RESUMO
Objetivo: Trata-se de uma pesquisa (meta)documental, na forma de uma biobibliografia, do bibliotecário russo Nicolas Roubakine (1862-1946), fundador da Bibliopsicologia (ou Psicologia Bibliológica). Apresentam-se, panoramicamente, vida e obra de Roubakine. O objetivo é analisar em quais territórios bibliográficos nacionais se encontram repercutidas a figura e a teoria roubakiniana. Constatada a escassa apropriação pela literatura científica brasileira, optou-se pela pesquisa em fontes de informação que atravessam bases especializadas e fontes gerais.
Método: Esta reflexão é teórica, exploratória e de abordagem quanti-qualitativa. O corpus está baseado em fontes gerais documentais primárias coletadas na Hemeroteca Digital Brasileira, mantida pela Fundação Biblioteca Nacional, examinada através de análise métrica de seus metadados. O marco epistemológico é produzido a partir de Marianna Choldin, Gustavo Saldanha, Robert Estivals, Sylva Simsova e Elena Savova. A proposta metodológica está vinculada à triangulação da noção de biobibliografia, fontes primárias nacionais e do “território-Roubakine nos trópicos” (vida e obra do bibliotecário).
Resultados: A pesquisa aponta para uma genealogia do pensamento roubakiniano no Brasil que segue um caminho diferente da literatura especializada, da sua ausência no plano acadêmico-científico tradicional da comunicação científica, partindo dos resultados recuperados nas fontes gerais de informação e suas diferentes formas de apropriação das noções elaboradas e/ou discutidas por Roubakine.
Conclusões: Ao considerar a ausência de uma sólida doxografia sobre o pensamento roubakiniano na literatura científica internacional perante condicionantes históricas e biográficas que envolveram a circulação das ideias do autor, o estudo sugere emergência na apropriação e disseminação das teorias revolucionárias do teórico russo pelo campo biblioteconômico-informacional.
PALAVRAS-CHAVE: Nicolas Roubakine (Nikolai Rubakin, 1862-1946) - Brasil; Bibliopsicologia; Biobibliografia; Publicações seriadas; Hemeroteca Digital Brasileira
ABSTRACT
Objective: This paper is a (meta)documental research, in the form of a biobibliography, of the Russian librarian Nicholas Rubakin (1862-1946), founder of what became known as Bibliopsychology (or Bibliological Psychology). It presents, panoramically, the life and work of Rubakin. The objective is to analyze the influence of Rubakin and his theory on national bibliographical territories. After verifying the scarce appropriation of Rubakin's work by the scientific literature of the field in Brazil, the study focused on researching other sources of information, on a path that goes from the investigation on specialized databases to general sources of information.
Methods: This study is theoretical, exploratory and based on a quantitative-qualitative approach. The corpus is based on primary documentary sources collected in the Hemeroteca Digital of the Brazilian National Library, examined through metric analysis of its metadata. The epistemological panorama is produced by Marianna Choldin, Gustavo Saldanha, Robert Estivals, Sylva Simsova, and Elena Savova. The paper's methodological research proposal innovates by linking the triangulation of the notion of biobibliography, national primary sources, and the "Rubakin-territory" (life and work of the Russian theorist).
Results: The research points to a genealogy of the Rubakinian thought in Brazil that follows a different path from the specialized literature, its absence in the traditional academic and scientific scope of scientific communication, starting from the results retrieved on primary documentary sources and its different forms of appropriation of the ideas formulated and discussed by Rubakin.
Conclusions: In considering the lack of a solid doxography of the Rubakinian thought in the international scientific literature in face of historical and biographical constraints that involved the circulation of the author’s ideas, this study suggests the need for a better appropriation and dissemination of revolutionary theories of the Russian theoretician by the Library and Information Science field.
KEYWORDS: Nicholas Rubakin (Nikolai Rubakin, 1862-1946) - Brazil; Bibliopsychology; Biobibliography; Serial resources; Brazilian Digital National Library
1 INTRODUÇÃO: À PROCURA DE NICOLAS ROUBAKINE
Viva o livro, o instrumento mais poderoso na luta pela verdade e pela justiça (Roubakine, 1998, folha de rosto, tradução nossa).1
A presente reflexão tem como objetivo mapear e analisar a presença do bibliotecário russo Nicolas Roubakine (Nikolai Rubakin, 1862-1946) em fontes primárias no Brasil, especificamente, as publicações indexadas pela Hemeroteca Digital Brasileira, mantida pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN)2 (Fundação Biblioteca Nacional, 2022). Esta pesquisa se justifica dada a relevância da figura de Roubakine para a epistemologia e historiografia da Biblioteconomia e Ciência da Informação (BCI), os conceitos de leitura e da pessoa leitora neste campo e para a sociologia da leitura no plano internacional. Conforme constata-se no Tratado de Documentação, de Paul Otlet (1934), nas obras do pedagogo suíço Adolphe Ferrière e na tradição francesa bibliológica, via pensamento de Robert Estivals (1993), bem como a repercussão na epistemologia africana em BCI, verifica-se o contrastante silêncio sobre vida e obra roubakinianas na literatura acadêmico-científica nacional do campo.
A inovação da proposta está na triangulação metodológica biobibliográfica de sua vida, sua obra e fontes primárias que versam sobre este “território-Roubakine”, ainda pouco explorado no Brasil. A proposta de trabalho nasce das inquietações resultantes da lacuna na produção teórico-metodológica em BCI no escopo proposto pelo presente objeto de estudo, junto à inexistência de tradução em língua portuguesa das obras de e sobre o pensamento roubakiniano sobretudo no que se refere à bibliopsicologia, materializada centralmente no livro Introduction à la psychologie bibliologique (Introdução à psicologia bibliológica), publicado em francês, em 1922, e em russo, em 1923-1924.
Postulada pelo autor como uma nova ciência, a bibliopsicologia, evidente busca empírico-racional-inovadora na primeira metade do século XX, junto a dezenas de outras abordagens científicas em construção, aborda o estudo dos fenômenos psíquicos transcorridos durante as experiências de leitura, as relações mentais entre a autoria e o sujeito leitor, com foco para os efeitos do livro (tomado em seu sentido amplo, tudo aquilo que é lido) em quem lê, incluindo o horizonte da transformação social pela projeção de tal efeito (Roubakine, 1998).
Apesar de o autor articular e, até mesmo, antecipar, de certa maneira, elementos que seriam abordados pelos estudos de recepção, mediação e correntes sociocognitivas em BCI, sobretudo a partir dos anos de 1970 (ainda que sem mencioná-lo ou mesmo conhecê-lo), a pesquisa em bases de dados bibliográficas consolidadas do campo, como a Base de Dados em Ciência da Informação (Brapci), base de dados dos Encontros Nacionais da ANCIB (BENANCIB), Scientific Electronic Library Online (SciELO Brasil), Portal de Periódicos da Capes e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (BDTD-IBICT) indica escassez de fontes sobre a biobibliografia de Roubakine na comunicação científica em território brasileiro. Os termos de coleta “Roubakine” e “Rubakin” não retornaram resultados expressivos, uma vez consideradas as dimensões de cobertura temporal das bases: 10 (dez) trabalhos, distribuídos entre artigos, anais, teses e dissertações, publicados entre 2012 e 2020; após atualização do campo empírico em janeiro de 2024, verifica-se igualmente essa incipiência, considerando o mesmo quantitativo encontrado nos anos anteriores.
Nesse sentido, esta pesquisa busca refletir sobre caminhos outros, no plano da coleta de dados, aqui dado via contexto documental, para a compreensão das interpretações e repercussões roubakinianas no Brasil, articuladas a partir do mapeamento na Hemeroteca Digital Brasileira. Por não se tratar de uma revisão sistemática de literatura, dado o caráter exploratório e a mencionada ausência de fontes nas bases especializadas do campo, o estudo segue indícios de presença de autoria e obra em fontes nacionais, no percurso de identificação de uma trilha social de suas ideias no Brasil. Dessa maneira, tais resultados não representam a produção científica brasileira sobre o autor, mas indicam a dificuldade em encontrar fontes de informação de maneira ágil e autorias variadas, ou seja, revelam baixo grau de investigação epistemológica entre os pares e sugerem, inicialmente, a ausência de uma ou mais escolas de investigação constituídas no país sob a luz do pensamento roubakiniano e seus conceitos. Tais conceitos, quando observados à luz de teorias e métodos posteriores à obra de Roubakine, sobre, por exemplo, conhecimento, mídias, recepção, interpretação, estudos de usos, de usuários e de comunidades informacionais, incidem em diferentes disciplinas científicas, antecipando hipóteses e resultados aplicados ao longo dos últimos cem anos em campos como Educação, Política, Sociologia, História, Psicologia e Ciência da Informação, além de domínios epistêmicos como Praxiologia, Estética da Recepção, Socioestatística, Metametodologia, Epistemologia Social, Educação Popular, História do Livro, Bibliossociometria, Formação de pessoas leitoras, Sociologia do Conhecimento, Antropologia da Ciência, dentre muitos outros.
Ao considerar a aparente incipiência de reflexões sobre Roubakine na literatura especializada em BCI, ensejamos a seguinte indagação: dada a produção conceitual e metodológica do teórico russo, a reputação acadêmico-científica internacional do autor, a relevância do acervo organizado por ele, além de sua vasta produção bibliográfica em línguas russa e francesa (esta última, junto à anglofonia, uma das línguas mais importantes para a formação epistemológica do campo no Brasil), existiriam outras frentes de repercussão e de apropriação de registros sobre Roubakine no Brasil? Ou seja, como se deu a territorialização do pensamento roubakiniano em nosso país, se é que existente? Esses questionamentos nos deslocaram para as fontes gerais de informação, manifestadas com ampla cobertura de materiais digitalizados pela Hemeroteca Digital Brasileira.
A reflexão aqui proposta é caracterizada como teórica, exploratória e de abordagem quanti-qualitativa, com foco na presença de Nicolas Roubakine nos estudos em BCI sob o olhar epistemológico-histórico. No plano teórico-metodológico, o método a que recorremos para apresentar, estudar e divulgar a temática roubakiniana é o da biobibliografia, segundo os contornos conceituais trazidos por Louise Malclès (1960), que posiciona a abordagem no início do movimento bibliográfico moderno. Na dimensão empírica, averiguamos se o acervo jornalístico da FBN poderia lançar luz à presença e circulação de informação acerca do bibliotecário e sua obra em solo nacional, ou reforçar o padrão acadêmico identificado.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: DA BIOBIBLIOGRAFIA À DIÁSPORA DAS IDEIAS NOS TRÓPICOS
Segundo o Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, biobibliografia é o “estudo da vida e da obra de um autor” (Cunha; Cavalcanti, 2008, p. 56). Enquanto fonte de informação, tradicionalmente, apresenta a biografia de uma autoria e uma lista das obras atribuídas a sua figura, as que são de sua autoria e/ou de sua responsabilidade. Mas também pode, e deve, em seu rigor descritivo-analítico, quando possível, apresentar textos de terceiros que falem sobre o autor ou suas obras. Também podemos pensá-la enquanto forma, modelo de discurso, um meio de estudo propriamente dito. Sendo assim, poderíamos dizer, a biobibliografia é o ponto de encontro entre biografia e bibliografia de uma certa personalidade autoral, acrescida de outras fontes que falem sobre a pessoa ou sobre sua obra.
Desse modo, a lente biobibliográfica explorada aponta a vida e a obra de Roubakine como elementos fulcrais para a pesquisa - em outras palavras, como sua história de vida e as teorias construídas no bojo de um dado espaço-tempo se confundem com a materialização de uma certa práxis bibliopsicológica e bibliotecária de seus atos políticos, demonstrando a participação do russo nas transformações sociopolíticas da virada do século XIX para o século XX, bem como as mudanças científicas propostas, testadas e aplicadas por Roubakine nesse mesmo cenário. Como complemento à investigação da vida e obra do pensador russo, o referencial teórico é construído, por um lado, pela própria articulação de Nicolas Roubakine (1998) em torno da bibliopsicologia a partir de sua obra seminal de 1922, Introduction à la psychologie bibliologique, e, por outro lado, pelas discussões sobre e a partir do teórico e das reverberações de suas teorias no campo biblioteconômico-informacional, conforme o olhar de Sylva Simsova (1966), Marianna Choldin (1979), Elena Savova e Robert Estivals (1993), Estivals (1993) e Gustavo Silva Saldanha (2019a, 2019b).
Para a etapa empírica de coleta dos dados, conforme antes mencionado, empreendemos com a análise e o mapeamento de publicações de e/ou sobre Roubakine e sua teoria bibliopsicológica em fontes primárias no Brasil, aqui, a Hemeroteca Digital Brasileira. Trata-se de um portal de periódicos nacionais, mantido pela FBN, que permite ampla consulta em diferentes tipologias de publicações seriadas (jornais, revistas, anuários e boletins, por exemplo) que vão desde alguns dos primeiros jornais publicados no país, ainda em 1808, como o Correio Braziliense e a Gazeta do Rio de Janeiro, até materiais extintos no século XX ou que não circulam mais em formato impresso (Fundação Biblioteca Nacional, 2022).
A partir daí, o mapeamento foi realizado em dois momentos: levantamento em agosto de 2021 e revisão dos dados obtidos em janeiro de 2024 para confirmação ou atualização do corpus final de análise. Optou-se pelo recorte temporal para avaliação e comparação dos dados disponíveis, já que o objetivo era englobar todas as cidades e todos os periódicos disponíveis na Hemeroteca, independentemente do ano de publicação. Considerando a data de nascimento de Roubakine (1862), o levantamento abarcou os séculos XIX, XX e XXI, partindo, portanto, do intervalo referente ao nascimento do autor (1860-1869) até o último intervalo do século XXI (2010-2019). A base conta ainda com uma opção chamada de “n.i”, que reúne os periódicos que não estão incluídos em intervalos temporais.
Os termos de entrada para a busca foram “Roubakine”, “Rubakin”, “Bibliopsicologia” e “Psicologia Bibliológica”, sendo os dois primeiros referentes ao sobrenome do teórico, guiados pelas variações de grafia registradas como autoridade no Virtual International Authority File (VIAF), e os dois últimos, metadados dos macroconceitos do pensamento roubakiniano, ambos usados pelo próprio autor em sua principal obra, Introduction à la psychologie bibliologique.
O levantamento resultou em 85 (oitenta e cinco) ocorrências. Após a leitura individual dos itens, foram descartados aqueles sem referência a Nicolas Roubakine e/ou a sua obra (neste caso, centralmente, na correlação entre suas ideias e a sua obra-síntese publicada em 1922, onde os conceitos de “bibliopsicologia” e “psicologia bibliológica” são determinantes, seguindo a interpretação da comentadora Elena Savova, bem como de Robert Estivals, 1993), o que gerou um corpus de análise com 21 (vinte e uma) ocorrências. Salientamos que não descartamos as duplicidades referentes ao conteúdo, uma vez que um dos objetivos era verificar a diversidade e o perfil dos veículos de publicação e outras variáveis que comprovam as potenciais movimentações da territorialidade bibliográfica de Nicolas Roubakine no Brasil.
Para o tratamento dos dados, organizou-se uma tabela no programa Microsoft Excel com os seguintes metadados operacionalizados como variáveis analíticas: i) temporalidade (intervalo temporal segmentado por década); ii) fonte de informação (veículo de divulgação a partir do registro do nome do periódico); iii) espacialidade da fonte (localização geográfica com foco na cidade-sede do periódico); iv) editoria (seções da publicação, quando especificadas, onde identificada e, potencialmente, a menção aos metadados da coleta); v) título (manifestação do título do texto, como matéria ou nota); e vi) autoria, quando existente. Na fase seguinte, realizamos o tratamento temático dos itens aglutinando-os em assuntos afins para obter uma visão geral dos temas veiculados.
3 NOS PASSOS DE ROUBAKINE: CONSTRUÇÃO DE UMA BIOBIBLIOGRAFIA
Nicolas Roubakine foi um bibliotecário russo com longa tradição nos estudos teóricos e empíricos sobre o livro e a leitura na e para a Rússia centralmente entre as décadas de 1880 e 1920. Em sentido mais amplo, seguindo Simsova (1966), é possível dizer que o teórico dedicou toda sua vida ao trabalho em prol do acesso ao livro, à leitura e ao conhecimento às camadas populares russas, pela via do que denominou, a partir do desdobramento teórico e praxiológico de seu trabalho, como bibliopsicologia ou psicologia bibliológica - resultado de mais de trinta anos de pesquisa em torno a) da mensuração dos efeitos do livro naquele que lê e, de maneira geral, na sociedade, b) bem como da discussão sobre as relações interpretativas de teorias, de métodos e de conceitos a partir dos dados sistematizados sobre o universo da leitura.
Para Roubakine (1998), tal entendimento implica um mapeamento de todas as sensações (físicas, psíquicas, emocionais) despertadas no sujeito leitor, com os instrumentos teóricos e metodológicos de seu tempo, durante as experiências de leitura, a partir da formulação de leis que regem esses atos de maneira qualitativa e quantitativa, ou seja, a regularização dos efeitos do livro através de um método de apropriação dos saberes.
Apesar de, em seu espaço-tempo, o método bibliopsicológico receber influência da corrente positivista dominante no campo científico à época (Saldanha, 2019a) - tal como ocorreu com Paul Otlet (1934) e sua bibliologia -, a teoria de Roubakine não é dissociada de um contexto social e historicamente construído, caminho que se relaciona diretamente com o objetivo central da bibliopsicologia: a transformação social, ou uma visão praxiológica dos métodos biblioteconômicos e da ação do trabalho da pessoa bibliotecária. Para o bibliotecário russo, a mensuração dos efeitos do livro tem por base as condições sócio-históricas que circunscrevem a produção, a circulação e a apropriação dos artefatos bibliográficos pelo sujeito leitor, considerando sua contextualidade em uma sociedade demarcada por determinadas formações sociais, políticas, culturais e econômicas (Roubakine, 1998).
Tal noção é corroborada pelo próprio percurso teórico-metodológico roubakiniano, influenciado pelos trabalhos de sua mãe em bibliotecas e atividades de educação popular, imbricado em um cenário marcado por opressões na Rússia czarista nas últimas décadas do século XIX, cujo horizonte que inspira e orienta toda sua proposta revolucionária aponta para a concepção do livro como o “[...] instrumento mais poderoso na luta pela verdade e pela justiça” (Roubakine, 1998, folha de rosto, tradução nossa).3
Nesse contexto, durante os anos de sua formação acadêmica na Universidade de São Petersburgo (1881-1887), Roubakine envolveu-se em organizações e movimentos estudantis considerados ilegais pelo regime czarista, sofreu perseguições políticas e foi acusado de divulgar textos ditos revolucionários, o que culminou em sua prisão na década de 1880. Após a soltura, permaneceu sob vigilância policial nos anos posteriores, exilando-se em Lausanne, na Suíça, em 1907 (Choldin, 1979), onde consolidou sua carreira.
É, notadamente, esse contexto, somado às experiências como bibliotecário na biblioteca de sua mãe, que delineia suas aproximações com uma proposta de justiça social via bibliopsicologia. Leitor e profícuo escritor, para ele, o livro e o fenômeno da leitura são instrumentos mediadores e formativos de transformação social, o que estabelece, na virada do século XIX para o século XX, o princípio de uma teoria social orientada para a mudança da realidade em BCI (Saldanha, 2019b).
O interesse de Roubakine está na formação humana, no acesso ao livro e à leitura. Sua indagação dizia respeito às condições de o objeto livro exercer, por meio da experiência de leitura, sua influência direta na população russa, como meio de emancipação das camadas populares (Choldin, 1979), ou seja, o foco teórico de toda sua obra sugere a observação pontual do “impacto” do pensamento gráfico na humanidade e seu potencial revolucionário. Em outras palavras, a bibliografia roubakiniana é uma formação de irrupção da realidade sob injustiça, na atividade de correlação entre livro, pessoa leitora, meio social e mundo a transformar. Essa noção, que orienta a fundamentação epistemológica do pensamento roubakiniano, é sustentada por uma teoria sociocrítica em torno da concepção simbólica do livro e da leitura como meios para a transformação social (Saldanha, 2019a, 2019b) - aqui, não somente um artefato material, mas sim simbolização do real, interação sujeito-realidade, permitindo não somente a leitura do objeto, como também a leitura do mundo sob uma perspectiva crítica e reflexiva. Podemos dizer, um meio para um fim centrado na práxis: apropriação de conhecimento por parte das massas populares contra a alienação (Roubakine, 1998).
Assim, a bibliopsicologia de Roubakine apresenta uma abordagem científica dos processos de leitura, visando à identificação e à quantificação das influências exercidas pelos artefatos bibliográficos nos indivíduos e na sociedade. O foco roubakiniano está nas condições sócio-históricas que circunscrevem a produção, circulação, apropriação e utilização daquilo que é lido pelo sujeito leitor, por escolas, bibliotecas, livrarias, etc., todos os potenciais espaços de fomentação revolucionária (Savova; Estivals, 1993; Roubakine, 1998). Esse circuito de pessoas, instituições e objetos gráficos integra uma teia que gera dados quanti e qualitativos, ou seja, bibliografias de bibliografias, mapas da realidade tecida sobre o universo da palavra escrita e suas potencialidades de mutação do real.
O trabalho metabibliográfico que atravessa o percurso de pesquisa de Roubakine, centrado em uma produção teórico-empírica em torno da ciência bibliopsicológica e seu potencial revolucionário, e suas vivências pessoais, sociais e políticas, nos conduz ao diálogo com o conceito de biobibliografia. No presente estudo, essa noção nos serve como bússola, apontando o caminho a ser percorrido na geografia bibliográfica roubakiniana brasileira. Sua vida, sua obra e o material bibliográfico sobre ambos, o tripé biobibliográfico, se coadunam na investigação, presença e desdobramento de diálogos e pesquisas, podemos dizer, roubakinianas no Brasil.
4 RESULTADOS: RASTROS ROUBAKINIANOS NA HEMEROTECA DIGITAL BRASILEIRA
No lastro biobibliográfico do levantamento realizado na Hemeroteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional (2022) brasileira, recuperamos 21 (vinte e uma) ocorrências válidas, integralmente do século XX, que tratam, direta ou indiretamente, da vida e obra de Nicolas Roubakine, conforme indicado na Tabela 1. A revisão do levantamento dos dados foi realizada em janeiro de 2024 e confirmou o campo empírico delineado em agosto de 2021, apontando para a ausência de indexação de novos itens sobre Roubakine na Hemeroteca nos últimos dois anos.
Como demonstrado acima, a primeira publicação consta no intervalo 1900-1909 e a última, no intervalo 1970-1979. O intervalo com maior número de publicações foi 1960-1969, com 6 (seis) registros. Na sequência, a década 1950-1959, com 5 (cinco) itens; 1900-1909, com 4 (quatro); e 1970-1979, 2 (dois) registros. O intervalo entre as décadas de 1910 e 1949 conta com 1 (uma) publicação a cada década, totalizando 4 (quatro) registros; aqui, é interessante observar a presença de produções, ainda que escassas, sobre o bibliotecário russo ainda em vida, como sugerem os 4 (quatro) registros entre os anos de 1900 e 1909 e os também 4 (quatro) itens recuperados no intervalo entre 1910 e 1949. Não foram recuperadas ocorrências nos intervalos 1860-1899 e 1980-2019 - este último intervalo em específico, podemos sugerir, corrobora a incipiência de discussões de e sobre o bibliotecário russo em território nacional nas últimas quatro décadas não apenas nas fontes especializadas em BCI, como também nas fontes primárias como um todo.
No que tange aos periódicos em que foram veiculadas produções sobre Roubakine, verifica-se que, do total dos 21 (vinte e um) itens recuperados, 18 (dezoito) foram publicados em jornal (diário) e 3 (três) correspondem à revista (semanário ou mensário) - todos em formato impresso. Em relação ao perfil midiático, o Jornal do Brasil (RJ) apresentou 5 (cinco) registros e o Diário de Notícias (RJ) 3 (três). O Correio da Manhã (RJ) e o Diário de Pernambuco4 (PE) receberam 2 (duas) publicações, respectivamente, conforme pode ser observado na Tabela 2.
Para fins de análise contextual, os periódicos mencionados protagonizam não apenas o florescer do jornalismo brasileiro, como eram dotados de prestígio: o Diário de Pernambuco, por exemplo, fundado em 1825, é um dos jornais em circulação mais antigos do País e um dos mais importantes do Nordeste brasileiro. O Correio da Manhã5 e o Jornal do Brasil,6 ambos sediados no Rio de Janeiro, mas com alcance nacional, foram fundados em 1901 e 1891, respectivamente. Com atuação declaradamente política, o Correio da Manhã foi descontinuado nos anos de 1970. Já o Jornal do Brasil, após um hiato nos anos de 2010, retornou com a versão impressa em 2018. O Diário de Notícias,7 também carioca, nasceu no seio da República de 1930 e findou-se em 1976.
Em relação às Editorias e Seções dos periódicos em que foram veiculadas publicações sobre Nicolas Roubakine, 10 (dez) registros estão classificados nas seções de Literatura e 1 (um) na editoria de Economia, tendo por base o modelo de classificação arbitrário, contextual e comercial de cada publicação seriada, conforme demonstrado na Tabela 3.
Analisemos agora as temáticas, atribuídas por inferência pelas autorias deste trabalho após a leitura de cada texto recuperado, indicado na Tabela 4 abaixo:
De início, já é possível perceber uma certa mudança nas temáticas abordadas nessas publicações seriadas ao longo dos anos. Dos 21 (vinte e um) registros encontrados, observa-se que 5 (cinco) fazem menções a estatísticas de leitura na Rússia coletadas e analisadas por Roubakine, sendo 4 (quatro) para o período entre 1900-1909 e 1 (um) para o intervalo 1910-1919; trata-se, aqui, de um dos enfoques empíricos da epistemologia roubakiniana, voltada para a compreensão quanti-qualitativa das condições de leitura dos sujeitos.
Em seguida, encontramos 12 (doze) menções à bibliopsicologia, em matérias com textos mais detalhados (Tabela 4). Tais textos surgem principalmente nos intervalos temporais de 1950-1959 e 1960-1969, com 5 (cinco) e 6 (seis) registros cada, respectivamente, e 1 (um) resultado no intervalo de 1940-1949.
Por fim, em Outros, constam 4 (quatro) textos que mencionam de forma breve o nome de Roubakine, sem desenvolver qual seria a relação do autor (ou de suas teorias) com a temática do artigo. Destes, 1 (um) resultado consta no período de 1920-1929 em um texto que introduz uma nova seção da revista; em 1930-1939, consta 1 (uma) menção em um artigo sobre orientação profissional, e no intervalo de 1970-1979, são 2 (duas) as menções nominais, em matérias sobre a Biblioteconomia de modo geral.
Os resultados do decurso analítico-temporal sugerem, inicialmente, no plano discursivo, uma apropriação da posição positivista do método estatístico roubakiniano para o estudo da leitura, avançando para o potencial de sua reflexão epistemológica sobre a leitura e a práxis (Tabela 4).
Cabe mencionar que, dentre os 12 (doze) itens que fazem referência à bibliopsicologia, 8 (oito) associam o tema ao bibliotecário argentino José Edmundo Clemente e sua obra Estética del lector: notas para um estudio bibliopsicológico de la literatura (Estética do leitor: notas para um estudo bibliopsicológico da literatura), publicado pela editora Ateneo em edições de 1950, 1964 e 1973 - essa mesma obra seria mencionada, anos depois, no capítulo sobre Leitor/Leitura nas duas edições do Introdução à Biblioteconomia de Edson Nery da Fonseca (1992 e 2007), ao indicar brevemente a bibliopsicologia roubakiniana e destacar a centralidade dessa fonte para sua compreensão. Dentre esses 8 (oito) materiais, 3 (três) mencionam tanto Roubakine como José Edmundo Clemente, enquanto os 5 (cinco) restantes citam apenas José Edmundo Clemente.
O indício sugere uma perspectiva discursiva de investigação, aberta ao diálogo diacrônico, sob a relação entre estética e sentido. A posição de uma dada “estética do leitor” é um elemento conceitual importante para compreender, futuramente, por exemplo, a influência de Roubakine na Escola Esquematológica fundada por Robert Estivals na França nos anos de 1960. Essa repercussão está clara em diferentes fontes diretas do pensamento estivalsiano (ou seja, citação à Roubakine) como também de desdobramentos da obra do pesquisador francês para territórios como Leste Europeu e África francófona. Como aponta Savova e Estivals (1993), Roubakine é fundador de uma corrente epistemológica na relação entre livro e sujeito leitor.
Do mesmo modo, o próprio Estivals (1993) documenta a obra roubakiniana, entre 1888 e a Segunda Guerra Mundial, como integrante do núcleo de grandes desenvolvimentos da pesquisa bibliológica, tendo influência direta, dentre outros, em Paul Otlet. Na posição da interpretação estivalsiana, trata-se de reconhecer em Roubakine a fundamentação científica de um campo epistêmico, tomando a Bibliologia como ciência da comunicação escrita, dando à mesma uma condição descritiva e sistemática, comum às demais ciências, incluindo a relação entre pesquisa empírica e elaboração de leis baseadas em fatos para o estudo das pessoas leitoras.
Agora, ao analisar as autorias que documentam a presença de Roubakine em território nacional, encontramos o cenário indicado na Tabela 5 abaixo:
Dos 21 (vinte e um) itens recuperados, 7 (sete) publicações não estão assinadas. Heráclio Salles, jornalista do Jornal do Brasil, conta com 5 (cinco) publicações, e Josué Montello, jornalista e ex-presidente da Biblioteca Nacional e da Academia Brasileira de Letras, 3 (três). Além deles, estão presentes outros nomes do jornalismo, como Marco Aurélio de Alcântara, Edmundo Lys, pseudônimo do escritor e crítico Antônio Gabriel de Barros Valle, Franklin de Oliveira, também crítico literário, e Aderbal Jurema, jornalista, crítico literário e ex-senador do Brasil. Notou-se que, das 21 (vinte e uma) publicações, apenas uma foi assinada por uma mulher: Hortênsia Côrtes de Lacerda, em 1938.
A caracterização das autorias demonstra uma correlação de distanciamento entre Roubakine e a produção científica em BCI acerca de seu legado teórico-conceitual-metodológico antevista no levantamento preliminar (fora do escopo da Hemeroteca). Apesar da relevância das fontes e suas posições no espaço-tempo, não se configuram como referenciais da produção científica em pós-graduação em BCI, distantes, pois, do lugar de pioneiro acadêmico e vanguardista científico, como epistemólogo e metodólogo, conferido a Roubakine em discursos como o otletiano e o estivalsiano, em obras que buscaram fundamentar o campo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS: ROUBAKINE NO ESPELHO DOS TRÓPICOS
A partir do exposto e discutido ao longo desta reflexão, os resultados iniciais revelam a possibilidade de um caminho biobibliográfico brasileiro sobre Nicolas Roubakine, visto que seu nome e sua obra foram mencionados em revistas e jornais de grande circulação. Tal territorialidade - a presença do ideário científico roubakiniano graficamente tecido no imaginário bibliográfico nacional - revela caminhos desconhecidos da produção científica.
Em outros termos, considerada a relevância epistemológica da construção do pensamento de Roubakine - como reconhecida, de um lado, nas obras de Paul Otlet (1934) e Robert Estivals (1993), que apontam o mesmo como integrante do grupo de mentalidades fundadoras do nosso campo e, do outro lado, ausente como uma sólida doxografia roubakiniana em nossa literatura científica até o presente ano, 2024, observa-se o distanciamento entre campo científico e obra do epistemólogo russo no Brasil. É justamente em fontes gerais de informação, via o estudo através da Hemeroteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional, onde se pode encontrar desdobramentos das ideias roubakinianas no Brasil.
Os dados obtidos nesta pesquisa proporcionam evidências relevantes como a construção genealógica do pensamento roubakiniano na América Latina via José Edmundo Clemente (na Argentina) e Josué Montello (no Brasil). Além disso, no âmbito de pesquisas em perspectiva, pode ser frutífero realizar o exame das formações discursivas sobre a apropriação do método bibliopsicológico por diferentes atores ao longo da história, conforme os registros recuperados e organizados nas editorias de Literatura e Economia.
Por fim, do ponto de vista da conjugação entre bibliografia e biobibliografia, alguns aspectos da pesquisa merecem nossa atenção conclusiva. Em primeiro lugar, a obra de Roubakine se caracteriza pelo rigor do pensamento bibliográfico na relação entre coleta, registro e descrição de fontes do mundo gráfico. Sua posição teórico-metodológica, seguindo a longa tradição da Modernidade de crença no papel do livro como integrante de efeitos objetivos nas formas de atuação no mundo, uma vez observados fenômenos macropolíticos como Reforma Protestante e Capitalismo com vinculação direta às influências de circulação do pensamento pelas vias das fontes gráficas, ultrapassa as visões enciclopédicas em direção ao fundamento da sistematização, socioestatística, das relações livro-mundo.
Em segundo lugar, essa citada relação desloca a bibliografia para um plano psicológico, ou seja, a descrição bibliográfica das pessoas leitoras, a produção de metabibliografias que cruzam as conexões entre realidade bibliograficamente tecida e seu impacto em pessoas, grupos sociais, países, ou seja, como o mundo social, aberto e dinâmico, foi constituído na Modernidade em suas relações com a produção bibliográfica e, principalmente, como, a partir de agora, de sua própria pesquisa, esse mesmo mundo pode ser transformado via o horizonte da justiça social.
Em terceiro lugar, a pesquisa evidencia que, no decurso de um estudo biobibliográfico com recorte específico para as publicações seriadas no território brasileiro, a relação entre a teoria roubakiniana e suas fontes identificadas no Brasil demonstra-nos uma dinâmica metabiobibliográfica. Roubakine, ao realizar o “deslocamento” da bibliografia dos focos tradicionais entre livro, autoria e coleção para a recepção, ou seja, a estética das pessoas leitoras, proporciona um modo específico de repensar a bibliografia como teoria e método de compreensão das sociedades, suas desigualdades e suas estratégias de mudança. Essa perspectiva não isola, de nenhum modo, o livro e a tradição bibliográfica, ou seja, o “re-concebe” como “[...] o instrumento mais poderoso na luta pela verdade e pela justiça” (Roubakine, 1998, folha de rosto, tradução nossa).8
REFERÊNCIAS
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes - Brasil), Conselho Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Brasil) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj - Brasil).
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PUBLISHER
Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação. Publicação no Portal de Periódicos UFSC. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da universidade.
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1
No original: Vive le livre, l’instrument le plus puissant dans la lutte pour la vérité et la justice (Roubakine, 1998, folha de rosto).
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2
Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/.
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3
No original: “[...] l’instrument le plus puissant dans la lutte pour la vérité et la justice” (Roubakine, 1998, folha de rosto).
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4
Disponível em: https://blogs.diariodepernambuco.com.br/diario190anos/index.php/2016/11/08/o-inicio-dahistoria/. Acesso em: 28 dez. 2022
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5
Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/artigos/correio-da-manha/. Acesso em: 28 dez. 2022.
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6
Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/artigos/jornal-do-brasil/. Acesso em: 28 dez. 2022.
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7
Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/artigos/diario-de-noticias-rio-de-janeiro-1930/. Acesso em: 28 dez. 2022.
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8
“[...] l’instrument le plus puissant dans la lutte pour la vérité et la justice (Roubakine, 1998, folha de rosto).
Editado por
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Out 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
04 Jan 2024 -
Aceito
09 Ago 2024 -
Publicado
13 Set 2024