Tornar-se uma outra na histeria e ser uma outra do falso self

Pinheiro, Teresa

doi:10.1590/1415-47142004001002

Resumos

Este trabalho pretende fazer uma comparação entre a histeria e o falso self a partir do projeto de “ser uma outra” presente nas duas patologias. O projeto de “tornar-se uma outra” na histeria aponta para personagens que necessariamente estão presentes nesse modelo fantasmático: a vítima e o vilão. A noção de “ser uma outra”, no falso-self, apresenta-se como única forma possível de estar no mundo, onde a ilusão não tem lugar.

Histeria; falso-self; fantasia; ilusão; melancolia

Este trabajo pretende comparar la histeria con el falso-self a partir del proyecto de “ser una otra” presente en ambas patologías. El proyecto de “ tornarse una otra”, en la histeria, apunta para personajes que están necesariamente presentes en este modelo fantasmático: la víctima y el villano. La noción de “ser una otra”, en el falsoself, se presenta como la única forma posible de estar en el mundo, donde no hay lugar para la ilusión.

Histeria; falso-self; fantasía; ilusión; melancolía

Ce travail a pour but d’établir une comparaison entre l’hystérie et le faux-self par le biais du projet d’“être une autre”, présent dans les deux pathologies. Le projet de “devenir une autre” dans l’hystérie montre les personnages qui sont nécessairement présents dans ce modèle fantasmatique: la victime et le bourreau. La notion “d’être une autre” dans le faux-self se présente comme le seul moyen possible d’être au monde, où l’illusion n’a pas de place.

Hystérie; faux-self; fantasme; illusion; mélancolie

This article consists of a comparison between hysteria and false self that begins with a project of “being someone else,” present in both pathological forms. The project of “becoming someone else” in hysteria refers to fictional characters that are necessarily present in this type of fantasy: the victim and the villain. The notion of “being someone else,” a false self, arises as the only possible way of existing in the world, where there is no place for illusion.

Hysteria; false self; fantasy; illusion; melancholia

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Referências

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Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
Jan-Mar 2004

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[1] ABRAHAM, N. e TOROK, M. A casca e o núcleo. São Paulo: Escuta, 1995.

[2] FREUD, S. (1896). La etiología de la histeria. In: Obras completas Sigmund Freud. Buenos Aires: Amorrortu, 1993. v. III.

[3] FREUD, S. (1908). Las fantasías histéricas y su relación con la bisexualidad. In: O.C Op. cit. v. IX. Tradução da Edição Eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.

[4] FREUD, S. (1914). Contribución a la historia del movimiento psicoanalítico. In: O.C. Op. cit. v. XIV. Tradução da Edição Eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.

[5] FREUD, S. (1921). Psicologia de las masas y análisis del yo. In: O.C. Op. cit. v. XVIII. Tradução da Edição Eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.

[6] FREUD, S. e FLIESS, W. Correspondência completa (1887-1904). Rio de Janeiro: Imago, 1986, carta de 21/9/1897. Tradução da Edição Eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.

[7] KEHL, Maria Rita. Deslocamentos do feminino Rio de Janeiro: Imago, 1998.

[8] PINHEIRO, Teresa. Ferenczi, do grito à palavra Rio de Janeiro: Jorge Zahar/UFRJ, 1995.

[9] PINHEIRO, Teresa. Algumas considerações sobre o narcisismo, as instâncias ideais e a melancolia. Cadernos de Psicanálise, SPCRJ, v. 12, n. 15, p. 20-8, nov/1995a.

[10] PINHEIRO, Teresa. Num tempo sem ilusão. IV Fórum brasileiro de Psicanálise – A cultura da ilusão Rio de Janeiro, 1997. p. 41-5.

[11] PINHEIRO, Teresa. A castração: do interdito ao desamparo. Saúde, Sexo e Educação – Edição especial: II Fórum de Psicanálise Rio de Janeiro, n. 12, 1997a. p. 41-4.

[12] PINHEIRO, Teresa. Algumas questões da metapsicologia freudiana. Psicologia Clínica, n. 12, p. 55-64, 2000.

[13] PINHEIRO, Teresa. O texto imagético: parnasianismo e experiência analítica. In: LO BIANCO, A.C. (Org.). Formações teóricas da clínica. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2001. p. 57-72.

[14] PINHEIRO, Teresa. Escuta psicanalítica e novas demandas clínicas. Revista Psychê, n. 9, p. 167-76, jun./ 2002.

[15] PINHEIRO, Teresa. ; JORDÃO, Alexandre; e HOLANDA MARTINS, Karla. A certeza de si e o ato de perdoar. Cadernos de Psicanálise, v. 14, n. 17, p. 160-75, 1998.

[16] VERZTMAN, Julio Sérgio. O observador do mundo: a noção de clivagem em Ferenczi. Revista Ágora, v. V, n. 1, p. 59-78, jan.-jun./2002.