Open-access PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS E INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR EM ATLETAS DE ESPORTES COLETIVOS

IMMUNOLOGICAL PARAMETERS AND UPPER RESPIRATORY TRACT INFECTIONS IN TEAM SPORTS ATHLETES

PARÁMETROS INMUNOLÓGICOS E INFECCIONES DEL TRACTO RESPIRATORIO SUPERIOR EN ATLETAS DE DEPORTES DE EQUIPO

RESUMO

Entre atletas e treinadores, existe uma percepção comum de que altas cargas de treinamento e competições, aplicadas de forma crônica, com controle nutricional e/ou períodos de recuperação inadequados, podem reduzir a resistência imunológica, aumentando a predisposição aos episódios de infecções, principalmente infecções do trato respiratório superior (ITRS). Nesse sentido, o presente estudo está centrado em revisar as interações entre os parâmetros imunológicos com a síndrome do sobretreinamento, especificamente em esportes coletivos, considerando a sua natureza intermitente. Assim, foi realizada uma revisão de periódicos nacionais e internacionais relacionados com o tema. As correlações entre exercício, sistema imunológico e suscetibilidade às ITRS têm sido avaliadas principalmente em esportes individuais e de resistência em comparação aos coletivos. As modulações dos leucócitos ao longo da temporada, frente ao efeito somatório das cargas de treinamento e competições, quando analisadas especificamente quanto aos neutrófilos e monócitos, possivelmente se relacionam com os processos de reparo tecidual e incidência de ITRS. As modulações relacionadas com os linfócitos parecem estar relacionadas mais diretamente com a incidência das ITRS. Ademais, o entendimento de todos os marcadores propostos, incluindo os imunológicos em associação com os indicadores de desempenho e controle do treinamento, parece ser um caminho mais promissor para o diagnóstico clínico do estado imunológico do atleta e da prevenção da síndrome do sobretreinamento do que necessariamente a busca por um marcador exclusivo de excesso de treinamento.

Descritores: alergia e imunologia; infecções respiratórias; exercício; medicina esportiva.

ABSTRACT

Among athletes and coaches, there is a common perception that high training loads and competitions, applied chronically, with inadequate nutritional control and/or recovery periods, may reduce the immune resistance, increasing susceptibility to infection episodes, mainly upper respiratory tract infection (URTI). In this sense, this study is focused on reviewing the interactions between immunological parameters with the overtraining syndrome, specifically in team sports, considering its intermittent nature. Thus, a review of national and international journals related to the topic was held. The correlations between exercise, immune system and susceptibility to URTI have been evaluated mainly in individual and endurance sports compared to the team sports. The modulations of leukocytes throughout the season, against the totalization of training loads and competitions, when analyzed specifically for neutrophils and monocytes, are possibly related to tissue repair processes and incidence of URTI. Modulations related to lymphocytes seem to be more directly related to the incidence of URTI. Moreover, an understanding of all the proposed markers, including immunological markers, in association with the performance indicators and control of training, appears to be a more promising avenue for clinical diagnosis of the athlete's immune status and prevention of overtraining syndrome than the search for a unique marker of overtraining.

Keywords: allergy and immunology; respiratory tract infections; exercise; sports medicine.

Descriptores: alergia e inmunología; infecciones del sistema respiratorio; ejercicio; medicina deportiva.

RESUMEN

Entre los atletas y entrenadores, hay una percepción común de que las altas cargas de entrenamiento y competiciones, aplicados crónicamente, con períodos de control y/o de recuperación nutricional inadecuados, pueden reducir la resistencia inmunológica, aumentando la susceptibilidad a los episodios de infecciones, especialmente del tracto respiratorio superior (ITRS). En este sentido, el presente estudio está centrado en la revisión de las interacciones entre los parámetros inmunológicos con el síndrome de sobreentrenamiento, sobre todo en los deportes de equipo, teniendo en cuenta su naturaleza intermitente. Por lo tanto, se llevó a cabo una revisión de revistas nacionales e internacionales relacionadas con el tema. Las correlaciones entre el ejercicio, el sistema inmunológico y la susceptibilidad a la ITRS han sido evaluadas sobre todo en deportes individuales y de resistencia en comparación con los deportes colectivos. Las modulaciones de leucocitos durante la temporada, con relación al efecto de la suma de las cargas de entrenamiento y competiciones, cuando analizadas específicamente con relación a los neutrófilos y los monocitos, posiblemente están asociadas a los procesos de reparación de tejidos y la incidencia de la ITRS. Las modulaciones relacionadas con los linfocitos parecen estar asociadas más directamente a la incidencia de la ITRS. Además, la comprensión de todos los marcadores propuestos, incluyendo los inmunológicos en asociación con los indicadores de rendimiento y el control del entrenamiento parece ser una vía más prometedora para el diagnóstico clínico del estado inmunológico del atleta y para la prevención del síndrome de sobreentrenamiento que necesariamente la búsqueda de un único marcador de sobreentrenamiento.

INTRODUÇÃO

Entre atletas e treinadores, existe uma percepção comum de que altas cargas de treinamento e competições, aplicadas de forma crônica, com inadequado controle nutricional e/ou períodos de recuperação, podem reduzir a resistência imunológica, aumentando a predisposição aos episódios de infecções, principalmente infecções do trato respiratório superior (ITRS), sendo tal percepção, consistente com a literatura científica1-8.

Evidências científicas indicam que o exercício apresenta efeitos ambíguos sobre o sistema imunológico, correlacionando-o com diminuições nos episódios de ITRS quando realizado regularmente em intensidades e volumes moderados1,3,4,8-11.

Antagonicamente, o exercício pode levar a um quadro imunossupressor, com aumentos nos episódios de ITRS, caso executado intensamente e/ou por períodos prolongados que extrapolem as limitações físicas dos atletas ou quando o período de recuperação é insuficiente1-13.

Os aumentos nos episódios de ITRS tem relação com: aumentos nas contagens dos neutrófilos e diminuição nos linfócitos circulantes1,14; redução da proliferação dos linfócitos e na citotoxicidade das células Natural Killers (NK)1,13,14; aumento da apoptose dos linfócitos1,13; redução da imunidade da mucosa, em decorrência de diminuições nas concentrações séricas de anticorpos específicos, principalmente a imunoglobulina (Ig)-A1,3,7,15e aumentos nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias, principalmente interleucina (IL)-1β, IL-6 e fator de necrose tumoral (TNF)-α. Essas modificações são mais evidentes após provas de maratona1,7,9 e testes prolongados em esteira1,14.

Os estudos que se propuseram a avaliar as modulações do sistema imunológico e incidência dos episódios de infecções decorrentes do treinamento e competições em esportes coletivos, principalmente ao longo dos períodos de preparação e competições5,16-24, são mais exíguos quando comparados aos esportes individuais e caracteristicamente de endurance1,5,6,8,9,11,13,14.

Nesse sentido, este trabalho está centrado em revisar: i) as interações entre o sistema imunológico e eixo neuroendócrino frente ao estresse do exercício e treinamento; ii) as conceituações, causas e quadro clínico (especificamente com relação as modulações nos parâmetros imunológicos) frente ao excesso de treinamento; iii) as modulações nos parâmetros imunológicos ao longo do treinamento e competições, com enfoque especial aos esportes coletivos, considerando a sua natureza intermitente; bem como iv) comparar às modulações imunológicas decorrentes de esportes individuais e caracteristicamente de endurance. Para tanto, foi realizada uma revisão de artigos científicos nacionais e internacionais, no período de dezembro de 2013 a dezembro de 2014, no portal científico da Capes e nas bases de dados SciELO, Science Direct, Highwire e PubMed, utilizando a combinação das seguintes palavras-chave: sistema imunológico, infecções, treinamento, esportes coletivos e excesso de treinamento. Foram utilizados como critérios de inclusão, estudos: i) originais/revisão; ii) que se utilizaram exclusivamente de atletas adolescentes ou adultos, não havendo restrição de gênero; bem como iii) que se dedicaram a avaliar qualquer tipo de parâmetro imunológico, associado ou não a parâmetros endócrinos e estratégias nutricionais relacionadas. Foi hipotetizado que, as modulações nos parâmetros imunológicos em atletas de esportes coletivos, observadas ao longo do treinamento e competições, apresentariam semelhanças as reconhecidas adaptações em atletas individuais e caracteristicamente de endurance.

Exercício e respostas imunológicas: interações entre o sistema imunológico e eixo neuro-endócrino

É reconhecido que tanto o estresse psicossocial ou psicológico e o estresse advindo do exercício, apresentam potencial efeito estimulador sobre o hipotálamo. Tal estimulação induz o hipotálamo (centro regulador) a sintetizar e liberar o hormônio liberador de corticotrofina (CRH). O CRH atua diretamente na hipófise, também denominada de glândula pituitária (centro retransmissor), que por sua vez, é estimulada a sintetizar e liberar a corticotrofina ou hormônio adreno-corticotrófico (ACTH). Finalmente o ACTH, liberado na circulação geral, induz as glândulas suprarrenais a iniciarem a síntese e liberação dos chamados hormônios do estresse, denominados de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), liberadas pela medula das adrenais; bem como do cortisol, liberado pelo córtex das adrenais. O eixo descrito anteriormente é denominado de eixo-hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA)25-28. Adicionalmente, as glândulas suprarrenais são diretamente estimuladas pelo sistema nervoso autônomo, por intermédio de vias simpáticas, induzindo estas a sintetizar e liberar as catecolaminas26-28 (Figura 1).

Modificado de
Turnbull e Rivier25.

De fato, é reconhecido que, tanto o cortisol quanto as catecolaminas, apresentam ação direta sobre o sistema imunológico e consequente modulação desse sistema1,9,25,26(Figura 1), sendo tal interação denominada de neuroendócrino-imunomodulação26.

Em adição, as citocinas pró-inflamatórias como IL-1β, IL-6 e TNF-α têm sido correlacionadas com ativação do eixo HPA e inibição do eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal (HPG)25, demonstrando íntima relação destas citocinas com o eixo neuroendócrino e consequente modulação imunológica.

Vários estudos com modelos animais e humanos demonstraram aumentos agudos na contagem leucocitária durante e após exercícios em intensidades submáximas (aproximadamente 60% VO2máx.) até máximas, caracterizando os quadros denominados leucocitose, linfocitose, neutrofilia ou neutrocitose e monocitose, definidos como o aumento da contagem absoluta dos leucócitos, linfócitos, neutrófilos e monócitos circulantes, respectivamente1,11,29-35.

Modulações hemodinâmicas agudas, provocadas pela ativação simpática e imediata liberação das catecolaminas durante o exercício são tidas como fator primário para a leucocitose, promovendo a desmarginação dos leucócitos aderidos ao pool marginal e recrutamento celular dos locais de armazenamento e síntese celular para o sangue por ação mecânica1 (Figura 2).

Figura 2
Possíveis locais de mobilização dos leucócitos para o sangue, em decorrência dos efeitos imediatos exercidos pelas catecolaminas, bem como efeitos tardios exercidos pelo cortisol.

Antagonicamente, após exercícios realizados em intensidades máximas, ou mesmo submáximas, porém de duração prolongada (acima de 120 min), o aumento significante do cortisol promove inibição da mitogênese e/ou aceleração da apoptose linfocitária, provocando redução da contagem dos linfócitos circulantes abaixo dos valores basais, quadro este, denominado de linfopenia1 (Figura 2).

Adicionalmente, o cortisol e a IL-6 apresentam efeitos posteriores sobre a mobilização dos neutrófilos da medula óssea para o sangue, exercendo uma resposta secundária, e adicionalmente, aumentando a contagem além dos padrões apresentados imediatamente ao final das sessões1 (Figura 2).

O efeito imunossupressor do exercício e aumentos nos episódios de ITRS em atletas é atribuído a um período denominado de “Janela Aberta”, definido como um período transitório1,6-8,11,36, onde o organismo se encontra mais susceptível as ITRS, podendo ter relação com as diminuições observadas nas contagens linfocitárias1,6,11,36 (Figura 2).

Nessa linha de pensamento, em uma clássica e extensa revisão, Pedersen e Hoffman-Goetz1, relatam as modulações nos parâmetros imunológicos decorrentes do exercício e do treinamento realizado por atletas, prioritariamente de esportes individuais e caracteristicamente de endurance. As catecolaminas exercem efeitos agudos ou imediatos sobre a mobilização dos leucócitos (neutrófilos, monócitos e linfócitos) para o sangue durante as sessões de exercícios; enquanto o cortisol promove efeitos tardios sobre a mobilização dos neutrófilos para a circulação geral concomitantemente à inibição na mitogênese e funcionalidade dos linfócitos, consequentemente podendo promover a “Janela Aberta” e concomitantemente aumentando a incidência aos episódios de ITRS (Tabela 1).

Tabela 1
Respostas na contagem e funcionalidade dos leucócitos circulantes, durante e após sessões de treinamentos e competições realizadas por atletas.

Ressalta-se que essa aumentada incidência aos episódios de ITRS e que pode ser decorrente primariamente das excessivas cargas de treinamento e competições associadas a insuficientes períodos de recuperação1, enaltece a necessidade de uma adequada periodização do treinamento ao longo de todo o ciclo anual.

Nessa linha de pensamento, também tem sido dada atenção as estratégias com relação a manipulação das cargas de treinamento anteriormente as competições, sendo tal estratégia, comumente denominada de polimento ou taper37-39. Nessa referida estratégia, o volume de trabalho diminui de forma acentuada, porém a intensidade mantém-se em níveis elevados nas sessões que antecedem as competições, objetivando acentuar as adaptações ao treinamento sob as perspectivas: metabólicas, cardiorrespiratórias, bioquímicas, hormonais, neuromusculares, estado de humor, percepção do esforço, qualidade do sono e imunológicas; visando aperfeiçoar o desempenho esportivo37-39.

Excesso de treinamento: conceituação, possíveis causas e quadro clínico

A síndrome do excesso de treinamento (overtraining) é definida como um complexo conjunto de desordens neuroendócrinas, que ocorrem no eixo HPA e HPG, caracterizada por persistente fadiga, distúrbios do sono, alterações no estado de humor, supressão da atividade reprodutiva, diminuição do desempenho, incapacidade de manter as cargas de treinamento e competições, assim como aumento na incidência de infecções, especialmente as ITRS3,13,40-47.

Quanto a duração do quadro clínico, é importante destacar que a síndrome do overtraining denota o chamado excesso de treinamento com queda persistente do desempenho em longo prazo (perdurando mais de 3 semanas), enquanto que o overreaching denota um excesso de treinamento com queda no desempenho a curto prazo (perdurando menos de 3 semanas) e proporcionando ao atleta a super compensação em momentos adequados41,42,44, sendo caracterizado como overreaching funcional44.

O quadro clínico do overreaching pode incidir após vários dias de treinamento intenso, estando associado à fadiga muscular ou periférica. A reversão do overreaching ocorre após dias de afastamento dos treinamentos ou diminuição das cargas de treinamento41,42, podendo ocorrer até mesmo uma melhora no desempenho41,44, neste caso, o overreaching funcional44, em decorrência de adaptações orgânicas ao estresse do treinamento.

Quanto ao overtraining, para que ocorra a sua reversão, parece ser essencial um período de semanas a meses de afastamento dos treinamentos e competições41,42, sendo necessário impreterivelmente o repouso total do atleta por um período médio não inferior a cinco semanas, podendo chegar a 12 semanas42.

No entanto, é importante considerar que os sintomas do overreaching e overtraining podem se confundir, existindo dessa forma, uma linha muito tênue entre melhora do desempenho e propensão para o overtraining41,44. Apesar do grande número de pesquisas relacionadas ao overtraining, ainda não existe consenso entre os pesquisadores quanto à utilização de um marcador exclusivo e eficaz7,41,43-46.

Tais marcadores se configuram como: i) fisiológicos: frequência cardíaca de repouso, consumo máximo de oxigênio (VO2máx.), concentrações de lactato em repouso e no exercício; ii) hormonais e bioquímicos: excreção urinária de noradrenalina, concentração de testosterona e cortisol, razão testosterona/cortisol, concentrações de creatina quinase, mioglobina, fragmento de cadeia pesada de miosina, dentre outros; iii) psicológicos: perfil do estado de humor e percepção subjetiva de esforço e cansaço; iv) nutricionais: perfil alimentar (hipovitaminoses e hipervitaminoses); assim como v) imunológicos3,4,7,40-46,48,49.

Considerando as respostas tanto agudas como crônicas inerentes ao sistema imunológico em decorrência do treinamento e competições1,41, têm sido propostos em importantes revisões, alguns potenciais marcadores imunológicos para o diagnóstico clínico e prevenção da síndrome do overtraining como apoptose e proliferação linfocitária, concentração de Ig-A salivar, bem como citotoxicidade das células NK. Em adição, outros marcadores também têm sido sugeridos, como contagem dos leucócitos, razão neutrófilos totais/linfócitos totais, razão CD4+/CD8+, razão linfócitos T-helper (Th)1/Th2 e concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias como IL-2, IL-6 e TNF-α3,7,41.

Dessa forma, o entendimento das modulações nas variáveis imunológicas conjuntamente as cargas de treinamento e competições ao logo da temporada, a adoção de estratégias práticas quanto ao gerenciamento do estado imunológico4,48 e questões nutricionais relacionadas1,6, podem fornecer subsídios para a melhora do desempenho e prevenção da síndrome do overtraining.

Treinamento e respostas imunológicas: uma visão geral

Baseado nas evidências de que o estresse do exercício pode modular os parâmetros imunológicos, a teoria da “Curva em J” tem sido extensivamente considerada na imunologia do exercício. De acordo com essa hipótese, o exercício com cargas moderadas concomitantemente a alterações positivas no sistema imunológico, protegeria os indivíduos das infecções; ao passo que o exercício realizado com cargas excessivas, concomitantemente a alterações negativas nesse mesmo sistema, aumentaria o número de episódios de infecções em um dado período, acima dos índices apresentados em indivíduos sedentários50, caracterizando um estado anérgico (diminuição da capacidade de defesa)4,36,50 (Figura 3A).

Figura 3
Risco de infecções e função imunológica relacionada ao nível de treinabilidade; (+) estimulação, (-) inibição; (A): modificado de Nieman36; (B): modificado de Malm51.

Porém, nos atletas avaliados para formulação da referida “Curva em J”50 (Figura 3A), não foi distinguido a diferença entre “carga alta” e “carga de elite”. Considerando a referida distinção, quando atletas de elite são inclusos no modelo, a relação entre carga de exercício e risco de infecções, apresenta uma “Curva em S”, demonstrando que os atletas de elite apresentariam menor possibilidade de ocorrência de episódios de infecções, quando comparados às altas cargas de treinamento, realizadas por atletas que não são considerados como de elite (Figura 3B)51.

Durante uma sessão de exercício em intensidade e volume moderado, muitas alterações positivas, tanto nas contagens bem como nos parâmetros funcionais dos leucócitos, ocorrem no sistema imunológico1,4,8-11. Embora os parâmetros imunológicos, sob tais circunstâncias de esforço, retornem aos padrões normais muito rapidamente, cada sessão representa um estímulo agudo que parece reduzir o risco de ITRS cronicamente36 (Figura 4).

Figura 4
Estado imunológico decorrente do esforço em intensidades e volumes moderados por indivíduos fisicamente ativos, comparado ao treinamento e competições realizadas por atletas de alto nível; (+) estimulação, (-) inibição. Modificado de Nieman e Bishop12.

No entanto, as cargas comumente elevadas das sessões de treinamento realizadas por atletas, podem provocar um efeito imunossupressor, em decorrência do estresse fisiológico que modula negativamente a resposta imunológica, podendo induzir a instalação da “Janela Aberta” e aumentos nos episódios de ITRS1,4,6,8,11,36,48. Esse período imunossupressor transitório pode levar aproximadamente 3-24 horas após uma sessão de treinamento prolongado (>1,5 horas) de moderada a alta intensidade (55-75% VO2máx.)1,5,6,12,13; chegando até 1-2 semanas após eventos extremos, como uma maratona. Antagonicamente, sessões realizadas em intensidades leves a moderadas com duração não superior a 30-45 minutos não parecem induzir o estado imuno-supressor1,4,9 (Figura 4).

Modulações no sistema imunológico como, aumentos nas contagens dos neutrófilos e diminuição nos linfócitos circulantes1,14; redução da proliferação dos linfócitos e citotoxicidade das células NK1,13,14; aumento da apoptose dos linfócitos1,13; redução da imunidade da mucosa, em decorrência de diminuições nas concentrações séricas de anticorpos específicos, principalmente a Ig-A1,3,7,15e aumentos nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1β, IL-6 e TNF-α após provas de maratona1,7,9, assim como testes prolongados em esteira1,14, tem sido correlacionados com aumentos nos episódios de ITRS, em decorrência de excessivas cargas de treinamento e competições associadas a insuficientes períodos de recuperação (Tabela 1).

No que se refere aos anticorpos da mucosa, reconhecidamente existem diferentes classes dessas proteínas como Ig-A, Ig-G e Ig-M1,3,7,52. Tais classes de anticorpos da mucosa são consideradas pelos imunologistas como a primeira linha de defesa contra as ITRS1,3,7.

Diminuição da concentração salivar de Ig-A foram demonstradas após sessões de treinamento ou competições realizadas por atletas3,7,15. Contrariamente, o exercício submáximo parece não apresentar potencial para alterar as concentrações de Ig-A salivar1,3. Nesse sentido, as concentrações de Ig-A salivar adicionalmente às outras variáveis funcionais, constituem-se importantes ferramentas para a avaliação do quadro imunológico.

Treinamento, competições e respostas imunológicas: modulações nos parâmetros imunológicos em esportes coletivos

Como já evidenciado, aumentos nos episódios de ITRS parecem apresentar relação tanto com alterações nas contagens1,14, bem como na funcionalidade dos leucócitos circulantes1,7,13-15 assim como nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1β, IL-6 e TNF-α após provas de maratona1,7,9,53, e testes prolongados em esteira1,14,53 (Tabela 1). Com relação aos esportes coletivos como futebol americano17, futebol18, basquetebol16,19,22,23e voleibol20,21,24, as pesquisas são notoriamente mais exíguas (Tabela 2).

Tabela 2
Respostas na contagem e funcionalidade dos leucócitos circulantes ao longo dos períodos de preparação e competições realizadas por atletas.

Benoni et al.16 avaliaram jogadores de basquete quanto às contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos evidenciando: aumento nas contagens absolutas dos leucócitos, monócitos, neutrófilos totais, eosinófilos e linfócitos totais ao final da temporada; retornando aos valores iniciais três semanas após o final da temporada; aumento da atividade bactericida com concomitante diminuição da adesão dos neutrófilos ao final da temporada, similarmente retornando aos valores iniciais três semanas após o final da temporada (Tabela 2).

Quanto à contagem dos leucócitos, Rebelo et al.18 avaliaram jogadores de futebol e evidenciaram: aumento nas contagens absolutas dos leucócitos e neutrófilos totais ao final da temporada; porém manutenção nos eosinófilos e linfócitos totais ao longo da temporada; especificamente os monócitos e linfócitos T CD4+ apresentaram aumento no meio da temporada competitiva, retornando aos valores iniciais ao final da temporada (Tabela 2).

Bury et al.17 avaliaram jogadores de futebol americano quanto às contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos evidenciando: manutenção nos leucócitos; aumento nos neutrófilos totais; diminuição nos linfócitos totais; diminuição nos linfócitos T CD4+; manutenção nos linfócitos T CD8+ bem como nas contagens das células NK ao final da temporada, retornando aos valores iniciais na temporada seguinte (2 meses após); diminuição na proliferação dos linfócitos T CD4+ e T CD8+; diminuição da fagocitose e adesão dos neutrófilos ao final da temporada, similarmente retornando aos valores iniciais na temporada seguinte (2 meses após). Ademais, foram observados 22 episódios de ITRS nos atletas contra nove para o grupo controle sedentário, durante todo o ciclo anual de treinamento e competições, sugerindo relação com a diminuição dos indicadores funcionais (Tabela 2).

Suzui et al.20 observaram jogadores de voleibol quanto às contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos evidenciando: manutenção nas contagens absolutas dos leucócitos, neutrófilos totais, monócitos, basófilos, eosinófilos e linfócitos totais; assim como nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias interferon (IFN)-у, IL-6 e TNF-α; porém diminuição na citotoxicidade das células NK, após um mês de aumento na carga de treinamento e competições na pré-temporada (Tabela 2).

Nosso grupo de pesquisa também tem se dedicado a procurar entender as modulações imunológicas ao longo de períodos de treinamento e competições em esportes coletivos como basquetebol22,23 e voleibol21,24, a fim de contribuir com o gerenciamento da saúde dos atletas.

Nesse sentido, Brunelli et al.22 avaliaram jogadores de basquete quanto às contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos e observaram: manutenção nas contagens absolutas dos leucócitos, neutrófilos totais e linfócitos totais; diminuição nas contagens absolutas dos monócitos; manutenção nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias IL-6 e TNF-α ao final do período preparatório; bem como maior incidência dos episódios de ITRS ao longo das duas semanas iniciais do referido período (totalizando os primeiros 25% do período preparatório) (Tabela 2).

Ainda, Brunelli et al.23 avaliaram jogadores de basquete quanto às contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos e observaram: manutenção nas contagens absolutas dos leucócitos e linfócitos totais; aumento nas contagens absolutas dos monócitos e neutrófilos totais; aumento nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias IL-6, TNF-α e proteína C-reativa (PCR); diminuição nas concentrações séricas da citocina anti-inflamatória IL-10 ao final do período competitivo; bem como maior incidência dos episódios de ITRS durante o referido período e apresentando correlação com a monotonia (índice de variabilidade do treinamento) (Tabela 2).

Dias et al.21 avaliaram jogadores de voleibol quanto as contagens e parâmetros funcionais dos leucócitos e encontraram: aumento nas contagens absolutas dos leucócitos e monócitos no meio da temporada competitiva com manutenção dos mesmos ao final da temporada; aumento dos neutrófilos totais e diminuição dos linfócitos totais ao final da temporada; manutenção nas concentrações séricas das citocinas IL-2, IL-6 e TNF-α ao longo da temporada. Ademais, foram observados aumento dos episódios de ITRS no meio da temporada competitiva com manutenção dos mesmos ao final da temporada, sendo que os episódios de ITRS apresentaram correlação positiva com os indicadores da carga de treinamento (Tabela 2). Ademais, Yamada et al.24 também avaliaram jogadores de voleibol quanto aos parâmetros funcionais dos leucócitos e encontraram: manutenção nas concentrações séricas das citocinas pró-inflamatórias leptina e resistina bem como da citocina anti-inflamatória adiponectina (Tabela 2).

Além da reconhecida relação com a defesa do organismo e consequente susceptibilidade às infecções, o sistema imunológico recentemente tem sido cogitado como participante das adaptações musculoesqueléticas induzidas pelo treinamento e competições. A própria síntese de determinadas citocinas pelo tecido muscular1,53-57, sugere participação das mesmas nesse processo.

Nesse sentido, concentrações séricas elevadas das citocinas pró-inflamatórias como IL-1β, IL-6 e TNF-α, têm sido correlacionados com inibição do eixo hormônio do crescimento - fator de crescimento insulínico (GH-IGF-I) nos estágios iniciais do treinamento58. Adicionalmente, foi observado aumento da proteólise muscular em ratos tratados com TNF-α59; assim como em culturas de mioblastos de humanos, inibição do aumento da síntese proteica pelos fatores de crescimento, após tratamento com TNF-α60.

Com relação às contagens celulares, o quadro clínico da leucocitose, que comumente pode estar associado a algumas doenças52, não necessariamente se aplica a atletas, já que o efeito somatório das cargas de treinamento e competições pode ser o único responsável pelo maior limiar de contagem dos leucócitos circulantes, podendo esse quadro ser considerado para a referida população, como clinicamente dentro da normalidade, havendo a necessidade de uma interpretação clínica diferenciada entre indivíduos sedentários e atletas49.

Apesar da contagem dos monócitos e linfócitos totais bem como linfócitos T CD4+ e T CD8+ apresentarem respostas mais diferenciadas (diminuição, manutenção ou aumento), os neutrófilos parecem apresentar um padrão mais similar de resposta (aumento) ao longo do treinamento e competições16-18,21,23 (Tabela 2).

É possível que o aumento na contagem dos neutrófilos nos estudos revisados16-18,21,23(Tabela 2), seja decorrente do maior grau de dano tecidual, necessitando das referidas células para a promoção dos processos de regeneração muscular, associada a uma capacidade da medula óssea em prontamente disponibilizar células para o sangue. Ademais, tal modulação celular pode estar mais relacionada com os efeitos tardios exercidos pelo cortisol e IL-61.

Ainda, a diminuição na contagem dos linfócitos totais bem como nos linfócitos T CD4+, diminuição na proliferação dos linfócitos T CD4+ e T CD8+, bem como aumento da incidência de ITRS17,21(Tabela 2), também pode estar relacionada com os efeitos tardios e somatórios exercidos pelo cortisol1. No que diz respeito aos estudos onde foram observados aumento e/ou manutenção nas contagens linfocitárias ao final da temporada ou período de treinamento16,18,20,23(Tabela 2), é permissível hipotetizar que as cargas de treinamento e competições delineadas, não apresentaram potencial efeito somatório para induzir linfopenia.

Realizando uma comparação dos estudos revisados, no que diz respeito às modulações do sistema imunológico decorrentes de esportes coletivos ao longo do treinamento e/ou competições16-24 (Tabela 2), com as modulações propostas por Pedersen e Hoffman-Goetz1, observadas ao longo do treinamento e competições, porém prioritariamente em atletas de esportes individuais e caracteristicamente de endurance (Tabela 1); é observado similaridade no comportamento de ao menos uma das variáveis imunológicas em cada um dos referidos estudos revisados, demonstrando aumento na contagem dos neutrófilos16-18,21,23 e/ou diminuição na contagem dos linfócitos17,21; bem como na funcionalidade de alguma variável linfocitária17,20 (Tabela 2), confirmando a hipótese inicial do presente estudo.

No que diz respeito à funcionalidade dos leucócitos, os referidos estudos relativos aos esportes coletivos16-24 se propuseram a investigar a proliferação dos linfócitos T CD4+ e T CD8+17; a funcionalidade das células NK20; a atividade bactericida dos neutrófilos16; a fagocitose dos neutrófilos17; a adesão dos neutrófilos16,17; a incidência de ITRS19,21-23; bem como as concentrações séricas das citocinas IFN-у, IL-2, IL-6, IL-10, TNF-α, PCR, leptina, adiponectina e resistina20-24 (Tabela 2); não sendo encontrados até o presente momento, estudos que se propuseram a avaliar as modulações na imunidade da mucosa ao longo de uma temporada, abrindo novas perspectivas de investigação.

Nos referidos estudos revisados16-24, foi observado que, enquanto a funcionalidade dos linfócitos parece apresentar um padrão mais similar de resposta (diminuição), os neutrófilos parecem apresentar respostas mais diferenciadas, dependendo da variável avaliada (diminuição ou aumento) ao longo do treinamento e competições16-18,20-22(Tabela 2). É possível que a diminuição na capacidade funcional dos linfócitos possa ser regulada pela melhora nas contagens bem como em variáveis funcionais dos neutrófilos e macrófagos, contrabalanceando a redução na atividade linfoide. Entretanto, em razão da escassez de estudos que se dispuseram a avaliar a funcionalidade dos leucócitos em esportes coletivos, durante os períodos de treinamento e competições16-18,20-24 (Tabela 2), as conclusões sobre esse tópico, ficam limitadas.

Conforme apresentado anteriormente, realizando uma comparação dos estudos revisados, no que diz respeito às modulações do sistema imunológico decorrentes de esportes coletivos ao longo do treinamento e competições16-24(Tabela 2), com as modulações propostas por Pedersen e Hoffman-Goetz1, observadas similarmente ao longo do treinamento e competições, porém prioritariamente em atletas de esportes individuais e caracteristicamente de endurance (Tabela 1); é observado similaridade no comportamento quanto a funcionalidade das variáveis linfocitárias avaliadas17,20,23(Tabela 2), adicionalmente confirmando a hipótese inicial do presente estudo

Ademais, dos poucos estudos que se propuseram a investigar as modulações imunológicas em esportes coletivos ao longo da temporada16,-24, apenas quatro se propuseram a relacionar tais modulações com a incidência de ITRS17,21-23(Tabela 2). Outro ponto que chama a atenção, é o fato de apenas um estudo, ter procurado entender tais modulações sob a perspectiva das contagens absolutas e relativas dos leucócitos18, com a maioria dos estudos enfatizando somente as contagens absolutas16,17,20-23 sendo que, apenas dois estudos se preocuparam em utilizar um grupo controle composto por uma população saudável não atleta17,20 (Tabela 2), adicionalmente abrindo perspectivas para investigações futuras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As modulações nas contagens dos leucócitos observadas ao longo da temporada, modulações estas que são decorrentes do efeito somatório das cargas de treinamento e competições, quando analisadas especificamente quanto aos neutrófilos e monócitos, possivelmente se relacionam com os processos de reparo tecidual e incidência de ITRS. Entretanto, as modulações relacionadas aos linfócitos, parecem estar mais relacionadas diretamente com a incidência das ITRS.

Entende-se como de suma importância, o delineamento de estudos com a proposta de entender tais parâmetros quanto as contagens e funcionalidade dos leucócitos, procurando inferir correlações com a incidência das ITRS, sazonalidade, indicadores de desempenho e controle do treinamento ao longo de todo o ciclo anual com a adoção de um grupo controle.

Ademais, o entendimento integrado de todos os marcadores propostos, parece ser um caminho mais promissor para o diagnóstico clínico do estado imunológico do atleta e prevenção da síndrome do overtraining do que necessariamente a busca por um marcador exclusivo de excesso de treinamento.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro por meio do programa CAPES/PROSUP.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2017

Histórico

  • Recebido
    04 Maio 2015
  • Aceito
    15 Set 2016
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