Laboratório de Eletroneuromiografia do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Paulo Sérgio Santana dos Santos Alameda dos Antúrios, 178 apto. 702 Cidade Jardim Salvador (BA) CEP 40275-590 Tel. (+55 71) 3351-5905 / 9127-7901 E-mail: pauloeanna@uol.com.br
INTRODUÇÃO
A mononeuropatia intercostal (MNI), isoladamente, é relatada na literatura médica como entidade pouco freqüente. Assim como as outras condições neuropáticas, ela pode levar o indivíduo à incapacitação para suas atividades cotidianas. Neste trabalho analisamos os aspectos terapêuticos da MNI de casos oriundos de um Serviço de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos (STACP), diagnosticados ao longo de 13 anos de existência do Laboratório de Eletroneuromiografia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu.
MÉTODOS
Realizamos revisão de prontuários de todos os pacientes com história de dor em região intercostal, atendidos no período de janeiro de 1991 a junho de 2004, encaminhados para confirmação eletroneuromiográfica (ENMG) de MNI. Os exames foram feitos em aparelho Nihon-Kohden Neuropack. Incluímos todos os pacientes com história de dor intercostal que foram encaminhados ao laboratório. Excluímos os pacientes com dados insuficientes.
RESULTADOS
Entre os 5.560 exames de ENMG, foram encontrados 17 pacientes com MNI (0,3% dos casos), mas três pacientes foram excluídos do estudo, sendo, portanto, nossa população estudada constituída de 14 pacientes. As principais causas de MNI foram: prováveis intervenções cirúrgicas torácicas em 42,8% (seis pacientes), neuropatia pós-herpética em 28,6% (quatro pacientes), neurite intercostal em 4,3% (dois pacientes), neoplasia pulmonar em 7,1% (um paciente) e radiculopatia em 7,1% (um paciente).
DISCUSSÃO
Neste estudo, os antidepressivos tricíclicos e os anticonvulsivantes corresponderam aos principais fármacos empregados na terapêutica da MNI, de modo similar às descrições da maioria dos autores.
CONCLUSÃO
O tratamento da dor neuropática intercostal é dificil e insatisfatório. Inicialmente a abordagem se faz com antiinflamatórios não-hormonais, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes e opióides.
REFERÊNCIAS
1. Baron R. Post-herpetic neuralgia case study: optimizing pain control. Eur J Neuro1. 2004;11(suppl.1):3-11.
2. Raja SN, Haythomthwaite IA, Pappagallo M. Opioids versus antidepressants in postherpetic neuralgia: a randomized, placebo-controlled trial. Neurology. 2002;59:1015-21.
3. D' Amours RH, Riegler FX, Little AG. Pathogenesis and management of post-thoracotomy pain. Chest Surg Clin N Am. 1998;8(3):703-22.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
14 Set 2005 -
Data do Fascículo
2005