Resumos
Alunas negras do curso de Medicina são minoria e enfrentam diversos obstáculos durante a formação por serem mulheres negras. Objetivou-se sintetizar o conhecimento produzido em estudos empíricos sobre a discriminação racial e de gênero que sofrem estudantes de Medicina negras no curso. Realizamos uma revisão integrativa nas bases de dados do PubMed e BVS. Foram analisados em profundidade cinquenta estudos classificados em três categorias temáticas: I- O preconceito racial sistêmico-estrutural e estruturante; II- O racismo como um dos fatores da iniquidade na educação médica; e III- O racismo genderizado vivenciado pelas estudantes negras. Concluiu-se que, nas escolas médicas, um espaço social com baixa diversidade étnica/racial e atravessado pelo racismo estrutural, as estudantes negras são discriminadas pela intersecção das dinâmicas de raça, gênero e classe social.
Palavras-chave Desigualdade; Estudantes; Medicina; Racismo; Sexismo
Las alumnas negras del curso de medicina son minoría y enfrentan diversos obstáculos durante la formación por ser mujeres negras. El objetivo fue sintetizar el conocimiento producido en estudios empíricos sobre la discriminación racial y de género que sufren estudiantes de medicina negras en el curso. Realizamos una revisión integradora de las bases de datos del PubMed y BVS. Se analizaron en profundidad cincuenta estudios clasificados en tres categorías temáticas: 1- El prejuicio racial sistémico-estructural y estructurador. 2- El racismo como uno de los factores de la inequidad en la Educación Médica. 3- El racismo de género vivido por las estudiantes negras. Se concluyó que, en las escuelas médicas, un espacio social con baja diversidad étnica/racial, atravesado por el racismo estructural, las estudiantes negras son discriminadas por la intersección de las dinámicas de raza, género y clase social.
Palabras clave Desigualdades; Estudiantes; Medicina; Racismo; Sexismo
Black female medical students are a minority and face various obstacles during their training because they are black women. The study aimed to synthesize the knowledge produced in empirical studies on the racial and gender discrimination suffered by black female medical students. We carried out an integrative review using the PubMed and VHL databases. Fifty studies were analyzed in depth and classified into three thematic categories: 1- Systemic-structural and structuring racial prejudice. 2- Racism as one of the factors of inequity in medical education. 3- Genderized racism experienced by black students. It was concluded that in medical schools, a social space with low ethnic/racial diversity and crossed by structural racism, female black students are negatively discriminated by the intersection of race, gender and social class dynamics.
Keywords Inequality; Medicine; Racism; Sexism; Students
Introdução
O racismo estrutural presente nas sociedades da diáspora negra é um dos fatores que produz desigualdades entre brancos, negros e indígenas na Saúde, na Educação e no mundo do trabalho. Essa parcela não branca da população tem menos acesso à saúde e à educação, recebe atendimento de pior qualidade nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS)1 e conta com menores chances de alcançar o ensino superior2.
O Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão e, após a libertação, foram criadas leis que impediam os recém-libertos e seus filhos de acessarem a educação pública. O direito à educação foi negado como política de governo no séc. XIX2. Portanto, a racialização das oportunidades educacionais promoveu desigualdades. Segundo Vaz2, foram implementadas diversas leis restritivas aos negros e negras, entre elas, a Constituição Imperial de 1824 e o Decreto n. 7.03-1 de 1878. A primeira estabeleceu que a educação primária seria gratuita para todos os cidadãos, mas a titularidade de cidadania era apenas para as pessoas livres e libertas, não incluindo, portanto, a população negra.
Tais ações tiveram reflexos por gerações e impediram o estrato populacional de negros de acumular capital educacional. Além disso, mesmo na atualidade, estudantes negros e negras, em sua maioria, concluem apenas o ensino fundamental e têm menores oportunidades de acesso ao ensino médio de melhor qualidade. Essa iniquidade é escamoteada por meio da concepção deletéria de que lhes faltam capacidade para o alcance de posições mais avançadas, tendo como base a ideologia da meritocracia, que defende que apenas o esforço individual – ou a sua falta – pode oportunizar ou impedir as pessoas de acessarem a universidade e, principalmente, os popularmente chamados “cursos das elites”, como Medicina2.
Para minimizar essas desigualdades no Brasil, foram implementadas políticas afirmativas raciais e sociais para reservas de vagas nas universidades públicas, nas quais são oferecidas bolsas de permanência para discentes dos estratos sociais beneficiários. Essas políticas tiveram início em 2003 em algumas universidades estaduais e federais e se consolidaram em 2012, com a Lei n. 12.711/2012, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais2. Porém, a despeito das cotas raciais e sociais, o percentual de discentes negros e negras ainda é pequeno no curso de Medicina2,3.
Dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes3 demonstram um aumento discreto dos estudantes negros no curso de Medicina. Mas, entre estes, predominam os que se autodeclaram pardos e pardas, sendo bem menor a proporção de pretos e pretas3,4. Em 2019, o(a)s estudantes de universidades eram: 55,0% branco(a)s, 34,6% pardo(a)s e apenas 7,0% preto(a)s nas públicas; e, nas privadas, 75,3% branco(a)s, 20,8% pardo(a)s e 2,2%% preto(a)s4.
A presença na Medicina de estudantes, docentes e pesquisadores negros é muito pequena3, principalmente de mulheres negras5, mesmo diante do fenômeno da feminização da Medicina5,6. As estudantes são, em sua imensa maioria, brancas e advindas das classes econômicas mais privilegiadas5,6, o que pode ser considerada uma evidência das poucas oportunidades educacionais para as discentes negras.
Nas instituições de ensino superior, a população negra vivencia o racismo expresso nas diferenças de cor e de cultura no ambiente organizacional e institucional. Além disso, as estudantes do sexo feminino negras e cotistas sofrem uma tripla discriminação por estarem em uma posição social de intersecção dos marcadores das diferenças de raça, gênero e classe social6.
Estudos empíricos têm sido desenvolvidos sobre o tema e nos perguntamos que contribuições podem ser retiradas de seus resultados para a redução das desigualdades raciais. O presente estudo de revisão teve como objetivo sintetizar o conhecimento produzido em investigações no campo da Saúde com foco nas causas e consequências do racismo estrutural/sistêmico e do sexismo nas escolas médicas e na trajetória das estudantes de Medicina negras para contribuir com sua divulgação e dar ressonância às suas conclusões.
Método
Realizamos uma revisão integrativa de estudos publicados em periódicos indexados no PubMed e na BVS. Essas bases de dados foram escolhidas por serem as que reúnem o maior número de fontes bibliográficas de todo o mundo na área da Saúde, de qualidade acadêmica reconhecida. Usamos como critério de busca os termos “medical students” OR “medical, school” AND “racism” OR “bias, racial” AND “sexism” OR “discrimination, gender” com recorte temporal dos últimos dez anos. Os critérios de inclusão foram: artigos completos; de estudos empíricos sobre os temas de educação médica, racismo e sexismo; e publicados nos idiomas português, inglês ou espanhol.
Encontramos 190 artigos na BVS e 69 no PubMed. A leitura dos títulos, resumos e artigos foi realizada separadamente pelas autoras. Após discussão conjunta, houve a exclusão inicial de 53 estudos pelo título, 35 pela leitura dos resumos e 52 pelo leitura do texto completo por não atenderem aos critérios de inclusão, como detalhado no fluxograma a seguir. Ao final, restaram cinquenta artigos que compuseram este estudo de revisão.
Além dos cinquenta artigos analisados, foram incluídos mais 13 textos para a introdução e discussão dos dados apresentados, que não constam nas tabelas dos artigos revisados. Realizamos análise temática dos estudos, seguindo as seguintes etapas: leitura e releitura compreensiva para familiarização dos conteúdos e noção do todo; identificação de temas convergentes e divergentes; classificação dos temas em categorias; diálogo comparativo com a literatura; e elaboração de síntese interpretativa7,8.
Resultados e discussão
A grande maioria dos estudos foi desenvolvida nos EUA (n=42) e mais um em coparticipação com o Canadá. Os restantes ocorreram no Canadá (n=2), Inglaterra (n=2), Suécia (n=2) e Holanda (n=1). Não foi encontrado nenhum estudo brasileiro, nem em qualquer outro país da América do Sul e de outros continentes. Esses dados sinalizam a insuficiente discussão desse tema nessas regiões que concentram uma população negra numerosa. A pouca produção científica sobre os efeitos das opressões de raça e gênero no campo da Saúde no Brasil e em outros países da diáspora negra pode ser devida, entre outros fatores, ao processo colonizador que naturalizou o racismo e o sexismo como forma de dominação. A questão racial e as opressões das mulheres, principalmente as negras, é uma temática de pouca visibilidade na saúde, principalmente no meio médico, se comparamos com os estudos das ciências sociais e humanas9. Fredrich et al.9 argumentam que há uma negação do racismo na sociedade e por esse motivo ele é invisibilizado. Um dos efeitos desse processo seria a perpetuação dos privilégios de brancos e brancas, assim como as discriminações para pardos e pretos. Portanto, o racismo na sociedade acaba não sendo pautado também nos meios acadêmicos.
A maioria dos estudos incluídos nesta revisão é de natureza quantitativa (n=35). Doze foram desenvolvidos com método qualitativo e três com abordagem mista – qualiquantitativo. Após leitura e releitura compreensiva dos artigos, identificamos três núcleos temáticos principais: I- O preconceito racial sistêmico-estrutural e estruturante; II- O racismo como um dos fatores da iniquidade na Educação Médica; e III- O racismo genderizado vivenciado pelas estudantes negras. Separamos os artigos em três quadros, de forma didática, de acordo com as principais categorias temáticas em que foram classificados. Contudo, em alguns estudos, identificamos características de mais de um núcleo temático, conforme descrição e análise a seguir.
Os quadros 1, 2 e 3 apresentam os seguintes dados resumidos dos cinquenta estudos analisados: autor(es), o ano de publicação, país do estudo e método; categoria(s) temática(s) em que foi classificado; objetivos; amostragem; e principais resultados/conclusões.
Categoria I- O preconceito racial sistêmico-estrutural e estruturante
Classificamos 24 artigos na primeira categoria, como descrito no quadro 1 a seguir.
O racismo estrutural é o principal fator do preconceito racial na Medicina. Trata-se de uma forma sistemática de discriminação baseada na raça/cor da pele; que estrutura todas as relações sociais entre negros e brancos; e que determina privilégios dos últimos, de acordo com Fitzsousa, Anderson e Reisman10. O preconceito racial se revela na formação de discentes negros e negras, como evidenciam Morrison et al.12 e Burgess et al.13. Além disso, tem como consequência o preconceito e discriminação racial institucional vivenciada por estudantes negros durante o curso médico13.
O racismo institucional é decorrente do racismo estrutural. Acontece no âmbito das relações institucionais e se caracteriza pela ausência e/ou dificuldade de acesso das pessoas negras a algum bem social, como educação, trabalho e saúde. Essas barreiras geram uma menor participação e um acesso desigual de negros e negras a esses bens13.
O preconceito racial estrutural abordado persiste culturalmente nas sociedades. Está presente no inconsciente das pessoas e modela experiências pessoais, comportamentos e valores. Ele se manifesta, por exemplo, em comentários tendenciosos de estudantes brancos e propicia que negros e negras se sintam discriminados, não aceitos e não representados no curso.
O preconceito racial é explícito entre estudantes brancos segundo os estudos de Burgess et al.13 e Dyrbye et al.15, por se apresentar nas relações interraciais no curso. Além disso, é um dos fatores de discriminação no atendimento médico à população negra, aumentando a iniquidade na Saúde, conforme apontam Sanky et al.16 e Pehlan et al.17.
Para Kristoffersson e Hamberg18 e outros autores19,20,23, o preconceito racial baseia-se em estereótipos negativos associados às pessoas negras e pode causar a exclusão de discentes negros e microagressões na universidade. Portanto, tem consequências deletérias na trajetória de discentes negros, já que o ambiente de aprendizagem existente perpetua a desigualdade educacional27,29.
Segundo Perry et al.30, o impacto psicológico da discriminação racial no bem-estar em estudantes de Medicina negros e negras é grande. Aqueles que assumem uma identidade racial negra sofrem maior discriminação e menor aceitação. Ademais, esse impacto psicológico pode levar a uma experiência de exclusão, à sensação de incapacidade e até mesmo ao sofrimento emocional, sendo as estudantes do sexo feminino as mais prejudicadas, devido à interseccionalidade de gênero.
As estudantes negras, devido à intersecção das relações de poder de gênero e raça que sustentam as desigualdades educacionais, enfrentam uma dupla discriminação nesses contextos sociais30.
De acordo com estudos revisados e classificados nesta categoria, o preconceito racial se apresenta na forma de discriminação e se traduz na visão negativa de que negros e negras teriam menores capacidades intelectuais, visão que persiste na sociedade, o que diminui as chances de esses alunos conseguirem uma vaga nas melhores residências médicas.
Categoria II- O racismo como um dos fatores da iniquidade na educação médica
Na segunda categoria, incluímos 16 artigos que abordam a sub-representação de estudantes negros nas escolas médicas, apresentados no quadro 2.
O racismo sistêmico é identificado como um dos fatores da iniquidade de acesso para estudantes negros e negras nas escolas médicas, já que a discriminação racial influencia o processo educacional dessa parcela da população desde o início da vida escolar. Therabi et al.35 e outros pesquisadores36,37 identificaram em universidades americanas que a representação de estudantes negros e negras é pequena quando comparada com a representação da população negra da população geral.
O racismo institucional presente nas escolas médicas impacta as relações entre professores, estudantes e pacientes. Além disso, influencia o ambiente educacional, conforme enfatizam Newcomb et al.38, ao relatarem abusos raciais na instituição pesquisada. Em contexto educacional hegemonicamente branco, estudantes negros e negras são discriminados e menos valorizados em relação às suas potencialidades intelectuais do que seus colegas brancos. Esse tratamento desigual se apresenta nas menores pontuações em processos admissionais nas universidades americanas, inglesa e holandesa e nas cartas de recomendação das universidades americanas, conforme apontam Kukulski et al.39 e outro estudo40. Essa discriminação pode influenciar o baixo desempenho educacional de alguns discentes, de acordo com Loue et al.41.
Algumas universidades realizam capacitações para docentes45,47 com o objetivo de esclarecer o que é o racismo e seus efeitos deletérios na sociedade; e promovem mudanças no currículo médico. O estudo de Mujawar et al.48 evidenciou que a inclusão de uma educação antirracista trouxe mudanças no currículo médico e uma maior diversidade racial no curso.
A iniquidade na educação médica resultante do racismo estrutural, conforme os artigos revisados, é evidenciado pela sub-representação de estudantes negros e negras nos cursos de Medicina, nas relações interpessoais entre brancos e negros nos contextos educacionais e de saúde e nas visões estereotipadas e preconceituosas a respeito da capacidade das pessoas negras, que sustentam uma ideia preconcebida da existência de diferenças baseadas na raça/cor.
Categoria III- O racismo genderizado vivenciado pelas estudantes negras
Na terceira categoria, classificamos dez artigos, descritos no quadro 3:
Os estudos revisados demonstram a intersecção dos preconceitos de gênero e raça no curso médico, contexto evidenciado no pequeno quantitativo de estudantes médicas e professoras negras na Medicina50.
Pesquisadores identificaram situações durante o curso como assédio moral, microagressões verbais de colegas e docentes e até abuso sexual51, tendo como consequências a depressão e ou a ansiedade apresentadas por algumas discentes.
Na Medicina, mantém-se culturalmente a representação do profissional como homem e branco, segundo alguns pesquisadores52, sendo a ele associada competência e capacidade profissional52,53, o que contribui para que as estudantes negras se sintam desconfortáveis, menos capazes e excluídas no curso53.
Segundo Gwayi-Chore et al.54, há uma sub-representação de negros, principalmente mulheres e indígenas, no ensino superior e persiste uma hierarquia estrutural que perpetua o privilégio branco e reproduz discriminações baseadas na raça e no gênero.
O racismo e o sexismo produzem vivências de discriminação e opressão para essas estudantes negras, devido ao cruzamento desses sistemas estruturados pelas percepções racistas dos papéis de gênero., o que foi nomeado pela pesquisadora Grada Kilomba60 como “racismo genderizado”.
O racismo genderizado se apresenta no ambiente institucional das escolas médicas, que é extremamente hierarquizado e historicamente um espaço social com baixa diversidade étnica racial e de menores oportunidades para alunas negras durante o curso61.
Em decorrência do racismo genderizado, as discentes negras enfrentam muito mais barreiras institucionais do que suas colegas brancas61,62. Isso também ocorre entre as docentes, pois elas são em menor número professoras na universidade3 e em especialidades consideradas de maior risco médico.
As discriminações baseadas nas relações de poder de raça e gênero63 contribuem para a pouca representatividade de mulheres negras no curso, o que evidencia as inúmeras barreiras enfrentadas pelas estudantes no contexto educacional.
Considerações finais
Os estudos revisados revelam que o percurso de estudantes negras na formação médica é árduo, com inúmeras barreiras. A quantidade muito reduzida de mulheres negras médicas, professoras universitárias e profissionais em postos de comando pode refletir a dificuldade de enfrentamento dessas barreiras.
O conhecimento produzido nas pesquisas revisadas evidencia que as discriminações baseadas nos preconceitos racial e de gênero podem gerar menos oportunidades durante o curso. O ambiente de ensino nos cursos de Medicina é fortemente hierarquizado e hegemonicamente branco, constituído a partir de relações de poder desiguais entre homens e mulheres e baseado em preconceito racial. São percebidas durante o curso inclusive em situações de violência – como assédio moral e sexual e microagressões verbais –, prejudicando em alguns casos a saúde mental das estudantes, que muitas vezes passam a se sentirem como forasteiras, ou seja, como não fazendo parte da universidade.
Os dados deste estudo limitados à revisão de pesquisas de outros autores demonstram que podem e devem ser implementadas ações para redução/eliminação dessas iniquidades no âmbito das instituições de ensino superior e dos próprios cursos de Medicina para reduzir as barreiras enfrentadas por estudantes negras.
Agradecimentos
Agradecemos à Faperj – Programa Cientista do Nosso Estado e à UERJ- Programa Prociência pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa.
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Martins MTSL, Taquette SR. O racismo e o sexismo na trajetória das estudantes de Medicina negras: uma revisão integrativa. Interface (Botucatu). 2024; 28: e230343 https://doi.org/10.1590/interface.230343
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Editado por
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EditoraStela Nazareth MeneghelEditora associadaElaine Reis Brandão
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
04 Mar 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
12 Jul 2023 -
Aceito
04 Out 2023