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Realismo e anti-realismo na ciência: aspectos introdutórios de uma discussão sobre a natureza das teorias

Resumos

Este artigo apresenta, de forma sistemática, a discussão entre realismo e anti-realismo na ciência, tendo como objetivos principais a reconstrução e a crítica de ambas teorias.

Realismo científico; verdade


This paper brings forward, in a systematic way, the discussion about realism and anti-realism in science, having as main aims, the reconstruction and the criticism of both proposals.

Scientific realism; truth


ARTIGOS

Realismo e anti-realismo na ciência: aspectos introdutórios de uma discussão sobre a natureza das teorias

Marcos Rodrigues da Silva

Professor Assistente do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina - PR. (e-mail: marcosrs@npd.uel.br)

RESUMO

Este artigo apresenta, de forma sistemática, a discussão entre realismo e anti-realismo na ciência, tendo como objetivos principais a reconstrução e a crítica de ambas teorias.

Unitermos: Realismo científico; verdade.

ABSTRACT

This paper brings forward, in a systematic way, the discussion about realism and anti-realism in science, having as main aims, the reconstruction and the criticism of both proposals.

Keywords: Scientific realism; truth.

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Full text available only in PDF format.

1 Percebe-se aqui que a principal reivindicação realista - a verdade como correspondência aos fatos - é abandonada. Não possuímos a capacidade (e devemos renunciar à possibilidade) de acessar o mundo como ele é em si mesmo, portanto, a postura correta é aquela que se pauta em função da impossibilidade epistêmica da correspondência dos enunciados teóricos com entidades extra-teóricas. Matthews cita exemplarmente Glasersfeld:"O fato de que o conhecimento científico nos capacita enfrentar [o mundo], não justifica a crença de que o conhecimento científico forneça um quadro do mundo que corresponde a uma realidade absoluta" (Matthews 1994:140). Michael Matthews é um dos pensadores atuais que procuram vincular a discussão epistemológica à questão do ensino de ciências. Uma discussão mais detalhada sobre Matthews pode ser vista em Silva (1997). Além disso, conferir o artigo do professor Eduardo Barra - publicado neste volume -, que discute a questão da realidade do mundo científico.

2 Conforme Plastino (1995, p. 9), o realismo científico se caracteriza como um conjunto de teses, das quais destacamos a que afirma a independência (também parcial, num certo sentido) do mundo em relação às nossas teorias. São elas: "1) A existência e a natureza dos fatos do mundo não dependem das teorias ou métodos que a ciência utiliza. 2) Toda asserção científica, interpretada literalmente, é ou verdadeira ou falsa. 3) O valor-de-verdade de uma asserção científica é determinado pelo mundo. Uma asserção é verdadeira quando mantém uma relação de correspondência com o mundo. 4) A ciência procura teorias que façam uma descrição verdadeira (ou aproximadamente verdadeira) do mundo. 5) Os termos teóricos preservam sua referência durante as mudanças científicas. As teorias científicas sucessoras incorporam o cerne das teorias precedentes. 6) O progresso da ciência consiste num progresso convergente de aproximação de uma teoria científica completa e verdadeira. 7) Nas ciências maduras, as teorias são aproximadamente verdadeiras e seus termos centrais referem-se a objetos do mundo." "Nas ciências maduras, as teorias são aproximadamente verdadeiras e seus termos centrais referem-se a objetos do

mundo."

3 O termo 'naturalista', neste contexto, não refere-se à epistemologia naturalizada.

4 Esta é a tese de Richard Dawkins (1979:38-39). É interessante comparar a idéia de Dawkins, de que a evolução não significa exatamente uma 'coisa boa', pois, 'nada, na verdade, quer evoluir', com a concepção kuhniana de que o progresso da ciência não significa igualmente uma aproximação à verdade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Fev 2012
  • Data do Fascículo
    1998
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