Open-access Análise conceitual e aplicabilidade de telessimulação no ensino em saúde: Revisão de escopo

Análisis conceptual y aplicabilidad de la telesimulación en educación en salud: Revisión del alcance

RESUMO

Objetivo  analisar o conceito de telessimulação e sua aplicabilidade no contexto do ensino em saúde.

Método  trata-se de uma análise conceitual, realizada através de uma scoping review realizada em maio de 2021, nas seguintes bases de dados: PubMed, PMC, Educational Resources Information Center, Web of Science, Science Direct, Scopus, LILACS, Scientific Electronic Library Online e Google Scholar, mediante o uso do descritor “telessimulação” e suas respectivas traduções para inglês e espanhol. Para análise dos estudos, avaliaram-se os atributos, antecedentes e consequentes do conceito.

Resultados  a telessimulação é definida como uma ramificação da simulação clínica que se caracteriza pela promoção/viabilização de práticas educativas no ensino em saúde, realizadas remotamente, síncrona, através de videochamada. Tem como objetivo facilitar o contato entre instrutores e participantes em situações de necessidade de distanciamento social, acesso dificultado por razões econômicas, como a escassez de recursos humanos e materiais, e/ou geograficamente distantes, com a intenção de desenvolver e aperfeiçoar competências e habilidades pertinentes as profissões da saúde.

Conclusão e implicações para a prática  a telessimulação representa uma nova oportunidade na formação em saúde, ao ampliar as possibilidades de ensino e romper barreiras que vão desde as geográficas até as econômicas.

Palavras-chave:  COVID-19; Educação à Distância; Ensino; Formação de Conceito; Simulação

RESUMEN

Objetivo  analizar el concepto de “telesimulación” y su aplicabilidad en el contexto de la educación para la salud.

Método  se trata de un análisis conceptual realizado a través de una revisión de alcance realizada en mayo de 2021 en las siguientes bases de datos: PubMed, PMC, Educational Resources Information Center, Web of Science, Science Direct, Scopus, LILACS, Scientific Electronic Library Online y Google Scholar, mediante el uso del descriptor “telesimulación” y sus respectivas traducciones al inglés y al español. Para analizar los estudios, se evaluaron los atributos, antecedentes y consecuencias del concepto.

Resultados  la telesimulación se define como una rama de la simulación clínica que se caracteriza por la promoción/habilitación de prácticas educativas en educación para la salud, realizadas de forma remota, sincrónica, mediante videollamada. Tiene como objetivo facilitar el contacto entre instructores y participantes en situaciones de necesidad de distancia social, acceso dificultado por razones económicas, como la escasez de recursos humanos y materiales, y/o geográficamente distantes, con la intención de desarrollar y mejorar las habilidades y competencias relevantes. habilidades las profesiones de la salud.

Conclusión e implicaciones para la práctica  la telesimulación representa una nueva oportunidad en la educación para la salud, ya que amplía las posibilidades de enseñanza y rompe barreras que van desde las geográficas hasta las económicas.

Palabras clave:  COVID-19; Educación a Distancia; Enseñanza; Formación de Concepto; Simulación

ABSTRACT

Objective  to analyze the “telesimulation” concept and its applicability in the context of health education.

Method  this is a conceptual analysis performed through a scoping review carried out in May 2021 in the following databases: PubMed, PMC, Educational Resources Information Center, Web of Science, Science Direct, Scopus, LILACS, Scientific Electronic Library Online and Google Scholar, through the use of the descriptor “telesimulação” and its respective translations into English and Spanish. To analyze the studies, the concept’s attributes, antecedents, and consequences were assessed.

Results  telesimulation is defined as a branch of clinical simulation that is characterized by the promotion/enabling of educational practices in health education, performed remotely, synchronously, through video call. It aims to facilitate contact between instructors and participants in situations of need for social distance, access made difficult for economic reasons, such as the scarcity of human and material resources, and/or geographically distant, aiming at developing and improving relevant skills and abilities for health professions.

Conclusion and implications for practice  telesimulation represents a new opportunity in health education as it expands teaching possibilities and breaks down barriers ranging from geographic to economic.

Keywords:  COVID-19; Education, Distance; Teaching; Concept Formation; Simulation

INTRODUÇÃO

O ensino em saúde vem passando por várias mudanças nas últimas décadas. Dentre estas mudanças, cita-se a educação mediada por simulação clínica. A literatura aponta para diversos benefícios da estratégia, que vão desde o desenvolvimento interpessoal até a comunicação, a resolução de problemas, a satisfação, a autoconfiança, a melhora no desempenho cognitivo e o desenvolvimento de habilidades clínicas.1-3

No entanto, importa salientar que a falta de especialistas e educadores dedicados é a principal barreira para o avanço da simulação clínica, além da falta de estrutura e de investimento das instituições.1,4

Sabe-se que a simulação clínica, enquanto estratégia de intervenção educacional, pode melhorar a prestação de cuidados em saúde. Entretanto, pesquisadores advertem que, em um sistema de recursos financeiros limitados, essa realidade pode interferir na acessibilidade da estratégia, uma vez que não são todas as instituições, sobretudo em áreas rurais e remotas, que possuem centros de simulação e tecnologias voltadas para essa estratégia.4,5

Com o objetivo de conectar, via internet, instrutores e aprendizes de diferentes localidades, a telessimulação surge, na última década, com o potencial para superar esses desafios por meio da tecnologia audiovisual e como um meio econômico de treinamento de simulação para participantes em locais remotos, menos acessíveis e com limitações de deslocamento. Nessa perspectiva, acredita-se que, por eliminar essas barreiras geográficas, oportuniza uma educação de qualidade e a colaboração institucional.4

A telessimulação colabora no desenvolvimento de habilidades cognitivas, cinestéticas e psicomotoras cruciais dos alunos, fornecendo treinamento prático em tempo real que é facilitado pelo instrutor de tarefas.6 Porém, infelizmente, há uma escassez de pesquisas que utilizam a telessimulação no desempenho baseado em equipe e na aquisição de habilidades psicomotoras.1

Ainda assim, a literatura aponta a validade da telessimulação e seus benefícios educacionais para alunos em locais externos.7 Além disso, tem apresentado um crescimento exponencial em áreas como a reanimação pediátrica e neonatal, cirurgia, anestesia, enfermagem e medicina de emergência. Estudos nessas áreas, sobretudo nas especialidades médicas, têm mostrado que se trata de uma estratégia com potencial de eficácia.6 Seus benefícios são promissores8, e se estendem além das paredes de um centro de simulação, mostrando-se particularmente útil onde há limitações de distância que impeçam a instrução eficaz/eficiente, restrições de tempo que tornam a viagem para o aluno ou local do instrutor impraticável, ou a falta de educadores disponíveis com conhecimento de conteúdo específico.6

É importante considerar também que, no contexto atual, a pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) trouxe um impacto significativo na educação de estudantes, limitando e alterando a aprendizagem presencial.9 Além das práticas nos serviços de saúde, afetou também as experiências clínicas simuladas nos laboratórios, o que pode ter consequências em longo prazo nos resultados de saúde.

Surge, então, a urgente necessidade de se pensar em estratégias alternativas para sessões de experiências clínicas simuladas no contexto da formação em saúde, considerando as particularidades do método remoto e a diversidade e características de cursos da área da saúde. Nessa perspectiva, a telessimulação se apresenta como uma solução completa para as experiências clínicas simuladas nas situações apresentadas.10

Frente à expansão recente do uso na literatura científica, mostra-se válido compreender o conceito de telessimulação no ensino em saúde. Ressalta-se, portanto, a importância de analisar a formação de conceito para a viabilização da construção de hipóteses devidamente embasadas. Além disso, os resultados desta análise podem ser úteis na construção de instrumentos de pesquisas, padronização de uma linguagem no ensino em saúde e no fornecimento de subsídios para a construção de novos simuladores ou a validação de equipamentos pré-existentes.11

Nesse contexto, emergiu a seguinte questão de pesquisa: de acordo com a literatura, como se dá a definição conceitual de telessimulação e sua aplicabilidade no contexto do ensino em saúde? Desse modo, objetivou-se analisar o conceito “telessimulação” e sua aplicabilidade no contexto da formação em saúde.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de análise conceitual baseado na metodologia sugerida por Walker e Avant, considerando-se sua aplicabilidade e disseminação em conceitos do campo da enfermagem.11 São apontados pelas autoras oito passos, em que os sete primeiros foram seguidos no presente artigo, tendo em conta ser prescindível a descrição dos referenciais empíricos para contemplar o objetivo proposto no estudo.

A primeira etapa trata da seleção do conceito11, onde, no presente estudo, o conceito definido para análise foi “telessimulação no ensino em saúde”. A segunda etapa trata da definição do objetivo da análise conceitual. A finalidade da análise foi elucidar o conceito “telessimulação” no contexto do ensino em saúde.

Na terceira etapa, realizou-se a identificação dos possíveis usos do conceito, através da análise de estudos e experiências da telessimulação na área da saúde. Posteriormente, foram determinados os atributos (quarta etapa). Ressalta-se que atributos são definidos a partir da análise de palavras ou expressões que aparecem repetidamente na literatura e que mostram a essência do conceito.11

Na quinta etapa, identificou-se um caso modelo como forma de ilustrar a utilização do conceito. Subsequentemente, elaborou-se um caso adicional, que não se aplica ao conceito.11 Por fim, na sétima etapa, identificaram-se antecedentes e consequentes. Importa salientar que os antecedentes são os eventos que devem ocorrer antes da ocorrência do conceito. Quanto aos consequentes, são os resultados do aparecimento do conceito. Portanto, nenhum desses elementos se encaixa nos atributos.11

A definição dos referenciais empíricos constitui a oitava etapa metodológica.11 No entanto, pelo seu caráter de observação da realidade e a necessidade do desenvolvimento de uma pesquisa de campo, não foi possível incluir neste artigo. Na realidade dos autores, as experiências concretas com a telessimulação foram pontuais e concuídas antes da finalização deste estudo.

O estudo foi realizado por meio de revisão de escopo, conforme a proposta do Joanna Briggs Institute (JBI).12 Para a construção da pergunta da pesquisa, aplicou-se a estratégia PCC, que representa uma mnemônica para População, Conceito e Contexto (P – definição do conceito, atributos e consequentes; C – telessimulação; C – ensino em saúde). Para a busca e a seleção dos estudos, foi estabelecida a seguinte questão norteadora: de acordo com a literatura, como se dá a definição conceitual de telessimulação no contexto do ensino em saúde? Quais os atributos, antecedentes e consequentes do conceito “telessimulação”?

A estratégia de busca individual foi aplicada nos seguintes bancos de dados: PubMed, PMC, Educational Resources Information Center (ERIC), Web of Science, Science Direct, Scopus, LILACS, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. As bases de dados foram acessadas por meio do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a partir da Comunidade Acadêmica Federada (CAFe), mediante o acesso proveniente de uma universidade pública federal. O estudo foi realizado em maio de 2021, através da seguinte estratégia de busca: “telesimulationOR “telessimulação” ORtelesimulación”. A seleção dos estudos foi realizada por dois revisores, de forma independente. Para tanto, foi utilizada a plataforma Rayyan – Intelligent Systematic Review. Os revisores eram um doutor e uma doutoranda em enfermagem. Não houve discordância na seleção da amostra.

Para seleção dos artigos, foi realizada a leitura criteriosa do título, resumo, e, quando esses não foram suficientes, foi realizada a leitura na íntegra do artigo. Para seleção, foram considerados critérios de inclusão e exclusão orientados através da pergunta-orientadora.

Os critérios de inclusão selecionados foram estudos primários de pesquisa, revisões sistemáticas, meta-análises, cartas, diretrizes, sites, blogs, comunicações oficiais de instituições governamentais e estudos que tenham como a telessimulação como temática. Não houve restrição do idioma e nem recorte temporal.

Os critérios de exclusão foram estudos que não responderam à questão de pesquisa e que não tinham como objeto de pesquisa a telessimulação no contexto da formação em saúde. De modo mais detalhado, no Google Scholar, foram encontrados 540 e excluídos 31; na PMC, foram encontrados 61 e excluídos 11; na PubMed, foram encontrados 51 artigos e excluídos 12; na Scopus, foram encontrados 43 e excluídos 16; na Science Direct, foram encontrados 39 e excluídos 9; na Web of Science, foram encontrados 34 e excluídos 8; na SciELO, foram encontrados e selecionados 2 artigos; na LILACS, foi encontrado e excluído um artigo; e na ERIC, não foi encontrado nenhum. A Figura 1 apresenta síntese do processo de busca de acordo com o modelo do PRISMA.

Figura 1
Fluxograma de busca da scoping review.

Após a busca dos artigos, os dados foram organizados em planilhas no Excel. Foram extraídas as seguintes informações dos estudos: título, autor(es), ano de publicação, base de dados/biblioteca/banco de dados, tipo de estudo, país de origem, objetivos, desenho metodológico, principais achados. As planilhas foram organizadas a partir da codificação dos artigos incluídos, atributos, antecedentes e consequentes, sendo analisados os conteúdos.

Após a organização dos dados, os autores, os mesmos da etapa de seleção da amostra, em leitura conjunta dos manuscritos incluídos, extrairam os atributos, antecedentes e consequentes. Para tanto, levou-se em consideração a definição desses três conceitos à luz do referencial metodológico de Walter e Avant11.

Uma análise descritiva dos dados foi realizada por meio de frequências relativa e absoluta, bem como caracterização e reprodução dos dados em quadros e tabelas.

Por não envolver seres humanos, o presente estudo não foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Entretanto, ressalta-se que os preceitos da Lei no 9.610/98 foram seguidos, com vistas a preservar e respeitar as ideias, conceitos e definições dos autores dos estudos primários selecionados.

RESULTADOS

Dos 771 documentos avaliados, 23 atenderam aos critérios para elegibilidade no estudo. A amostra é caracterizada por artigos da área de concentração de medicina (91,3%), predominantemente realizados nos Estados Unidos da América (56,5%), e publicados em 2021 (26%) e 2020 (26%). Em relação ao método adotado, estudos descritivos (78,2%) são os mais evidenciados.

O Quadro 1 apresenta a caracterização dos estudos pertencentes à amostra final, considerando o autor, o ano, o método e as principais conclusões dos estudos. Todos os estudos obtiveram experiências positivas com o uso da telessimulação no contexto do ensino em saúde.

Quadro 1
Caracterização dos estudos que compuseram a amostra (n=23).

Ao verificar o motivo de utilização da telessimulação, 52% dos estudos optaram pela estratégia em consequência da pandemia de COVID-19, que trouxe a necessidade de distanciamento social.

Conforme apresentado no Quadro 2, as finalidades de uso da simulação são diversas, e envolvem procedimentos técnicos, competências gerenciais e assistenciais, obtendo como público-alvo tanto estudantes de graduação, residentes e profissionais de saúde. Ressalta-se ainda que, dentre as diversas plataformas de videoconferência disponíveis e utilizadas nos estudos, a plataforma Zoom obteve destaque (39,1%), seguida do Skype (13%).

Quadro 2
Definição do motivo de escolha da telessimulação, finalidade da simulação, público-alvo e plataforma de conferência utilizada.

Identificação dos possíveis usos do conceito

O conceito de telessimulação é utilizado em diferentes áreas do ensino em saúde. Embora se tenha um conceito bastante referenciado nos artigos analisados, a análise apontou também para uma variedade de compreensão e definição. No Quadro 3, são apresentadas algumas definições do conceito analisado. Os estudos 10, 16 e 18 não apresentam nenhum tipo de definição.

Quadro 3
Definições de conceitos de telessimulação.

Ao identificar os usos do conceito de telessimulação no ensino em saúde, extraíram-se os antecedentes e consequentes do conceito analisado. A Tabela 1 sintetiza os achados a partir da revisão da literatura.

Tabela 1
Atributos, antecedentes e consequentes da telessimulação no ensino em saúde. Natal, Rio Grande do Norte, Brasil (n=23).

Identificação dos casos adicionais

Com o objetivo de clarificar os antecedentes, atributos e consequentes relacionados ao conceito analisados, criaram-se quatro casos, sendo dois casos modelos e dois casos contrários. Os exemplos explicitados tentam reproduzir todos os elementos de destaque e características da estratégia de telessimulação. O caso modelo 1 apresenta as particularidades - para o treino de habilidades técnicas. Já o caso modelo 2 apresenta as particularidades - durante um cenário de simulação clínica no formato telessimulação.

Casos modelos

Os casos descritos a seguir foram criados por dois pesquisadores da área da simulação clínica, os mesmos que participaram da etapa de extração dos dados. No entanto, os casos foram revisados pelos demais autores do manuscrito com base na definição conceitual das etapas do estudo e dos atributos, consequentes e antecedente, conforme demonstrado na Tabela 1.

Caso modelo 1

Após uma sessão de exposição dialogada sobre reanimação neonatal, um grupo de estudantes está reunido no laboratório de habilidades. O espaço dispõe de todos os recursos materiais para a realização do treino de etapas relacionadas à reanimação neonatal. Os estudantes foram alocados em pequenos grupos para treinar habilidades psicomotoras de ventilação e compressão torácica. Os grupos estão distribuídos em estações práticas contendo simuladores, instrumentos e insumos. Ao passo que realizam os procedimentos de ventilação e compressão torácica, em um simulador de baixa fidelidade, são acompanhados, remotamente, de forma síncrona, através de uma plataforma de chamada de vídeo, por um instrutor especialista, que, por dificuldades de deslocamento, encontra-se em outra localidade. O instrutor observa o passo a passo dos procedimentos e fornece um feedback em tempo real a cada estudante.

Caso modelo 2

Após o treino de habilidades sobre reanimação neonatal, um grupo de estudantes está reunido em um ambiente virtual do tipo plataforma de chamada de vídeo. No ambiente, encontram-se dez estudantes e um tutor especialista em pediatria. Todos os participantes estão localizados em diferentes regiões do país, em razão de recomendações de distanciamento social orientado por órgãos de saúde, devido à situação pandêmica atual. O ambiente virtual oferece o compartilhamento de telas, áudios e chat. Os estudantes já conhecem todas as etapas e procedimentos relacionados à reanimação neonatal, e já treinaram, em outro momento, técnicas de ventilação, compressão torácica, administração de medicamentos, entre outras. Os participantes tiveram acesso, semanas antes, a um material contendo vídeos, artigos e manuais de procedimentos em pediatria. Após acessarem a plataforma virtual, são questionados quanto a eventuais dúvidas e convidados a resolver um caso clínico proposto pelo tutor. O tutor dispõe do controle de um simulador pediátrico de realidade virtual. Na situação, os estudantes resolvem o caso a partir da tomada de decisão frente às situações programas. Após a resolução dos problemas, refletem sobre as atuações no cenário, avaliam o momento e a desenvoltura na consolidação do conhecimento, bem como a experiência que levará para a prática real.

Casos contrários

Caso contrário 1

Após uma sessão de exposição dialogada sobre reanimação neonatal, um grupo de estudantes recebe um e-mail solicitando que eles produzam vídeos explicando e executando procedimentos relacionados à reanimação neonatal. Os estudantes são orientados a buscar materiais alternativos que permitam simular técnicas de ventilação e compressão torácica na criança e executar esses procedimentos. Após a gravação e a edição, os estudantes são orientados a depositarem no ambiente virtual da universidade. Posteriormente, os vídeos são distribuídos para os docentes da área de saúde, que devem emitir, quando oportuno, um parecer sobre o desempenho dos estudantes na execução das habilidades desenvolvidas.

Caso contrário 2

Após o treino de habilidades sobre reanimação neonatal, um grupo de estudantes é reunido em um ambiente virtual do tipo plataforma de chamada de vídeo. No ambiente, encontram-se dez estudantes e um tutor especialista em pediatria. O encontro online foi agendado em razão de preferência individual do tutor. O ambiente virtual oferece o compartilhamento de telas, áudios e chat. Os estudantes já conhecem todas as etapas e procedimentos relacionados à reanimação neonatal, e já treinaram, em outro momento, técnicas de ventilação, compressão torácica, administração de medicamentos, entre outras. Após acessarem a plataforma virtual, são informados que deverão observar um vídeo real de uma criança em atendimento de emergência após o parto. Durante o vídeo, o tutor pausa algumas cenas e discute os procedimentos executados pela equipe de saúde. Ao final da sessão, os estudantes são orientados a resolverem uma série de casos clínicos, em pequenos grupos, e proceder com o envio das respostas na plataforma virtual da universidade.

Definição

Com base na análise realizada, a telessimulação é definida como uma ramificação da simulação clínica que se caracteriza pela promoção/viabilização de práticas educativas no ensino em saúde, realizadas remotamente, síncrona, através de videochamada. Tem como objetivo facilitar o contato entre instrutores e participantes em situações de necessidade de distanciamento social, conforto, acesso dificultado por razões econômicas, como a escassez de recursos humanos e materiais, e/ou geograficamente distantes, para a melhoria do conhecimento, aumento da confiança e satisfação com a aprendizagem, interação interprofissional e para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências e habilidades pertinentes às profissões da saúde.

DISCUSSÃO

Na ciência, muito se discute sobre a necessidade de definir e clarificar conceitos de maneira objetiva, evitando-se confusões e contradições nas definições de objetos de estudo. Desse modo, obtiveram destaque autores que definiram métodos de realizar essas análises, possibilitando identificar aspectos inter-relacionados e aplicação contextual dos conceitos.11

No contexto da simulação clínica, muitos termos diferentes são usados para descrever processos semelhantes, incluindo simulação a distância, simulação virtual, telessimulação e outros.6 Essa variação em termos, o que eles pretendem descrever e a falta de clareza sobre o que significam tornam desafiador o aprofundamento na literatura acerca da temática.

A escolha pelo termo “telessimulação” foi justificada diante da amplificação da utilização dessa modalidade de ensino no último ano, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus 2019 (COVID-19). As estratégias virtuais de ensino obtiveram expansão jamais observada em anos anteriores. As aulas teóricas foram rapidamente alinhadas às estratégias digitais, entretanto associar as práticas de ensino às tecnologias se tornou grande desafio.8 É nesse contexto que a telessimulação é evidenciada como sendo uma estratégia de fornecer suporte às práticas e desenvolvimento de competências e habilidades na formação em saúde.6,8-9,13,16,22,25-26

Os artigos analisados no presente estudo apresentam possibilidades diversas para o uso da telessimulação no ensino em saúde, entretanto há uma carência na conceituação do termo telessimulação nos artigos.

O estudo ID 4 apresenta uma definição que é utilizada pela maioria dos artigos que compuseram a amostra (ID 2, ID 3, ID 5, ID 7, ID 19, ID 20 e ID 23), na qual a telessimulação é um “processo pelo qual os recursos de telecomunicação e simulação são utilizados para fornecer educação, treinamento e/ou avaliação para alunos em um local externo”.6:2 Os demais estudos conceituam como sendo uma abordagem que envolve alunos e facilitadores em locais separados com o equipamento de simulação.

É importante destacar que não há um consenso sobre o seu conceito que englobe todas as áreas que fazem uso telessimulação, embora seu uso não seja recente. O radical do conceito vem da educação a distância, que não é um tema novo6, e estudos, desde 2010, apontam a utilização da estratégia no treinamento de cirurgia laparoscópica com eficácia no processo de ensino e aprendizagem e satisfação dos estudantes.22

Entretanto, pode-se observar que a ascensão da técnica aconteceu nos últimos dois anos, conforme demonstrado no Quadro 2, em consequência da pandemia de COVID-19. Nos estudos, a telessimulação foi associada a diversas áreas gerais do ensino em saúde, como emergência, cuidados primários, pediatria, ginecologia e obstetrícia, neurologia, neurocirurgia, além de procedimentos específicos, como punção intraóssea e drenagem torácica.

Para a utilização da telessimulação, se faz necessário minimamente a presença de computador/celular/tablet com acesso à internet e um aplicativo de webconferência. Em alguns estudos, a plataforma Zoom ganhou destaque na utilização da educação a distância.8,15-16,19,23,25-26,28,30 Ressaltam-se as opções gratuitas de suportes para telecomunicação a serem consideradas, como Skype, FaceTime, Google Hangouts, VSee e Join.me, caracterizando-a como uma estratégia mais econômica e de baixo custo.6

Nesse ínterim, a telessimulação dispensa a necessidade de ter instrutores, alunos e manequins no mesmo lugar ao mesmo tempo, permitindo que sessões educacionais baseadas em simulação ocorram com maior frequência para instituições não localizadas próximas a centros de simulação formais.5

Importa destacar que, quando se pretende trabalhar com habilidades técnicas, a presença no laboratório se torna indispensável. No entanto, como estratégia para solucionar essa dificuldade de acesso aos laboratórios de habilidades, sobretudo em tempos de pandemia, é viável a organização de uma agenda de empréstimos de materiais para que os estudantes possam praticar em suas casas procedimentos menos complexos, com o acompanhamento de tutores, em sessões síncronas, para o feedback.

Ao considerar os antecedentes à telessimulação, evidenciou-se o cancelamento e suspensão de atividades relacionada à pandemia de COVID-19. Mas outros fatores também foram considerados, tais como limitações geográficas, recursos físicos limitados e acesso limitado a laboratórios. Desse modo, pode-se conferir à telessimulação benefícios do ensino de práticas estendidos para além de laboratórios e centros de simulação, com diversas vantagens e consequentes: acessibilidade, economia, aumento do conhecimento, continuação das atividades, satisfação com a aprendizagem, uso da simulação em locais remotos, aprimoramento de habilidades, melhora da interação, interação interdisciplinar, aumento da confiança, conforto e menor risco de contaminação.5,6,9

Com relação à eficácia da estratégia, o ensaio clínico randomizado, que comparou a telessimulação versus simulação clínica presencial, evidenciou que não houve diferença significativa nas pontuações de avaliação entre os dois grupos.14

Corrobora esse resultado o estudo acerca da educação médica transatlântica para estagiários, utilizando a telessimulação, no qual o treinamento médico a distância provou ser uma ferramenta altamente eficaz para melhorar as habilidades médicas de emergência, obtendo potencial de treinamento em larga escala de profissionais da saúde para países menos desenvolvidos e em regiões rurais.31

Chama a atenção, por outro lado, que a telessimulação necessita de profissionais tecnologicamente aptos com capacidade robusta de planejamento.1 Ressalta-se ainda que aspectos, como velocidade da internet, firewalls institucionais e recursos de áudio e vídeo podem determinar o engajamento dos estudantes.9,32,33

A telessimulação pode, ainda, desafiar os alunos nos estágios mais elevados de domínio de aprendizagem, em que dependem menos de regras e diretrizes, possibilitando a aplicação de abordagens analíticas durante novas situações simuladas.1 Pode haver limitações da estratégia no treinamento de habilidades específicas; no entanto, os estudantes têm a oportunidade de observar de forma repetida como se realiza a técnica.9,32

Os casos modelos e contrários apresentados evidenciam a robustez da telessimulação e, além disso, demonstram as possibilidades diversas e amplas de aprendizagem, como a interação de pessoas de diferentes locais, permitindo o compartilhamento de experiências e estratégias, e ainda, a facilidade de obter treinamentos com experts, considerando a redução de limites geográficos.

Nesse contexto, frente aos avanços e desafios das estratégias para o ensino de habilidades, compreende-se a telessimulação como sendo uma nova modalidade educacional que se caracteriza pela promoção de práticas simuladas realizadas, quando os participantes e facilitadores estão separados geograficamente, através de videoconferência.

Desse modo, ressaltam-se as contribuições do estudo à medida que se verifica uma carência na literatura nacional e internacional de estudos sobre a temática e uma lacuna na definição conceitual de telessimulação internacionalmente. A realização de uma análise conceitual permite uma contribuição com o intuito de homogeneizar o termo e discussões científicas mais robustas.

Quanto às limitações do estudo, a ausência do descritor “telessimulação” e suas respectivas traduções para a língua inglesa e espanhola ocorre tanto nos Descritores de Ciências da Saúde (DeCS) quanto no Medical Subject Headings (MeSH), limitando as buscas e restringindo o número amostral do presente artigo. Além disso, ressalta-se como limitação a não realização da oitava etapa do método proposto por Walker e Avant11.

CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

A análise conceitual identificou o conceito telessimulação no contexto do ensino em saúde. A partir de uma revisão de escopo, identificaram-se os atributos, antecedentes e consequentes mais apontados pela literatura. Com isso, foi possível criar um novo conceito.

No entanto, o estudo propicia subsídios para uma melhor compreensão, aplicação e uso da telessimulação enquanto ramificação da simulação clínica no ensino em saúde. Assim, essa compreensão ampliada poderá contribuir na melhoria dos processos de ensino e aprendizagem, refletindo em melhor qualificação profissional.

Além disso, a clarificação desse conceito poderá facilitar o desenvolvimento de instrumentos de pesquisas na área de investigação do fenômeno estudado para a organização do conhecimento nessa área de investigação no contexto da pesquisa em simulação clínica.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    15 Jan 2022
  • Aceito
    26 Maio 2022
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