a possibilidade de causalidade reversa entre as DCNT aqui estudadas e o LDL-Colesterol aumentado. Assim, esses resultados devem ser interpretados com prudência. Contudo, para controle desse viés, as análises metodológicas foram feitas de forma critériosa e tentou-se controlar tal situação por meio de modelo multivariado, seguindo a hierarquia de blocos de determinação causal com embasamento na literatura científica15,16,19-22,37.
O aumento do LDL-Colesterol nos adultos a partir dos 30 anos, identificado nesta pesquisa, pode ser explicado pelas alterações lipídicas decorrentes do processo de envelhecimento gradativo, pois a chance aumenta com o avanço da idade. Os mecanismos de envelhecimento acometem os tecidos e os órgãos, resultando em alterações no endotélio hepático, aumento da resistência à insulina, diminuição do androgênio nos homens e dos hormônios nas mulheres decorrentes da menopausa e pós-climatério38. Resultados semelhantes também foram encontrados em outras pesquisas no Brasil23,43 e em outros países, como China44 e Estados Unidos45.
A população com IMC alterado apresentou maiores prevalências de LDL-Colesterol aumentado, e esses dados confirmam que o sobrepeso e a obesidade, principalmente a adiposidade abdominal, contribuem para a ocorrência de dislipidemias39. Na obesidade, a resistência à insulina é o distúrbio metabólico mais comum e está relacionada ao aumento do colesterol; isso, devido a elevações dos níveis de ácidos graxos livres (AGL), que culmina com a redução da degradação da ApoB100, que é componente principal das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) e a maior secreção hepática de VLDL. Desse processo, tem-se como consequência elevações de TG (o seu excesso é secretado como VLDL), levando à hipertrigliceridemia. Além disso, ocorre a metabolização de VLDL em partículas pequenas e densas de LDL-Colesterol, gerando o seu acúmulo39.
Residir na Região Nordeste foi fator de risco para LDL-Colesterol aumentado. Uma possível explicação para isso seriam os vazios assistenciais evidenciados por menores prevalências de consultas médicas referidas nos últimos 12 meses, o que contribui para o subdiagnóstico e tratamento tardio, principalmente nas regiões Nordeste e Norte, se comparadas às outras regiões46. Outra hipótese é o aumento dos fatores de risco, como a obesidade, que apresentou tendência de crescimento nos últimos 11 anos47. Apesar dos dados da PNS mostrarem melhorias e avanços no acesso e uso dos serviços de saúde, diferenças regionais ainda são observadas no país46. Todas as explicações carecem de evidências empíricas e teóricas; portanto, necessitam ser melhor investigadas.
Indivíduos com anemia apresentaram menor prevalência de LDL-Colesterol aumentado. Baixos valores plasmáticos de colesterol são descritos em diversos tipos de anemias adquiridas e hereditárias (megaloblástica, ferropriva, aplástica, associada à doença hepática, esferocitose hereditária, falciforme e talassemias)40; isso, devido à maior utilização do colesterol plasmático, determinado pela renovação de lípides eritrocitários nos casos de menor sobrevida ou hemólise aumentada e a maior diluição do colesterol sérico decorrente do aumento do volume plasmático secundário aos baixos valores de hematócrito e hemoglobina40. Na anemia falciforme e em talassemias, a disfunção hepática reduz a produção endógena de colesterol e amplifica as alterações no perfil lipídico, podendo os portadores apresentar baixos valores de CT, LDL e HDL40.
O sexo feminino apresentou-se como fator de risco nas análises bivariada e ajustada. A diferença entre o sexo e a prevalência de dislipidemias não está bem estabelecida na literatura19. Entretanto, documenta-se a alta prevalência das dislipidemias nas mulheres durante a menopausa48 e no pós-climatério8, provavelmente pela perda de proteção hormonal que ocorre nessas fases da vida49.
A cor de pele preta e parda mostrou-se fator protetor nas análises bivariada e ajustada, em concordância com resultados do estudo Elsa-Brasil e outras pesquisas realizadas nos Estados Unidos50,51, que indicaram menor prevalência de dislipidemia entre negros52. Possível motivo para esse achado deve-se ao fato de que o status socioeconômico, padrão alimentar e outros fatores ambientes diferem-se amplamente por etnias51, contudo novas pesquisas são necessárias para maior exploração da temática no Brasil.
Quanto à escolaridade, as análises bivariada e ajustada mostraram que os indivíduos com menor escolaridade apresentaram maiores prevalências de LDL-Colesterol aumentado, ressalta-se que os fatores de risco cardiovascular são mais prevalentes entre indivíduos com baixo status socioeconômico, que inclui a escolaridade, o que pode ser decorrente do maior acesso a serviços de saúde e práticas de promoção em população com maior escolaridade53.
Doenças como hipertensão arterial e diabetes mostraram-se como fatores de risco para LDL-Colesterol, mas perderam a significância estatística no modelo final, devido ao efeito do ajuste pela idade. Destaca-se que essas variáveis são mais frequentes entre idosos, o que poderia justificar esses resultados. Ainda, cabe ressaltar que as DCNT aqui estudadas cursam com elevações de níveis de LDL pelos próprios mecanismos fisiopatológicos dessas doenças8,41,42. É documentada a relação entre as DCNT e as dislipidemias, bem como que essas doenças cursam com risco aumentado de DCV ateroesclerótica8,41,42. Na insuficiência renal, ocorrem alterações no metabolismo das lipoproteínas por atividade inadequada de enzimas e vias metabólicas que resultam em dislipidemia41. No diabetes, a dislipidemia é uma anormalidade metabólica comum, em razão de fatores como a deficiência de insulina ou resistência a ela, adipocitocinas e a hiperglicemia que, quando crônica, resulta em maior acúmulo de partículas densas de LDL42. Na hipertensão, a agressão ao endotélio vascular causa a disfunção endotelial, culminado no aumento da permeabilidade das lipoproteínas plasmáticas e favorecendo a retenção de partículas de LDL8.
No bloco de estilo de vida, nenhuma das variáveis manteve-se nos modelos 2 e 3, entretanto são bem estabelecidas as evidências da importância do padrão alimentar e da adoção de estilo de vida saudável como medidas de controle e prevenção das dislipidemias8,54,55. Recomenda-se a redução de açúcares e a inclusão de carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta8. A prática de exercícios físicos reduz morbimortalidade cardiovascular pelo aprimoramento do funcionamento da HDL, aumento da resistência à oxidação da LDL e aumento do fluxo de colesterol8. O consumo de bebida alcoólica não é recomendado para indivíduos com hipertrigliceridemia, devido à combinação do etanol e ácidos graxos saturados potencializarem a elevação dos TG8, já o consumo moderado de álcool (aceitável o consumo ≤ 10g/dia - 1 unidade) aumenta a concentração plasmática de HDL e diminui as concentrações de LDL, sendo associado à redução do risco de DCV55. Quanto ao tabagismo, o ato de fumar, além de lesar o endotélio arterial, também aumenta os níveis de CT e LDL e diminui HDL, assim, a cessação de fumar é benéfica em qualquer fase da vida8,55.
Os dados deste estudo também apontam para a relevância da autoavaliação de saúde. Essa variável é considerada um preditor de morbimortalidade2 e, por isso, a importância de ser estudada. Os resultados aqui apresentados foram semelhantes à pesquisa com dados da PNS, que mostrou forte associação entre a autoavaliação e as dislipidemias para os que apresentavam avaliação de seu estado de saúde ruim19.
O LDL-Colesterol aumentado na população brasileira está associado com o envelhecimento, sobrepeso, obesidade, morar na região Nordeste e ter anemia. Esses dados reforçam a importância tanto do monitoramento do perfil lipídico em adultos - devido às elevações dos níveis LDL, em função do envelhecimento e alterações de IMC - quanto para o diagnóstico em locais de menor acesso para a população brasileira. Além disso, o Brasil possui diferenças regionais, culturais e socioeconômicas; assim, torna-se fundamental conhecer tais características para identificar e enfrentar as iniquidades em saúde. Ademais, este estudo reforça a importância de ações de controle e prevenção de dislipidemias, como a adoção de medidas de estilos de vida saudável, como dieta e manutenção do IMC dentro do preconizado nos adultos brasileiros.
Agradecimentos
Ao Conselho da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de Doutorado recebida pela autora ACMGNS, e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnólógico (CNPq), pela bolsa de Produtividade em Pesquisa recebida pela autora DCM. À Secretaria de Vigilância em Saúde do MS.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
12 Fev 2021 -
Data do Fascículo
Fev 2021
Histórico
-
Recebido
02 Out 2020 -
Aceito
02 Out 2020 -
Publicado
04 Out 2020