Open-access Insuficiência familiar e a condição e os marcadores de fragilidade física de idosos em assistência ambulatorial a

Insuficiencia familiar y la condición y los marcadores de fragilidad física de ancianos en asistencia ambulatorial

RESUMO

Objetivo  analisar a relação entre insuficiência familiar e a condição e os marcadores de fragilidade física de idosos acompanhados em ambulatório de Geriatria e Gerontologia.

Método  estudo quantitativo e transversal realizado com 384 idosos (≥ 60 anos) selecionados por critérios pré-estabelecidos de inclusão e exclusão. Avaliaram-se a fragilidade física segundo o fenótipo da fragilidade e a insuficiência familiar pelo APGAR de Família. Analisaram-se os dados mediante a estatística descritiva e a análise univariada mediante o teste de qui-quadrado com nível de significância estatístico de p≤0,05.

Resultados  não houve associação entre insuficiência familiar e fragilidade física (p=0,344), entretanto, observou-se percentual de idosos frágeis com elevada Disfunção Familiar (22,2%) e moderada Disfunção Familiar (19,4%), maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Entre os idosos frágeis para o marcador “fadiga/exaustão”, houve proporcionalidade direta ao grau de Disfunção Familiar e relação estatisticamente significativa ao escore total do APGAR de Família (p=0,001).

Conclusão e implicações para a prática  a insuficiência familiar no idoso está relacionada a outros fatores intrafamiliares e não exclusivamente à fragilidade física, no entanto, pode-se afirmar que o grau de fragilidade física entre os idosos é diretamente proporcional ao nível de Disfunção Familiar.

Palavras-chave:  Assistência Ambulatorial; Enfermagem Geriátrica; Família; Idoso Fragilizado; Relações Familiares

RESUMEN

Objetivo  analizar la relación entre insuficiencia familiar y la condición y los marcadores de fragilidad física de ancianos acompañados en ambulatorio de Geriatría y Gerontología.

Método  estudio cuantitativo y transversal realizado con 384 ancianos (≥ 60 años) seleccionados por criterios preestablecidos de inclusión y exclusión. La fragilidad física fue evaluada de acuerdo el fenotipo de la fragilidad y la insuficiencia familiar según el APGAR de Familia. Los datos fueron analizados por estadística descriptiva y el análisis univariada por prueba de chi-cuadrado con nivel de significancia estadístico de p≤0,05.

Resultados  no hubo asociación entre insuficiencia familiar y fragilidad física (p=0,344), sin embargo, han sido observados ancianos frágiles con elevada Disfunción Familiar (22,2%) y moderada Disfunción Familiar (19,4%), mayor que lo observado entre los ancianos con buena funcionalidad familiar (12,2%). Entre los ancianos frágiles para el marcador “fatiga/agotamiento” hubo proporcionalidad directa al grado de Disfunción Familiar y relación estadísticamente significativa a la puntuación total del APGAR de Familia (p=0,001).

Conclusión e implicaciones para la práctica  la insuficiencia familiar en el anciano está relacionada a otros factores intrafamiliares y no exclusivamente a la fragilidad física, sin embargo, se puede afirmar que el grado de fragilidad física entre los ancianos es directamente proporcional al nivel de Disfunción Familiar.

Palabras clave:  Atención de Ambulatorio; Enfermería Geriátrica; Familia; Anciano Fragilizado Relaciones Familiares

ABSTRACT

Objective  to analyze the relationship between family insufficiency and the condition and the markers of physical frailty of elderly people followed up in a Geriatrics and Gerontology outpatient clinic.

Method  a quantitative and cross-sectional study conducted with 384 elderly (≥ 60 years) selected by pre-established inclusion and exclusion criteria. Physical frailty was assessed according to the frailty phenotype and family insufficiency by the Family APGAR. Data was analyzed using descriptive statistics and univariate analysis using the chi-square test with a statistical significance level of p≤0.05.

Results  there was no association between family insufficiency and physical frailty (p=0.344), however, it was observed a percentage of frail elderlies with high Family Dysfunction (22.2%) and moderate Family Dysfunction (19.4%), higher than that observed among the elderly with good family functioning (12.2%). Among the frail elderly for the marker “fatigue/exhaustion”, there was a direct proportionality to the degree of Family Dysfunction and a statistically significant relation to the total score of the Family APGAR (p=0.001).

Conclusion and implications for the practice  family frailty in the elderly is related to other intra-family factors and not exclusively to physical frailty, however, it can be stated that the degree of physical frailty among the elderly is directly proportional to the level of Family Dysfunction.

Keywords:  Ambulatory Care; Family; Family Relations; Frail Elderly; Geriatric Nursing

INTRODUÇÃO

A família desempenha papel importante na assistência ao idoso, sendo, frequentemente, a principal fonte de cuidados.1 Contar com os cuidados da família é um determinante expressivo para o bem-estar do idoso. Esse apoio gera cuidados personalizados e, em um amplo sentido, traz mais qualidade de vida.2 Para a Organização Mundial de Saúde,3 o domicílio constitui um espaço privilegiado para o cuidado desde que a família participe e forneça suporte e apoio necessários a esses indivíduos.

A síndrome da insuficiência familiar é definida como a “perda da capacidade da família de prover os cuidados, dar apoio e suporte ao idoso por ausência de família ou por falta de condições”.4:13

A síndrome da fragilidade física foi definida como o “estado clínico caracterizado por um aumento da vulnerabilidade no indivíduo, quando exposto a estressores internos e externos, além de ser um dos principais contribuintes para o declínio funcional e a mortalidade precoce em idosos”.5:773 O fenótipo desta síndrome é constituído pelos marcadores: perda de peso não intencional; autorrelato de fadiga/exaustão; baixo nível de atividade física; redução da Velocidade da Marcha (VM) e diminuição da Força de Preensão Manual (FPM). O idoso que apresenta três ou mais marcadores é classificado como frágil, pré-frágil com um ou dois e não frágil na ausência de marcadores.6

A síndrome da fragilidade física não é sinônimo de comorbidades ou dependência, embora seja preditora dessas condições resultantes da diminuição da força, resistência e desempenho.6 A fragilidade pode agravar-se em decorrência da ausência de apoio social, pois a carência deste pode afetar os sistemas de defesa do organismo, tornando o indivíduo mais suscetível ao adoecimento,7 uma vez que o apoio familiar promove melhores condições de saúde aos idosos, favorecendo a resiliência em casos de situações estressoras.8

Destaca-se a relevância deste estudo ao considerar que a insuficiência familiar no contexto do idoso, além de impactar, negativamente, as relações entre os membros da família, acarreta prejuízos ainda maiores à saúde do idoso fragilizado, pois as relações conflituosas tornam o cuidado deficiente.9 Ainda, observa-se um crescente quantitativo de idosos em condição de fragilidade que têm a família como principal, ou única, fonte de suporte informal às suas demandas de saúde. Ao elucidar a relação entre essas síndromes, o estudo fornece direções para as práticas de cuidados da Enfermagem Geriátrica.

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi: analisar a relação entre insuficiência familiar e a condição e os marcadores de fragilidade física de idosos acompanhados em ambulatório de Geriatria e Gerontologia.

MÉTODO

Estudo quantitativo e transversal realizado com idosos (≥60 anos) no Ambulatório de Geriatria e Gerontologia (AGG) do município de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, Paraná (Brasil). O estudo foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos sob o Parecer CEP/SD nº 1.755.394.

A população-alvo foram os idosos agendados para consulta no AGG, e o recrutamento para participar do estudo ocorreu mediante cartazes fixados nas dependências do serviço e quando os idosos aguardavam, na sala de espera, a consulta no AGG. Observaram-se os princípios éticos de participação voluntária e consentida mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de cada participante. Os participantes foram identificados por números a fim de garantir o anonimato.

Realizou-se cálculo amostral a fim de obter uma amostra representativa da população de idosos do município de São José dos Pinhais (Paraná). Considerou-se a população total de idosos do município de São José dos Pinhais (36.648) no ano de 2015, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,10 com Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%), nível de significância de 5% (a=0,05) e erro amostral de cinco pontos percentuais. Incluiu-se, ao tamanho amostral, uma margem de 8% para possíveis perdas ou recusas, resultando em uma amostra calculada de 411 idosos. Após critérios de inclusão e exclusão, obteve-se a amostra final de 384 idosos.

Para a seleção dos participantes, estabeleceram-se os seguintes critérios de inclusão: a) possuir idade ≥ 60 anos; b) estar na sala de espera para consulta programada no AGG; c) apresentar capacidade cognitiva conforme o resultado do rastreio cognitivo realizado por meio do Miniexame do Estado Mental (MEEM).11,12 Foram utilizados os pontos de corte por escolaridade.12 Foram critérios de exclusão: a) apresentar sequelas graves de acidente vascular encefálico com perda localizada de força muscular e afasia; b) ter doenças neurológicas que impedissem a realização dos testes; c) possuir déficits severos de audição ou visão que dificultassem, acentuadamente, a comunicação; d) ser fisicamente incapaz de realizar os testes propostos e/ou apresentar amputações de membros superiores ou inferiores.

A coleta de dados ocorreu no período de outubro de 2016 a março de 2017. Nessa fase, aplicaram-se questionários sociodemográfico e clínico nos quais foram variáveis de interesse: sexo; idade; estado civil; raça; rendimento familiar mensal; doenças; medicamentos de uso contínuo; queda nos últimos 12 meses e hospitalização.

A condição e os marcadores de fragilidade física foram avaliados mediante o fenótipo6 compreendendo os cinco componentes: FPM, VM, autorrelatos de perda de peso e fadiga/exaustão e nível de atividade física. A equipe de examinadores foi composta por quatro pesquisadores, previamente treinados por examinadores, com experiência na avaliação da fragilidade física.

A FPM foi mensurada em quilograma/força (Kgf) na mão dominante por meio de dinamômetro hidráulico Jamar®. A média das três medidas foi ajustada segundo o sexo e o Índice de Massa Corporal (IMC). Os valores da FPM, que incluíram o quintil inferior, foram considerados marcadores de fragilidade para este estudo.6

Para avaliar a VM, considerou-se a velocidade média de três trajetos (ida e volta) em um percurso de seis metros e sessenta centímetros (6,6 m), sendo que o primeiro e último metro da caminhada não foram cronometrados a fim de reduzir efeitos de aceleração e desaceleração. Nessa etapa, foi permitido o uso de dispositivos de auxílio à marcha (bengala, muleta, andador). Após ajuste para sexo e altura, os valores da VM do menor quintil foram marcadores de fragilidade para este componente.6

A perda de peso não intencional foi verificada por autorrelato. Considerou-se frágil para este componente o idoso que declarou perda de peso corporal maior ou igual a 4,5 kg nos últimos doze meses de forma não intencional (sem dieta ou exercício).6

A fadiga/exaustão foi avaliada por autorrelato conforme a resposta do participante aos itens 7 e 20 da Escala de Depressão Center for Epidemiological Scale - Depression (CES-D).13 Resposta “2” ou “3” para qualquer uma das perguntas categorizou o idoso como frágil para esse componente.6

Para o nível de atividade física, aplicou-se o questionário Minnesota Leisure Activity Questionnaire,14,15 o qual aborda a frequência e o tempo de atividades (atividades físicas e tarefas domésticas) realizadas no último ano. O dispêndio energético para cada atividade seguiu as recomendações do Compendium of Physical Activities.16 Após ajuste para sexo, os valores do menor quintil foram marcadores de fragilidade para este estudo.6

A síndrome da insuficiência familiar foi avaliada pelo APGAR de Família,17,18 instrumento que avalia a funcionalidade familiar sob a ótica de um membro da família em cinco domínios: adaptação, companheirismo, desenvolvimento, afetividade e resolução.

Os domínios do APGAR foram abordados por questões estruturadas: 1) Adaptação -”Estou satisfeito com a atenção que recebo da minha família quando algo está me incomodando?”; 2) Companheirismo - “Estou satisfeito com a maneira com que minha família discute as questões de interesse comum e compartilha comigo a resolução dos problemas?”; 3) Desenvolvimento - “Minha família aceita meus desejos de iniciar novas atividades ou de realizar mudanças no meu estilo de vida?”; 4) Afetividade - “Estou satisfeito com a maneira com que minha família expressa afeição e reage em relação aos meus sentimentos de raiva, tristeza e amor?” e 5) Resolução - “Estou satisfeito com a maneira com que eu e minha família passamos o tempo juntos?”.17,18

Para cada pergunta, a resposta é categorizada em: raramente (0), às vezes (1) e quase sempre (2). Considera-se boa funcionalidade familiar os escores entre sete e dez pontos, moderada Disfunção Familiar (DF) entre cinco e seis pontos e elevada DF escores entre zero e quatro pontos.17,18

Os dados foram analisados no programa Statiscal PacKage for Social Sciences (SPSS), versão 22.0. Foram realizadas análises estatísticas descritivas expressas em médias, desvio-padrão, frequências absolutas e relativas. A análise univariada foi realizada por meio do teste de qui-quadrado com nível de significância estatística de p≤0,05.

RESULTADOS

Visualizam-se, na tabela 1, as distribuições de frequências da amostra total (n=384) referentes às características sociodemográficas e clínicas dos idosos.

Tabela 1
Características sociodemográficas e clínicas dos idosos, São José dos Pinhais, 2018.

A amostra mostra-se homogênea quanto à variável sexo. Houve predomínio da faixa etária entre 65 e 69 anos (n=84; 21,9%), sendo a média de idade de 70,7 (±7,44) anos. Mais da metade dos idosos é casada (n=253; 65,9%), seguida dos idosos viúvos (n=70; 18,2%). Predominaram a raça branca (n=313; 81,5), a renda familiar mensal de um a dois salários-mínimos (n=331; 86,2%) e idosos com escolaridade de um a quatro anos (n=208; 54,2%) (Tabela 1).

Observa-se, na tabela 1, que cerca da totalidade da amostra possuía uma ou mais doenças (n=356; 92,7%) e um percentual significativo utilizava medicamentos (n=344; 89,6%). A hospitalização, nos últimos doze meses, foi relatada por 89 (23,2%) idosos e 132 (34,4%) referiram episódio de queda no último ano (Tabela 1).

Entre os 384 idosos, 212 (55,2%) foram classificados como pré-frágeis, 118 (30,7%), não frágeis e 54 (14,1%) eram frágeis. Quanto à avaliação do APGAR de Família, 286 (74,5%) possuíam boa funcionalidade familiar, 62 (16,1%), elevada DF e 36 (9,1%), moderada DF.

Na tabela 2, observa-se a associação entre fragilidade física e funcionalidade familiar.

Tabela 2
Associação entre fragilidade física e funcionalidade familiar, São José dos Pinhais, 2018.

A condição de fragilidade física não se associou à funcionalidade familiar (p=0,344). Entretanto, observa-se que o percentual de frágeis entre os idosos com elevada DF (22,2%) e moderada DF (19,4%) é maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Dessa forma, pode-se afirmar que o grau de fragilidade física entre os idosos é diretamente proporcional ao nível de DF (Tabela 2).

Na tabela 3, são apresentadas as associações entre a funcionalidade familiar e os marcadores de fragilidade física.

Tabela 3
Associação entre a funcionalidade familiar e os marcadores de fragilidade física, São José dos Pinhais, 2018.

O percentual de idosos frágeis para o marcador “fadiga/exaustão” mostrou proporcionalidade direta ao grau de DF e apresentou relação estatisticamente significativa ao escore total do APGAR de Família (p=0,001) (Tabela 3).

A distribuição homogênea do percentual de idosos frágeis em todas as classificações do APGAR de Família para os componentes “perda de peso não intencional”, “VM” e “FPM” sugere não haver relação direta desses componentes com a funcionalidade familiar. Já a fragilidade marcada pelo componente “nível de atividade física” (p=0,361) mostra valor de relação mais próximo à funcionalidade familiar (Tabela 3).

DISCUSSÃO

Predominaram os idosos pré-frágeis (n=212; 55,2%), seguidos pelos não frágeis (n=118; 30,7%) e, por último, os frágeis (n=54; 14,1%). Em outros contextos nacionais, o quantitativo de idosos pré-frágeis também toma proporções significativas. No município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), com amostra constituída por 521 idosos (≥60 anos), o Estudo Multidimensional dos Idosos da Estratégia Saúde da Família (EMI-SUS) objetivou descrever a associação entre a fragilidade e as síndromes geriátricas. Observaram-se prevalências de 51,1% pré-frágeis e 21,5% frágeis.19

No contexto internacional, em pesquisa realizada com 8.804 idosos australianos da comunidade (≥65 anos), foram identificados 21% idosos frágeis, sendo o maior percentual o de idosos pré-frágeis (48%).20 Uma revisão sistemática com metanálise objetivou buscar, na literatura, a partir do ano 2.000, evidências da prevalência de fragilidade (critério de Fried) entre idosos japoneses (≥65 anos) residentes em comunidade. A busca foi conduzida em 11 bases de dados, sendo encontrados 1.529 estudos dos quais cinco perfizeram o corpus da revisão. A prevalência agrupada (n=11.940) de idosos frágeis, pré-frágeis e não frágeis foi de 7,4%, 48,1% e 44,4%, respectivamente.21

Em outra revisão sistemática com metanálise, foram identificados 1.078 estudos em sete bases de dados e 12 estudos foram selecionados para análise. Os estudos foram realizados em nove países (Espanha, Brasil, França, Coreia do Sul, Israel, Estados Unidos, Irlanda, China e Emirados Árabes Unidos). Da amostra agrupada (n=26.935), 11.265 idosos (41,82%) foram classificados como pré-frágeis e 2.460 (9,13%) como frágeis.22

Dessa forma, ao comparar esses resultados aos achados deste estudo, é preciso considerar as diferenças socioeconômicas entre os contextos e os países onde as pesquisas foram realizadas. Os estudos realizados em países desenvolvidos, que possuem um Índice de Desenvolvimento Humano elevado, mostraram taxas menores de idosos frágeis quando comparados aos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

A condição de fragilidade física sofre influência de fatores como o baixo nível de escolaridade e renda das amostras investigadas,6,23 entretanto, as variações observadas também podem ser o resultado de características genéticas e ambientais que se modificam nos países.24

A alta prevalência da condição de pré-fragilidade reforça a importância de identificá-la precocemente entre os idosos. Além disso, a pré-fragilidade responde melhor às intervenções de cuidados e aos tratamentos recomendados.5 Para tanto, é necessário desenvolver a prática da avaliação da fragilidade durante a consulta de Enfermagem com a população idosa e, ao identificá-la, é essencial concretizar os cuidados integrados em equipe multiprofissional.25 As intervenções recomendadas são a prática de exercícios físicos aeróbicos e resistidos, a redução da polifarmácia, a suplementação de vitamina D, o suporte calórico e proteico.5

Neste estudo, 16,1% (n=62) dos idosos apresentaram elevada DF; 9,4%, (n=36) moderada DF e 74,5% (n=286), boa funcionalidade familiar. Esses dados podem estar subestimados, uma vez que se trata de um assunto bastante delicado para os idosos.

Estudo realizado com amostra constituída por 2.052 idosos (≥60 anos), no município de Sete Lagoas, Minas Gerais (Brasil), objetivou avaliar a funcionalidade familiar de idosos brasileiros e testar a influência de fatores determinantes. Os pesquisadores encontraram a prevalência de 8,62% (n=177) de DF elevada e 15,11% (n=310) de moderada, totalizando 23,73% de DF.26 Essa distribuição de DF total converge com os dados deste estudo. Já em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), o resultado do estudo foi consideravelmente inferior. Em 227 idosos nonagenários e centenários, a DF (elevada e moderada) foi identificada em 9,69% (n=22) deles.27

Neste estudo, não houve relação significativa entre fragilidade física e insuficiência familiar (p=0,344), no entanto, observou-se que o percentual de frágeis entre os idosos com elevada (22,2%) e moderada DF (19,4%) é maior que o observado entre os idosos com boa funcionalidade familiar (12,2%). Estudos apontaram que a disfuncionalidade familiar está presente entre os idosos em processo de fragilização, com múltiplas doenças e limitações para realizar as atividades de vida diária.28

Todas essas condições colocam o idoso em maior demanda de cuidado. Quando a família, principal provedora dessa assistência ao idoso, não é capaz de adaptar-se a essa reestruturação, frequentemente, ocorre conflitos da convivência entre os membros, acarretando tensões no processo de cuidado.29

Estudo observacional longitudinal da Rede Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) realizado em São Paulo, São Paulo (Brasil), objetivou analisar se a funcionalidade familiar atua como moderadora da associação entre fragilidade e qualidade de vida relacionada à saúde (health-related quality of life; HRQoL). Os 2.143 idosos (≥60 anos) foram acompanhados em três ondas de avaliação (2006, 2010 e 2015). A funcionalidade familiar relacionou-se à fragilidade física na última onda de avaliação (p=0,008 em 2015) e foi apontada como um fator protetor para o componente mental do SF-12.30

Estudo realizado na China avaliou a relação entre a sarcopenia e a funcionalidade familiar em 834 idosos (≥60 anos) residentes na comunidade.31 A funcionalidade familiar foi operacionalizada mediante o APGAR de Família e a sarcopenia avaliada segundo os critérios: massa muscular medida por meio do Bioeletrical Impedance Analysis (BIA); força muscular medida por meio da FPM e a performance física avaliada segundo a VM (seis metros). Os resultados mostraram que os idosos sarcopênicos apresentaram pontuações menores no APGAR de Família. Houve associação significativa da funcionalidade familiar à sarcopenia nos homens (p=0,003) e nas mulheres (p=0,013).

O estudo citado acima31 não empregou o fenótipo da fragilidade física,6 no entanto, investigou duas variáveis que compõem o fenótipo: VM e FPM. A realização de atividades físicas foi avaliada como um parâmetro do “estilo de vida” dos idosos e os pesquisadores utilizaram o International Physical Activity Questionnaire.

Os pesquisadores31 também evidenciaram a associação entre sarcopenia e funcionalidade familiar. Sobre esse aspecto, vale ressaltar que o percentual de idosos chineses que relataram realizar atividades físicas com muita frequência foi elevado tanto entre os sarcopênicos (n=48; 54,5%) como entre os não sarcopênicos (n=494; 66,2%). O último dado diverge do encontrado neste estudo no qual a diminuição das atividades físicas foi o componente que apresentou maior frequência de idosos frágeis (n=151; 39,2%) (Tabela 3).

O sedentarismo é considerado um preditor de fragilidade física em idosos. Por sua vez, as atividades físicas e os exercícios físicos são apontados como intervenções eficazes, que impedem o desenvolvimento e ou a progressão da síndrome, na gestão de cuidados da fragilidade.5,32

O isolamento social, fatores psicossociais e até a depressão podem interferir na realização de atividades físicas pelos idosos, assim como no relato de “sentir-se cansado/exausto”. Além disso, a pesquisa mostra que sintomas depressivos no idosos estão relacionados à presença de fragilidade.33 Pode-se justificar a relação estatística entre o marcador “fadiga e exaustão” e o APGAR de Família, uma vez que a avaliação desse marcador do fenótipo é realizada mediante duas questões da Escala de Depressão (CES-D).

Pesquisa desenvolvida com o objetivo de investigar preditores físicos, psicológicos e sociais da fragilidade utilizou dados da segunda onda de avaliações do English Longitudinal Study of Aging com amostra composta por 4.638 idosos entre 65 e 69 anos. Os achados apontaram que a presença de doenças crônicas, a diminuição das atividades físicas, os sintomas depressivos, o comprometimento cognitivo e o suporte social precário são todos preditores de fragilidade física (p<0,005).34 A depressão e a ansiedade são os agravos psiquiátricos mais comuns na velhice associados à percepção de suporte social como insuficiente ou negativo ao menor grau de proximidade com outras pessoas e à menor satisfação com as relações sociais e/ou familiares.35

CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

O predomínio de idosos pré-frágeis é um alerta para a necessidade de cuidados de Enfermagem Gerontológica com o intuito de evitar a progressão dessa condição para a síndrome da fragilidade física por meio de intervenções da gestão da fragilidade física, a qual deverá ser praticada junto à equipe multiprofissional de saúde.

O quantitativo expressivo de idosos com insuficiência familiar (elevada e moderada disfunção), apesar da não associação significativa com a síndrome da fragilidade física, mostrou que o percentual de idosos frágeis com elevada e moderada DF foi maior que o observado entre aqueles com boa funcionalidade familiar.

No contexto da saúde do idoso, devem ser identificadas, concomitantemente, as condições de (pré) fragilidade física e insuficiência familiar. A presença simultânea das síndromes indica alerta para a evolução ou o agravamento da fragilidade física e, consequentemente, a exacerbação da insuficiência familiar.

É essencial a implementação da avaliação da fragilidade física nas consultas de Enfermagem ao idoso com o propósito de evitar sua evolução, uma vez que leva o idoso para a condição de dependência. O idoso dependente está mais sujeito à insuficiência familiar e, quando já instalada na família, a tendência é exacerbá-la.

Dessa forma, os profissionais de Enfermagem deverão ter olhar atento aos idosos com risco de fragilização, principalmente no que tange a considerar e valorizar os apontamentos do idoso referentes às relações familiares, uma vez que a qualidade destas impacta, diretamente, seu estado de saúde.

Este estudo apresenta limitações no que diz respeito à ausência de estudos sobre a temática que associa insuficiência familiar e fragilidade física. Constatou-se um significativo déficit de estudos desenvolvidos com idosos da assistência ambulatorial, o que limitou a comparação e discussão dos resultados.

A análise do nível de atividade física, mediante o Minessota Leisure Time Activities, apresentou restrições por incluir atividades físicas não realizadas por idosos brasileiros e não valorizar as atividades domésticas com gasto energético significativo. Ainda, considerou-se um fator limitante o emprego de instrumentos com questões de autorrelato para a avaliação da fragilidade física. Dessa forma, sugere-se que pesquisas futuras possam investigar a insuficiência familiar também sob a ótica da família dos idosos em condição de fragilidade física.

  • a
    Artigo extraído da dissertação de mestrado “Insuficiência familiar e fragilidade física em idosos” apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná em 30 de novembro de 2018. Autora: Larissa Sayuri Setoguchi. Orientadora: Maria Helena Lenardt.
  • FINANCIAMENTO O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    01 Out 2021
  • Aceito
    06 Maio 2022
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